Precisamos falar sobre o Kevin

Precisamos falar sobre o Kevin Lionel Shriver




Resenhas - Precisamos Falar Sobre o Kevin


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Eduardo.Cruz 19/06/2022

Oque eu gostaria de ter sido avisado antes de ler esse livro
O texto a seguir diz tudo que eu gostaria de ter sido avisado antes de ler esse livro...

Bom é o pior livro que já li.

O que ninguém falar sobre esse livro é que a escrita não é simplesmente lenta como todos falam e sim uma escrita que divaga constantemente sobre assuntos irrelevantes que não tem na a ver com a história, como coisas relacionadas a empresa da protagonista que acaba não dando em nada relevante pra história e ataque terrorista de chineses passando na TV por exemplo.

Não tenho problema em ler livros prolixos como a maioria dos livros do King por exemplo, meu problema é com escrita desinteressante e recheada de nada pra ocupar páginas.

Além disso esse livro tenta simular um relato real de uma mãe que passa por essa situação de ter um filho que assassinou colegas de escola, no entanto a história tem erros absurdos como dar de presente um arco e flecha profissional pra um filho que é visivelmente psicopata treinar sua pontaria.

(Em um contexto onde casos de assassinatos em escolas acontecem constantemente)

Resumindo, uma história que divaga constantemente sobre assuntos irrelevantes, que demorou pouco mais de 400 páginas pra acontecer e não senti nem empatia por nenhum dos personagens.

Esse livro fez eu ter a maior ressaca literária da minha vida, então esteja avisado que não vai ser um livro fácil de ler, não vai ser um livro com final satisfatório, não vai ser um livro que você sinta prazer em dedicar seu tempo na grande parte das 463 páginas
Kassio Coimbra 27/07/2022minha estante
Queria ter lido esse seu aviso antes de ter começado a leitura! Tô em 20% e já não estou suportando... livro chaaaatooooooo! Aff


Eduardo.Cruz 27/07/2022minha estante
Meu amigo não melhora no final RS eu fui até o fim pra falar com propriedade da história. Basicamente é um livro que tem final escrito pra chocar, mas que não justifica as 350 páginas de "Nada" até o livro acontecer de fato.


Kassio Coimbra 27/07/2022minha estante
Pior que tenho o péssimo hábito de não abandonar um livro... mas esse está no limite de ser o segundo que abandono! Hehehehe


Eduardo.Cruz 27/07/2022minha estante
Kkkk também sou assim, terminei na força do ódio mas terminei !RS Depois desse livro prometi pra mim mesmo que nunca mais vou forçar leitura de livro ruim RS


Eduardo.Cruz 27/07/2022minha estante
Da uma olhada no último livro que li, super recomendo.


Kassio Coimbra 27/07/2022minha estante
Vou olhar sua estante ???




Natália Tomazeli 27/09/2020

Precisamos Falar Sobre Esse Livro
“A população norte-americana é gorda, inarticulada e ignorante. É exigente, imperiosa e mimada. Considera-se irrepreensível e se sente superior por ter tido uma democracia precoce; é condescendente em relação a outras nacionalidades porque acha que está sempre certa, ainda que metade dos eleitores não vote. Se não bastasse, gosta de contar vantagem. Acredite você ou não, na Europa não é considerado aceitável enfiar pela goela abaixo de pessoas conhecidas recentemente que você fez faculdade em Harvard, que tem uma casa imensa que custou tanto e que janta com várias celebridades. E o americano também não saca que em alguns lugares é considerado grosseria partilhar as preferências por sexo anal com alguém que se conheceu cinco minutos antes num coquetel — já que o conceito todo de privacidade, no país, foi pelos ares. Isso porque a população norte-americana é confiante demais e inocente de um jeito que a torna burra. Pior de tudo, não faz ideia de que o resto do mundo não a suporta.”

Faz um tempo que eu acabei essa leitura e tô vindo escrever uma resenha. Porque até hoje eu não sei como colocar tudo o que eu achei em um espaço tão pequeno. Todas as críticas feitas pela autora não vão poder ser expressadas aqui e talvez até detectadas por mim na leitura. É um livro de uma profundidade tão grande que é até medíocre tentar resumir ele aqui, mas quero deixar um pequeno registro tanto para quem vier ler quanto pra minhas eventuais consultas.

Eu fui procurar essa leitura muito pela temática proposta, que era justamente a questão de Kevin e sua "sociopatia"? Mente criminosa? Enfim, na verdade até hoje não sei muito bem. A controversa que há nessa história é tanta e a profundidade de tantos assuntos abordados é também tanta que esse não podia realmente ser um livro diferente do que ele é.
E o que ele é? Uma leitura densa, penosa, lenta. É quase tão desconfortável ler ela do que imagino "ser" o próprio Kevin. E acho que se essa história não passasse esse clima, talvez o livro perdesse muito da sua substância. É o jeito com que ele "rumina" os assuntos que faz com que a gente fique perplexo de ter que pensar em tanta coisa. Esse é aquele tipo de livro que bota a cabeça pra funcionar. Que é ambíguo. Eu lembro que fiquei uma semana me pegando pensando em vários caminhos e atitudes que os personagens tomaram na história, em como tudo acabou, em como as coisas eram e foram colocadas ali. E o pior era que eu me via em um labirinto de pensamentos. E sim, isso é totalmente proposital! E digo mais, necessário!

Gosto de dizer que esse livro é a materialização da frase: "o ser humano é limitado para compreender o ilimitado" porque ele traz problemas complexos que não podem ser resolvidos de maneira simples. E o leitor que tentar seguir por esse caminho vai ser aquele que justamente vai estar perdendo de aproveitar para pensar sobre toda essa massa de ideias que a autora propõe.

No início eu achava que toda a questão da Eva com a maternidade compulsória era a maior critica que o livro tinha pra oferecer (porque sim, acho que mais da metade desse livro é sobre essa temática, que se você nunca ouviu falar, sugiro que vá procurar sobre. Eu não vou dissertar muito sobre isso nesse espaço porque é pequeno e porque o vídeo da Bel Rodrigues já diz tudo sobre essa parte do livro, então recomendo também que vc de uma procurada no YouTube por ele), mas chegando no fim da leitura vi que na verdade, no meu caso, absorvi muito mais das críticas trazidas sobre uma sociedade toda quebrada e doente que passa sua forma torta de ver o mundo para as crianças, contaminando elas com um monte de coisas das quais nem os adultos sabem direito como lidar. E nunca saberão porque foram questões criadas pelos adultos que vieram antes deles. E ninguém quer quebrar esse teto de vidro porque afinal tudo faz parte de um grande sistema onde todo mundo já perdeu o controle de tudo.

Já adianto, vai ser muito comum que você pessoa que vai ler esse livro, se pegue pensando em como lidaria com as situações. Ou talvez se pegue pensando ainda além, no "será que eu me meteria nessa situação?". Será que a Eva se meteu nas situações ou foi colocada nelas. E o Kevin?
Bom, eu não consegui defender ninguém mas também não consegui ficar contra nenhum dos personagens. Aqui não tem vilão nem mocinho, não é uma história sobre isso. É uma história sobre a mente humana, sobre a complexidade dos ciclos e vínculos sociais.

Pra finalizar eu queria mandar um grande puxão de orelha para a editora que colocou o maior plot twist do livro na SINOPSE dando assim um enorme spoiler pra todos os leitores, nossa sério, tem que dar um prêmio pra pessoa/equipe que fez uma coisa dessas (ou deixou isso passar). Gente, eu li o livro e não li a sinopse então não sabia e fui MUITO surpreendida com o fato que tá escancarado lá e que quebra toda a graça do formato epistolar e de outras mil coisas. Se vc tá lendo aqui com certeza viu esse spoiler e só lamento mesmo porque é o que eu posso fazer huehueheuhe (rindo de nervoso).

"No entanto, se não existe razão para viver sem ter um filho, como poderia haver razão para viver tendo um? Responder uma vida com uma vida sucessiva é apenas transferir o ônus do propósito para a geração seguinte: esse deslocamento nada mais é que um atraso covarde e potencialmente infinito. A resposta dos seus filhos, presume-se, será procriar também, e, ao fazê-lo, empurrar a própria falta de propósito para a prole seguinte."
Craotchky 27/09/2020minha estante
Oi,Natália. Passei para interagir um pouco. Muito legal sua resenha pois expressa bem tuas percepções quanto a leitura. Quando li acho que prestei mais atenção na relação dxs personagens do que nas críticas à sociedade. Nesse sentido, adorei sua frase: "É uma história sobre a mente humana, sobre a complexidade dos ciclos e vínculos sociais." por resumir bem esse aspecto da obra. Por fim, a frase inicial do seu antepenúltimo capítulo me fez pensar que na verdade, eu, pelo que lembre, nunca fiquei matutando sobre o que eu faria em determinada situação descrita em um livro.


Natália Tomazeli 27/09/2020minha estante
Oi, obrigada pela interação! Acho que eu sou meio empática demais e sempre fico me colocando no lugar dos personagens, por isso ficava pensando o que eu faria, principalmente se eu fosse a Eva (em relação ao Kevin). Como que eu agiria com uma criança tão complexa em minha tutela, principalmente. Talvez eu teria reagido até pior do que ela, mas enfim rsrs


Craotchky 27/09/2020minha estante
Pois é, pior ainda que não me coloco no lugar do detetive em romances policiais na medida em que nunca tento descobrir o assassino. Talvez por isso eu não seja fã do gênero. hehe


isadoraS2 28/09/2020minha estante
omg como a editora coloca o plot twist na sinopse?! obrigada por avisar, não vou ler a sinopse então kkkkk
adorei a resenha, deu vontade de ler o livro


Natália Tomazeli 29/09/2020minha estante
Então, acho que é isso aí rsrs
Eu sempre fico igual um Sherlock atrás das pistas em romance policial, já tô até craque heuehue


Natália Tomazeli 29/09/2020minha estante
Então,Isa, mas naquele quadradinho ali já tá a indo do spoiler (aquele abaixo da resenha que fala do livro), desculpa ser estraga prazer :(




DIRCE 27/03/2013

Preciso falar sobre a Eva
Comprei esse livro por constatar que estava meio escasso na net, mas não pretendia lê-lo no momento por vários motivos , e um deles foram as impressões deixadas aqui no Skoob, que muito me assustaram.
Bem, e o livro chegou.Comecei a folheá-lo um tanto cética e desdenhosa – acreditava que,apesar das excelentes e favoráveis resenhas que li, deveria se tratar de mais um dentre os muitos best-sellers destinados às adaptações cinematográficas. Estava enganada: realmente foi feita a adaptação para o cinema, mas o livro que estava em minhas mãos não era do tipo Sessão da tarde. A escrita era simplesmente sedutora, e quando dei por mim, já estava na página 67, lendo a carta escrita em 08 de dezembro de 2000 ao Querido Franklin(é dessa forma que tomamos conhecimento da história – por meio das cartas que Eva escrevia, e que eram destinadas ao Franklin). Meus olhos percorriam , avidamente, cada linha escrita e constatei, pelas cartas pré- Kevin,que Eva (sugestivo esse nome...),a mulher executiva,de origem armênia, que resolve engravidar aos 37 anos para satisfazer o desejo do marido( Franklin), era dotada de grande senso de humor – era o que eu costumo chamar de uma “figurinha”.Um tanto surpresa,lembrei-me dos comentários de alguns leitores no qual diziam que o início do livro era entediante. Não é mesmo, não para mim. Eu me vi, muitas vezes, rindo e conversando com Eva: ara! ara! deixe de ser ingênua. Você teve seu primeiro filho beirando os 40 anos, parto ”normal” e, ainda para ajudar a obstetra que a assistiu era totalmente desprovida de compaixão, você queria o quê? Tocar os céus com as mãos? Calma, é só esperar a exaustão se esvair e aí sim. Aí sim, você estará “babando” pelo seu bebê. Pois é...parece que a ingênua era eu. Mas Eva se esforçou – ela se esforçou para ser uma boa mãe para Kevin.
Lá pelas tantas, eu me vi conversando, não mais com a Eva, mas com a Lionel Shriver( a escritora), me vi dizendo a ela: menos, Lionel, menos. A leitura ficava cada vez mais tensa, e eu mais ainda. Uma frase da Clarice Lispector retumbava na minha cabeça: “ Filhos dão alegrias. Mas também tenho dores de parto todos os dias“. Frase que dá para ser traduzida na famosa: “ser mãe é padecer no paraíso”, só que os dias da Eva eram um inferno dantesco.
Entretanto, ainda assim, aos 45 anos, ela resolve engravidar novamente e dá a luz a Alice,o que me levou a me perguntar:o que Eva quer provar a si mesma? Que imprudência!
A leitura prossegue e constato que a vida de Eva se assemelha a uma tragédia grega, especificamente a de Édipo, mas , no final do livro, concluí que o Mito de Prometeu era mais adequado a Eva. Assim como Prometeu o seu “fígado seria devorado diariamente por uma águia”. Não visualizei a possibilidade de algum Hércules libertá-la da sua maldição.
Terminei o livro toda dolorida devido à tensão, mas minha dor não era só física; me doía a alma. Um banho de sal grosso poderia aliviar a dor física, mas e a dor da alma? A dor pela história em si, e por saber que no livro “ Precisamos falar sobre o Kevin” predominam fatos reais.
Precisamos falar sobre o Kevin não é um livro que eu li. É um livro que eu devorei, e que só não irá para os meus preferidos porque me deixou em frangalhos.
Sandra :-) 28/03/2013minha estante
Resenha M A R A V I L H O S A!

Mesmo já tendo lido esse livro em 2009, ele ainda exerce enorme impacto sobre mim. Eu dei nota quatro pelo mesmo motivo pelo qual você não marcou como favorito. Ele me fez sofrer tanto, mas tanto, que fiquei destruída.
Nem tive vontade de ver o filme no cinema mesmo tanto tempo depois de ter lido o livro, pois sei que ainda não estou imune aos efeitos da história e fiquei com receio de me esfrangalhar de novo.

E o título da sua resenha não poderia ser mais apropriado.

Beijo!


DIRCE 28/03/2013minha estante
Brigadão, pelo Resenha M A R A V I L H O S A!, Sandrinha.
Eu, apesar de estar me sentindo como se um rolo compressor tivesse passado sobre mim, pretendo assistir ao filme. Quero ver o desempenho do rapaz que protagonizou o maquiavélico Kevin, e da atriz que protagonizou a amaldiçoada Eva - só pode ser uma maldição. bjs


Helder 28/03/2013minha estante
Oi Dirce, tive que vir aqui procurar esta resenha na hora que li seu comentário na minha pagina. Sinto lhe dizer, mas agora vc faz parte de um clube. Assim como sua amiga mais abaixo, eu acho que até hoje não me livrei de Kevin. E não sei se algum dia conseguirei livrar-me. E se um livro tem a capacidade de nos deixar em frangalhos, ele só pode ser uma Obra de Arte , certo? Sobre o filme, não curti. Vi no cinema logo que li o livro (Serei psicopata?). Já está passando na TV a cabo. Por incrivel que pareça, no livro eu consegui ver amor. Kevin amava sua mãe, da maneira mais errada possível, mas amava. NO filme, só ficou a crueldade e faltaram todos os outros sentimentos contraditórios que a Lionel Shriver incorporada de algum santo conseguiu transmitir em seu livro. Recomendo um livro bem agua com açucar agora, tipo Nicholas Spark ou Danielle Steel para vc se recompor e curtir sua páscoa. Feliz Pascoa para vc e sua família também.


Pedrow 21/04/2013minha estante
Dirce, assim como Helder, tive que vir ler a sua resenha. E é bem isso mesmo: eu gostei tanto deste livro que ele só não me é favorito por ter me quebrado de tal maneira que até hoje encontro cacos meus escondidos em cantos inacessíveis de minha casa. Pior que li esse livro em viagem; fico imaginando o tanto de pedaços que deixei largados por aí e que jamais vou incorporar em minha vida de novo. Este é o tipo de sentimento que Kevin e Eva causaram em mim. Assim como você, também me lembrei de Clarice em muitas passagens e fico feliz por não ser uma viagem barata minha (trocadilho intencional). Boas leituras na sua vida, minha cara.


Daniela Esteves 22/04/2013minha estante
O nome da menina é Celia.


DIRCE 04/05/2013minha estante
Ops! Disfarça, Daniela. Culpa do Kevin que me deixou "fora do ar". Mas obrigadão pelo alerta.




maria lina 16/09/2009

o primeiro caso de assasinato por adolescente
Nos anos noventa, o canal people and arts costumava passar a tarde o caso do menino meigo que de repente matou a família e foi a escola danado continuidade a violência. A mãe prprietária de uma agência de viagens concorrente com a do Planeta solitário, classe média para alta, atraiu minha atenção para o caso, que repetiu no canal várias vezes.
Quando há unsanos atrás eu vi o livro na estante deuma livraria não titubiei, comprei pensando em passar um final de semana agradavél, quando fui surprendida por uma leitura onde a jornalista que relata os fatos deixa nas entrelinhas os problemas psicológicos da mãe, que devotada ao filho aproximavam-se de uma cumplicidade.
Ela casada com um homem cuja profissão era vista com um certo desdém pela mulher, que se fez por si própria sendo dona de uma das meljores agências de Nova York. Mesmo com o nascimento do filho ela precisando viajar, deixava a criaça aos cuidados de várias babás, que se sucediam já desde beb~e Kevin dava mostra de ser temperamental, fato em que ela deixa claro ser similar à sua personalidade. Mais tarde ao ter a segunda filha essa com problemas físicos e mentais, o que abalou a vaidade da mãe de Kevin e a quem o marido tentava superar com carinho a deficiência da criança, a mulher se mostra frustrada.
Ficou claro para mim, que o crime cometido por esse menino, teve ajuda de alguém mais sábio, já que foi cometido diasantes dele completar a maioridade penal, houve pesquisas sobre medicações que pudessem deprimi-lo, inclusive com consultas médicas. O que corraborou para uma pena miníma. A verdade é umasó com esse crime a mãe livrou-se da filha que comprometia sua vaidade, do marido que fica claro ser um estorvo, e Kevin livrou-se daqueles que lhes importunavam na escola. Enfim o crime perfeito.
LarissaRocks 19/02/2010minha estante
Desculpe-me, mas essa não é a história do livro... a filha não tem problemas mentais, e o unico problema físico foi causado por Kevin. A mulher AMA o marido e a filha, menos o Kevin por ser como é. E não se perdoa porque não sabe o porque de ele ser assim.


CLEUSA 23/03/2011minha estante
Você leu mesmo o livro?


amandis 14/05/2011minha estante
Da próxima vez tente resenhar sobre algo que você tenha lido, tudo bem?


Matheus 23/06/2011minha estante
Da próxima vez tente resenhar sobre algo que você tenha lido, tudo bem? +1


Jeff C. F. 27/07/2011minha estante
Se tu realmente leste algum livro, deves ter trocado o título!


Flávia 19/07/2015minha estante
Vc leu o livro ou a descrição no Wikipedia? kkkk rindo alto!




Cláudia 16/05/2011

Desabafo...
“Perturbador” talvez seja o termo que melhor defina esse romance. Trata-se de um consenso. Todos que conheço, ainda que apenas no mundo virtual, compartilham desse sentimento: perturbação.

Kevin é um menino-monstro que com 15 anos decide “solucionar” seus problemas matando. Simples assim. O livro não é sanguinolento e nem dá destaque a matança em si. Sua característica praticamente unânime de “perturbador” provém das cartas de Eva, mãe de Kevin. Todas as cartas são dirigidas ao seu ex-marido, Franklin. Suas cartas deixam explícito seu amor e devoção ao ex-marido, sua culpa pelo fato do filho ser um assassino convicto e orgulhoso e, principalmente, o fato de que a relação mãe-filho sempre fora bizarra!

Apesar da culpa, Eva busca – e encontra – coragem para relatar seus sentimentos em relação ao filho, rememora episódios incomuns desde a mais tenra idade até o dia em que Kevin comete seus crimes. Eva não apenas reitera que nunca teve vontade de ter filhos, mas confidencia que o sentimento de amor incondicional que todos atribuem “natural” e “intrínseco” a todas as mamães, simplesmente não veio. Nem no momento do parto, nem em momento algum. Eva sempre conseguiu manter uma distância adequada do filho para enxergá-lo de forma objetiva, reconhecer suas falhas, suas dissimulações. Enquanto o pai de Kevin atribuía às bizarrices do pequeno, uma “coisa de criança”, Eva sabia perfeitamente que tudo era ardilosamente arquitetado. Onde Franklin via espontaneidade, Eva via gestos ensaiados. Por mais que algumas coisas possam, de fato, serem consideradas “coisas de crianças” e por mais que possa parecer horrível que uma mãe enxergue maldades nas atitudes do filho, os fatos que estavam por vir confirmariam que Eva não estava conspirando contra o filho, mas que estava sim, absoluta e amargamente certa.

Por ser o livro uma narrativa, é possível duvidar do relato de Eva, considerá-lo equivocado e/ou exagerado. Contudo, há episódios que falam por si só, que dispensam os comentários de Eva sobre determinada situação. E isso mais uma vez é culpa do consenso. Algumas atitudes de Kevin não precisam de tradução, são auto-reveladoras.

As cartas de Eva recheiam o livro com sua culpa, sua tristeza. Apesar dos inúmeros “incidentes” de crueldade de Kevin, ao contrário do que se espera, nada é respondido. Aliás, se o livro tem um propósito além do entretenimento, creio que seja a reflexão sem fim. Mesmo ao terminar a última página, não se obtém nenhuma resposta, nenhuma explicação, menos ainda justificativa para o imenso tédio que Kevin parece ter sentido desde o dia em que nasceu. Só o que ficam são dúvidas. Será que uma pessoa pode ser genuinamente má? Quem começou com o processo de rejeição, Eva ou Kevin? Será que Eva nunca conseguiu amar o filho porque ele jamais permitiu (acredite, jamais!) ou Kevin queria punir sua mãe por nunca tê-lo desejado? Será que é possível um filho “já nascer desalmado”, conforme Eva refere? Por que alguém ama o seu filho? Pelo fato de considerá-lo uma espécie de extensão do próprio corpo? Uma continuidade? Laços de sangue? Se for por esses motivos, então não importa no quê ou em quem o filho acabe se tornando?

Enfim, inúmeras perguntas surgiram na minha cabeça depois de ler a última página... Depois de considerar lida e relida a última página. Embora não seja deliberado, sei que continuarei pensando nessas perguntas, mesmo sabendo que jamais serei capaz de respondê-las com plena convicção. Ainda assim, continuo pensando...
Isabella 16/05/2011minha estante
Perfeito!!!! Vamos passar muito tempo ainda com os "porquês" na cabeça... e como nem a Eva obteve as respostas...


Fernando 25/05/2011minha estante
Comecei a ler sua resenha, Cláudia, mas parei. Como ainda não li o livro, fiquei com medo de descobrir coisas que não deveria. Mas o pouco que li já foi suficiente para aumentar minha curiosidade e meu desejo de ler o livro. Bj.


Nathalia 21/08/2013minha estante
Eu não concordo. Acho que Kevin era uma criança em busca de limites. Ele queria limites como demonstração de amor, e queria esses limites vindos da mãe. Ele queria que a mãe batesse nele, brigasse com ele.


Renata CCS 24/10/2013minha estante
Parece uma leitura densa e perturbadora.
Boa resenha!


Cláudia 24/10/2013minha estante
Obrigada, Renata! É sim, perturbadora... mas ótima!




Lets | @callmealasca 23/07/2021

sensacional
por ser um livro escrito em cartas, eu achei que ia demorar muito pra ler, mas eu literalmente devorei i livro. uma história envolvente e perturbadora.
Mc Brendinha Carvalhão 23/07/2021minha estante
É muito bom


Kassem.Abdalla 27/07/2021minha estante
Oi, estou lendo também. Estou na pag 91 e tá chato pra krl, vc sabe mais ou menos quando q começa a ficar realmente bom?


Mc Brendinha Carvalhão 27/07/2021minha estante
Eu gosto desde o início, então não sei lhe dizer. Talvez por ter esse ritmo mais lento não te agrade tanto agora.


Mc Brendinha Carvalhão 27/07/2021minha estante
Tu deve tá mais ou menos no nascimento dele né, então acho que quando mostrar mais a relação deles comece a gostar mais


Kassem.Abdalla 27/07/2021minha estante
Estou exatamante no nascimento dele




Eduarda.Silva 04/01/2022

sensacional...
O livro escrito por Lionel Shriver tem um formato interessante, foi escrito em primeira pessoa, são cartas de Eva para Franklin, e logo nas primeiras cartas já percebemos que eles dois eram casados, mas não estam mais juntos.

Todas essas cartas são uma forma de explicação para ele e autoajuda para Eva, já que ela estava tentando se perdoar e saber o que levou o Kevin, principalmente, a cometer diversos homicídios.

A obra tem muito foco na maternidade compulsória, Eva nunca quis ter filhos, mas Franklin, conservador, coloca ideias na cabeça dela de que o casamento nunca seria feliz sem filhos.

Eva engravidou e nunca amou o Kevin, mesmo antes de nascer ela já sabia que nunca conseguiria amar aquela criança. E Franklin, que possuía o sonho de ter filhos, trabalhava o dia inteiro e não tinha tempo para isso.

Kevin sempre provocou sua mãe, desde pequeno já causava brigas entre os pais e manipulava seus colegas de classe, Eva relata que sabia o que era o Kevin, mas ao contar para Franklin, ele fechava os olhos e o tratava apenas como uma criança.

Kevin fez coisas horríveis (inclusive matou 11 pessoas dentro de sua escola), mas o livro nos deixa diversas formas de interpretação, o Kevin nasceu dessa forma ou sua personalidade foi influenciada pela falta de amor de sua mãe?

Acredito que o livro não é sobre culpa, mas confesso que o Franklin poderia ter escutado mais a Eva, talvez algumas coisas poderiam ter sido evitadas (temos um exemplo na página 303).

O final me chocou de uma forma que não consegui ler mais nada durante 3 dias...

Apesar de ser um pouco lento no início (bom, na minha opinião, não tem como narrar esses fatos chocantes de forma rápida), eu recomendo muito!!
Luaa_ 04/01/2022minha estante
Ótima resenha!!!


Eduarda.Silva 04/01/2022minha estante
obrigada! ?


4L4N 13/02/2022minha estante
Esse livro parece ser incrível! Quero muito ler ?


Eduarda.Silva 15/02/2022minha estante
Nossa, se tornou um dos meus favoritos!
A leitura não é fácil, confesso, mas é incrível, recomendo muito


4L4N 15/02/2022minha estante
Hmmm que legal! ?? Em breve vou adquirir ele




Vinícius Alves 18/05/2020

O título é Precisamos falar sobre o Kevin, mas poderia ser facilmente Precisamos falar sobre a Eva.
O início do livro é super arrastado e cansativo, não foi por menos que larguei ele por dois meses pra conseguir retomar a leitura. Não só pelo ritmo lento, mas também por toda atmosfera fúnebre que se é criada logo de cara, inclusive bem no início eu tive que parar a leitura por alguns momentos pra tomar fôlego e digerir o que eu estava lendo, e era só o início.

A história é contada através de cartas escritas pela Eva endereçadas ao seu ex-marido, Franklin. Toda a escrita é recheada de detalhes, e mesmo não sendo contada de forma linear (em um momento estamos lendo ela conversar com o Kevin na prisão, depois ela fala sobre a infância do garoto) não dá pra ficar perdido em nenhum momento, pois o nível de detalhamento aqui é enorme, as vezes chega até a ser chato, mas aparentemente super necessário, pois é justamente esses detalhes que tornam a história tão crível, embora seja ficção.

Algo que achei incrível é que o fato da história ser contada pelo ponto de vista da Eva não nos faz ter maior empatia por ela, tudo isso porque nos é mostrado claramente que ela não é perfeita, mas sim uma mulher de ego inflado, cheia de si e muitas vezes preconceituosa. Mas tudo isso não mascara a crua realidade da sociedade cobrar tanto das mulheres, como se elas não tivessem direito de escolher os rumos da própria vida, e que são elas sempre as responsáveis pelos erros de quem elas colocam no mundo, ainda que a criação não dependa apenas delas e mesmo que esse filho seja um demônio.

A trama inteiro nos traz tantos questionamentos que seria fácil passar semanas debatendo os assuntos que são abordados, mas independente de qualquer coisa foi uma leitura que me encheu de aflição e sentimentos que não caberiam aqui serem discutidos.

Ao finalizar a leitura me veio a mente o velho debate de duas famosas frases, e pra saber qual das duas estão corretas:
"O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe." - Jean-Jacques Rousseau
ou
"O homem é mau por natureza, a menos que ele precise ser bom." - Nicolau Maquiavel.
Cleuzita 12/06/2020minha estante
Eu amei esse livro, inclusive já está na estante dos favoritos.


Vinícius Alves 13/06/2020minha estante
Ele é surpreendente


Cleuzita 13/06/2020minha estante
Muiiitttooo. Eu assisti primeiro o filme, já alguns anos, mas na época nem sabia que existia o livro. Já gastava do filme, o livro então chegou para me conquistar e vez.


Cleuzita 13/06/2020minha estante
Há *
Gostava *


Vinícius Alves 14/06/2020minha estante
Não criei coragem ainda de assistir ao filme. Não sei como funciona a narrativa por lá, pois uma coisa que considero fundamental na história é o fato dela epistolar.




Cleuzita 19/01/2019

Tornou-se um dos melhores livros que já li!
Impossível ser indiferente a essa narrativa. A autora consegue tratar de sentimentos controversos, daqueles que quem os sente por certo não tem coragem de admitir nem para si mesmo. Esse foi um dos poucos livros que não apresentou para mim aquelas partes entediantes que acompanham até as grandes obras. Cada capítulo me prendeu atenta aos pontos e vírgulas de tudo que Eva(a mãe) tinha pra contar. Senti uma raiva incomum do pai, que até agora ainda quero sacudi-lo e dar uns tapas para ver se ele acorda. Porém, imagino o quanto é difícil para algumas pessoas acreditar na existência do mal genuíno e perene. Mais fácil duvidar, afinal, o que poderia ser feito?
Livro grande mas de leitura fluída. Recomendo a todos.
Isabela1177 26/01/2019minha estante
Maravilhoso mesmo!! Esse livro daria uma ótimo série de TV, o filme ficou muito compacto.


Cleuzita 26/01/2019minha estante
Oi Bela, não tinha pensado sobre isso, mas agora que você falou realmente faz sentido, seria ótimo acompanhar essa história de forma mais extensa. Eu assisti o filme primeiro, há anos. Desde que o vi fiquei impactante, porque acredito que existem pessoas que nascem más, embora a grande maioria não acredite nisso. No mesmo dia que terminei o livro reassistir o filme, gostei mais ainda, já que algumas cenas fizeram mais sentido.
Livraço!


Leo Moura 28/01/2019minha estante
Vou encará-lo esse ano, sem falta!


Aline Maciel 29/05/2022minha estante
Comprei esse livro por conta do incômodo que a capa me causou e... Que surpresa. Uma lamentável história muito bem contada e construída a partir de suas cartas dialogada com o marido, pois era necessário, urgente, falar sobre Kevin.


Cleuzita 31/05/2022minha estante
Aline, que bom saber que esse livro te tocou também. Sem dúvida um texto que nos tira da zona de conforto.




spoiler visualizar
Bruna 20/09/2017minha estante
O livro é chato mesmo


Lili 21/05/2018minha estante
Se for pra dar spoiler coloca o aviso, você está estragando a leitura de muita gente


Natalia 14/09/2018minha estante
Já estragou a minha... ??


Natalia 14/09/2018minha estante
Estragou a surpresa... apesar de que eu suspeitava disso... coloque aviso de spoiler...


Glétsia 05/10/2018minha estante
Valeu, meninas! Mil perdões! Não tinha me tocado acerca do spoiler.




Rafa 19/06/2021

Esse livro é sensacional! Escrita impecável. Me senti próxima da dificuldade da Eva com a maternidade... Quando vi o filme me deixou pensativa por um tempo, e agora com a leitura, que tem muito mais detalhes, é perturbador.
Adorei!
Elane.Medeiross 19/06/2021minha estante
Um dia meus favoritos ?


Deysinha 19/06/2021minha estante
Quero muito ler


Augusto 19/06/2021minha estante
Tô pensando seriamente em ser minha próxima leitura


Rafa 19/06/2021minha estante
Virou um dos meus favoritos também! Leiam, vale muito a pena. Uma escrita bem envolvente.




K.G | @kennedy guedes 22/11/2017

PRECISAMOS FALAR SOBRE PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN!
Esse livro é tao..... tao... sla, foda nao é o suficiente pra descrever, incrivel tambem nao, maravilhoso tambem nao, precisa ser inventada uma palavra pra descrever tudo o que esse livro é.

Escrito em formato de cartas, por uma personagem INCRÍVEL, chamada Eva, para o seu marido Franklin, e aqui ela fala sobre sua vida, tanto pessoal, quanto conjugal, e principalmente a vida dela assim que descobriu que estava gravida do seu primeiro filho KEVIN. Kevin um adolescente de 16 anos que matou a flechadas 14 pessoas da escola.

ISSO NAO É SPOILER, ESTA NA CONTRA CAPA, NA ORELHA, EM TODO LUGAR.

Entao um dos primeiros e principais pontos é, O LIVRO NAO É NARRADO PELA PERSPECTIVA DO KEVIN, E SIM DA SUA MAE. e isso torna o
livro absolutamente SENSACIONAL.
A eva é uma mulher obscura, sombria, UMA PERSONAGEM EXTREMAMENTE BEM CONSTRUIDA, muito marcante, daqueles que voce se lembra pra sempre.

Terminei essa historia e ainda nao sei se eu tenho PENA, SE EU TENHO ODIO, SE ELA TEM CULPA OU NAO, EU NAO SEEEEEI SOCORRO

A autora construiu uma historia ABSOLUTAMENTE TRIDIMENCIONAL, muitos aspectos sao abordados.
Não é simplesmente a sociopatia do Kevin, é toda a sua construção, pelo ponto de vista da sua mae, e gente eu nao tenho palavras pra explicar o quanto isso é sensacional, mesmo nao sendo narrado pelo Kevin, o leitor consegue conhece-lo desde o nascimento, e como se vissemos todos esses anos pelos olhos da EVA.

o livro levanta uma questão muito forte que é, O SER HUMANO NASCI BOM OU MAL OU ELE É UM PRODUTO DO MEIO?
É abordada tambem de uma forma MUITO VICERAL A DEPRESSÃO PÓS PARTO, é tao intenso, que a gente tem que parar pra refletir.
O proprio relacionamento da Eva com o Kevin é muito impactante, é muito viceral, sombrio, inquietante.

Seria ela culpada ou vitima?

UM SUSPENSE PSICOLÓGICO PURO.

A escrita desse livro É FENOMENAL, mas NÃO É UMA LEITURA FACIL, é muito densa, descritiva, poucos dialogos, ( MAS QUANDO TEM SAO SENSACIONAIS) É uma leitura que te suga, te consome, NÃO É UM LIVRO PRA LER EM DOIS DIAS, no meu caso, foi quase uma semana, mas, pra mim, fluiu bem, a sensação de ler esse livro, e tipo, SABE AQUELAS FOTOS DE UMA PESSOA SOZINHA NO FUNDO DO OCEANO? E TIPO ISSO, é envolvente, e densa, É QUASE PALPAVEL, E eu achei isso absurdamente incrivel, cada FRASE faz diferença.

SE VOCE ACHAR DIFICIL, VOU ENSINAR O MEU TRUQUE, e de graça!
TAM
TAM
TAM

Intercale a leitura com um livro mais leve, mais divertido, assim, voce nao vai se sentir cansado.

já falei muito E TEM MUITO PRA SER FALADO, e um livro pra ser lido, e relido e discutido, COM CERTEZA SERÁ UM CLASSICO, para as gerações futuras.

Voce sabe o tempo todo como vai ser o final, MAS A FORMA COM QUE É CONTADO, É INCRÍVEL, IMPACTANTE, o ultimo capitulo desse livro é de DESTRUIR O CORAÇÃO.

Não é um livro que me deu vontade de surtar, mas e daqueles que voce vira a ultima pagina, fecha o livro, coloca no colo e fica olhando pro nada e pensando " caralho, pqp, que livrao!" te deixa maravilhado de uma forma diferente.Se eu visse essa autora na minha frente, eu pararia na frente dela e diria " voce é foda"

5 estrelas, favoritadissimo!
Viviane569 11/01/2018minha estante
A melhor resenha que li até agora, parabéns!


Risa 13/01/2018minha estante
Fodastica rs


Camis 25/01/2018minha estante
Não sei se sou só eu, mas quando fica em caixa alta eu imagino a voz gritando então fica bem engraçado ler esses textos


Jenni 19/11/2019minha estante
Que resenha incrível!




Renata CCS 06/10/2014

O que falar sobre o Kevin?

"Mas todas as mães, sem exceção, deram à luz grandes homens e se a vida as enganou em seguida, delas não foi a culpa." (Boris Pasternak)

"Eduque-o como quiser; de qualquer maneira há de educá-lo mal." (Sigmund Freud)


PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN é aquele tipo de livro impactante que prende o leitor de uma maneira indizível e que permanece na memória por muito tempo após o término da leitura. A obra nos apresenta, de forma estupenda, o que é um psicopata, desde o seu nascimento até a chacina por ele planejada de forma fria e calculista, cometida um pouco antes de completar 16 anos de idade.

É através da perspectiva da mãe de um assassino que Lionel Shriver faz uma espécie de genealogia de um homicida ao conceber, através desta ficção, uma chacina semelhante a outras tantas causadas por jovens em escolas norte-americanas. Sua crítica cutuca a ferida do que acredita ser um dos maiores problemas, não só nos EUA, mas em qualquer país que depara-se com a barbárie cometida por adolescentes: ninguém quer ser apontado como responsável.

O livro é agonizante como um soco no estômago. Enquanto Kevin cumpre pena, sua mãe, Eva, padece exilada por todos por causa da monstruosidade cometida pelo filho. Entre momentos de cólera, culpa e solidão, ela somente sobrevive.

Eva é a narradora do livro que cruza sua existência pós-morticínio com sua vida ao lado do filho Kevin, reconstruindo-os de forma magistral através de cartas destinadas ao marido, que ela considera ser o único ouvinte capaz de compreender seus infortúnios, apesar de ausente e de nunca responder às suas cartas.

É através dessa correspondência que Eva relata sua condição atual enquanto mergulha em memórias da sua própria vida. Sem qualquer medo, Eva não reluta em assumir seus erros, não poupa palavras árduas e verdades ferozes, pois, afinal, ela não tem mais nada a perder. Ela não pensa duas vezes ao reconhecer que chegou a odiar o filho e que também desejou que ele nunca tivesse nascido. Shriver realmente conseguiu criar uma personagem muito humana, complexa, e é impossível não sentir pena, raiva e medo. Eva esmiuçou cada minuto da relação daquela família nas cartas que escrevia.

Mas o que falar sobre o Kevin? Ele é um psicopata, um monstro, e também um dos personagens mais complexos que já vi. Dono de uma inteligência impressionante e de um autocontrole fora do comum, Kevin finge uma humanidade que nunca fez parte dele e um a normalidade que não possui. Ele assombra e surpreende o tempo todo, não só todos com quem convive, mas também o leitor.

Kevin foi uma aberração desde o momento que nasceu, e Eva reconheceu o horrível caráter do filho desde que colocou os olhos no bebê pela primeira vez. Sempre disposto a irritar e debochar, atormentou a mãe em cada dia de sua vida, destilando crueldade todo momento e destruindo tudo em que tocava. Definitivamente, um garoto incomum.

A grande questão do livro é: Kevin já nasceu mal ou a vida o tornou assim? Até que ponto a falta de instinto materno de Eva contribuiu para Kevin se tornar um assassino? Ele teria sido o monstro que se tornou se tivesse sido criando por uma mãe amorosa, e não por uma mãe que se retraiu quando o filho rejeitou seu seio ainda na maternidade? Se ela tivesse sido uma mãe que não se afastasse emocionalmente do próprio filho por indiferença, medo e ciúmes? Kevin é o problema ou a culpa é de Eva? Essa é a grande magia do livro!

PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN é uma obra irretocável, um dos melhores livros que já li. Não apenas o tema é instigante, como a escrita da autora é brilhante e envolvente. Shriver nos faz pensar muito não só na função da família e no papel da maternidade, mas também na selvageria nas escolas e nas causas da psicopatia.

O tema é tão poderoso e intrigante que a leitura das 463 páginas do livro passa voando. As palavras de Eva quebram o silêncio que costuma predominar neste tipo de situação e nos fazem imergir em seu mundo, saindo de nossa zona de conforto.

O livro me fascinou e ainda tenho comigo as sensações que ele me trouxe. É uma obra de qualidade espantosa, perfeito do início ao fim. Uma história que todos devem ler!

Um livraço!
Jayme 09/10/2014minha estante
Shriver nos propõe o amor - ou o simples cansaço - como resposta: ninguém consegue viver sozinho, nem com todo o amor-próprio do mundo, e esse parecer ser, também, a fonte dos nossos problemas.


Joy 15/10/2014minha estante
Gostei demais da proposta do livro. Vou ler, com certeza. Ótima resenha!


Renata CCS 17/10/2014minha estante
Jayme,
Uma grande verdade a sua colocação!
Joy,
Leia sim! Você vai gostar muito.


Pedrinho 23/01/2015minha estante
Uma ótima leitura.




Jhon 18/10/2018

Brutal e perturbador
Aos 15 anos, Kevin faz uma chacina em sua escola e é preso pelos assassinatos cometidos, e agora Eva – sua mãe – tem que viver sob um espectro constante de culpa ao mesmo tempo em que tenta entender o porquê de seu filho ter se tornado um assassino.

Só por essa premissa as minhas expectativas já eram altas, mas preciso confessar que o livro superou todas elas. Tenho que destacar logo de cara a escolha que a Lionel fez de uma narrativa mais lenta e descritiva. E por mais que muita gente tenha achado maçante e chato, principalmente o começo, acho que essa lentidão beneficiou bastante a história e a construção das personagens, pois essas descrições, que vão desde antes mesmo de o Kevin nascer, faz com que a gente conheça todo o contexto por trás da vida dessas pessoas, sobretudo da Eva, e até o final do livro, conhecemos tantos detalhes e pormenores que acabamos nos relacionando com a história com uma intensidade e tridimensionalidade tão grandes que faz com a narração se torne assustadoramente real.

Além disso tenho que parabenizar a autora pela escrita maravilhosa e especial. Embora algumas orações muito longas tenham me incomodado um pouco, não tenho como negar que a maneira como ela descreve os pensamentos da Eva, e principalmente algumas cenas envolvendo a relação dela com o Kevin, é simplesmente arrebatadora. Apesar de já ter passado um tempo desde que terminei essa leitura, algumas das cenas estão bastante vivas em minha mente e pela minha experiência como leitor sei que elas não vão sair da minha cabeça tão cedo.

Sem contar da provocante reflexão que a autora evoca sobre a maternidade e de todos os estereótipos que a envolvem, fazendo a gente questionar alguns (pré)conceitos que já estão enraizados; nos convidando a pensar sobre alguns tabus que permeiam essa questão, como por exemplo o amor incondicional e eterno que uma mãe necessariamente precisa ter por um bebê que ainda nem nasceu e que ela nem conhece; ou até os próprios motivos que fazem com que uma mulher tenha um filho, mesmo quando ela não quer. A autora realmente toca na ferida e tira a gente dessa zona de conforto na qual costumamos enxergar a maternidade unidimensionalmente, naturalizando certos aspectos que não necessariamente sempre ocorrem.

E claro, preciso enaltecer a relação entre a Eva e o Kevin, que é uma das mais bem construídas que já li na minha vida e para mim esse é o ponto alto desse livro, porque ao invés de focar na questão da chacina e dos assassinatos – como eu achei que seria – a autora conduz a história de modo a fazer a gente compreender como é que se deu a interação entre esse sociopata assassino e sua mãe, para que então possamos chegar à ocorrência do massacre. E esse convívio é tão desconfortável e perturbador que a leitura acaba se tornando difícil em alguns momentos; é realmente assustadora a forma a Lionel nos põe em contextos grotescos e medonhos ao longo do livro e simplesmente não nos tira de lá, deixando a gente com um sentimento desagradável e angustiante.

E apesar de termos acesso apenas a um ponto de vista, nesse caso da Eva, essa narração está longe de ser unilateral; muito pelo contrário. A Eva é uma personagem muito densa e complexa, e mesmo que não seja uma narradora completamente confiável, a tridimensionalidade que essa protagonista trás para história é tanta que a torna tão verossímil e crível que chegou a me assustar diversas vezes. Sei que é uma obra ficcional, mas ao longo da leitura eu me esquecia disso; parecia realmente se tratar de fatos reais e acho que grande parte dessa verossimilhança vem não só da escrita descritiva da autora, mas também do foco que ela resolveu dá à relação comportamental e psicológica entre as personagens, sobretudo entre a Eva e seu filho.

Enfim, apesar de ter sido uma experiência de leitura perturbadora (o que não é algo necessariamente ruim), sem dúvidas “Precisamos falar sobre o Kevin” é um dos melhores livros que já li. Lionel Shriver, meu amor, tu tá .de parabéns.
LLana396 19/10/2018minha estante
Bela resenha, parabéns!!


Jhon 19/10/2018minha estante
Ah Lana, obrigado ?


Jhon 19/10/2018minha estante
Ah Lana, obrigado!!


Christiane.AgrAcola 16/11/2018minha estante
Acabei de ler o livro e estou sentindo exatamente o que vc disse na resenha. Muito bem escrito!




Paty 28/01/2014

O livro é assustador e franco como um tapa, sacode o leitor entre culpa e empatia, retribuição e perdão, discute casamento e carreira, maternidade e família, sinceridade e alienação. Denuncia o que há com culturas e sociedades contemporâneas que produzem assassinos mirins em série. Um thriller psicanalítico onde não se indaga quem matou. Revela quem e o que morreu enquanto uma mãe moderna tenta encontrar respostas para o tradicional onde foi que eu errei? Lionel Shriver critica o que crê ser o principal problema dos Estados Unidos: ninguém quer ser culpado.
Pedrinho 28/01/2014minha estante
Que resenha incrível!


Catharina 28/01/2014minha estante
Parabéns pela resenha. Você expressou em poucas palavras todos os sentimentos por trás da história.


Arsenio Meira 28/01/2014minha estante
Vou dizer o que? cinco estrelas para o livro e seis para a resenha e não se discute mais nada.


Bel 29/01/2014minha estante
UAU !!! Fiquei com mais vontade agora de ler este livro!




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