A Comissão Chapeleira

A Comissão Chapeleira Renata Ventura




Resenhas - A Comissão Chapeleira


146 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Leonardo 28/09/2014

Um banho de realidade!
Sob graves consequências de: lágrimas infinitas, explosões de raiva, risos espontâneos e todas as sensações possíveis. Foi assim que eu me senti lendo um certo livro chamado "A Comissão Chapeleira", de uma certa autora carrasca que quer que o leitor tenha ataques cardíacos a cada capítulo chamada Renata Ventura. É pra aplaudir de pé uma obra dantesca, super bem construída e apaixonante como essa. Com um começo apaixonante, um meio agonizante e um final de derrubar forninhos, personagens novos, com suas distinguíveis diferenças, trejeitos e modos de ser, um vilão que "não tenho nada a declarar" e um [já falei mas vou falar de novo] final que faz com que o ser que está lendo fique babando pela continuação. Pois é. ACC é tudo isso e muito mais! Obrigada por esses inesquecíveis, traumatizantes e magníficos momentos. Eu realmente não sei mais o que dizer sem dar o mínimo de spoilers...
comentários(0)comente



BiaQuerino 03/06/2022

Lição!
Os livros da Renata seguem sendo grandes lições de vida, aprendi nesse livro coisas que vou levar pra minha vida inteira. Nesse segundo livro a história tá bem mais pesada, mas bem mais tocante também, a evolução da autora é fácil de notar. Infelizmente o livro foi bem lento no início e apesar de entender q a jornada do hugo gira em torno de si e pela busca do que é correto, ainda é chato muitas vezes vê-lo errar de forma corriqueira.

O que essa autora faz com o mundo bruxo é incrível, o modo como ela faz com que nossa cultura e nosso país seja visto por nós é maravilhoso. Não vejo a hora de iniciar os próximos.

(Gatilho: tortura psicológica e física, traumas, mortes, insinuações de abuso sexual e de consumo de drogas)
comentários(0)comente



Desannemada 23/02/2020

Saravá
Confesso que pra começar a ler comissão chapeleira depois que terminei arma escarlate foram muitos e muitos meses porque o hugo definitivamente não é o tipo de protagonista que eu to acostumada. O fato dele ser extremamente egoísta e passar a perna nos outros não me faziam ter vontade de ler mais a história dele. Mas motivada pela historia como um todo que é maravilhosa, eu resolvi ler esse segundo livro.

Me encontrei amando e odiando ele ao mesmo tempo. Ver ele tentando aprender com seus erros e ser uma pessoa melhor me fazia simpatizar por ele de formas que eu não imaginava que sentiria.

Toda a história que a Renata contou nessas paginas é algo completamente magnífico que acredito que todos deveriam ler e, principalmente, todos os brasileiros. O sentimento de pertencimento que você sente ao ler é algo indescritível. E ela consegue juntar as histórias reais com as histórias desse mundo bruxo de uma forma tão bem feita, que me peguei, em inúmeros momentos, me questionando se realmente não foi daquela forma que aconteceu. Eu sinto em cada pagina lida o quanto a Renata se empenhou em pesquisas e mais pesquisas da história, estrutura e principalmente cultura do nosso país.

Eu fico abismada o quão bem construídos e profundos são todos os personagens e o quão imersiva a história é. Nos faz sentir na pele tudo que eles sentem, ter vontade de se rebelar com eles, chorar com eles, rir com eles... Não tenho palavras suficientes que me fazem expressar a montanha russa que vivi nesse livro.
Leonardo 01/12/2020minha estante
Comigo aconteceu o mesmo, demorei pra começar a ler este livro




Julia Rodrigues 28/03/2021

"O verdadeiro culpado é aquele que repete os erros"
Quando A Casa de Anne Frank, museu que relembra a história da menina judia mundialmente conhecida por seu diário, completou 75 anos, lançou uma matéria indagando como poderiam manter aquela história e os horrores da Segunda Grande Guerra vivos no imaginário de uma geração que não viveu, nem conviveu, com os sobreviventes da WW II. Mas porquê isso é tão importante?

Para que a crueldade que aconteceu jamais se repita. Por isso os acadêmicos de História existem, aliás.  Para lembrar a humanidade de seus erros e acertos e previnir, por meio da memória, que a barbárie volte.

No nosso país, no entanto, temos enfrentado uma onda de autoritarismo que, dentre outros absurdos mais, pede pela barbárie - a volta da ditadura militar.

Um país que não pune seus criminosos e ditadores está fadado à tal. Desde a ditadura de Deodoro da Fonseca, passando pela Era Vargas e pela ditadura civil-militar dos anos 1960: parece tradição que a cada 30 anos enfrentemos o autoritarismo e a barbárie outra vez.

E é agora que "A Comissão Chapeleira" entra. Renata Ventura cumpre de maneira extraordinária seu papel social como escritora, jovem, brasileira, e outros mais: relembra a sociedade e ensina ao seu público infanto-juvenil os horrores de um regime ditatorial.

Em meus 23 anos de vida nunca vi alguém narrar de forma tão crua e precisa como uma ditadura funciona e suas consequências sociais e pessoais a cada um dos personagens que a enfrentaram. Foi necessário, para isso, um tanto enorme de sensibilidade da autora.

Fico muito feliz de conhecer essa saga e espero que em um futuro próximo, possamos debatê-la em sala de aula.

" Todo mundo erra. O verdadeiro culpado é aquele que repete os erros" - Capí, no capítulo "Judas".
Rafael 29/03/2021minha estante
Eu pouco estudei na escola sobre a ditadura militar, infelizmente. Mas fico chocado também com como as pessoas podem clamar pela sua volta. Mesmo não a tendo discutido em aula, eu sei que qualquer coisa que nos proíba de nos expressarmos e que permita claramente que o Estado nos mate não é coisa boa.
Tive a oportunidade de ir ao museu Casa de Anne Frank e tenho esperanças quando lembro que a fila de espera pra visitação é gigantesca, que as pessoas querem conhecer mais sobre sua história, que os horrores da guerra amedrontam, fascinam e ensinam. Todos os anos eu comento com meus alunos sobre a história de Anne Frank e incentivo que eles leiam seu diário.
Precisamos mesmo conhecer e discutir regimes de governo (principalmente os autoritários).


Julia Rodrigues 29/03/2021minha estante
Sim!!! Fico feliz que mais alguém fala sobre regimes totalitários em sala de aula, já que somos poucos. Não basta o que está no material didático, é preciso aproximar, é preciso parar de achar que foi "há muito tempo atrás". Aliás, que legal q vc teve a oportunidade de visitar a Casa de Anne Frank, morro de vontade.




babeeluiza 28/01/2021

Leitura incrível, porém carregada
Renata dá continuidade na saga de Hugo com muita maestria. Desenvolve bem o texto, com simplicidade nas palavras e envolve muito o leitor. Em certos momentos se torna uma leitura muito gráfica, e que sinceramente não é para todos. Renata descreve com precisão e maestria cenas difíceis de engolir, e sou grata por ter mantido subentendido momentos de extrema dor.
A comissão chapeleira trás uma leitura intensa, que faz um paralelo histórico com o Brasil de 64 muito fiel e honestamente, talvez parecido demais. Do meio pra frente foi uma leitura certamente difícil, mas é um livro incrível.
comentários(0)comente



Nokyam 08/04/2020

Uma Obra - Prima
Simplesmente incrível!
Sabe aquele livro que você não consegue parar de ler?
Termina um capítulo e já quer saber oque acontece no próximo?
E com isso o dia já está amanhecendo e você não percebeu?
Então é esse!

Deixo aqui oque se encontra na contra capa.

"Renata não tortura, Renata Destrói as almas dos personagens, E o leitor fica de coração na mão, querendo saber mais."
-Potterish

"Venho avisar a todos que encomendem dois corações a mais, porque A Comissão Chapeleira é o livro mais tenso, angustiante, emocionante, inspirador e desesperador que eu já li.
Este livro é mais do que a continuação de A Arma Escarlate.
É uma obra de arte que nos deixa completamente sem chão."
-Carpe Libri
comentários(0)comente



leitordonorte 20/03/2022

Único e original
??Nesse livro é perceptível, visível, escancarado a evolução da autora tanto no enredo quanto em personagens. Temos uma narrativa bem mais adulta. Tive emoções forte durante a leitura, momentos em que eu precisei externalizar de alguma maneira ou iria surtar! Hugo tá longe de ser uma pessoa incrível, estou adorando/odiando acompanhar sua jornada pessoal. Sinto que esse livro dava para ser menor e que nos momentos finais a autora atropelou alguns detalhes devido a pressa em finalizar. São situações que eu não posso deixar passar em branco ou não seria eu kkkk. É muito bom ler uma história tão única e original! Essa saga não é um ?Harry Potter nacional? como o livro foi taxado, essa é a saga Arma Escarlate escrita pela brasileira Renata Ventura. ?NOTA 9.
comentários(0)comente



Artemis 23/09/2014

O livro mais próximo do leitor que eu já li.
Terminei de ler A Comissão Chapeleira.
Aquelas duas resenhas no verso do livro... são pura verdade. Principalmente a primeira.
Mas não são somente as almas dos personagens...
O livro, a própria autora, conseguiu criar uma parte inteiramente nova na minha alma. Parte essa que depois foi arrancada por unhas e dentes sem a menor piedade.
Esse livro é cruel,assustador,desumano... e me prendeu,completamente. Início ao fim,sem sequer uma parte que eu pulava por ser entediante.
Chega a ser assustador como num momento eu estou rindo igual um não sei o que enquanto leio e no outro me segurando pra não explodir em lágrimas na sala de aula.
Eu já não tenho palavras pra descrever como esse livro é ótimo, mas eu sei que não vai ser cedo que eu vou ler algum livro tão bom.
Eu sinto que eu deveria dizer mais alguma coisa, pra mostrar o quanto eu amei o livro... o quanto ele é tocante. Mas não é algo que eu saiba descrever. O livro me fez odiar personagens com todo o meu ser, amar uns e querer pegar outros no colo e nunca mais soltar. Não foi um livro aleatório, que eu só "li". Foi envolvente, profundo, tocante, e a todo momento me fazia pensar "O que eu faria se fosse eu?". É uma história que te puxa pra dentro dela. É magnífico!
Homerix 24/09/2014minha estante
Linda resenha, Artemis!!!
Está no facebook? Entre na Análise ACC, para discutir tudo isso!!


Homerix 24/09/2014minha estante
Linda resenha, Artemis!!!
Está no facebook? Entre na Análise ACC, para discutir tudo isso!!


Artemis 20/12/2014minha estante
O Senhor é Homero Ventura, não é? Eu sou a Nathalia Olivi shausah. Aquela que estava tendo problemas pra postar a resenha. Eu nem sabia que a resenha tinha ido... mas estou sim no Análise e na Armada ushausha.




Rebeca1431 17/01/2023

Sem palavras
O jeito que a Renata faz a gente sentir a dor de cada personagem não tem descrição. Raiva, frustração, revolta, preocupação, tristeza e felicidade em cada parte do livro
comentários(0)comente



mxd 04/12/2020

O melhor da saga
Pra mim, A Comissão Chapeleira é o melhor livro da saga A Arma Escarlate. Li este livro de uma forma que nem percebi que foram 600 páginas lidas... Com a escrita fluidíssima da Renata e essa trama excepcional ficava pareceram só 200 páginas. Por ser, na minha opinião, o mais impactante, chocante da saga, era difícil largar o livro. Eu estava obcecado, passava 80% do tempo lendo A Comissão Chapeleira e os outros 20% eu torcia pra poder voltar a ler logo.
Enfim, nem preciso falar que esse tem um espaço reservado no meu coração.
comentários(0)comente



Matheus.FranAa 24/05/2021

A proposta do livro é boa, mas a execução deixa a desejar. O ritmo é inconstante, hora acelerado, hora lento demais. No geral, é maçante.

A ênfase exagerada é desnecessária na violência gráfica faz parecer que ela foi inserida exclusivamente para chocar, e as repetições quanto a certos temas e assuntos cansam. Situações que poderiam ser tratadas de forma satisfatória em um só capítulo são retomadas várias e várias vezes ao longo de todo o livro, sem nunca adicionar nada novo.

A forma como certas situações completamente absurdas e irreais acontecem e se repetem sem causar maior espanto ou reação dos personagens e da sociedade do livro também chamam a atenção, e tornam essas situações surreais demais mesmo em um universo fantástico (em alguns momentos, parece mais que a história se passa em um universo distópico do que em uma sociedade mágica brasileira contemporânea).

Apesar disso tudo, não contraindico a leitura, basicamente porque o livro faz parte de uma obra maior: não vale a pena deixar de ler os demais livros da série só porque esta parte da história foi contada de forma sofrível.

Enfim, ler este livro é, por assim dizer, um "sacrifício" que vale a pena ser feito para se acompanhar uma série que, no geral, tem me entregado um bom entretenimento, principalmente suprindo a carência que o leitor brasileiro pode sentir de não ver retratada a sua cultura em fantasias estrangeiras.
gdo.faria 25/06/2021minha estante
Falou tudo... Livro sofrido de ler, massante, mas, nem sei se quero continuar a saga...




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Andrezinn 01/12/2022

"Prefiro os perigos da LIBERDADE, ao sossego da SERVIDÃO"
Depois de um primeiro ano muito agitado como estudante da Korkovado, a única coisa que Hugo queria, era um ano tranquilo e aproveitar a escola ao lado de seus amigos; mas ele se vê escravo das consequências de suas escolhas do passado, e pra melhorar, uma misteriosa Comissão invade a escola redefinindo os padrões da Korkovado e castigando aqueles que desviassem desses padrões. Numa luta contra seus impulsos, sua consciência e contra a ditadura da comissão, Hugo conhece novas pessoas que impactarão sua vida - para melhor e para pior - e se encontra em meio a um desafio ainda mais laborioso do que o anterior.

Numa escrita emocionante, que brinca com os sentimentos do leitor, Renata continua com seu antropofagismo literário, nos introduzindo cada vez mais na riqueza cultural do Brasil. Suas brincadeiras com a história brasileira continuam me maravilhando, e fortalecendo o interesse em conhecer mais do meu país. O folclore ganha muito mais destaque no livro, constituindo parte importante do enredo e levando a história a outros rumos. Com fortes elementos políticos na trama, Renata levanta questões que transcendem o âmbito político, passam pelo social e chegam no ético; questões que são importantes para uma análise sócio-econômica-política do Brasil.

No segundo livro da saga, Hugo, em situações inadequadas, acaba conhecendo a escola de bruxaria do Nordeste, o Instituto Paraguaçu de Ensino Bruxo (IPEB), apelidado de Cidade Média, por localizar-se entre a Cidade Baixa e Cidade Alta de Salvador, na Bahia. A escola é diferente da Korkovado, por ser muito liberal e aberta para qualquer bruxo. Na escola, o Sincretismo religioso faz-se fortemente presente entre os bruxos, como herança da constituição da Bahia. Lugares de adoração a Deus, Buda e aos Orixás se encontram no meio da escola, junto a estátuas de santos e dos Orixás, que ganham um destaque significativo na Cidade Média, sendo protetores desta e patronos dos dormitórios dos estudantes. O legado dos africanos escravizados é tratado com respeito e também não é esquecido por Renata. Aulas de Macumba bruxa, leitura de búzios e outras são parte do currículo escolar dos caramurus, apelido dos estudantes da Cidade Média. Eles são brincalhões, rebeldes, alegres, barulhentos e livres. O uniforme deles? Camisa, short e chinelo de dedo. É incrível como a Renata consegue levar o Brasil para suas páginas e temperá-lo com um pouco de magia.

O lider da Comissão, Mefisto Bofronte, é um homem misterioso que foi esquecido pelos brasileiros, que sente frio até em Salvador e que será um grande empecilho para Hugo, que se vê fascinado pela autoridade que o Alto Comissário impõe e é fisgado pelo “carisma” dele, que desperta uma admiração que Hugo não sabia que poderia existir. Se antes, ele já lutava internamente entre o bem e o mal, moralmente falando, a presença de Mefisto aumenta a intensidade dessa luta e o confunde mais ainda, pois a aparência e as ações do Comissário parecem ser divergentes entre si. O título de vilão não condiz com o que Hugo pensa dele, e ele demora para entender o jogo de Mefisto, até que seus amigos passam a se encontrar em graves problemas e ele tem que tomar uma decisão difícil. Esse é um dos pontos altos do livro, pois um vilão inteligente, competente e que cria desafios para os protagonistas, é a chave para uma boa obra.

Quanto à Comissão, ela traz um ar de tensão durante todo o livro que não acaba nem quando este termina. Sendo uma referência a Ditadura Militar que o Brasil vivenciou no Século XX, Renata recheia seu livro com censura ao comportamentos dos alunos “rebeldes” e contestadores, a opressão a liberdade, a delimitação e imposição de padrões a serem seguidos por todos, e até mesmo a tortura, expondo a realidade que muitos vivenciaram durante a Ditadura. Sim, um dos possíveis gatilhos do livro é a tortura, mas também temos drogas, violência, suicídio, vício e abusos psicológicos, fisicos e sexuais, mortes, perseguições e ameaças; então seja cauteloso com a leitura e não tente se forçar a ler, pois acredite, mesmo se você não tiver problema, ficará impactado com os ocorridos.

Infelizmente, não tem muito o que falar sobre a trama do livro sem entrar no terreno dos spoilers. Mas posso falar, sem nenhuma dúvida que vale a pena. Depois de “A Arma Escarlate”, estava em dúvida de como a saga seguiria, e com “A Comissão Chapeleira”, fico feliz que ela tomou um dos melhores rumos, mesmo que eu não esperasse por isso.

Trazendo conflitos mais tensos, o segundo livro da Saga Arma Escarlate, é um livro que aborda sim problemas de nosso país, mas ele também fala sobre arrependimento, escolhas e a aceitação das consequências delas, a luta pela liberdade e contra a opressão, amor, aceitação de nosso legado histórico, respeito, compaixão, perdão, coragem para fazer o necessário, o perigo do orgulho e da ignorância, o peso de nossas palavras e ações, a capacidade humana de mudar e ser melhor a cada dia e a felicidade que podemos compartilhar com outros. “Óia que chique!” O melhor que a literatura nacional tem para oferecer.

"Não faz sentido o mundo inteiro adorar o Brasil, menos os brasileiros! A gente tem vergonha da nossa cultura, dos nossos costumes, da nossa história... Por quê?! Porque não nos conhecemos! Porque não nos entendemos! Que país é esse que não entende a si mesmo?! Que despreza a si mesmo?! Como a gente pode querer se tornar um país melhor se a gente nem entende o que a gente é!? Só quem se entende pode se transformar! Só quem se entende consegue separar o que é defeito do que a qualidade, e então agir para anular o defeito e multiplicar a qualidade! Quem critica tudo que é feito no Brasil, não entende o Brasil ponto e quem não entende o Brasil, nunca poderá melhorá-lo."

"Não seja tão duro consigo mesmo. A gente erra, para depois acertar. É normal. Tão normal, que acontece com todo mundo. E é isso que não devemos nunca esquecer: acontece com todo mundo. Todo mundo erra. Eu sei que é difícil perdoar, mas é preciso entender que todos tem algum motivo para ser como são. Nós nos perdoamos com muito mais facilidade do que perdoamos o outro, porque nós conhecemos a nossa própria história, nossas próprias razões. Nós sabemos o que nos levou a agir errado. Já perdoar o outro é um pouco mais complicado, porque a gente não está na mente dele, a gente não sabe a história deles. Mas é preciso pensar compreender. E, compreendendo, perdoar."

"Em sua essência, todas as religiões falam das mesmas coisas. A maioria ensina valores como retidão, honra, caridade, coragem, humildade, dever, honestidade, perseverança, fé, outras ficam nos aspectos mais práticos da vida, dão conselhos de como seguir, do que fazer. Não se contradizem nisso. O que importa é a moral que elas ensinam. Eu respeito Jesus, porque ele ensinou coisas lindas, então eu saúdo Jesus. Eu respeito Buda pelo mesmo motivo, então eu saúdo o Buda. Xangô é o orixá da justiça, e eu respeito justiça, então, eu saúdo Xangô; e saúdo também Oxum, orixá do amor, da beleza, da diplomacia, e Omolu, orixá da cura. No fim tudo é questão de respeito, tolerância e reverência por aquilo que é certo e justo. Por isso eu respeito todas as religiões que, em sua essência, respeitem as outras... e respeito todos os homens que vem passarem por elas."

"Uma coisa eu sei: a forma mais rápida de se sentir plenamente feliz é fazer uma outra pessoa feliz. Quando eu consigo, eu sinto uma alegria imensa. Inenarrável. Eu só preciso aprender a transportar essa alegria para o resto da minha vida. Só isso", ele concluiu, voltando a ficar pensativo. "Dizem que a alegria é talvez a única dádiva que você é capaz de ofertar sem possuir. Mas uma vez que você a oferta, ela surge em você. Como mágica."

" Somos livres em nossos propósitos, mas escravos de todas as consequências."
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Fran 12/07/2021

Após a construção questionável e o desfecho contraditório de A Arma Escarlate, é difícil cultivar expectativas muito altas em relação a sua continuação. O conteúdo que A Comissão Chapeleira entrega é uma inovação em relação ao seu predecessor, capaz de surpreender positivamente, mas também negativamente, carregando sua própria parcela de problemas.

O universo voltou a ser expandido consideravelmente, algo não tão necessário, visto que esse é um trabalho que já havia sido feito quase exageradamente no primeiro livro. Além disso, ao contrário do que vimos anteriormente, muitas das novidades acabaram o aproximando muito do universo de Harry Potter, o que não foi algo tão bom. Ainda assim, manteve alguns seus pontos positivos, como a inclusão de diversos novos integrantes do folclore brasileiro na história, sempre algo divertido de se ler. A introdução de uma nova escola, localizada agora em Salvador, podia ter sido melhor: apesar de possuir alguns detalhes bem pensados, foi longe de ser tão interessante quanto a Nossa Senhora do Korkovado, escola principal da trama.

O enredo sofreu uma guinada extrema. A autora se arriscou com algo bem diferente do que tentou antes, explorando retratar como seria a ditadura militar acontecendo no mundo dos bruxos. É uma premissa bem mais intrigante do que a anterior, e, de fato, as partes do livro em que esse assunto é abordado foram, em geral, as mais interessantes – o modo como lentamente uma ditadura foi se instaurando, a conversa dos personagens sobre como isso estava acontecendo, as medidas que eles tomavam para tentar vencê-la, entre outras coisas. As muitas descrições de violência, apesar de necessárias, talvez tenham sido um pouco excessivas, com uma clara intenção de chocar o leitor.

Comparado com a monotonia de A Arma Escarlate, sua continuação adota um padrão quase frenético: em A Comissão Chapeleira, sempre tem algo acontecendo. Contudo, não é algo tão bom quanto parece – afinal, intercalar diferentes ritmos é algo necessário para manter a leitura agradável e prender a atenção do leitor. Não apenas isso, mas construir uma história que nunca para é algo muito difícil de se fazer bem, coisa que, como esperado, acaba não acontecendo aqui. Principalmente em sua primeira metade, esse é um livro que não consegue manter um foco pela simples abundância de acontecimentos, formando uma trama confusa. Uma falha que estava presente no primeiro livro e continua nesse, agora em quantidade bem maior, são as situações que parecem surgir do nada, sem qualquer explicação lógica, só para gerar ou resolver conflitos. Se torna melhor da metade em diante, quando toda o tema da ditadura vira o destaque e o resto é deixado de lado.

O maior problema do livro acaba sendo que a autora tenta tratar assuntos demais, tendo um espaço limitado para isso, o que resulta na maioria sendo mal desenvolvido. Aliás, alguns deles foram retratados de formas bastante estranhas e problemáticas – por exemplo, o abuso que uma das personagens sofre é tratado com desimportância por praticamente todos, além de quando o racismo é abordado na história… falando sobre racismo reverso.

Apesar de todo o conflito em seu primeiro ano na escola, que suspostamente serviria para o amadurecimento de Hugo como pessoa, fica bem claro que isso não aconteceu. O que mudou a respeito dele foi que agora se tornou muito mais confuso como personagem. Às vezes age igual a como era no primeiro livro, e em outros faz justamente o contrário – em vários dos momentos de maior tensão, ele se contenta em ficar na posição de mero observador, não a deixando nem mesmo para defender seus amigos. Alega estar tentando se tornar alguém melhor o tempo todo, e até passa essa impressão no início, mas apenas lá. A falta de desenvolvimento do protagonista é algo triste, mas é a realidade. Assim como no início de tudo, ele continua um garoto chato e egoísta que adora colocar a culpa nos outros, e, se evoluiu em algo, foi arranjando novas formas de ser desagradável.

Os outros personagens receberam um tratamento bem melhor nesse livro. Continuam sendo muitos, é claro, e a quantidade até mesmo aumentou, mas ocorreu um foco maior em poucos deles, e essa quantidade não chegou a incomodar como fazia antes. Muito pelo contrário, aqueles que mereciam mais espaço, devido ao seu envolvimento nos acontecimentos do livro anterior, mal chegam a aparecer. Ainda assim, alguns entre os que são definitivamente secundários foram melhor trabalhados, com mais desenvolvimento sobre quem são ou o que aconteceu com eles.

O pior nesse tópico foi, com certeza, a inclusão da personagem Janaína na história, principalmente se tratando de seu relacionamento com Hugo. Basicamente, a impressão que fica é que ela só aparece como uma forma de incluir Salvador no enredo, e, no fim, se torna uma substituta para a Maria. Até o romance entre eles acontece da mesma forma: do nada, sem qualquer desenvolvimento. Esse também é um bom resumo para grande parte dos relacionamentos no resto do livro.

Os que receberam maior atenção foram os Pixies, algo que, definitivamente, devia ter acontecido muito antes. O grupo teve muito mais aprofundamento nesse livro, seja revelando mais sobre seus passados, seja os fazendo ver seus erros para evoluírem – coisa que, diferente do protagonista, eles parecem dispostos a fazer. Até mesmo Capí, que conseguia ser o mais desinteressante do grupo, além de um personagem completamente irreal, ganhou um pouco de profundidade, o tornando alguém mais concreto.

Desconsiderando os outros antagonistas que estão ali apenas como obstáculos ou pelas demonstrações de crueldade, o Alto Comissário é um novo vilão muito melhor que o anterior. Um homem verdadeiramente indecifrável e de ações contraditórias, toda a confusão que ele causa nos personagens atinge também quem está lendo, e essa é uma ótima adição a história.

A impressão geral que a história passa até o momento é que, apesar de ter nascido de uma ideia boa, acabou sendo mal aproveitada. Deixando muito a desejar até então, é difícil imaginá-la evoluindo para algo que possa ser considerado realmente bom.

site: https://blogvestigiosliterarios.wordpress.com/2021/06/12/a-comissao-chapeleira/
comentários(0)comente



146 encontrados | exibindo 31 a 46
3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR