Bruna 03/10/2012
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Antes de mais nada, vale dizer que na minha mente costumo dividir os livros infanto-juvenis em duas categorias: os que pendem para o lado infantil e os que pendem para o lado mais juvenil, alguns chegam a ser quase adultos (e podem ser facilmente classificados como "jovens adultos").
Posso dizer que esse primeiro livro da série não chega a ser adulto, mas não é infantil, apesar de possuir uma linguagem simples que pode ser facilmente entendida por crianças. E foi essa mesmo a ideia do autor. John criou esse livro para estimular que seu filho, na época com 12 anos, passasse a gostar de ler. Ele era um garoto pequeno e seus amigos maiores e mais fortes e o pai queria mostrar também que heróis não precisam ser grandes e musculosos. Já dá para sentir um pouquinho de como o livro é não?
Will vivia no castelo do feudo de Redmont, do Reino de Araluen, como um "protegido" do Barão Arald. "Protegidos" eram os órfãos filhos daqueles que haviam morrido lutando pelo feudo e que o Barão acolhia em seu castelo, criava-os e dava-os a oportunidade de melhorar de vida.
Ele era o único garoto que não possuía sobrenome. Isso porque os outros protegidos tinham pais conhecidos, mas ninguém ao certo sabia quem eram os dele. Will tinha sido deixado na escadaria do prédio dos protegidos, ainda recém nascido, com um bilhete que dizia:
"A sua mãe morreu no parto.
O pai morreu como herói.
Por favor, cuidem dele. Seu nome é Will"
Quando um protegido completasse 15 anos chegava o Dia da Escolha onde eles poderia se candidatar a aprendizes de algum ofício. Os aprendizes eram selecionados de acordo com suas habilidades e aqueles que não eram escolhidos, eram enviados a fazendeiros para trabalhar com animais e plantações.
Por causa do bilhete, Will acreditava que o pai havia sido um grande guerreiro e tinha como desejo ser aprendiz da escola de guerra. O problema é que ele estava longe de ter um porte físico para isso, sendo magro e pequeno demais.
Arqueiros são temidos, e existe toda uma superstição e cima deles. O garoto obviamente não consegue o que quer e acaba tornando-se aprendiz de Halt, um arqueiro que julga que Will tem habilidades necessárias para isso.
A partir de então começa uma jornada de aprendizagens, aventuras e tudo o que se tem direito!
A parte mais interessante deste livro é exatamente o fato dele nos trazer um heróis que foge dos padrões que temos em mente. Ele é um garoto normal, com seus defeitos, algumas habilidades natas, mas nada super poderoso com dons sobrenaturais e blá-blá-blá (apesar de eu também gostar desse tipo de livro). O que ele é capaz de fazer é através de treino e esforço.
Ruínas de Gorlan nos fornece também lições valiosas, de amizade, companheirismo e perdão, mas sem se tornar "piegas" demais, sem ser aquelas lições de morais que te forçam guela abaixo. E eu, que odeio sentimentalismos em excesso, me vejo totalmente emocionada em uma trecho no fim desta primeira aventura de Will (e que não posso falar, porque defitivamente vai estragar o momento kkk, mas posso dizer que tem a ver com o Halt), exatamente porque o autor soube fazer isso da maneira certa.
Tornou-se um dos meus favoritos da literatura infanto-juvenil! Que venha o segundo!
Para ver imagens do design interno do livro é só acessar a postagem no blog:
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