Desde que li a sinopse desse livro fiquei curiosa com a história. Parecia um bom romance misturado a um drama investigativo. No final das contas não estava totalmente errada a respeito do livro. A história me surpreendeu pelos personagens e pelas tramas bem intricadas. Utilizando o passado como plano de fundo, Barbara Freethy desconstruiu a história de amizades que terminou de forma trágica por causa de segredos.
Natalie é médica residente em um hospital de São Francisco, falta pouco para ele se tornar médica e nada pode atrapalhar isso. Ou era o que ela pensava até um livro ser publicado. Os nomes foram alterados, mas o cenário é o mesmo. O tão terrível passado, que a machucou está voltando. Menos de um dia depois ela descobre que Madison e Laura estão morando em São Francisco assim como Cole, irmão de Emily. É um pesadelo que ela não estava disposta a se envolver, mas quando Laura lhe conta que no livro a morte de Emily não foi acidental e a culpada no livro seria ela, Natalie resolve que precisa descobrir quem é esse autor. Ler o livro é perturbante, pois muitas partes parecem saídas da boca de Emily. Ela precisa descobrir como ele sabe tanto sobre elas e principalmente, quem ele pensa que é para acusa-la de assassinar a melhor amiga? Um caso desses pode encerrar a carreira médica que ela tanto batalhou e na pior das hipóteses colocá-la atrás das grades. A família de Emily é rica, poderosa e isso não seriam problemas para eles. Contando com a inesperada ajuda de Cole ela tem poucos dias para resolver o mistério.
A partir dessa premissa a trama se desenvolve de maneira equilibrada e surpreendente. A narrativa da autora foca nos personagens, na construção de características que os diferem e os ligam. Destrinchando um passado de segredos Natalie e Cole são conduzidos de volta a época da universidade e a fatídica noite em que Emily caiu da cobertura. Natalie começa a perceber que nem tudo era perfeito entre elas. O livro alterna a visão entre as três amigas e com muita destreza nos conduz a vários caminhos. Voltar ao passado sem bagunçar com o presente não é sempre fácil, mas a autora nos apresenta muito bem o presente de cada personagem antes de mergulhar nas entrelinhas das vidas deles. Por mais que a curiosidade central dos leitores seja o enigma do que realmente aconteceu com Emily naquela noite, o foco do livro é uma análise das relações de amizade e não uma investigação.
O enredo nos faz questionar se nem mesmo uma tragédia foi capaz de apagar a amizade daquele grupo porque eles tinham tantos segredos? O acontecimento os afastou e teria sido assim se o tal livro não tivesse sido lançado. A principal pista e o foco do final acabam provando isso. Pessoas tão diferentes e que ao invés de encarar os segredos preferiram fugirem. A cada diálogo sincero e desabafo que os personagens tinham, uma nova peça do quebra-cabeça era mostrada. Romance, amizades, mágoas, segredos, vingança, presente e passado. Um livro que fala do quão complicado é o significado da palavra amigo e do quanto à situação pode piorar se amor e sexo forem envolvidos na situação.
Leitura rápida, agradável, com uma escrita simples e bem desenvolvida. Um livro que difere por ter uma história que não existiria sem personagens e que consegue ser interessante mesmo sem grandes viradas. A edição (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2012/07/resenha-tudo-o-que-ela-sempre-quis.html