O filho eterno

O filho eterno Cristovão Tezza




Resenhas - O Filho Eterno


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Davi.Rezende 02/07/2018

REBUSCADO, MAS COM ABORDAGEM SINCERA. OS PRÊMIOS SÃO INJUSTIFICADOS.
O que primeiramente chama a atenção ao ler o livro é sua escrita um tanto rebuscada, principalmente nos primeiros capítulos, o que quase me fez desistir. Claramente o autor quis enfeitar. Felizmente, isso foi diminuindo ao longo dos capítulos, sem, no entanto, cessar. Tenho comigo que não há uma só justificativa razoável para escrever difícil um romance cujo objetivo é narrar uma história que, no caso, seria meia ficção e meia fatos, segundo o autor. Portanto, o rebuscamento é um ponto negativo que, inclusive, dificulta o entendimento de diversas frases.

De ponto positivo, entretanto, temos uma ABORDAGEM (não a escrita, que já disse que é rebuscada) sincera da história de um filho com Síndrome de Down, anteriormente chamada de mongolismo, relatando esse tema que no seu âmbito familiar é um grande tabu ou envolto em mentiras ou falsas impressões. O que o torna até POLITICAMENTE INCORRETO, por mais que o autor já tenha declarado em entrevistas que o livro é considerado em parte ficção justamente porque ele não seria daquele jeito "monstruoso" como muitas vezes aparece, desesperado de ter que carregar aquele peso nas costas (o peso eterno), de um filho "inútil", uma vergonha, ou diversos outro termos depreciativos que ele - ou o personagem - não hesita em dizer ao longo de todo a história, inclusive o desejo que seu filho morresse (e com ele o problema).

A impressão que se tem é que o autor refletiu sim, no personagem, o que ele sentiu ou ainda sente em relação ao filho e seu problema genético. E por isso mesmo, narra em terceira pessoa dentro do gênero romance: para poder ter o distanciamento necessário tanto para abordar um tema delicado pessoal (ele mesmo afirmou), mas também - na minha opinião - para ser sincero ao mesmo tempo que usa um escudo politicamente correto provido pelo manto da ficção. Afinal de contas, de onde o autor tirou aquelas impressões e sentimentos terríveis em relação ao filho, senão da própria consciência? Claro que com alguns exageros poéticos, talvez, mas acredito que foi mais ou menos aqueles os sentimentos que teve.

Dessa forma, a obra é rebuscada e sincera ao mesmo tempo: escrita vaidosa - mas inteligível - com abordagem sincera.

E, politicamente INCORRETO e politicamente CORRETO, também ao mesmo tempo: politicamente incorreto ao confessar os sentimentos em relação ao problema do filho, mas vestindo o manto da ficção para se eximir de qualquer "responsabilidade" ou linchamento público. Curiosamente - como também imaginou o autor - o livro não foi criticado por causa disso, e até ganhou diversos prêmios, o que explico logo adiante.

Para um bom entendedor - ou leitor - creio que não há como tergiversar.

Interessante também notar que dentro dessa sinceridade "disfarçada", outras "verdades" delicadas sobre o autor também vieram à tona, como os furtos que cometia quando morava em Coimbra (Portugal) e a militância esquerdista.

Essa militância - ou talvez mera simpatia ou alinhamento, não sei ao certo - é o que explica os prêmios que recebeu pela obra que, na real, é simples, e que passaria batido escrito por qualquer autor desconhecido sem fazer parte da patota que, tragicamente, há mais de 30 anos dominou o cenário cultural brasileiro - e provavelmente na maior parte do mundo - elegendo sempre seus amigos camaradas como estrelas, seja na literatura, na música, no cinema, nas artes plásticas, etc; criando mitos e concedendo a esses, os "prêmios". Aliás, o livro conta esse caminho árduo e demorado do autor até conseguir publicar alguma obra, o que só veio acontecer depois de fazer parte da turma da esquerda e tornar-se professor de universidade pública, muito provavelmente também em decorrência desses contatos no meio acadêmico dominado pelas ideologias esquerdistas.

Qualquer pessoa com um pouco de senso crítico e informação percebe que o livro não tem robustez e que ele próprio explica, com base nos relatos pseudofictícios, como isso se deu.

Outro defeito é o seu encerramento abrupto, sem maior desenvolvimento. Por outro lado, é um livro curto.

Nota: 5, REGULAR.

Início:17-05-2018
Término: 22-06-2018

Empréstimo da Biblioteca Sesc Ribeirão Preto-SP.
Felipe.DCastro 24/01/2019minha estante
Olá, Davi!

Com todo respeito, mas colocar a ?escrita rebuscada? como defeito em um romance e dizer que a prosa do Tezza é inteligivel é, antes de tudo, um problema de recepção. Isso é literatura, não jornalismo.
Outra coisa, avaliar a qualidade do livro a partir do conceito do politicamente correto é cair num senso comum enorme, porque, repito, isso é literatura, logo o que o autor acha ou deixa de achar, o que ele fez ou deixou de fazer não deve influenciar em nada sobre a qualidade de sua literatura. O leitor julga a obra, e não o autor.

Abraço!




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@ALeituradeHoje 28/01/2019

Um Pai...
Senti subir pela minha espinha materna dores, sonhos, medos, dúvidas e claro, alegrias (“dificuldades, inúmeras, e as saborosas pequenas vitórias”)... uma mescla de sentimentos que O Filho Eterno deixou marcado na minha memória e no meu coração.
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Cristóvão Tezza tem um filho com síndrome de Down e escreve uma história (não uma biografia, me atrevo a confabular) sobre um escritor que tem um filho com síndrome de Down. Digo isso, pois como ele é escrito em terceira pessoa, poderia se passar por visão (muito bem escrita) externa da situação, mas o próprio Tezza nos conta que assim como o personagem pai, “também ele” é pai de um filho com síndrome de Down. O sentimento da história é genuíno.
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Quando li a primeira vez, eu não era mãe ainda, e o tocante do coração de Tezza me alcançou de uma forma confusa e sem reciprocidade. Ao relê-lo anos depois (e daí as vezes me pego pensando em reler outros livros, porque sempre se percebe novas nuances... mas existem tantos livros nessa vida ainda não lidos...), me conectei de uma forma, que mesmo não podendo ainda entende-lo amiúde, pois não sou escritora e não tenho um filho com Síndrome de Down, ainda assim, meu coração maduro de mãe se identificou e apesar das nuances duras que em vários momentos eram passadas, entendi o coração do pai. Apesar de ser um romance que fala da percepção paterna, que muitas vezes pode ser bem diferente da materna, ainda assim é o amor (neste caso sendo descoberto) pelo filho. Daí vem a identificação.
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Foi o único livro que li de Tezza (e quero ler outros, sim, mas é #muitolivroparapoucavida), e, aos menos neste, o que me apaixonou em sua escrita foi o toque sentimental sem ser piegas, sem usar de clichês (como eu uso quando escrevo minhas impressões, porque não tenho o dom da palavra). Ele é racional falando de medo, faz suas digressões e ainda assim não se distancia do sentimento principal.
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Ele me lembrou Saramago, quando não dá nomes aos personagens, com exceção do filho Felipe. A história de desenrola entre “o pai”, “a mãe”, “a irmã” e as vezes, “o filho”. O pai, um escritor em busca do reconhecimento profissional se vê com um filho doente, e tem que lidar com sentimentos as vezes cruéis como quando, com muita coragem em expor (e covardia em sentir, será?), questiona se não seria melhor que o filho morresse. A coragem com que Tezza expõe o coração dele (porque é um romance, sobre Tezza), é intenso. Ele não esconde o que sentiu e depois se dá conta que ser pai, é amar de qualquer forma. Talvez a parte racional do escritor, tenha dado as ideias mais difíceis, os sentimentos mais duvidosos, mas a parte emocional do pai tratou de mostrar, que existe algo muito mais forte e importante que o desenvolvimento intelectual, dito “normal”. A parte pai suplantou o lado da sua frieza intelectual.
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Gondinho 24/10/2022

O Filho Eterno
Ao me deparar com o livro, tinha uma história em mente. No momento em que comecei a ler percebi que aquilo que havia imaginado estava completamente equivocado.
Apesar da ótima estrutura e narrativa, o livro não alcançou o que eu esperava. Isso se deve principalmente ao fato que ele não mostra o lado positivo de ter um filho com Síndrome de Down, apenas os desafios e as problemáticas.
O livro mostra a visão de um pai que acaba de descobrir que seu filho possui o chamado ?mongolismo?(hoje esse termo pejorativo não é mais usado), a desconhecida até então, síndrome de Down. Ele mostra a sequência de vida do filho, retomando também as suas experiências.
É uma história que intriga, já que não segue o óbvio, mas chama atenção e prende o leitor.
Desfrute desse livro revelador quanto aos sentimentos conflitantes de se ter um filho com a trissomia do cromossomo 21.
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LimaJr 15/02/2023

A prática da empatia
É uma leitura dura, pois sentimos na pele o que passam os pais de uma criança com síndrome de down ou pessoas com deficiência. Mas é um bom exercício de empatia, ajuda a humanizar as relações em sociedade. Achei alguns trechos um tanto chatos, mas recomendo a leitura.
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@darlanjs 17/02/2024

Pai e filho, Filho e pai.
Um livro sobre a relação entre um pai (escritor, em construção) e um filho (com síndrome de Down, também em construção). Mas, acima de tudo, uma relação que permeia a autobiografia e a aceitação do estado "pai". Um livro forte e essencial como relato (talvez, ficcional em alguns momentos) emocional das possíveis vivências entre pai e filho e filho e pai.
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gampert.larii 27/05/2024

O Filho Eterno - Cristovão Tezza
Este livro retrata as vivências do autor, ele tem um filho com síndrome de Down que o faz repensar sua vida e não considerá-lo "normal". Gostei do livro e da crítica que ele traz, apesar de não ter me pegado tanto, é um livro bom.
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