Uma Garrafa No Mar de Gaza

Uma Garrafa No Mar de Gaza Valérie Zenatti




Resenhas - Uma Garrafa no Mar de Gaza


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Ana Ferreira 06/12/2012

Do antagonismo, nascem a amizade e a tolerância
Desde o início do século XXI, a situação palestina na Faixa de Gaza é constantemente noticiada nos meios de comunicação de todo o mundo.O antagonismo existente entre a região e o país de Israel deixa os espectadores confusos com certa frequência e, acima de tudo, horrorizados ao assistirem à tamanha violência.

Triste notar, no entanto, que ao vermos os conflitos com tanta frequência e por termos uma cultura ocidental, acabamos alienando os povos árabes a uma mesma esfera, julgando-os através das imagens de grupos radicais e civis desesperados. Em Uma Garrafa no Mar de Gaza, todavia, o leitor jovem tem a chance de conhecer um par, no mínimo, inesperado em sua singularidade. Pois mesmo com tantos anos de ódio em torno de suas origens, Tal, uma jovem israelense, e Naim, um rapaz palestino, começam a se corresponder pela força do acaso, compartilhando seus medos, sonhos e sentimentos, indo contra tudo aquilo que seus povos lhes fizeram acreditar um dia.

Ela tem 17 anos, vive em Jerusalém e sonha em trabalhar com cinema. Ele tem 20 anos, assiste em Gaza e espera poder deixar o lugar em nome de suas aspirações acadêmicas. Ela não aceita o fato de palestinos e israelenses nutrirem tanto ódio uns pelos outros. Ele culpa os israelenses por toda dor que seu povo enfrenta. Eles, que aparentemente nada têm em comum, são unidos por um pedido que Tal faz a seu irmão: levar uma garrafa, com uma carta sua, endereçada a ninguém, ao Mar de Gaza. Quando Naim então a encontra e repentinamente se vê tocado pelas palavras daquela moça “inimiga”, os dois passam a conversar através de e-mails secretos em que os conflitos entre seus povos são questionados. Não de forma agressiva, mas muito genuína, como se pode esperar de dois jovens sonhadores e talvez apaixonados.

“Talvez você rasgue esta carta. Talvez você só sinta ódio ao ouvir o nome ‘Israel’. Talvez você zombe de mim. Ou talvez você simplesmente não exista.
Mas, se esta carta tiver a sorte de encontrar você, se você tiver paciência de lê-la até o fim, se você pensar como eu, que precisamos aprender a nos conhecer, por mil bons motivos, e que queremos construir em meio à paz porque somos jovens, então me responda.”

Primeiramente, mesmo com toda a sua visão utópica em torno de uma questão repleta de ódio e amargura, acredito que o livro não poderia ter sido mais verdadeiro se não fosse escrito por Valérie Zenatti, uma autora e roteirista que, embora seja francesa, viveu a maior parte de sua vida em Israel. É muito belo notar a esperança que esta carrega e atribui às suas personagens jovens, cheias de sonhos e de paixões. Tal e Naim, tão extremos e distantes um do outro, acabam tocando por sua inocência. E, principalmente, pela grande esperança que nutrem por um dia melhor. Não daquela que americanos ou nós mesmos poderíamos nutrir, porém de quem vivencia a dura realidade e reconhece que, mesmo com tanta maldade, o mundo pode ser um lugar bom.

Arriscaria dizer que há algo de Romeu e Julieta neste livro ao aproximar dois jovens inimigos de uma maneira tão íntima, mesmo que através de palavras. Muito contemporânea, também, ao situar o jovem, público alvo do selo Seguinte (Companhia das Letras), nas mil e uma possibilidades da internet. E há, indubitavelmente, a nossa esperança a todo o momento de saber o que vem adiante, até onde Tal e Naim serão capazes de ir em nome de um sentimento que sequer eles compreendem. Esta revelação, como de praxe, reservo a cada leitor curioso em sua particularidade.

Uma Garrafa no Mar de Gaza é um livro curto, de leitura rápida e sem muita ação ou aquele clímax extraordinário sempre aguardado. Em contrapartida, carrega em suas palavras a compreensão simples daquilo que acontece entre israelenses e palestinos, a sensibilidade ímpar de dois jovens sonhadores e uma sutil mensagem de esperança nas entrelinhas. Que ainda haverá amor enquanto houver ódio, que ainda haverá paz enquanto houver guerra, que ainda haverá sonhos enquanto a vida for só desilusão.

“Que caricatura é essa? Até nós começamos a acreditar que não passamos disso, garotos que atiram pedras nos soldados malvados para expulsá-los. Não existe mais o singular, eu, tu, ele, ela, só um plural: os palestinos. Os pobres palestinos. Ou os malvados palestinos, talvez. Mas sempre um plural. Para os que nos amam sem nos conhecer, nunca somos um + um + um, mas quatro milhões. Carregamos todo o nosso povo nas costas, isso pesa, pesa, pesa, esmaga, dá vontade de fechar os olhos.”
p. 46
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Fabi Pavan 26/11/2015

Uma boa iniciativa para a paz
O livro Uma Garrafa no Mar de Gaza ? um romance epistolar que trata de uma garota israelense chamada Tal e um garoto palestino chamado Naim. Tudo inicia quando a garota israelense pede a seu irm?o que jogue uma garrafa com uma carta dentro no Mar de Gaza com um objetivo de que algum palestino que tamb?m queira a paz como ela. Quando Naim recebe a carta, ele ? um pouco grosso com Tal, mas mesmo assim eles continuam a troca de e-mails, nessas trocas a garota israelense desabafa, conversa, pede ajuda, briga, conta sobre sua vida, seu namorado, etc e conversa sobre a paz. A maior parte do livro ? a troca desses e-mails entre a garota israelense e o garoto palestino. Esses e-mails s?o um caminho para a tentativa da paz.
O conflito ? por territ?rio entre os ?rabes e os israelenses. Em minha opini?o sobre o livro ? um livro f?cil e simples de ler em que os dois lados gostaram de ler tanto palestinos quanto israelenses. Mas tamb?m minha recomenda??o de faixa et?ria ? acima de 12 anos, pois para aproveitar a leitura e entender o conflito. O que mais me tocou nesse livro foi a iniciativa de Tal ao come?ar uma conversa com o Naim atrav?s de uma garrafa jogada no mar para tentar a paz entre os dois lados.
Uma Garrafa no Mar de Gaza, com a autora Val?rie Zenatti, e a editora selo Seguinte da Companhia das Letras data de publica??o, 2012 no Brasil, contendo 122 p?ginas.


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Matheus 22/04/2019

Minha opnião sobre Uma garrafa no Mar de Gaza de Valérie Zenatti (Resenha - 8º ano)
Bom,achei o livro muito interesante pois, não sou acostumado a ver livros como este,que conta uma historia emocionante de uma menina de 17 anos que vive no meio de uma guerra,a menina (Tal) ficou muito preocupada com a guerra entre israelenses e palestinos,então para tentar mudar sua vida e também seu pais que estava em guerra Tal escreveu uma carta e a jogou no mar , com o objetivo de achar outra menina palestina que pensasse o mesmo sobre esse assunto, mas no final não é o que realmente acontece!
O que me surpreendeu foi a ideia da menina de mandar uma mensagem para tentar resolver a guerra.
Ana 27/04/2019minha estante
Oi, Matheus.
Que bom que você achou o livro interessante, apesar de ser algo diferente do que você está acostumado. Toda a sua resenha é apenas um período, que tal separar em períodos menores, ou parágrafos, para organizar melhor e desenvolver mais suas ideias?

Prof. Ana




vick 07/09/2022

outro livro de escola que gostei
uau, esse é outro livro que gostei mas que é da escola, normalmente, sempre vejo livros que a escola pede de chatos e que não é meu tipo de leitura, bom, não é mesmo, mas eu me surpreendi com essa leitura. me deu outras ideias e abriu meus olhos de um jeito tão claro quando se trata de política, ataques e guerras, atrás disso tudo existem milhões de vidas que tem sua própria história, tem quem amam, quem odeiam, amigos... fico muito triste só de pensar nisso
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Nevinha 06/07/2023

Mistura de emoções
Nunca pensei que um livro recomendado pela minha professora de português iria mexer tanto cm as minhas emoções e pensamentos.
É triste pensar que existem pessoas vivendo como Tal e Naim, pessoas que tem sonhos de vida tão longe da sua realidade que até mesmo as coisas mais simples das nossas vidas, pra eles são novidades e até mesmo esperança.
Esse livro é uma carta onde jovens gritam desesperadamente pela liberdade, e acho que foi esse o exato ponto onde o livro me atingiu: sou jovem, e tenho um terrível medo de um dia ter que chegar a gritar pela minha liberdade :(
Ps: queria uma continuação do livro pra finalmente poder ver eles vivendo essa liberdade, e aliás, fiquei extremamente feliz pela liberdade de Naim!
Enfim, o livro é ótimo, leiam.
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 21/12/2013

Como um livro tão pequeno pode ser tão grande?
Esse livro é a prova de que não são necessárias muitas páginas para que uma história seja fascinante e empolgante. Com apenas 128 páginas, "Uma garrafa no Mar de Gaza" me encantou.
Provavelmente vocês devem conhecer alguma coisa sobre o conflito entre palestinos e israelenses; basicamente um disputa de território, uma guerra que parece nunca ter fim.
A história se passa no ano de 2003. Um homem-bomba se explodiu em um café próximo a casa de Tal Levine, uma adolescente israelense que mora em Jerusalém. Atentados não são novidade para quem vive naquela região, mas esse em especial marcou Tal. Procurando uma forma de desabafar, ela decide escrever.
"O terrorista se explodiu dentro do café Hillel. Seis corpos foram encontrado. Foi um atentado médio, ou seja, vão falar dele por dois dias, e mais um pouco nos suplementos dos jornais do fim semana." (página 12)
"Deve ser por isso que decidi escrever: para não assustar os outros com o que tenho dentro da cabeça, e para que não decretem impulsivamente que fiquei louca." (página 13)
Mas apenas escrever não é o bastante, Tal precisa saber como pensa e o que sente quem está do outro lado do conflito. Mesmo sendo arriscado, ela escreve uma carta, coloca numa garrafa e pede para que seu irmão (que trabalha no exército) jogue a garrafa no Mar de Gaza.
Tal gostaria que a carta fosse encontrada por uma garota que tivesse mais ou menos sua idade. Mas quem encontra a garrafa e responde Tal é um rapaz que usa o pseudônimo de Gazaman.
E é a partir daí que a história se desenvolve. Através das conversas dos dois, temos os dois lados da moeda: a visão de uma jovem israelense desejando a paz e a visão de Gazaman, um palestino que vive num local cheio de restrições impostas por Israel e que, a princípio, não acredita que as coisas possam melhorar.
Eu poderia ter lido o livro todo em apenas um ou dois dias, mas quis ler mais devagar. A história é tão bem escrita que foi impossível não sentir o clima de tensão dos habitantes daquela região e não temer que na próxima página um dos personagens estivesse no lugar errado e na hora errada, se é que me entendem.
Tive medo do que aconteceria no final, eu só conseguia ver duas possibilidades: a primeira seria um final feliz e pouco real, a segunda seria um final trágico e triste. Mas a autora me surpreendeu com um final quase que metafórico: é preciso ter esperança!
Enfim, "Uma garrafa no Mar de Gaza" é um livro lindo, que aborda os conflitos do Oriente Médio de uma forma muito direta e real. E comprova minha teoria de que numa guerra ambos os lados saem perdendo.
"Eles nem percebem mais que suas guerras ferem, cada vez mais violentamente, aquela que dizem amar, e que de certa forma estão destruindo." (página 15)
Algumas pessoas reclamam muito do Brasil, mas talvez elas não tenham ideia de como é a vida na Faixa de Gaza ou em Jerusalém, não saibam como é viver odiando e sendo odiado por uma pessoa simplesmente pelo fato de você ter nascido em outra religião. Reclamam de alguns programas da tv aberta brasileira, mas não sabem o que é ver notícias sobre atentados e mortes na tv, rádio e jornal como uma coisa rotineira.
Meu trecho preferido do livro:
"Eu ri, porque é bem engraçado ver um primeiro-ministro cantar, e desafinado ainda por cima, mas mamãe me disse que era falta de educação, que ele estava se esforçando e que não devíamos zombar das pessoas cheias de boa vontade" (página 35)

Em março esse livro foi adaptado para o cinema. Vocês podem saber um pouco mais sobre o filme aqui. Não vou colocar o trailer porque me pareceu que a história foi bastante mudada, foi tirado um pouco do protagonismo dos jovens personagens principais, mudaram drasticamente alguns personagens e, aparentemente, a família de Tal não é tão legal (impossível usar outra palavra para descrevê-la) no filme quanto é no livro.

Falando sobre a parte visual e gráfica do livro: gostei da capa com os autores que fizeram Tal e Gazaman no filme, o tom de azul usado me lembra a área onde a história se passa. O tamanho da letra e das margens é bom, as folhas são amareladas.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2013/12/resenha-literaria-livro-uma-garrafa-no.html
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bia 23/04/2019

Uma garrafa no mar de Gaza 8°b
"Uma garrafa no mar de Gaza" de Valérie Zenatti é um livro muito interessante que tive a oportunidade de conhecer por um trabalho escolar. Eu particularmente adorei a obra, o modo com o qual a autora consegue envolver os leitores é algo que me agrada muito, pois isso nos da uma sensação de estar com os personagens, vivendo o que eles estão vivendo. Achei ótima a forma com que a autora falou sobre a rivalidade entre palestinos e israelenses, ela consegue retratar um pouco dessa rivalidade na personalidade de cada um, dando assim uma personalidade marcante para cada um deles. Ela utiliza dos protagonistas para mostrar a realidade de muitos moradores que vivem na região, conscientizando assim muitos de seus leitores sobre a realidade dessa população que vive, da mesma forma que Naim e Tal, com medo de sair de casa e nunca mais voltar. Achei essa obra muito interessante e recomendo a todos que querem uma leitura evolvente e instigante.
Ana 27/04/2019minha estante
Oi, Bia.
A relação que você propôs entre a rivalidade dos países e a personalidade das personagens é muito boa, parabéns. Sua resenha está expondo muito bem o seu ponto de vista sobre a obra. Senti falta apenas do resumo da história.

Prof. Ana




Vanessa Vieira 19/06/2013

Uma Garrafa no Mar de Gaza_Valérie Zenatti
O livro Uma Garrafa no Mar de Gaza, de Valérie Zenatti, tem como tema central o conflito sem precedentes entre Israel e Palestina. Ocorre um atentado em Jerusalém, no qual um homem-bomba se explode dentro de um café, resultando em seis vítimas fatais, dentre elas, uma moça que estava acompanhada do pai e que se casaria naquele mesmo dia. A adolescente Tal, de 16 anos, ouve o estrondo do atentado dentro de casa, e ao ligar a TV, se depara com imagens fortes e cruéis, e não consegue entender como o ser humano é capaz de infringir tanta dor a seu próximo.

Inquieta e cheia de indagações, ela começa a escrever. Tal coloca no papel todos os seus sentimentos e aflições. Ela teme pela sua segurança, de sua família, de seus amigos queridos... enfim, teme pela segurança da sua nação.

Durante uma aula de biologia, Tal decide que o seu desabafo no papel deveria se transformar em uma carta, e que a pessoa que irá recebê-la deve ser alguém da faixa de Gaza, se possível, uma garota. Com esse desejo, ela coloca todos os seus pensamentos e anseios dentro de uma garrafa, e pede para que seu irmão mais velho, Eytan, que presta serviço militar nas imediações de Gaza, a lance ao mar.

"(...) Talvez você rasgue esta carta. Talvez você só sinta ódio ao ouvir o nome 'Israel'. Talvez você zombe de mim. Ou talvez você simplesmente não exista.
Mas, se esta carta tiver a sorte de encontrar você, se você tiver paciência de lê-la até o fim, se você pensar como eu, que precisamos aprender a nos conhecer, por mil bons motivos, e que queremos construir em meio à paz porque somos jovens, então me responda."

E quem recebe a carta não é uma garota como Tal imaginava, e sim um rapaz de 20 anos, Naim. Ele entra em contato com Tal através de um endereço eletrônico que a mesma deixou em sua correspondência, e de início, não revela a sua identidade. Naim não alimenta esperanças em seu interior e nem acredita que poderá desfrutar de dias melhores em meio a tanta guerra e carnificina.

Apesar do rapaz se mostrar um pouco hostil em seus primeiros e-mails, aos poucos acaba encontrando em Tal uma grande amiga, e abrindo o seu coração. Tais diálogos são um prelúdio de que há esperança e que a paz poderá enfim reinar nos corações dos israelenses e dos palestinos.

Uma Garrafa no Mar de Gaza é um livro intenso e que consegue abordar de uma forma bastante expressiva as guerras e conflitos entre os palestinos e israelenses. Narrado em primeira pessoa por Tal e Naim, e posteriormente, intercalado por seus e-mails e mensagens, temos o olhar de dois jovens a respeito de um confronto que dura há décadas, vitimando centenas de vidas, e percebemos que nem todos são a favor dessa violência desenfreada e derramamento de sangue.

Tal é uma jovem cheia de vida, que ainda não decidiu se quer exercer a profissão de cineasta ou pediatra. Ao se deparar com o mais recente atentado de um homem-bomba em Jerusalém, fica completamente transtornada, tentando entender o motivo de tanto ódio. Muita coisa passa pela sua cabeça e ela decide colocar seus pensamentos em um papel, como se isso pudesse atenuar um pouco a sua dor e angústia. Quando obtém o retorno do rapaz de vulgo "Gazaman" mostra todo o seu otimismo e perseverança e acaba sendo confrontada por uma personalidade completamente diferente da sua, que parece já ter se entregado ao caos.

Naim é bem curto e grosso com Tal, e não acredita que a situação em que se encontram possa algum dia ser modificada. Ele expressa toda a sua amargura e descrença em suas respostas, de forma bastante rude e nua. Mas, aos poucos, devido ao otimismo irrefreável de Tal, acaba por amolecer o seu coração, e também a sonhar com dias de paz, dias de harmonia.

Uma Garrafa no Mar de Gaza retrata bem o que acontece entre esses dois países do Oriente Médio através das lentes de dois jovens, que lutam contra si mesmos para não se deixarem levar por esse clima de caos e destruição. Os diálogos foram muito bem escritos e conseguem passar toda a emoção e dor de seus personagens. A história foi muito bem construída e tem o poder de impactar o leitor, apesar de ter achado que o final foi meio corrido e que poderia ter sido melhor explorado. A capa do livro nos apresenta os atores que interpretaram o filme no cinema, Agathe Bonitzer e Mahmud Shalaby, e a diagramação está excelente, com fonte em bom tamanho e uma revisão impecável. Recomendo.

http://www.newsnessa.com/2013/06/resenha-uma-garrafa-no-mar-de-gaza.html
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Briena 11/10/2017

Curto porém emocionante
Uma garrafa no mar de gaza é a prova de que não é preciso escrever um romance enorme para te emocionar. Já li romances epistolares antes e poucos deles são tão honestos como as trocas de e-mail entre Tal e Naim (ou gazaman). O que mais conquistou na verdade, é a naturalidade com que eles conversam, falando da realidade um do outro e até mesmo trocando farpas, por motivos óbvios.
Outra coisa que eu achei muito interessante foi a facilidade da autora de construir os personagens. Os pais de Naim e Tal são coadjuvantes na história, mas quando eles são citados, consigo imaginar o rosto e a personalidade de cada um deles com perfeição.
Acho a tentativa principal da Valerie Zenatti ao escrever esse livro, foi dar um rosto e uma voz para essas pessoas que vivem nessa eterna briga. Ela quis mostrar que não são apenas israelenses contra palestinos se explodindo a cada momento. Ainda existem pessoas com sonhos, rostos e uma individualidade no meio dessa loucura. Pessoas que tem sua rotina e até mesmo vontade de fazer algo com suas vidas.
O final do livro é triste porém lindo. Deixa aquele sabor agridoce em nós. Eu só fiquei com muita vontade de um epílogo. Tal e Naim em uma outra realidade trocando olhares, seria lindo
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anabeattrzs 28/10/2022

Considero
Este livro considero como um bom livro, não foi uma leitura que foi feita por escolha própria,do tipo procura o livro e ler, foi uma leitura por questões escolares, mas eu gostei bastante da história, gosto da forma como ela nos é contada.
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Eve Fowl 15/02/2013

Emocionante
A leitura deste livro foi extremamente emocionante para mim. Trata-se da história de dois jovens que vivem em lados totalmente opostos, separados por décadas de violência, intolerância religiosa e ambiguidades culturais.

Tudo começa quando Tal escreve uma carta sem um destinatário conhecido. Ela mora em Israel e um atentado acabara de acontecer perto de sua casa. Seus sentimentos a cerca do fato giram principalmente em torno do medo, da incompreensão e da vontade em mudar aquela situação. Por isso, ela escreve uma carta e pede ao seu irmão que jogue no Mar de Gaza, na esperança de que encontre alguém do outro lado com quem possa conversar.

A carta é encontrada por um rapaz islâmico, Naim, que mora em um dos acampamentos de Gaza e está mais do que calejado pela dor e horror da guerra. Entre uma troca e outra de emails, eles vão descobrindo coisas sobre si mesmos, revelando momentos marcantes da história dos seus povos através da sua.

Eu não classificaria como uma história de amor, mas sim de aventura. A autora mostra o quão precioso é aventurar-se na história do outro, aprendendo e ensinando, numa jornada em que existe apenas o caminho da tolerância para ser seguido. Em nenhum momento a história tenta ser parcial com nenhum dos lados, pois, ela não trata da política ou das forças que levam os conflitos adiante, mas sim procura trabalhar com o lado humano sempre presente.

Entre mortos, feridos e sobreviventes, existe a sensação da inevitabilidade das ações humanas, que a cada dia constroem ou destroem os esforços de paz, de ambos os lados. A história de duas pessoas tão diferentes e tão iguais mostra com sensibilidade como cada um dos lados lida com esse sentimento. Temos sentimentos conflitantes, a descrença, a vontade de ajudar, o desejo de fuga e mudança, a esperança de que conhecer o outro ajude a mudar a situação.

Ao longo do livro somos levados exatamente a isso, a nos emocionar, a conhecer, a compreender a situação e não a julgar se existe ou não um lado errado. A principal coisa que podemos perceber com a narrativa é que ambos os lados cometem erros, e vemos com certo horror que pouco é feito pelas lideranças políticas para que os erros sejam evitados e o ódio acabe.

Tal e Naim são personagens que desenvolvem-se com leveza e rapidez. Talvez Naim tenha sido mais desenvolvido no começo da trama, mas a autora dá um pouco mais de intensidade e veracidade emocional a Tal, colocando-a frente uma situação turbulenta, que a leva a uma dimensão mais real.

Os fatos e situações expostos mantém o foco, que poderia ser facilmente perdido pelo modo como a narrativa é construída. Acredito que a decisão da autora em construir uma história relativamente curta, já que o livro tem 122 páginas, e concluí-lo da forma como fez, permitiu que contasse uma trama simples sem grande enrolação e com beleza narrativa.

Com confiança, digo que este foi um dos livros mais emocionantes que já li e que o mesmo trata-se de uma visão humana e quase fiel do conflito entre israelenses e palestinos, servindo mesmo para introduzir este assunto aos adolescentes de modo imparcial. Lindo, sensível e humano, é assim que descrevo este livro e, no fundo do meu coração, torço para existam mais e mais Tal e Naim, e que juntos eles possam enfim construir seus lares, sem guerra, dor ou morte.
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Raffafust 09/02/2013

Tão bom quando escolhemos ler um livro e ele é inteligente do começo ao fim. Comprei " Uma garrafa no mar de Gaza" porque cinéfila como sou vi que fizeram um filme, quis então antes de vê-lo ler o livro.
Ao ver que ele tinha poucas páginas imaginei que não fosse tão bom e por estar na parte de infanto-juvenis cheguei achar que seria bobo.
Ledo engano, o livro escrito pela judia italiana Valérie Zenatti é simples e belo. É uma descrição detalhada dentro da troca de emails de 2 jovens cujos países vivem em guerra sobre todos os temores que passam.
De um lado temos Tal, a israelense de 17 anos que tem a ideia de pedir para seu irmão mais velho que serve ao exército do país na faixa de Gaza - exatamente onde ocorrem os piores conflitos entre Israel e Palestina - que jogue uma garrafa contendo uma carta dela dentro do mar, receoso, o irmão somente enterra a mesma na areia. O que Tal queria era se comunicar com uma jovem de sua idade que fosse da Palestina e assim entenderem e dividirem os medos uma da outra.
O que acontece é que um rapaz de 20 anos que se chama Naim - e que boa parte do livro ela não sabe o nome, ele se entitula Gazaman - vai encontrar e vai manter com ela contato em trocas de emails.
A princípio a relação dos dois vai ser de farpas, principalmente da parte de Naim que é debochado e vê com muita desconfiança qualquer contato com alguém do " lado inimigo".
O que poderia ser somente mais um livro do gênero, é na verdade um desabafo, entre 2 jovens que não concordam com as guerras travadas entre seus países e a dor de toda hora ver pessoas mortas em atentados.
Muitas partes da história dos dois países é retratada pelos dois , como na de quando Bill Clinton, então presidente dos EUA conseguiu unir Arafat e Rabin em um aperto de mãos que selou a momentânea paz entre os dois países.
"Uma garrafa no mar de Gaza" é uma aula de história, e formato de troca de emails entre impossíveis amigos e com um final surpreendente a altura de todo o livro.
Amei a escrita da autora e agora torço para que o filme estreie logo no Brasil.
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Aline T.K.M. | @aline_tkm 17/12/2012

Leitura obrigatória para jovens e adultos
Quem olha pode não dar tanta atenção dado o tamanho enxuto da obra. Mas atenção aos desavisados: as “modestas” 128 páginas surpreendem.

O leitor é arrancado de sua posição de conforto logo nas primeiras linhas, nas quais a jovem protagonista conta o que sentiu e pensou diante de um atentado em um café próximo de sua casa.
A abordagem do tema é o grande trunfo do livro. Valérie Zenatti coloca um tema delicado na berlinda e, através de uma narrativa acertada, consegue de alguma forma “simplificá-lo”. Entre aspas, porque a autora não torna os conflitos no Oriente Médio mais simples em si; Valérie utiliza de uma narrativa simplificada justamente para mostrar toda a complexidade do tema. Ou seja, à medida em que tudo fica mais claro para o leitor – e, de certa forma, para os protagonistas –, mais perceptível se torna também a dimensão do problema, o quão complexo ele é.

A narrativa é feita quase que inteiramente de maneira epistolar, através dos e-mails entre Tal e “Gazaman”. Os poucos capítulos que não fazem parte das mensagens trocadas, trazem ambos em primeira pessoa deixando-nos conhecer um pouco mais sobre sua percepção da vida e dos acontecimentos que os rodeiam.

É interessante notar como os dois jovens precisam um do outro, mesmo sem saber. Enquanto Tal busca através dos contatos (e da curiosidade e insistência quase infantis) a renovação de uma esperança já desgastada, em Gazaman vê-se o resgate de uma esperança moribunda, latente pela falta de alimento motivador. E é incrível notar como tal amizade – nada provável – faz com que os dois amadureçam ao longo das páginas!


LEIA PORQUE... É um livro que merece ser lido. Por mais clichê que possa soar, eu diria que é uma leitura que todo mundo deveria fazer em algum momento da vida. O livro foi adaptado para o cinema e me sinto no dever de dizer que o filme é imperdível. O livro e o filme não são idênticos, há algumas diferenças importantes – no filme, Tal é francesa, apesar de viver em Jerusalém. (Não coloquei o trailer aqui porque achei que ele tem vários "spoilers"...) Não sei dizer se prefiro um ao outro, mas certamente ambos se complementam.

Uma garrafa no mar de Gaza esteve em cartaz em agosto, na edição 2012 do Festival Varilux de Cinema Francês, em São Paulo (e nas cidades onde ocorreu o Festival). Foi lá que o assisti com a presença do diretor (Thierry Binisti) e da atriz Agathe Bonitzer (a ruivinha da capa do livro), que faz o papel de Tal. Eles estiveram lá durante alguns minutos para comentários e responderam perguntas do público. A previsão de estreia do filme é março de 2013.


DA EXPERIÊNCIA... A sensação foi a de que cada trecho do livro não está lá ao acaso. Eles realmente dizem algo; dizem muito, aliás. O livro não tem a intenção de mergulhar a fundo e detalhar os conflitos árabe-israelenses e suas origens, porém encoraja a buscar saber mais sobre o assunto.


FEZ PENSAR EM... Coisas que nós, brasileiros, não paramos muito para pensar, definitivamente. Choque cultural. Que a distância e/ou proximidade física não é um parâmetro tão real assim para definir o quanto se sabe de algo. E que sempre há meios de conhecer e entender antes de julgar, até mesmo jogando uma garrafa no mar (por mais maluca que essa ideia possa parecer)...


Leia mais em: LIVROLAB.blogspot.com
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Helyanny 15/01/2023

Para pensar...
A história, apesar de forte, não se aprofunda muito no tema principal, mas ainda sim boa faz pensar na guerra que assola Israel e Palestina até hoje. Quero ler mais sobre esse assunto!
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