Ressurreição

Ressurreição Leon Tolstói




Resenhas - Ressurreição


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Svartzorn 25/11/2014

O livro pode ser um problema para alguns. No tempo em que foi escrito a questão prisional possuía alguma originalidade, ainda que atrasada. Hoje todos estão cientes das misérias que são tais instituições, principalmente no Brasil.
Outra coisa que incomoda é a necessidade de contaminar o estilo do livro com constantes adjetivações e alusões ao excesso das classes dominantes. É óbvia a crítica "ei, veja como os donos do poder se locupletam e mantém seu estilo de vida abastado graças à exploração da gente pequena", mas tem hora que cansa. A coisa adquire, mesmo o caráter de enumeração de itens de luxo ou de hábitos melífluos da classe dominante. Dostoiévski foi mais sutil. E, nesse ponto, foi isso que faltou ao invés da eterna redundância.
Outro problema é que é um livro de matiz ideológico. Ele está inteiramente contaminado pela cosmovisão de Tolstói, de sua crítica às instituições do Império Russo em fins do século XIX e à Santa Igreja Ortodoxa. Pode ser opinião pessoal minha, mas é um ranço que tira o brilho dos pontos realmente bons do livro: a construção e a relação dos personagens entre si, suas transições pessoais, questões morais e de personalidade etc.
Tolstói deveria ter se esforçado menos.
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Tarcisio 12/02/2013

Grande obra
Esta é mais uma bela obra de Tolstoi. Considerei a história uma reconciliação entre os humanos e seus conflitos, tais como o direito de propriedade, desigualdade dos direitos entre homem e mulher e a desigualdade de riquezas, e o cumprimento dos deveres, quando então coloca o interesse pessoal em segundo plano. É possível projetar-se na figura de Dimitri Ivánovitch Nekhliúdov que luta para dar sentido à sua vida. A resposta aos seus anseios surge, brilhantemente, ao final do livro.
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Máslova 18/04/2012

Fundamental...
Ressureição foi meu primeiro contato com a obra de Tolstói. Trata-se, sem dúvida, de uma leitura magnífica, capaz de conduzir o leitor às profundezas de sua própria consciência. Particularmente, me identifiquei em diversas passagens com os dilemas morais da personagem central da trama. Certamente é uma leitura interessantíssima para aqueles que buscam apurar, com fundamento, seus pontos de vista ideológicos. Recomendo, mas sugiro que o leitor disponha de tempo para a leitura, que em alguns trechos pode se tornar um pouco monótona e entediante, mas nada que retire o brilho de seu conjunto.
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Cristina117 24/01/2012

Tolstói começa a obra de forma genial, como ele era. Ele traz à tona os conflitos humanos e sociais de forma simples e profunda. Mas não sei se são os tempos de hoje que não nos permitem mais ler uma obra com tantos arrodeios ou se ele exagera. Do meio para o fim o livro fica um tanto monótono e repetitivo. Incomodou-me um pouco a tentativa de evangelização, mas a obra tem seu valor.
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Leonardo 23/01/2012

Maravilhoso!!!
Uma obra prima de Tolstói!!! Recomendo a todos que possam ter a oportunidade de ler essa magnifica obra! Pretendo reler em breve!!!
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Fábio 29/07/2011

Então Pedro, chegando-se a ele, disse: Senhor, quantas vezes hei de perdoar aquele que pecar contra mim? Até sete?
E Jesus disse-lhe: Não te digo que até sete, mas sim que até setenta vezes sete.
(SÃO MATEUS, XVIII, 21, 22.)


Ressurreição é o último livro publicado em vida por Leão Tolstói, e é mais uma grande obra prima russa, como é de praxe, o que leva seu nome tente e ser imperecível. Com uma narração excêntrica e singular, o autor deixa a história dinâmica sem perder os detalhes, sempre dando ênfase pormenorizada nos sentimentos mais fundos da alma humana.

Dimítri Ivanovitch Nekliudov é de família nobre, após ser influenciado por autores sociais, ele trai sua classe social, e começa a ajudar os necessitados. Enquanto os eternos leguleios, prometedores de miragens, vão embaindo a turba com falácias infantis; e os palacianos governosos se locupletam com suas gordas mordomias; o povo segue na miséria, no caso os mujiques.

Nekliudov não consegue entender os homens que só pensam em seus próprios interesses e a sociedade luxuosa, ociosa e de interesses mesquinhos. Tolstói, não se limita a uma crítica ao sistema penitenciário, nem tampouco os atos criminosos dos diretores e funcionários dos presídios, mas ao sistema como um todo, desde o julgamento, uma vez que afirma que juízes, promotores, ministros são arrivistas, que não pensam em julgar com equidade, e sim, no salário no final do mês.

Sem dúvida é um romance que expõe as criaturas pobres, miseráveis que estão a mercê do Estado, as injustiças, as torturas, o preconceito estão presente nesta obra de valor incomensurável, pois até hoje, vemos presídios com super lotação, presos ociosos jogados sem nenhum plano de estímulo, para eles novamente se integrarem a sociedade sem cometerem novos crimes.

A partir daqui, contém spoiler.
O enredo, baseado em fatos verídicos, tem como protagonista um príncipe, Dimítri Ivanovitch Nekliudov, que é corrompido pela sociedade, principalmente pela sua alta classe social, na qual, devido à convivência, é levado a abandonar suas idéias sociais, para cair nas patuscadas, no egoísmo, na ganância e na soberba, pois dessa maneira era visto como normal e muitas das vezes elogiado pela sua frivolidade. Em contrapartida Maslova, com seus olhos levemente estrábicos, é de família humilde, sendo criada da casa das tias de Nekliudov. Por sua vez, este que passou suas férias nesta casa, corrompe a moça, engravidando-a

Após servir o exercito, Nekliudov volta a ler pensadores sociais (Henry George, Herbert Spence), que mais uma vez exerce grande influência na sua personalidade. Após a morte da sua mãe, decide abandonar sua classe social e ajudar os mujiques. Convocado para integrar um júri, Nekliudov reconhece a réu, uma criada que ele engravidara anos antes. Agora prostituída, ela é detida sob as acusações de roubo e envenenamento de um cliente. Nekliudov absorto em suas lembranças, não se impõe e por isso Maslova acaba condenada a trabalhos forçados na Sibéria.

A partir desse momento, o príncipe Nekliudov começa ajudar não só os mujiques, mas a Maslova e os outros que vem pedir seu auxílio na prisão, sendo um defensor dos pobres e oprimidos. Vencendo seu vil sentimento, pela sua antiga classe social é obrigado a esconder sua repugnância para pedir favores a mesma, sendo apenas ela capaz de ajudar seus protegidos.

Em Maslova também ocorre uma transformação, após ficar grávida, ela é expulsa da casa onde morava, sendo seu filho abandonado chegando a morrer tempos depois, precisando assim se prostituir para manter seus costumes, e a vida agradável em que vivia. Todavia seu estado psicológico é alterado, ela se fecha para os homens e tem nojo de todos, principalmente de Nekliudov, não aceitando sua ajuda para libertá-la.

Contudo no príncipe, nasce um amor incondicional, pois Nekliudov não a amava por ele, mas por ela e por Deus. Sua consciência pesa e tenta de toda maneira corrigir esse erro, não apenas de não ajudá-la no tribunal, mas de proporcionar o começo de sua decadência e desgraça quando ele a corrompeu.

Após conseguir um indulto, concedido pelo Imperador, Maslova fica em liberdade, mas decide se casar com seu companheiro de cela, preso político chamado Simonson. Não a nada mais que Nekliudov possa fazer, então procura as respostas de suas eternas perguntas; Por que tanto sofrimento? Por que os homens castigam seus próprios irmãos?

As respostas vieram no lugar onde há todas as explicações, isto é, na bíblia, e as encontras, com isso começa a ler inteiro o novo testamento, após a leitura ele estabelece cinco preceitos, com os quais se os homens seguirem sumirá toda a violência, e mais, a Humanidade conseguirá o reino dos Céus na terra. Com isso nasce um novo Nekliudov, ele ressuscita; outro significado para o nome do livro é que quando Nekliudov conhece Maslova é na época da páscoa.

Seus conceitos se justificam em que não somos donos da nossa vida, e quando não admitimos isso, procuramos somente o nosso prazer. Mas a vida não é nossa, se estamos aqui, foi por vontade de alguém e com alguma razão. Por isso é normal estarmos mal, como um operário que não cumpre a vontade do padrão. A vontade do amo estão expressas nesses conceitos, se eles se cumprirem os homens alcançariam a maior felicidade que se pode alcançar.


(por coincidência, sem eu saber do que se tratava esse livro, termino de ler hoje, 24/04/2011, domingo de páscoa)
Iriana 05/11/2014minha estante
preciso de uma ajuda qual é o capitulo desse excerto?Se fosse formulado o problema psicológico: como fazer para que pessoas da nossa época, pessoas cristãs, humanas, simples e boas pratiquem maldades mais terríveis sem sentirem-se culpadas, só haveria uma solução possível ? seria preciso que se fizesse exatamente como se faz agora, seria preciso que tais pessoas fossem governadores, diretores, oficiais, policiais, ou seja, que em primeiro lugar estivessem convencidas de que existe um trabalho chamado serviço do Estado, no qual é possível tratar as pessoas como coisas, sem relações fraternas e humanas com elas, e em segundo lugar que essas mesmas pessoas do serviço do Estado estivessem unidas de tal forma que a responsabilidade pelo resultado de suas ações para as outras pessoas não recaísse em ninguém isoladamente. Fora de tais condições, não existe possibilidade em nossa época de cumprir tarefas tão horríveis como as que eu vi hoje - E TBM O CAPITULO DA PREPARACAO DO JULGAMENTO DE MASLOVA


Fábio 11/11/2014minha estante
Não tenho, eu peguei o livro da biblioteca, não tenho o livro para confirmar para você :(


Johann.Antoine 21/05/2018minha estante
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Fabio Shiva 30/08/2010

Uma obra magnífica, verdadeiro patrimônio da humanidade!
A criação de um gigante, o fruto de uma grande alma que por uns instantes assumiu o nome de Leon Tolstoi.

É preciso que eu diga que “Ressurreição” chegou para mim precisamente na hora certa. Nem antes, nem depois. É curioso e lindo como a consciência vai selecionando os livros de que precisamos para nossa instrução e crescimento.

A história gira em torno de Nekliudov, um membro da aristocracia russa que passa por uma intensa transformação em seu íntimo. Tudo começa com uma coincidência. Nekliudov é chamado para ser jurado em um julgamento de assassinato. Uma das acusadas, a prostituta Maslova, é uma velha conhecida de Nekliudov, que reconhece em si próprio as causas que levaram sua conhecida a cair tão baixo.

Inicia-se a metamorfose espiritual do príncipe Nekliudov, que começa a questionar a normalidade e sanidade de tudo o que até então tivera como certo: as convenções sociais, as diferenças entre os homens ditadas pelo dinheiro, o sistema que legitimava o direito à propriedade, a sociedade que permitia e estimulava as pessoas a julgarem e torturarem seus semelhantes. Será que Nekliudov está ficando louco? Ou será que o mundo é que está louco, e só agora Nekliudov percebe isso?

“Ressurreição” não deixa de ser também uma história de amor, tão bela e inspiradora como eu ainda não havia lido. É um comentário corrente que os romances russos clássicos são abarrotados de personagens. Pode fazer parte do estilo russo, essa característica. Mas ao menos em “Ressurreição” enxerguei um brilhante propósito nessa profusão de personagens: à medida que vai se operando a transformação de Nekliudov, seu amor deixa de ser egoísta e centrado em um indivíduo, para se expandir para toda a espécie humana. E é assim que ele vai passando a se interessar pela sorte de cada ser humano que cruza o seu caminho.

O livro é também um comovente relato sobre a injustiça essencial que reside no âmago de toda “justiça” humana. Tolstoi mostra com genialidade essa absurda contradição, tão gritante e escandalosa, mas que parece ser invisível para tantos “sábios” magistrados de ontem, hoje e sempre. Não julgue, para não ser julgado. Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra.

Algo que me chamou a atenção durante a leitura foi como algumas questões fundamentais foram perdendo a importância desde que o livro foi escrito (1899). Um ponto constantemente evocado na obra é o questionamento sobre o direito do homem à propriedade. O mestre russo coloca isso de forma simples e brilhante:

“A terra não pode ser objeto de propriedade privada, não pode comprar-se nem vender-se, tal como a água, o ar e a luz do sol. Todos os seres humanos têm o mesmo direito sobre a terra e tudo quanto ela produz.”

A impressão que tenho é que essa questão essencial foi “varrida para debaixo do tapete” da humanidade. O fracasso do comunismo como modo de produção gerou a errônea noção de que o capitalismo então é que deve estar certo! Ninguém questiona mais o direito à propriedade, parece que virou um tema cafona e ultrapassado. Na verdade o tema é tão evidente que, penso eu, basta meditar a respeito com sinceridade de ânimo para perceber que precisamos mudar esse estado de coisas. Lembro sempre da frase de Lênin:

“O que é um assalto a banco, diante de um banco?”

Toda propriedade é um roubo. Estamos todos aqui de passagem, e somos todos irmãos, com os mesmos direitos à vida. O direito à propriedade é uma infâmia que torna um homem superior aos demais. Mas isso só pode ser uma condição momentânea, pois o certo é que a humanidade não poderá seguir indefinidamente chafurdando na lama da ignorância. Mesmo porque a natureza já começa a cobrar a conta dos excessos cometidos pelo capitalismo predatório...

Bom, isso foi só para mostrar como esse livro inesquecível é capaz de nos transportar para grandes questionamentos, grandes reflexões, grandes sentimentos!

“Aconteceu-lhe o que frequentemente acontece às pessoas que vivem uma intensa vida espiritual. O pensamento que a princípio lhe aparecera como estranho, um paradoxo, até como um gracejo, e que paulatinamente foi vendo confirmado na vida, apresentou-se-lhe de súbito como uma verdade simples e incontrovertível.”

Viva Tolstoi!

(20.03.10)

Marquinho 07/07/2017minha estante
Com a sua resenha deu vontade de ler este livro!


Roberto Petrúcio 09/01/2018minha estante
Li "Ressurreição", e o reputo uma obra-prima. O personagem principal é dotado de um espírito elevado de fraternidade, e tenta fazer a reparação dos erros morais em que incorreu no passado. Enfrenta todas as agruras e vence-as, tendo como norte o Evangelho Eterno do Cristo.


GIPA_RJ 25/07/2021minha estante
Parabéns pela resenha. Li em 2015 , já estando o livro na lista há um bom tempo , e também foi o meu momento certo , me abrindo para muitos questionamentos sociais. O capítulo 59 me marcou demais!


Fabio Shiva 27/07/2021minha estante
Gratidão pelo comentário e por essa energia boa! Viva a Literatura, que tem esse poder de expandir nossos horizontes!




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