Guia Politicamente Incorreto da Filosofia

Guia Politicamente Incorreto da Filosofia Leandro Narloch
Luiz Felipe Pondé




Resenhas - Guia Politicamente Incorreto da Filosofia


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Marcelo 09/07/2012

Uma ingrata decepção. Esse talvez seja o melhor termo para expressar o que senti ao ler a última página. Isto porque o tema e a sua proposta de abordagem filosófica me despertaram grande interesse que de longe não foi atendido pelo autor com a sua escrita leviana. Na falta de argumentos contundentes e maior aprofundamento filosófico nos autores ilustrados na capa, o autor se utiliza, por muitas vezes, de opiniões difamatórias aos que pensam/agem da forma politicamente correta, que quebram qualquer sustentação retórica.

Infelizmente, trata-se de um livro encomendado pela editora ao autor que adotou essa postura "rebelde" para se tornar comercialmente atratívo, mascarando a falta de conteúdo. Reforçando essa ideia, o livro possui um belo projeto gráfico que disfarça o seu pouco texto. De 233 páginas, cerca de 100 são páginas "em branco". Sem contar o espaçamento das margens, maiores que o normal.

Basta verificar que a quantidade de temas que o livro se propõe a abordar não pode ser discorrido em 100 páginas, por mais objetivo e claro que seja o autor.

Frustrante.
Helena 06/08/2012minha estante
Faço minhas as palavras de Marcelogp, realmente frustrante o livro.
Helena


Elenai 21/08/2012minha estante
Senti o mesmo que você! Não vi argumentos fortes e embasados na obra, não em boa parte do livro. Quando ele começou a utilizar da ofensa, perdeu meu respeito.
Agora se tornou moda falar mal dos "politicamente corretos" e sempre generalizando!


Du 24/08/2012minha estante
Concordo com o fato de notar que esse livro tivesse sido recomendado pela quantidade de páginas e a sua diagramação, mas exigir uma explicação "profunda" de TODOS os grandes filósofos citados em um livro de pouco mais de 200 páginas é um pouco inocente demais, certo?


Ju Furtado 22/09/2012minha estante
Alguém sabe o que é "ensaio"??


Natália 16/10/2012minha estante
Não achei , é um " ensaio " e é uma filosofia do cotidiano , portanto , não teria que ter tido aprofundamento em filósofos e , a dita ofensa é pela sinceridade do autor que , simplesmente desmascarou esse mundo hipócrita em que vivemos


Juciellen 14/11/2012minha estante
Concordo completamente com o marcelogp e Elenai. o politicamente correto é mesmo tudo aquilo que ele falou, mas a partir do momento em que ele começa a ofender e generalizar perde toda a razão.
Ao contrário do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil e da América Latina que se propõem a "enfurecer o leitor" mostrando que as crenças e aprendizados da maioria estão erradas, o Guia da Filosofia me enfureceu por mostrar uma coisa que a maioria já sabe (o politicamente correto é um saco) e apenas criticar e ofender quem é politicamente correto.

Os Guias Politicamente Incorretos anteriores mostraram um capítulo para cada persongem da capa, mostrando o que eles fizeram de certo/errado, geralmente provando que a história não é bem essa.
Comprei o Guia da Filosofia esperando que houvesse essa mesma análise de cada filósofo como a coleção se propõe, mas não é o que acontece


Liz 25/12/2013minha estante
alguém com um pouco de discernimento, fico feliz em ler isso


Evelise 26/01/2014minha estante
fiquei muito animada ao começar a ler o livro... esperava algo que me fizesse pensar, que me fizesse chacoalhar os meus conceitos... e encontrei um livro desanimador e superficial. os últimos capítulos parecem ter sido escritos de qualquer jeito, às pressas. que pena :(


Alessandro 08/03/2014minha estante
Eu também fiquei decepcionado, esperava mais.Costumo ler a coluna do autor na Folha de S.P, e confesso que o livro não faz jus ao brilhante e contestador escritor que de fato ele é.
Um livro que poderia ter sido escrito por qualquer escritor medíocre, bastando apenas ser corajoso e ''mau-educado'' o suficiente para fugir do script e dizer de modo superficial o que a hipocrisia do politicamente esconde.

Fiquei com a ligeira impressão de que a filosofia a modo crú ficou bastante distante do assunto abordado.


Alexandre 06/07/2014minha estante
Ainda que Pondé exagere um pouco em alguns momentos, o livro é ótimo ao abordar temas tabus em nossa sociedade; talvez isso justifique algumas criticas negativas ao livro. Claro, não é uma obra filosófica profunda, nem era essa a proposta e sim, um livro bem humorado e com linguagem acessível que desmistifica conceitos falsos tomados como verdades.


NP. 29/10/2015minha estante
Acredito que o livro atinge o que pretende. Pondé diz o que muita gente quer dizer com as palavra e a profundidade que ( por vezes, talvez ) não tenhamos. Concordo com você sobre o número de páginas: se for para ser 100 não nos engane editora!. No entanto, ressalto novamente que o livro atinge o que se propõe. Não é preciso ser militante ou ter uma postura política A ou B para reconhecer muitas coisas do que ele disse. O melhor foi o impacto que o livro deu, chamando a atenção de pensadores progressistas como Paulo Ghiraldelli.


Danielly 11/01/2020minha estante
Tenho o mesmo sentimento que vc! Livro sem conteúdo e não tem nada a ver com o título e as ilustrações da capa, não tem nada de filosofia.


Lucas.Gois 04/04/2020minha estante
O livro se propõe a ser algo e cumpre com o que "promete" ser. As críticas ao formato e à profundidade do livro que vi acima são totalmente descartáveis. O livro jamais se propôs a ser uma obra-prima filosófica com a exploração de termos filosóficos desconhecidos do "povão". O livro é o que é. Caso não tenha sido o formato mas o conteúdo que incomodou os leitores, sinto lhes dizer: vocês são exatamente o objeto de crítica do Pondé. Achei o livro excelente e que traz a tona não apenas temas considerados tabus (de forma ácida e irônica, claro), mas também diz coisas óbvias que parecem ter sido esquecidas por uma sociedade doente que passa a animalizar-se e esquece-se do que é ser humano.


Marina.Caetano 10/08/2020minha estante
Concordo com a Natália. É um ensaio, não uma dissertação. O que ele fez foi colocar a hipocrisia dos politicamente corretos numa casca de noz, e quem quiser pode se aprofundar em cada um dos temas com outros livros ou autores indicados por ele mesmo. Quem alguém seja capaz de derrubar uma só afirmação dele como falsa! Duvido! O livro é de irritar aquele primo no 4o ano da Federal, espiritualizado, que acha que os indios sim, é que sabem viver em sociedade, e causar um desmaio na tia da escola que pensa que está sendo "do bem" ao dizer que todo mundo é vencedor (até o bundão que não se esforçou e teve o pior resultado).


Mateus.Arruda 01/12/2021minha estante
O livro trás uma visão diferente da Filósofia tradicional, acredito que as opiniões acima vem da não concordância com a visão, pois o livro em si é muito bom te tira da zona de conforto, e te faz repensar nossa sociedade atual.


Alaminos 08/12/2021minha estante
Concordo e assino embaixo!


Edu 19/01/2022minha estante
Não esperava muita coisa desse livro e ainda assim fiquei decepcionado. Agora vou ter que ler mais alguma coisa do Pondé, infelizmente, pois não sei se o autor é ruim ou só estava com preguiça ao escrever esse livro em particular.


Jose497 16/09/2023minha estante
A leitura é realmente uma "pancada na cabeça". Pondé deixou claro que quer impactar.
É uma provocação filosófica, justamente para o leitor tomar posição.
Em alguns casos, vibrei como aquele gol, outros achei picante.. exagerado.
Não indico a leitura




Diego Araújo 15/05/2012

Contra as falsas presunções dos fanáticos do "outro mundo possível"
Um livro incômodo e em desalinho com o consenso que tomou conta das ciências humanas no Brasil. Esqueça o "politicamente incorreto" como mera liberdade de fazer piadinhas sobre tudo e todos. Isso é mau-caratismo raso. Em um verdadeiro ensaio de ironia, Luiz Felipe Pondé denuncia a farsa dos argumentos que se pretendem salvadores da humanidade, criando soluções utópicas e simplificando a essência do ser humano e a própria história. Ambientalistas, políticos, ateus, religiosos, estudantes, professores, artistas, povo, elite... ninguém escapa dessa crua e necessária análise da (anti)mentalidade que tomou conta do mundo.

"O Politicamente Correto é autoritário em sua essência, porque supõe estar salvando o mundo".
Mauro 21/05/2012minha estante
Perfeito teu comentário, Diego, que endosso integralmente, feliz por saber do irreversível rumo à falência do PC como produto do pensamento (des)humano. Grande abraço.


Rafael.Giuliano 13/06/2012minha estante
Concordo com seu ponto de vista, tanto quanto concordo com o autor. Em especial pela maneira que você deixa clara a abrangência desta "intoxicação" pela praga PC, em representes tanto de minorias quanto de maiorias em nossa sociedade!


Natália 16/10/2012minha estante
Realmente , como vc disse , é incômodo ler algumas coisas , porque sozinhos nem sempre conseguimos analisar a sociedade de uma certa maneira , é que cada um de nós temos uma visão de mundo , e a visão irônica de Luiz Felipe Pondé é fantástica , ele fala com muita sinceridade sobre aspectos da sociedade que , ao pararmos pra analisar , vemos que não é uma piadinha e sim uma verdade , me fez refletir muito , por isso , demorei bastante para ler ( kkk ).




yas 09/06/2023

Pensa num livro ruim, pensou? é esse livro. Me parece que o autor tornou-se um velho amargurado e birrento insatisfeito com as mudanças do mundo, querendo transformar em uma enorme problemática questões que na realidade tentam tornar o mundo um lugar um pouco mais suportável de viver, mas não para ele, que afinal nasceu noutra época, não faz parte de qualquer minoria, portanto facilmente não entende nenhuma luta, só sabe falar abobrinha atrás de abobrinha tratando temas sérios como uma criança que se faz de tonta, ou por sê-lo de fato ou por mau-caráter.
yas 09/06/2023minha estante
o inimigo dos historiadores!!!!


yas 09/06/2023minha estante
e filósofos


yas 09/06/2023minha estante
e todo mundo de humanas


Maria7598 09/06/2023minha estante
O Pondé é horrível, só fala besteira




Debora.Vilar 18/02/2014

Abandonei porque o autor trata de maneira distorcida as filosofias comentadas, e apresenta uma filosofia burguesa preconceituosa.
Marina 17/02/2014minha estante
Concordo.


Malu 05/03/2014minha estante
Melhor resenha que li até agora. O "politicamente incorreto" é só um termo que disfarça o preconceito cru e latente da burguesia brasileira.


Vera 28/06/2014minha estante
preconceituosa ou irônica? é exatamente desses exageros que o livro, ou melhor, o autor trata com "irônia". se continuar a leitura talvez vc perceba.


Debora.Vilar 14/07/2014minha estante
preconceituosa. O autor usa a ironia como disfarce, e pelos comentários e o que já conversei com outras pessoas sobre este livro muitas pessoas compartilham da mesma opinião, e cheguei esta conclusão pois li até metade do livro.




Felipe 30/08/2012

Incoerências mil
O livro não é propriamente um livro, e sim uma série de ensaios que tenciona um fio de união que é o que o autor chama de praga do politicamente correto. O livro, no entanto, segue fiel a aos seus dois predecessores da série dos politicamente incorretos, uma defesa da direita conservadora. O autor define o que é politicamente correto de acordo com sua vontade e sem argumentos nenhum, ou muito pouco convincente. Na verdade, o livro é a defesa de uma posição conservadora de sociedade, de posições ultrapassadas como o darwinismo social e tem enormes incoerências, além de ter altas doses de preconceitos contra o islamismo.
Para se ter uma ideia da incoerência, que parece indicar que o autor nem revisou o livro ou a incoerência é mesmo sua marca, na página 108 “Um dos projetos da minha vida é não viajar nunca mais, pelo menos cada vez menos e para menos longe. Exterior nem pensar”. E na página 19, na apresentação do livro “Volto da Islândia, um país maravilhoso”, será que a Islândia fica no estado de São Paulo?. Esta é apenas uma das muitas incoerências do livro. Em especial, este capítulo sobre viagens, o motivo para alegar que não suporta viajar é porque muita gente viaja, hoje em dia. Viajar deixou de ser um privilégio, então melhor não viajar. Nesta linha de pensamento, chegaria a posição da extrema direita, que a culpa do trânsito é a compra de automóveis mais acessível, então, para a direita, melhor dificultar a aquisição de carros.
Ainda na incoerência, define o que politicamente correto de acordo com as posições que quer atacar. Por exemplo, quer atacar o islamismo, então define que o politicamente correto é defender o islamismo. Nada mais errado, basta ver televisão para ver que o islã não tem nada de politicamente correto, que mais seria a defesa dos judeus, que em nenhum momento são alvo do autor.
Usa Darwin para defender que o mais apto deve sobreviver, socialmente, o chamado darwinismo social que está superado a muito tempo. E continua em suas incoerências. A mais grave, no entanto, mais como bom direitista conservador, é a defesa da ditadura militar no Brasil que defendeu os privilégios que pouco a pouco estão cedendo lugar à distribuição de renda e ascensão social em nosso país. Na página 179 “A ditadura, de certa forma, nos salvou do pior”. Mas esta defesa da ditadura militar não é novidades na série ‘Guia politicamente incorreto’, nos outros dois livros já havia sido defendida.
Então o livro é muito ruim, não só pela defesa de um conservador que não aceita a ascensão social de pessoas que considera menores e que deveriam apenas trabalhar para manter o privilégio das elites, da quais se considera parte. Mas também porque as posições e defesas que faz são incoerentes ao longo do livro, e uma pessoa que não consegue ser coerência nem mesmo com as ideias que defende em um livro de menos de 250 páginas não pode ser levado a sério.
Luan 15/09/2012minha estante
Felipe, o livre é um ensaio de IRONIA. A dica é se aprofundar mais. Abraço.


Ju Furtado 22/09/2012minha estante
Não gostei da sua resenha (perdão), mas adorei o comentário do Luan!


Felipe 22/09/2012minha estante
Ju, não precisa pedir desculpas, a opinião é sempre algo saudável e dispensada de pedidos de desculpas. Se só para constar, ironia não é incoerência, e conservadorismo e preconceito, muito menos. A leitura da minha resenha mostra que a leitura foi tão detalhada a ponto de produz uma resenha crítica e aprofundada como a que escrevi.


Alexandre Apolca 16/12/2012minha estante
assino em baixo..


Luiza David 28/01/2013minha estante
Concordo plenamente,puro achismo do autor para defender uma posição conservadora,não venham me dizer que não entendo ironia. Simplesmente suas colocações me soaram muito fracas,tem coisas que até concordo com ele em relação a excessos,mas no geral não me acrescentou muita coisa.


Simoni 30/09/2013minha estante
Achei muito interessante seu comentário, Felipe, e concordo em partes , embora tenha gostado do livro. Gostei, porque embora os ensaios sejam arbitrários e representem a opinião do autor ( que não é sempre embasada em argumentos contundentes), é um livro que me fez pensar realmente sobre alguns pontos da sociedade atual e sua hipocrisia, não necessariamente concordando com ele em todos esses pontos. E acho que esse foi o objetivo do livro, levar o leitor a um pensamento mais crítico sobre os assuntos abordados, mesmo que este discorde com a opinião do autor.


Liz 25/12/2013minha estante
ESSE COMENTÁRIO SALVOU MEU DIA APÓS LER ESSE LIVRO, pensei que eu era a única que achava isso


Bia 05/05/2014minha estante
Tive a mesma sensação que a Liz :p
Gostei muito do comentário




Humberto 18/07/2014

Cansativo e Superficial
Confesso que a leitura deste livro foi cansativa. Foi preciso atenção de garimpeiro para encontrar no meio de tanta verborragia alguma informação que permitisse um melhor entendimento da argumentação apresentada em defesa do Politicamente Incorreto (PIC).
Procurarei aqui comentar quatro tópicos abordados pelo autor que me parecem absolutamente equivocados:

Sobre Perseguição na Academia
O autor apresenta o mundo acadêmico como um reduto dos defensores do Politicamente Correto (PC) que agem de forma covarde e anti-ética no sentido de desqualificar qualquer ideia contrária. Ele se refere a estes colegas como inimigos a serem derrotados e os desqualifica com um sem número de expressões chulas (talvez as mesmas que ele esteja acostumado a ouvir destes oponentes). Se fidedigno, este quadro depõe mais contra o ambiente acadêmico do que contra o PC.
O grande pecado do autor no entanto, é que ele estende equivocadamente esta visão (real ou não) a todos que comungam do PC, como se o mundo fosse uma grande academia.
O lamentável deste equívoco é que o autor, apesar de, em alguns pontos do livro, se posicionar contra o racismo, discriminação de gays e violência contra a mulher, se deixa contaminar pelo ódio aos colegas e não consegue separar a crítica a este comportamento da crítica à essência do PC.

Sobre a Democracia
Segundo o autor, a democracia dá poder à maioria idiota em detrimento de uma pobre minoria virtuosa que carrega o mundo nas costas. Ele demonstra desagrado por constatar que a maioria da humanidade é medíocre e apresenta como um defeito da democracia o fato dela cercear as liberdades individuais em favor de uma massificação da sociedade, esclarecendo que isso teve origem no século XV e vem se inetensificando desde então.

Ledo engano. Este processo teve início há centenas de milhares de anos, quando alguns indivíduos apresentaram a propensão à estender a cooperação além dos seu círculo familiar, rompendo o determinismo biológico que até então limitava esta cooperação ao círculo dos descendentes diretos. A vantagem foi tão grande que este comportamento se difundiu muito rapidamente por toda a espécie humana. De lá para cá o convívio social vem exigindo de nós um permanente lidar com conflitos entre nossos interesses individuais e aqueles dos vários grupos a que pertencemos (família, empresa, clube, bairro, país, etc.). Sobre esta questão vale a pena ler Liars & Outliers Bruce Schneier Wiley.
O que exatamente, então, o discurso PC traz de novidade sobre a questão do cerceamento de nossas liberdades individuais ?

Ocorre que este processo civilizatório se deu sob a lógica do desenvolvimento econômico, num ambiente de absoluta escassez e pobreza para grande maioria da população. Daí que a colaboração entre humanos foi obtida através da opressão. Neste processo, um arsenal de criações humanas foi utilizada: código moral, reputação, religião, leis (Estado), justiça, polícia, etc. Estas instituições, que hoje são acusadas de estarem a serviço de feministas e ativistas negros, são as mesmas que respaldaram e regulamentaram a escravidão negra, ou negaram cidadania à mulher dando ao homem (pai, irmão, primo, marido, etc.) direito de vida e morte sobre ela. As atrocidades patrocinadas por milênios contra as mulheres e séculos contra os negros ainda se fazem sentir nos dias de hoje.

Então a novidade que o PC de fato nos traz é a proposta de democratização da opressão. A rigor é apenas mais um avanço do processo civilizador milenar empreendido pela humanidade.

A ideia de que uns poucos carregam a humanidade nas costas carece de legitimidade. Partindo do pressuposto que só estamos aqui discutindo estas questões graças à capacidade atual da humanidade de gerar excedentes de riqueza suficiente para apartar uma parcela da população das atividades diretas de subsistência, torna-se forçoso admitir que quem carrega o mundo nas costas é quem produz esta riqueza. E para qualquer um que tenha participado de algum empreendimento econômico, não é necessário consultar nenhum grande filósofo para saber que a geração de riqueza é fruto de uma confluência de fatores que envolve um número enorme de pessoas (predominatemente idiotas).
Virtuoso nenhum é capaz de carregar sozinho o mundo nas costas e nenhum idiota é covarde o bastante para ser incapaz de cumprir seu papel dentro de uma equipe. Todos desiguais mas absolutamente essenciais.

A defesa enfática pelo autor das idéias aristocráticas revelam que sua vivência como professor de filosofia ou colunista da Folha são exercidas de forma solitária. Fica a impressão de que o filósofo nunca experimentou uma empreitada coletiva. Se o fez, então não aprendeu nada.

Talvez os filósofos acadêmicos devessem em algum momento de suas carreiras sair de suas redomas, arregaçar as mangas, e se envolver em alguma empreitada coletiva onde possam testar todas estas ideias. Seria salutar e enriqueceria sua filosofia.


Sobre o Feminismo
O autor condena o PC por não reconhecer que a condição da mulher é uma herança genética imune à evolução social. Neste ponto ele ignora (convenientemente) a visão moderna Darwiniana da condição humana que segundo Dawkins, Somos construídos como máquinas de genes e educados como máquinas de memes, mas temos o poder de nos revoltar contra os nossos criadores. Somos os únicos na Terra com o poder de nos rebelar contra a tirania dos replicadores egoístas. (O Gene Egoísta, pg. 343).

O que Dawkins nos diz é que o processo de civilização consiste numa rebelião da espécie humana contra o determinismo biológico imposto pelos genes. O ser humano subverteu a ordem natural e deu um sentido de progresso para a vida humana, criou um novo replicante (meme), escapou do determinismo biológico, inventou o altruísmo, justiça, moral, paz, deuses, etc., conceitos não encontrados na natureza. Nos tornamos melhores que ela. Rejeitamos a crueza da seleção natural. Estamos longe de ter sucesso nesta empreitada, mas a trajetória da civilização humana até aqui mostra que não há mais volta.

Sobre a Natureza Humana
Ele condena o PC por não reconhecer que o ser humano é medíocre e covarde e negar os demonios da alma humana. O autor se engana ao atribuir ao PC esta postura. A humanidade está fazendo isso há milenios, portanto muito antes do surgimento do PC. Esta negação revela o anseio humano por viabilizar a cooperação e agregação, que é a base de nossa civilização, responsável pelo poder incomparável adquirido pela espécie humana.

O homem é um pecador que aprendeu o valor de administrar seus impulsos em prol do convívio social. É óbvio que a propensão à cooperação varia de indivíduo para indivíduo. Sempre teremos comportamentos dissonantes com este ideal.

Minhas Reflexões
Apesar de todas as críticas apresentadas no livro, o autor se posiciona contra o racismo, discriminação de gays e violência contra a mulher. Ele parece acreditar que estes comportamentos desaparecerão espontaneamente, sem a necessidade da mobilização das pessoas em torno do PC. Será? Duvido!!!

O autor acusa os adeptos do PC de cometerem excessos ao longo de todo o livro. Mas o que seria exatamente um excesso?

Vejamos o caso recente da crítica formulada pelo cineasta e ativista negro Spike Lee ao filme Django de Tarantino. Para mim parece exagerado o posicionamento do ativista contra o filme.
Mas é tão difícil assim entender a atitude dele? Será que qualquer um de nós que tivesse sofrido na pele a discriminação racial, em particular se tivesse sido ofendido com o uso da palavra nigger em sua infância ou adolescência, não teria a mesma reação em relação ao filme? E indo mais longe um pouco, mesmo que fosse absolutamente descabida a reação do Spike Lee, isso muda algo sobre a história? Isso nos autorizaria dizer então que toda essa estória de opressão é puro blá-blá-blá?
Claro que não.

Fico imaginando quão longe precisariam ir os excessos dos ativistas negros e feministas para ao menos rivalizar com os horrores praticados contra negros e mulheres no passado e que em grande medida ainda persistem.
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Joel Rocha Tran 30/03/2013

Cavalo dado não se olha os dentes...?
Ganhei este livro... não recomendo. É um resumo do pensamento e visão superficial que domina nossa sociedade. Um condensado da estupidez, incapacidade de análise e tentativa de inversão de preconceito atribuído.

Não conhecia o autor, posso dizer que iniciei a leitura de forma imparcial. Abandonei perto do final. Pesquisei o nome Luiz Felipe Pondé, e pude entender como não tolerei ler este livro até o fim.

Ele é a representação da direita cristã brasileira... aquela que apoia liberalização de armas ( algo que condiz com os ensinamentos de jesus...?), que culpa as vítimas de preconceito pela luta contra o mesmo, etc

Recomendo se você deseja nutrir seus preconceitos com desculpas esfarrapadas... não recomendo se você, como eu, consegue ver através da carapaça dura da estupidez.




Marina 17/02/2014minha estante
Adorei sua resenha!
Concordo em tudo.


cmontezano 23/01/2017minha estante
Não vejo como um ateu representaria a direita cristã.




Jota 04/01/2015

Absurdos e discursos da direita brasileira
Em primeiro lugar, não suporto livros que tratam seu conteúdo como verdade absoluta, a qual será compreendida por pessoas inteligentes. Quem não concorda é tratado como uma pessoa incapaz de compreender tal ideia.

Usando esse discurso, Luiz Felipe Pondé, conhecido por seus textos "irônicos" que causam polêmica, diz ser esse seu objetivo, ou seja, causar discussão e debate. Na minha opinião, seus textos carregam ideias e preconceitos da direita brasileira.

Neste livro, ele diz que "uma das maiores besteiras em educação é dizer que todos os alunos são iguais em capacidade de produzir e receber conhecimento." e que "alguns poucos homens são melhores do que a maioria".
É claro que, em uma sala com 40 alunos, nem todos serão Steve Jobs, Bill Gates, etc.; que alunos tem diferentes formas de aprender e facilidades em algumas áreas do conhecimento ou da arte. Porém, só é possível descobrir novos talentos com uma educação de qualidade para todos.
Por isso, famílias colocam seus filhos nas melhores escolas do Brasil ou em outros países para "descobrirem" seus talentos, com salas equipadas com os mais modernos recursos pedagógicos, professores bem remunerados e com excelente formação acadêmica. Esses alunos contarão com livros, apostilas e cursinhos para entrar nas melhores universidades.
Por outro lado, famílias mais pobres matriculam os filhos em escolas públicas, com salas lotadas, muitas vezes com falta de professores e livros, etc. Terão que lutar contra todas as dificuldades para competirem por uma vaga em uma universidade.
Quantos poderiam, se estudassem nas melhores escolas, ser cientistas, médicos, filósofos?

Outra ideia enrustida é a de que alguns tem capacidade para governar e outros (a maioria) para serem governados, em uma espécie de democracia aristocrática.

O que mais me chamou atenção foi a frequente generalização que ele usa no texto quando quer defender algo. Por exemplo, diz sobre aqueles que lutaram contra a ditadura que "...não eram muito melhores do que os torturadores se tivessem a chance de torturar alguém".

Infelizmente, mais um livro da direita com ideias e preconceitos enrustidos, que ganhará milhares de fãs inteligentes, orgulhosos de terem entendido as ironias e ideias do autor, diferente de outros milhares que não conseguiram entender porque são burros, manipulados ou comunistas. Dessa forma, o autor produz militantes que lutarão defendendo essas ideias.
Infelizmente.
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MasHein? 19/06/2012

Ensaio excelente na coleção errada.
A máxima "não se julga um livro pela capa" é verdadeira neste novo trabalho do Pondé. Não se trata de um guia politicamente incorreto da filosofia. O próprio autor confessa logo nas primeiras páginas: "Este livro não é um livro de história da filosofia, mas um ensaio de filosofia do cotidiano". Então, integrá-lo à coleção "Guia politicamente incorreto" é puro marketing.

Um nome mais fiel ao espírito do livro seria "Guia filosófico do politicamente incorreto", mantendo, é claro, o termo "ensaio de ironia". O texto em si é excelente, conciso, com ideias claras e diretas, sem as divagações comuns a textos filosóficos. Mas se essas características são realmente qualidades, ou se são defeitos, depende do que o leitor está procurando.

É um texto - composto por vários tópicos relacionados - quer serve de "porta de entrada", para quem não se satisfaz em apenas aceitar ou rejeitar o que está escrito, mas deseja aprofundar-se nas diversas referências. E Pondé faz referências muito interessantes, que vão além do que se espera de um livro não-acadêmico. É verdadeiramente um guia.

Minha única crítica é em relação às ocasiões em que o autor generaliza e desqualifica opiniões e fatos contrários aos seus argumentos, simplesmente taxando-os de exceção ou de mentirosos. Isso impossibilita que se utilize os ensaios como textos definitivos contra os alvos de sua ironia (feminismo, exaltação das minorias, ambientalismo etc).

Mas são ensaios, afinal de contas, o que pressupõe esse caráter subjetivo, sem tanto rigor científico. E além disso, é ótimo ler as opiniões de alguém com grande conhecimento e capacidade intelectual, contrárias a essa ditadura do politicamente correto. Alguém que exprima essa insatisfação velada e dê o caminho das pedras para quem quer conhecer mais e se tornar menos vulnerável aos apelos da "praga PC".
Valério 21/06/2012minha estante
Excelente análise. Parabéns. Sequer terei coragem de resenha a obra (depois que ler, vez que a iniciei agorinha) após a sua resenha..




Romulo 30/01/2013

Eu acho...
Foi-me recomendado por uma pessoas que tenho muita estima. Ingrata decepção.

O livro não me passou nada alem de ser leviano e se contradizer em muitos pontos. Nada mais de uma tentativa, falha, do autor de ser "maquiavélico".
Embora a ideia de crítica seja louvável, Pondé não baseou-se em argumentos fortes, pelo contrario, e ainda eram bastante contraditórios além de parecer que se apoiava no mero e puro achismo e generalizando sempre que havia oportunidade ("toda feminista é feia e amarga.").

Diferentemente de Pondé, eu não acho a minha verdade mais verdade que a sua. a minha opinião é expressamente pessoas como sugere o titulo.
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Malu 05/03/2014

Uma porcaria!
O termo "politicamente incorreto", pregado neste, livro é só um pretexto para disfarçar o racismo, a homo/lesbo/trans-fobia, o anti-semitismo, a misoginia, e outros preconceitos compartilhados entre os "cidadãos-de-bem" do Brasil. Qualquer livro da coleção "POLITICAMENTE INCORRETO" deveria ser queimado junto com seus autores fascistas!
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davi 09/09/2022

Um ensaio de ironia filosófica
O Ponde é um filosofo polêmico, ele diz isso abertamente em diversos vídeos e entrevistas no youtube, para ele, a função do filosofo moderno é, acima de tudo, tocar na ferida das pessoas, mas não em qualquer ferida, na ferida da alma, e esse foi o objetivo dele com este livro.

Confesso, desde já, que não concordo com todos os pontos expostos no livro e nem da forma que ele fala sobre todos os temas, pois em alguns momentos o autor generaliza de forma dramática e isso causa uma certa agonia em quem lê, mas também, confesso que se esquecermos todas as nossas opiniões sobre as temáticas mais complexas e mergulhar de cabeça nas reflexões que ele nos propõe, é possível tirar um grande aprendizado sim.

Cumpre mencionar também que esta não é uma leitura para qualquer pessoa, pois ele caminha em uma linha muito tênue entre a ignorância e a arrogância do ser humano, e acusar de forma explicita, irônica e sarcástica todos os pecados e promessas disfarçadas do politicamente correto é trazer para si todo tipo de desafeto possível.

O livro possui 232 páginas, mas boa parte (julgaria uns 40% do livro) são ilustrações, então de literatura mesmo sobra apenas 140 a 130 (média).

Se baseia basicamente em denunciar os seres que creem e propagam o politicamente correto, principalmente àqueles que acreditam veementemente na salvação da humanidade, paz mundial e igualdade de classes, por meio de soluções utópicas e simplistas. Ouso dizer que ninguém, absolutamente ninguém, escapa das críticas e análises do ponde neste livro.

Se você for mente aberta e consciente de que com muita ironia, em algum momento do livro ele vai criticar algum ponto que você discorde, a leitura compensa. Mas, cuidado, é um livro conturbado, eu definitivamente não indicaria para todos os meus amigos.

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Cris 11/03/2015

Não recomendo nem pro meu inimigo
Uma das piores decepções literárias da minha vida. Achei o título e a ideia super interessantes, mas conteúdo nota 0. Achei o autor preconceituoso, machista e extremamente mal humorado.

" Há uma pitada de mau-caratismo no feminismo e provavelmente porque suas líderes são, em grande maioria, feias e mal-amadas..."

" Ideias como as de Pico e Rosseau servem para nos deixar infantis, e só gente infantil acredita na felicidade."

" Ser mãe solteira só é bonito em novela das oito".
Everton 13/01/2017minha estante
Ele disse alguma mentira?


Cris 13/01/2017minha estante
Claramente não concordei com muitas coisas. E Você não é obrigado a concordar comigo.


Everton 14/01/2017minha estante
Não mesmo.




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