Ressurreição

Ressurreição Leon Tolstói




Resenhas - Ressurreição


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Rosangela Max 22/07/2022

Uma obra-prima com forte apelo emocional.
A cada leitura de Tolstói só reforça meu favoritismo pela escrita dele.
A apresentação que Rubens Figueiredo fez neste livro é estimulante! Adorei saber as circunstâncias que envolveram a escrita da história, principalmente saber mais sobre a vida de Tolstoi. Sem a contar a tradução impecável o que só fez engrandecer o prazer pela leitura.
Outro ponto que merece destaque é o Prefácio escrito pela Natália Ginaburg, que oferece um ótimo panorama da história. Só tomem cuidado porque está cheio de spoilers, inclusive sobre outro romance do autor: Anna Karienina.
Quanto a história em si, achei a mais fluída de todas que li do autor até agora.
Todos os elementos característicos da narrativa de Tolstói estão fortemente presentes: personagens mergulhados em conflitos psicológicos, críticas a sociedade russa nos âmbitos políticos, sociais, culturais e ideológicos, o contrataste entre a nobreza e o povo miserável etc. O diferencial aqui é o enfoque da crítica em relação ao sistema judiciário e prisional.
O autor mandou muito bem, tanto na construção dos personagens quanto no desenvolvimento do enredo. Só o final que poderia ser melhor.
Recomendo a leitura.
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_matheus.freitas 21/07/2022

Magistral
Assim como seus conterrâneos, Tolstoi em seus personagens evoca a alma humana para seus personagens, de maneira a nos apresentar os dilemas morais inerentes ao dia a dia de cada um de nós.

Sua temática sobre, política, religião, casamento, amor, redenção, filósofia e afins. Todos que lerem, com certeza sairão um pouco mais conscientes de si mesmos!
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Lucas 28/06/2022

O derradeiro livro de Liev Tolstói: Uma síntese do seu idealizador e das suas ideias ao final da vida
O maior traço característico da literatura russa, aquele que a faz ser tão especial nesse universo, é a sua capacidade de propor narrativas que fogem do caráter ficcional propriamente dito. Não que a excelente ficção novelística, a qual instiga e prende a atenção seja um elemento secundário nos russos: ela caminha em paralelo a precisas e robustas descrições sociais, históricas, psicológicas, filosóficas, políticas, naturais, místicas, antropológicas e por aí vai, as quais dignificam ainda mais a literatura feita na Rússia, especialmente no século XIX.

É por esses motivos que Liev Nikolaievitch Tolstói (1828-1910) personifica a literatura russa: em sua obra, vemos tudo isso. O traço marcante da sua escrita é a pluralidade de discussões paralelas a um sem igual talento narrativo, que deveria ser o ponto nevrálgico diferenciador dele em relação a seus conterrâneos da época. Tais aptidões tão multifacetadas podem explicar em parte a virada em sua vida ocorrida a partir da década de 1880, quando, em decorrência de uma profunda crise moral e íntima ele se torna uma pessoa minimalista e mística.

A tal "crise de fé" é um elemento importante na biografia de Tolstói. Ele, que de todos os grandes autores russos contemporâneos era o que vivia em condições financeiras mais confortáveis (o que permitia que ele vivesse de literatura, desde sempre), começa a se desapegar deste sucesso material (Tolstói chegou a renegar Guerra e Paz (1869) e Anna Kariênina (1877), suas duas maiores obras), abandona boa parte das suas riquezas e passa a viver recluso em uma de suas propriedades. Ao desenvolver uma espécie de doutrina própria e radical de desapego, negação de si mesmo, pacifismo e questionamento de dogmas religiosos, ele é excomungado pela Igreja Ortodoxa Russa, em função do "anarquismo" que suas crenças particulares são capazes de gerar. O cataclismo moral de Tolstói encontra vários exemplos ficcionais em livros russos, especialmente em Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Por isso, pode-se dizer que Tolstói personifica a literatura russa, já que ele parece ter realizado na prática boa parte das descrições e pressupostos que a literatura do seu país e do seu tempo legou à eternidade.

Esse evento tão impactante inevitavelmente trouxe estilhaços à escrita de Tolstói. "Felizmente", ele apenas renegou as obras anteriores e não o hábito de escrever em si (atendendo a pressões externas, como a de Ivan Turguêniev (1818-1883), Tolstói volta a escrever). Desse modo, as últimas obras da vida de Tolstói são marcadas por uma toada mais mística e socialmente crítica, como Uma Confissão (1879) e A Morte de Ivan Ilitch (1886), a qual traz consigo talvez o maior passamento de um indivíduo na história da literatura. Entretanto, o mais robusto dos seus trabalhos pós-crise é Ressurreição (1899), a qual acabou sendo seu último livro lançado ainda em vida.

A obra, que enquanto Tolstói esteve vivo foi a de maior vendagem de sua carreira, é uma síntese das razões provocadoras da crise existencial do seu idealizador, bem como descreve a sociedade russa às vésperas da sangrenta revolução de 1917. Em Ressurreição, tem-se o protagonista Dmítri Ivánovitch Nekhliúdov, um típico bon-vivant, emocionalmente irresponsável, de caráter fútil e herdeiro de várias posses. Apesar disso, devido a força do seu "nome", ele participava frequentemente de vários julgamentos, no que seria similar ao que hoje se entende como "júri popular".

Ekatierina Mikháilovna Máslova é a protagonista feminina, uma prostituta acusada de assassinato, a qual participa como ré de um destes júris as quais Nekhliúdov atua. A ligação entre os dois, entretanto, é constituída muitos anos antes: a então adolescente Máslova, empregada em uma propriedade rural das tias de Nekhliúdov, apaixona-se por ele. Nekhliúdov, como praticamente todo rapaz rico, despreocupado e aventureiro, ilude a moça com falsas promessas e, depois de um ato previsível e que é eternamente nojento, descarta Máslova. A partir daí, as trajetórias dos dois continuam em seus caminhos naturalmente conflitantes: Nekhliúdov na carreira militar e depois como administrador de propriedades da mãe falecida e Máslova "largada", vítima incessante do assédio masculino, rejeitada pelas "pessoas de bem" até chegar ao caminho mais provável para mulheres jovens e bonitas nessa condição.

O reencontro entre os dois num júri, cerca de dez anos após a última vez em que se viram e com Nekhliúdov no papel de juiz da sua antiga "paixonite" é o estopim para uma explosão moral no protagonista. Afinal de contas, a vida de Máslova foi desviada em função das ações de Nekhliúdov e ele, como num estalar de dedos, percebe o reflexo de sua irresponsabilidade. Essa transformação também reflete no que livro irá tratar dali em diante, inclusive em seu título e em diversas outras esferas. Num sentido prático, o choque pela qual passa Nekhliúdov é um lembrete da influência que decisões tomadas impensadamente podem desenvolver sobre outras pessoas. E se estas pessoas forem mulheres, "sem sobrenome", o reflexo gera um rótulo pela qual ela jamais irá libertar-se aos olhos externos.

Num sentido mais íntimo a Nekhliúdov, ficará bem perceptível ao leitor as semelhanças entre ele e Tolstói. Vários traços polêmicos da biografia do escritor são descarregados no protagonista. A sua "ressurreição" posterior, sua conversão, se não é tão radical quanto a vivida por Tolstói, atrai para si o mesmo tipo de incompreensão dentro de uma sociedade onde relações materiais sobrepõem-se a questões elementares como perdão, resiliência e humanismo. Isso abre a perspectiva de Tolstói para que ele critique através de Nekhliúdov não somente indivíduos, mas também instituições. A igreja, por exemplo, no seu sentido geral, é sensivelmente criticada pelos desvios entre aquilo que ela e a Bíblia pregam e o que a igreja realmente faz. Tais críticas não são apenas estruturais ou materiais, mas atingem também aspectos litúrgicos as quais carregam consigo muitas incongruências entre a mensagem trazida pelas Escrituras e a sua idealização prática. Estas desconformidades soam excessivamente atuais, como se pode imaginar.

O objeto institucional mais criticado por Tolstói, todavia, é o sistema carcerário russo do final do século XIX e suas ramificações espalhadas por todo o modus operandi do czarismo. Nekhliúdov é a "lupa", que disseca como funcionava a justiça num país gigantesco, profundamente desigual e que trazia em seu âmago hipocrisias mais gritantes que aquelas relacionadas às práticas religiosas supracitadas. Pessoas sem a menor condição moral, mas detentoras de nome, status social e influências familiares, travestiam-se de juízes, definidores dos rumos de vidas alheias. Estes pontos denotavam a corrupção em seu estado mais puro e endêmico (que nós brasileiros conhecemos como poucos...) existente no regime czarista, as quais, aliados a origem de muitos presos políticos que pipocam na narrativa, conferem ao texto de Ressurreição, em muitos momentos, um "grito dos oprimidos", defensores da derrubada da ordem política então dominante (o termo "socialismo" aparece algumas vezes na narrativa). Tal preocupação também se estende à questão da terra e sua distribuição a quem realmente poderia usufruir dela como sustento. Tolstói não chegou a ver a aplicação de boa parte destes princípios em seu país, com a Revolução Russa em 1917. Isso não chega a ser um desalento ao autor conhecido pelo seu pacifismo, já que o passar das décadas mostrou um aspecto nada humanista decorrente desse novo e excessivamente presente Estado. Em nome de um discurso de melhor distribuição de renda e universalização de oportunidades a todos, o então Estado Soviético seguia assassinando, premeditada ou indiretamente, seus próprios cidadãos.

As críticas ao sistema carcerário não são apenas direcionadas à participação do Estado na organização desse sistema. A trajetória de Nekhliúdov e Máslova se desenvolve entre vários outros condenados, inocentes ou não, a duras penas, como a de trabalhos forçados na Sibéria Oriental, região que fica distante cerca de seis mil quilômetros de Moscou. Esse trajeto, que era percorrido majoritariamente a pé pelos apenados, adquire uma importância social de destaque em Ressurreição, onde Tolstói questiona com um olhar humanista o real funcionamento desse tipo de punição mais drástica a criminosos. Fundamentalmente, o que acaba prevalecendo é o caráter de conflito: a sociedade não pune o criminoso, se vinga dele, privando-o do convívio social ou até mesmo da sua vida (penas de morte também poderiam ser aplicadas). O pilar da reclusão, como meio de recuperação do indivíduo, era totalmente ignorado. A forma com que este tema tão sensível é desenvolvido aqui lembra um pouco O Último dia de um Condenado, obra de Victor Hugo (1802-1885) lançada em 1829. Evidentemente que tentar adaptar esse olhar mais humanista para a realidade atual deve levar em conta a existência de uma série de questões e desafios sociais inexistentes no século XIX, mas não pode ser ignorada a maneira com que a sociedade em todos os tempos encarou e encara os desafios do cárcere. Deriva desse entendimento, inclusive, o desfecho do livro, que teoriza por meio das Sagradas Escrituras a solução para praticamente todos os males que a obra descreve.

Ressurreição é um romance que sintetiza vários aspectos do seu contexto temporal: é uma crítica à alta sociedade russa, às autoridades carcerárias e governamentais e joga aos holofotes uma série de contradições nestas e em outras instituições consideradas inexpugnáveis. O livro também condensa o processo de desmantelamento da consciência de Tolstói diante das hipocrisias e materialismos que ele passa a enxergar ao seu redor. Apesar de a relação entre Nekhliúdov e Máslova ser tratada num segundo plano em diversos momentos, ela ilustra as formas deturpadas e femininamente prejudiciais com as quais as relações entre homem rico e mulher pobre são tratadas pela sociedade. Traz, portanto, uma enormidade de temas inevitavelmente atuais, as quais oferecem um painel mais amplo a questões que o leitor pode até então considerar como perenes e intransponíveis em sua percepção.
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ElisaCazorla 21/06/2022

Se quiser continuar a ter esperança na humanidade, NÃO LEIA ESTE LIVRO
Saio desta obra com a mesma sensação que tive depois de terminar de ler V de Vingança. Talvez pareça estranho V de Vingança ter vindo à minha mente assim que terminei de ler Ressurreição mas, se olharmos com cuidado, talvez não seja.
Assim como V de Vingança, Ressurreição nos apresenta uma utopia. Uma crítica e análise sobre por que as pessoas agem como agem e uma proposta, na minha perspectiva, utópica sobre como acabar com a maldade no mundo.
E, o terrível, é que parece tão simples de acabar com a miséria, a tristeza e as injustiças. E por isso que saio dessa obra deprimida. O ser humano não é capaz de ser o seu próprio líder e, muito menos, capaz de agir em prol do bem estar do outro.
Estamos sempre numa grande batalha e o que vemos é que quem está no poder cria estratégias para se manter no poder e NADA do que o povo faça poderá mudar isso.
Ir a favor das leis não vai mudar. Ir contra as leis não vai mudar. Revoluções não mudarão isso porque virá outro grupo no poder que vai se afogar no prazer de oprimir.
Não tenho certeza se Tolstoi quis deixar uma mensagem de esperança. Para alguns leitores pode assim parecer. Para mim, é uma visão da impossibilidade de mudar o status quo.
Nossa espécie deu errado.
Mesmo assim, essa obra é genial! Leitura fluida, capítulos curtos e TUDO o que é falado é necessário. Nada sobra, nada falta.
Obra brilhante!
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Cintia295 02/06/2022

Gosto muito das obras de Tolstói, já li Anna Karienina, Guerra e Paz, alguns contos e novelas, e esse livro não foi diferente amei a escrita, as críticas, o enredo.
Porém parece que faltou algo no final do livro, não sei se foi eu como leitora que precisei dar uma pausa por motivos de saúde e depois retomar a leitura.
Não foi favorito mas super recomendo a leitura
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Bunig 01/06/2022

Incompleto
O leitor desavisado encontra este livro, lê sua sinopse e entende que irá encontrar aqui uma narrativa sobre como um sujeito se redime de seus erros passados ao propor se casar com uma moça que está sendo julgada por roubo e assassinato, pois acredita ser o culpado dela se encontrar em tal situação.

Acontece que o desenrolar dessa história não foca nisso. O julgamento e a proposta de casamento são apenas o estopim da ressurreição do rapaz, que passa de um bon vivant para uma pessoa que utiliza de suas relações para interceder em prol de alguns prisioneiros.

Além disso, pode se dizer que o maior interesse da obra é criticar o sistema carcerário, a burocracia, os funcionários públicos e a igreja. O livro pode ser de 1989, mas a narrativa continua atual. Ainda hoje enfrentamos os problemas apontados por Tolstói.

Tendo em vista o que foi dito, a minha impressão sobre a leitura foi a de que o autor nadou, nadou e morreu na praia. A começar por esse problema da sinopse que não condiz muito com o enredo e termina com o protagonista, que mesmo tendo visto um monte de coisas erradas no sistema, não se propõe a fazer algo realmente substancial e acredita que a salvação para tudo está nos indivíduos seguirem alguns mandamentos da bíblia, porque assim não precisaríamos nem de polícia, nem de juízes. E é isso, no final nada acontece, feijoada. Deixa uma sensação de incompletude.

Obs.: esse livro precisa urgentemente de uma lista de personagens, porque é impossível acompanhar isso tudo sem saber quem é quem e eu não consigo guardar tantos nomes assim.

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Joao Felipe 20/05/2022

Uma Grande Leitura
Geralmente os grandes livros geram reflexões muito além de suas páginas, elas perduram por um tempo e até se mantem conosco por uma vida talvez.
O livro é magnifico e aborda a saga de um homem sobre a sua consciência, é tocante em muitos pontos e nós leva a conversas intimas sobre os papeis de nossas vidas, a mim foi assim. É uma leitura instigante que em poucas paginas somos fisgados

Passei por Guerra e Paz, A Morte de Ivan Ilitch, A Sonata a Kreutzer, Padre Serjio e agora Ressureição, Tosltoi é meu escritor Russo favorito, em sua simplicidade ele sempre tem muito a me dizer, talvez em Ressureição nos vemos em um lado religioso muito latente, eu pessoalmente não vejo problemas, e não vejo como panfletário é uma jornada e temos muito a aprender com ela.

Eu sou um grande fã do Tolstoi, li "Anna Karenina" como um desafio a mim mesmo aos 18 anos e desde lá foi o livro que mais me marcou dele, sendo um dos poucos livros que já reli nessa vida de leitor, eu normalmente não revisito livros. Karenina ainda vive em meu coração, eu amo ela,
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CAcera3 13/05/2022

Encarar o passado e assimilar o presente
O último romance publicado por Tolstoi é um reflexo de todos as crenças e observações que ele havia feito durante sua vida. Nele conhecemos Nekhliúdov, um jovem fidalgo que acaba tendo uma paixão passageira por uma protegida de duas tias que moravam no interior da Rússia, ele seduz essa moça e parte na manhã seguinte. Os anos se passam e o protagonista é agora um homem solteiro é importante figura na sociedade que é chamado pra ser jurado em um tribunal. Qual não é sua surpresa quando encontra sentada no banco dos réus, a doce menina que um dia ele abandonou. Cheio de remorso ele se sente culpado pelo destino dela que teve uma sequência de desatinos em sua vida desde o que aconteceu entre os dois e agora era uma condenada aos trabalhos formados na Sibéria. Nekhliúdov resolve então abdicar de seus previlégios, propor casamento a Málova e tentar ajudá-la como for possível.

Ao longo dessa narrativa o protagonista nos apresenta as condições miseráveis do sistema carcerário russo, a sordidez do sistema judicial com toda sua imparcialidade, corrupção impiedade.
O viés religioso é bastante presente também na narrativa, quando Nekhliúdov contrasta a realidade com o discurso religioso e questiona não só a existência de Deus em si, mas mais propriamente o cumprimento de suas leis por aqueles que se dizem cristãos.
É um livro com uma linguagem bem direta e simples, suas críticas são facilmente percebidas e ele inclusive se repete como reforçando determinadas ideias.
Mais uma obra incrível do Tolstói.
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agathatriste 09/05/2022

A clássica história do príncipe e da plebeia, mas calma, com toda criticidade Russa. O romance clichê está ali só para não parecer um ensaio socialista.

Justiça é sem dúvidas um dos meus valores mais fortes e esse livro transcende a sociedade Russa. Ele nos convida a olhar para o outro, para a nossa sociedade, para os nossos privilégios e para quem nós somos frente às injustiças.

Considerado por muitos um livro religioso por conta das suas diversas passagens bíblicas, para mim, funcionou como um ponto de questionamento: O que cantamos/lemos/ seguimos nas igrejas vale pra quem?

Muitas vezes olhamos para o sistema prisional e vemos apenas "bandidos", nesse livro, Tolstói nos força a ver o que existe por trás e o que levou a pessoa a estar ali. O autor denuncia as injustiças do sistema penal Russo e não é difícil fazer comparações com nosso próprio sistema prisional.

Como lidamos com as injustiças que cometemos?

Esse não é um livro para se apaixonar, é para incomodar, é para sangrar:

"Dizem-me: erradicar a corrupção. Mas erradicar como, quando todos são corruptos?"
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Mikaelli.Orlande 03/05/2022

Adorei o livro. Meu primeiro Russo. Fiquei encantada com a facilidade da leitura e com a possibilidade de aprendizado que a descrição do ambiente, povo e cultura proporciona.
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Dora Aventureira 03/05/2022

Um livro que eu superestimei?
Esse livro, sinceramente, eu esperava algo a mais.
Tolstói é um dos meus escritores favoritos na literatura russa, talvez em razão disso eu tenha esperado mais.

O livro gira em torno de um romance frustrado.
Quando sua amada é condenada por um crime que, sinceramente, passou em branco para mim se ela cometeu ou não? mas enfim, com sua amada, Máslova, presa, Nekhliúdov tenta consertar o seu passado tão horrendo com ela.

Nos últimos capítulos, como em várias obras, Tolstói traz reflexões religiosas de seus personagens com o que condiz a história. Tirando essa reflexões, em vários outros capítulos ele traz vários pensamentos sociais e políticos, principalmente.

Não é um livro ruim, de forma alguma! Ele é muito bom, aliás. Porém, criei expectativas altas demais.
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Tiago Fachiano 28/04/2022

Sua plenitude
Tolstoi se encontrava em sua plenitude literária ao escrever Ressurreição. Quase no final da vida e lutando contra suas ambiguidades, o escritor revela todo o seu lado descrente, mas ao mesmo tempo buscando a fé na forma pura e cristalina.
O livro é escrito para ajudar uma tribo que estava sendo perseguida por sua religião. A divulgação do livro tem o intuito emigrar esse povo para liberdade e nesse contexto se encontra o personagem principal. Emergir da escuridão pelos atos. O que você fez no passado pode ser alterado no futuro e remediado? Questão principal do livro e todas as vertentes traz a tona genialidade do Tolstoi em criar personagens e linkar com sua vida real.
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Bribslucas 07/04/2022

Um clássico.
Sem dúvidas, um dos livros mais reflexivos que já li...saciou temporariamente e, ao mesmo tempo, alimentou a vontade de retornar aos clássicos.
Abarca pensamentos sobre diversos aspectos da sociedade, política, justiça.
Sobre a humanidade.
Embora parte de princípios também muito simples.

Magistral.
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Conça 04/03/2022

Minhas impressões, opniões e sentimentos?
Liev Nikoláievitch Tolstói nasceu no dia 28 de agosto de 1828 (9 de setembro, pelo calendário atual), em Iásnaia Poliana, propriedade rural de sua familia, na Rússia. Tinha três irmãos mais velhos e uma irmã mais nova: Nikolai, Serguei, Dmitri e Mária. Embora tivesse boas relações com todos eles, foi Nikolai quem lhe marcou mais profundamente o temperamento. De um lado, era seu modelo de homem, belo, elegante, forte e corajoso. De outro, estimulava sua imaginação, afirmando possuir um segredo capaz de instaurar no mundo uma nova Idade de Ouro, sem doenças, miséria e ódio, e na qual toda a humanidade seria feliz. Nikolai alegava ter gravado esse segredo num graveto verde, o qual enterrara numa ravina da flo resta de Zakaz.

Tolstói mais uma vez apresenta uma obra espetacular com uma abordagem sensível que lhe é bem peculiar. Confesso que, essa é uma das inúmeras razões pelo qual admiro esse autor que denota total empatia pelo figura humana.

Um romance profundo e surpreendente, posso afirmar que até polêmico pelas abordagens dos temas como: sistema prisional, política, religião, metafísica dentre outros?não só na época em que foi escrito como reverbera até os dias atuais.

O enredo dá início no tribunal para compor o júri que vai definir o futuro da prostituta chamada Máslova, acusada de roubar e envenenar um cliente. O príncipe Nekhliúdov reconhece os olhos da serva por quem, no passado, se apaixonou. Depois de seduzi-la e abandoná-la, ele agora se vê às voltas com a difícil decisão de incriminá-la ou salvá-la da sentença.

Com a narrativa na terceira pessoa, o narrador perspicaz nos apresenta a miríade de personagens que encontramos ao longo do romance, e, não se enganem, cada um vai deixar suas marcas ao serem relevados.

?Ao conhecer de perto as prisões e as paradas da viagem rumo ao local de deportação, Nekhliúdov se deu conta de que todos aqueles vícios que se desenvolviam entre os prisioneiros: a bebida, o jogo, a crueldade e todos os crimes terríveis cometidos por detentos, e até a antropofagia não eram acidentes, nem fenômenos de uma degeneração, de um tipo criminoso, de uma monstruosidade, como interpretavam sábios obtusos para agradar ao governo, mas sim a consequência inevitável do erro incompreensível segundo o qual umas pessoas podem castigar outras. Nekhliúdov via que a antropofagia não havia começado na taiga, mas sim nos ministérios, nas comissões e nos departamentos e apenas se concluía na taiga; que o seu cunhado, por exemplo, bem como todos os juízes e funcionários, desde o oficial de justiça até o ministro, nada tinham a ver com a justiça ou com o bem do povo, de que falavam, mas sim precisavam pura e simplesmente dos rublos que Ihes pagavam para fazer tudo aquilo que gerava tal degradação e sofrimento. Isso era completamente óbvio.?

A partir dessa leitura fui me aprofundando nessa cultura, ao mesmo tempo, é impossível não fazer um paralelo como a nossa cultura e a realidade desses temas nos tempos atuais. É importante salientar o quanto me causou impressões na força e determinação do personagem principal e, mais ainda, nos personagens revolucionários. E, definitivamente, Máslova pode se considerar uma heroína dessa trama fascinante.

E, por fim, recomendo a obra para todos que tem o desejo de descobrir e compreender um pouco mais do autor, da Rússia e do tema central sobre a justiça e a situação carcerária que brilhantemente Tolstói aborda.
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Jessé 16/02/2022

Meio decepcionado.
Eu li Anna Karienina em 2019, e naquele ano considerei esse livro a minha melhor segunda leitura do ano. Depois disso entrei em contato com novelas e contos do Tolstoi. Por tudo que já havia lido dele, cheguei em ressurreição com muito entusiasmo, mas acabei me decepcionando.

Esse livro é bem inferior aos outros trabalhos que tive contato, e teve momentos que fiquei em dúvida se Ressurreição tinha realmente sido escrito pelo Tolstoi. Sem falar que tinha horas que esse livro virava um dramalhão mexicano e exagerado difícil de engolir.

Outro ponto que me incomodou, foram as repetições infindáveis do escritor. Tinha horas que eu falava comigo: tá bom Tolstoi, eu já entendi que esse cara tá arrependido, ou qualquer coisa do tipo kkkkkk

E por último, o livro é extremamente cansativo. Anna Karienina tem praticamente o dobro de páginas, e em nenhum momento eu me cansei dele igual aconteceu com Ressurreição.

Valeu a experiência de leitura, mas nem tudo de um determinado escritor vai agradar não é mesmo. Mas também não vou ficar falando que amei só por se tratar de Tolstoi. Rsrs
Carolina.Gomes 22/09/2022minha estante
Eu ia ler, adiei. ????


Jessé 23/09/2022minha estante
Não faça isso pelo amor Deus!!! Kkkkkkkkkkkk

Lembre-se que nos divergimos sobre O idiota e O vento levou ?????


Carolina.Gomes 23/09/2022minha estante
KKKKKKKKKKK


Jessé 23/09/2022minha estante
A única coisa que aconselho, caso seja essa a sua edição, a ler a apresentação só depois de ter finalizado a história. Eu li a apresentação até a metade, e o Rubens Figueiredo me pareceu muito tendencioso. Deu a entender que ele queria que lêssemos o livro sobre o ponto de vista dele.




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