Resenhas - Retalhos

Rafael Moia 19/03/2023

Não existe doutrinação do bem
Seguindo a onda de roteiros autobiográficos "Retalhos" expõe as múltiplas violências sociais impostas pela doutrinação cristã: desde abusos familiares em prol da salvação à alienação de adolescentes e indivíduos em situação de vulnerabilidade. Apesar de ilustrar situações cotidianas, é doloroso refletir a exposição de crianças e adolescentes ao abuso físico e psicológico que as famílias conservadoras os submetem. Os quadrinhos imprimem a realidade, inclusive, com relação ao desfecho do relacionamento do protagonista com Raina. Uma leitura que aposta na verossimilhança e na plausibilidade.

Andreas.Caycedo 16/03/2023

Uma das melhores graphic novels que já li
Fui ler com um pé atrás e fui bastante surpreendido com uma história autobiográfica bem dosada sobre amadurecimento em relação a relacionamentos e fé.
Nasci num lar cristão, então me identificava com vários dos dilemas que o Craig enfrentava em relação a sua fé e as expectativas de adultos conservadores contra as dele mesmo, e apesar de não concordar plenamente com algumas conclusões teológicas do autor, eu super entendo o porquê ele chegou a ter essa percepção, são questionamentos válidos.
O segmento sobre o irmão dele e a infância no geral é definitivamente a parte mais sombria e densa da história, mas ocasionalmente fofo. Gostaria de dizer ao Craig que eu também fui (e ainda sou) um péssimo exemplo de irmão mais velho, embora minha infância não tenha sido tão dramática quanto.
Por fim, o tema principal: o "romance de inverno" de Craig com a Raina. A Raina é uma garota super inteligente e de bom coração, provavelmente também teria me apaixonado perdidamente por ela se encontrasse uma moça parecida na vida real, então (sem entrar no campo de spoilers) os encontros e desencontros do casal também mexeram muito comigo.
Acredito que o final emblemático sintetizou bem as conclusões dos temas principais da obra, usando a Bíblia, reuniões familiares, e a tal colcha de retalhos que Raina deu a Craig.

Nota: 10

Lorenadexx 14/03/2023

Achei lindo, triste porém realista. Retrata como se apegamos as coisas pra fugir da realidade triste e sempre manter a esperança, mesmo que depois a gente perceba que isso não era exatamente bom.
As ilustrações são lindas e complementam muito bem a história, muitas vezes deixando implícitas coisas que não são necessariamente faladas.
Para quem já foi da igreja e saiu é muito bom se identificar também com toda a culpa e as experiências comuns de todos nós.

SPOILER:



Fiquei triste quando percebi que as páginas estavam acabando e o Craig e a Raina ainda não tinham se reencontrado.

Tatiane.Moscardi 06/03/2023

Retalhos é uma história incrível, que retrata como o peso do fanatismo religioso pode interferir na vida de um jovem, e como é doloroso viver sendo diferente do mundo que te cerca.

É uma obra tocante que fala de Deus, Amor, dor entre outros sentimentos.

Mesinha 06/03/2023

As ilustrações são belíssimas
Conta de forma profunda o sentimento de confusão e vazio de um menino que cresceu em lar religioso, as dificuldades que este passou durante a infância e adolescência, em um conflito sem fim para entender sua identidade, até que conhece uma menina de espírito livre e curioso, doce e gentil, que dá sentido para os questionamentos e faz dele seu lar (mesmo que temporário)

Cyntia Silvares 04/03/2023

Simplesmente incrível e complexo pra krl, gosto de que o craig tenha parado com o fanatismo mas gostaria de ter visto mais de como foi o processo
AS ILUSTRAÇÕES SÃO PERFEITAS

Liaaaaaakskddnfibrje 01/03/2023

Muito bommmmmm
AMEI
não tem como opinar mtt por ser uma biografia, mas é tudo muito emocionante.
é muito triste tudo que ele passou e como ser rodeado de pessoas extremamente religiosas afetou as opiniões e a vida pessoal dele:(
a arte é INCRÍVEL!
espero que a Raina esteja bem:)

cecis 26/02/2023

Somos quem podemos ser.
"Como é bom deixar uma marca na superfície branca. Fazer um mapa dos meus passos... mesmo que seja temporário."
É lindo, é tocante, e deixa sua impressão, sua marca.
O livro mostra o quanto pais conseguem ser brutos, mas não apenas eles, a sociedade como um todo que possui uma vontade incabivel de transformar todos em seres-robôs-iguais, controlar a mente de cada um pra que acreditem no que eles acreditam, sintam o que eles sintam, tapem os olhos para o que eles não conseguem enxergar, não por tê-los fechado também, mas por serem ignorantes o suficiente.
São retalhos de uma vida, pequenos fragmentos de algo que aconteceu, e algo que acontece, o quanto passado e futuro colidem, o quanto devemos ter uma lição dos nossos erros e aprender com nossos acertos tanto quanto. Os momentos que são mostrados no texto, a ordem em que são posicionados, deixam a leitura e a visualização muito mais fluída e emocionante.
É um texto para todos aqueles que se sentem aprisionados, todos aqueles que sentem que não podem deixar sua marca, todos que não conseguem se ver, pois enxergam a si com os olhos dos outros, é uma obra linda e de uma sensibilidade absurda e transparente, desde a relação familiar até a relação amorosa, a representatividade e os preconceitos que outros escondem são expostos aqui.
Deveria ser uma leitura obrigatória pra todos os náufragos.

dudoca6 21/02/2023

You'll find moonlit nights strangely empty 
Eu amei as ilustrações desse aqui e eu amei a história. Mas ele não me pegou igual outros livros. É muito bom mas não foi extraordinário pra mim. But eu apreciei muitooo a leitura e me identifiquei em algumas partes sobre religião e etc etc.

Ale Gilos 13/02/2023

Conflitos
Não sei muito bem minha opinião sobre esse quadrinho. Ele tem uma narrativa interessante, principalmente olhando para a família do Craig, super religiosa e cheia de preconceitos, assim como muitas pessoas ao redor dele. E da pra gente enxergar o conflito dele ao encarar o mundo e suas vontades vs aquilo q é ensinado na Bíblia. Como é difícil pra ele se desvincular do que era para o que quer ser. É bem bonita essa evolução e crescimento so autor.
No entanto, tem um problema de ritmo ali do meio pro final. Acredito q pq a Raina foi uma grande catarse na vida dele, mas senti q a história acelerou muito rápido.
Ainda assim, é uma história cheia de coisas pra se pensar.

Nai 04/02/2023

Boa arte, bom amadurecimento
No início eu achei que seria triste, aquela tristeza que algo vai acontecer de muito ruim, mais conforme passava eu entendi a complexidade. E doloroso, lindo e poético ver a construção do personagem diante de pontos da vida que nos fazem indivíduos nessa sociedade. Foi interessante ver os questionamentos dele diante da religião, a relação de distanciamento com o irmão e o amadurecimento a partir de um relacionamento na adolescência, ver essa fase que o Craig e Reina percebem o quanto a vida é complexa e com problemas. E quem nunca teve um amor, mesmo que platônico na infância, que pensou que era o mais importante e assim que o tempo passa e você se torna adulto isso fica em lembranças no passado, lembranças importantes que serviram para sua construção,mas ainda sim lembranças?

O que eu mais gostei foi a arte, desenhos lindos e expressivos. É interessante quando ele também transforma em desenho os sentimentos deles muitas vezes, passei algum tempo maravilhada com os traços.

E amei o título que faz muito jus ao que fazemos na vida, juntamos um pouco ali e um pouco aqui para formarmos quem somos, uma bela e grande colcha de retalhos

isthiskarol 03/02/2023

Um quadrinho dolorido, mas que vale a pena ler
Na primeira vez em que tentei ler, não consegui continuar. Havia uma dor constante na história, nos traços, em cada detalhe de Retalhos, e precisei me afastar um pouco antes de continuar. E então, com todos esses aspectos já em mente, decidi pegar a HQ anos depois, e foi uma das melhores escolhas que eu fiz. Acho que muitos livros encontram a gente no momento certo, não adianta forçar se não vai para frente. E dessa vez foi. Levei alguns dias para ler porque a história de Craig apresenta temas sensíveis, como abuso sexual infantil e violência, e outros um tanto quanto doloridos, como a imposição das crenças religiosas por parte da igreja, relacionamento à distância, pais que não se importam com os filhos, divórcio, etc. E ter levado meu próprio tempo para ler, sem pressa, foi essencial para eu me apaixonar pela história. Quero muito ler outros quadrinhos do Craig em breve. Recomendo de olhos fechados! (Mas, como eu disse, atenção aos temas sensíveis pra não se engatilhar.)

Estante do Luan 29/01/2023

Não está escrito a raiva que passei...
É uma história autobiográfica muito envolvente, tanto que a leitura flui surpreendentemente bem, os traços são bastante únicos (perceba que não chamei de belos, pois realmente não achei), mas o que prende mesmo é a história, a narrativa de Craig Thompson é incrível, não dá vontade de largar o quadrinho, fico abismado como ele tem a capacidade de transmitir as fortes emoções no seu storytelling, e devo dizer, foi uma leitura que me deixou com muita raiva das situações, se você tiver coração fraco para certos acontecimentos, peço para deixar esse de lado pois pode não lhe fazer bem emocionalmente.

SraLisStark 29/01/2023

Ainda não existe adjetivos para descrever a sua perfeição
É engraçado perceber que outras histórias possuem certas semelhanças com a sua própria história...

Nanda511 21/01/2023

Primeiro livro (bem, HQ) do ano
Faz tempo que eu não escrevo uma resenha...

O livro conta a história do Craig desde a infância até a adultez, de maneira intercalada. Você conhece seu irmão, pai e mãe cristãos, a Reina (da capa), e o acompanha durante os problemas de conciliar a fé com a arte e com novas experiências. Pra mim foi como observar uma janela que dá pra outro mundo: eu não moro no centro-oeste americano, não sou da igreja, não sou um homem e não tenho um irmão, então não conheço nem penso muito sobre as experiências que o autor teve e que compõem a vida dele. Essas pequenas experiências e vivências são o nos compõe e fazem a nossa vida ser nossa de fato, e é um privilégio que o autor tenha compartilhado isso conosco.

10/10, recomendo!