Alisson Herbert 16/04/2011
HQ de A Torre Negra decepciona, mas vale pela arte
A Torre Negra, série de sete livros de Stephen King e inspirada na obra de J.R.R. Tolkien e no Poema épico “Childe Roland to the Dark Tower Came” adentrou ao mundo dos quadrinhos – e em breve ao cinema e à TV – em 2007, pela Marvel, com posterior publicação no Brasil pela editora Panini e, mais recentemente, no formato de edições únicas de capa dura, pela editora Objetiva.
Quem é fã da obra e já leu ao menos até o volume quatro, “Mago e Vidro”, tem o privilégio de acompanhar os primeiros sete volumes da graphic novel, que são adaptações dos flahbacks expostos no primeiro livro, “O pistoleiro” e no quarto, já citado, e poder realizar a inevitável comparação sem receber “quase” nenhum espoiler da trama. A graphic novel mostra o protagonista Roland Deschain, último representante de uma linhagem de pistoleiros, em sua juventude, ao lado de seus amigos e de seu grande amor. De modo geral, o argumento da trama quadrinizada é apresentar as razões que levam Roland, mais tarde, a perseguir obsessivamente “a torre negra”, o eixo do universo.
Ler a graphic novel é realmente prazeroso para quem é fã, pois lá está exposto aquilo que, até então, o leitor havia apenas idealizado, porém, ao lado deste prazer, é impossível não ter algumas decepções com o roteiro adaptado. Alguns personagens, muito importantes no livro, simplesmente quase não dão as caras nos quadrinhos; cenas de hipnotizar o leitor nas linhas escritas por King, perdem a essência nos quadrinhos e não chocam o leitor. Quem leu “Mago e Vidro” e lembra da sequência final da “Àrvore de Charyou” vai ter uma pequena decepção com a graphic novel.
Em suma, “A torre negra – Nasce o pistoleiro” peca pela rapidez do roteiro, mas acerta na linda arte e na qualidade do acabamento da edição encadernada pela editora Objetiva. Válido para os fãs.