Moonlight Books 15/11/2012
O Caso Rembrandt, resenha de Cida Oliveira
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Do Holocausto às crise no Oriente Médio.
O que despertou meu interesse em ler este livro foi a proposta do roubo de obras de arte, já li livros com este tema e sempre foram boas leituras, histórias que vão dando pistas ao leitor e nós vamos tentando descobrir quem é o culpado. Aqui o roubo não é o centro da trama, pelo contrário, é apenas o começo de algo muito maior.
O protagonista do livro é Gabriel Allon, um restaurador de quadros e também um agente do serviço secreto israelense aposentado, mas para ajudar um amigo a encontrar um quadro roubado, ele resolve deixar seu descanso de lado e voltar à ativa. Ao lado de sua esposa Chiara, também agente, ele começa investigar o caso e o que era apenas um roubo, mostra ser na verdade uma trama internacional que começou entre as atrocidades do Holocausto e continua nos dias de hoje, nas crises do Oriente Médio.
O que seria apenas um favor ao amigo, leva Gabriel a reunir sua antiga equipe de agentes secretos e a trabalhar não só com uma agência, mas com três agências de espionagem, a israelense, a britânica e a americana. Ele descobre que o quadro esconde um grande segredo, que para ser desvendado, será necessário unir relatos vindos da Holanda, Argentina, Inglaterra e Suíça. Uma investigação minuciosa tem início, onde o menor deslize poderá causar até mesmo a próxima grande guerra.
De forma alguma fiquei decepcionada por não ser o que imaginei, pelo contrário, eu fiquei imensamente feliz em ler este livro, fã de 007, achei aqui uma história de espionagem muito bem construída e enriquecida com fatos históricos. O Rembrandt citado é uma obra fictícia, mas o cenário que ele foi inserido é totalmente real. Os trechos que falam da época do Holocausto são muito fortes, fiquei com um nó na garganta ao ouvir as narrativas dos sobreviventes de guerra, foi uma época atroz, onde o pior lado da humanidade foi mostrado, choca, mas nem por isso deixo de gostar de ler sobre o assunto.
Gabriel é um homem de poucas palavras, cruel com seus inimigos, mas também capaz de demonstrar um coração enorme e um espírito de justiça incomparável com as vitimas destes. Forma com Chiara um casal com uma grande sintonia e bem equilibrado, seu amor pela esposa é evidente. Ele é charmoso, como todo bom espião e um personagem que cativa, tanto nós leitores quanto os demais personagens do livro.
A narrativa é em terceira pessoa, o livro começa apresentando vários personagens, situações e locais distintos , mas logo todos são ligados, para que assim esta trama se desenvolva plenamente. Os capítulos, que são muitos, começam com uma indicação da cidade e país onde a história vai acontecendo, já que viajamos o mundo todo nestas 304 páginas. Não é uma leitura cansativa, mesmo tendo muitos capítulos, este são breves, o que é necessário é a atenção do leitor, para juntar as peças deste inteligente quebra cabeças.
Há uma nota do autor no final do livro que fala sobre a imensa pesquisa realizada para escrever O Caso Rembrandt, inclusive junto a pessoas ligadas ao serviço secreto das agências da trama, ou seja, um livro que nos apresenta muitos fatos reais.
Foi o primeiro livro que li de Daniel Silva, que não é brasileiro, apesar do nome, ele é norte - americano, e virei fã, fiz uma pesquisa sobre seu trabalho, e acabei sabendo que Gabriel Allon é protagonista de outros livros dele, mas podem ficar tranquilos, não é uma saga, são casos independentes. Torço para que a Editora Arqueiro publique mais obra dele.
Enfim, para aqueles que apreciam um bom caso de espionagem, misturado à fatos reais, este livro é super recomendado. Eu amei.