Milla 18/12/2012www.amorporclassico.comSem sombra de dúvida, Nunca diga adeus estará entre os favoritos de 2012!
Eu não sei nem por onde começar; estou respirando fundo porque ainda estou envolvida pela tensão do livro. Desde a sinopse, já tinha certeza que ia ficar fascinada pelo livro e – uhuu – não me decepcionei!
Lena e David são casados e têm uma filha, Sarah. Mas seu casamento está em crise e Lena pretende aproveitar o período em que Sarah estiver em um acampamento para colocar as coisas no lugar com o marido. Sarah, aos nove anos, é uma menina decidida e independente e enfrenta bem a situação de ir sozinha para o seu primeiro acampamento, onde ficará em média duas semanas.
Pouco antes da partida da filha, David precisa sair para “trabalhar” - o que é estranho, pois trata-se de um sábado – e cabe a Lena a tarefa de embarcar sozinha a filha, mas tudo corre bem, o monitor é um rapaz simpático que inspira confiança.
Mas a tragédia de sua vida inicia quando, vinte minutos depois de Sarah ter ido embora, uma van do acampamento chega e Lena descobre que fora enganada, o monitor que levou Sarah não trabalha para o acampamento em questão e, traduzindo a realidade, Sarah foi sequestrada. Ao entrar em contato com outros pais, ela descobre que a mais três crianças estão na mesma situação.
O livro é um suspense, mas não é nada forçado. Em nenhum momento o autor se prende ao que seria clichê neste caso: “onde estão as crianças?”.
Nós, leitores, sabemos sim onde estão as crianças!
O Sr. Everett sempre foi um cara inteligente, mas não teve as oportunidades certas e vê neste sequestro a chance da sua vida. Junto ao filho, Chase – que se passa pelo ‘monitor’ – ele planeja um sequestro bem elaborado. Chase pega as crianças e entrega-as ao pai, mas não sabe onde eles ficarão para não correr o risco de falar mais do que deve, os e-mails enviados aos pais das crianças são irrastreáveis (esta palavra existe?), tudo parece perfeito para ganhar 1 milhão de dólares.
Mas não existe crime perfeito... me segurando com os spoilers aqui.
De um lado, vemos os pais das crianças, na maioria das vezes pelo olhar de Lena (ela é a principal da história, que é narrada em terceira pessoa). Além de Lena e David, que estão enfrentando uma crise no casamento por causa de mentiras de David – que o tornam suspeito, claro – conhecemos as outras famílias.
Phil e Janet são os pais de Linda – uma pirralha chorona e insegura que dá nos nervos - que reclamam muito da falta de dinheiro e por isso são suspeitos também. Mike e Po são os pais de Tommy, Mike é empreiteiro e são seus funcionários que encontram rápida e estranhamente a “van do acampamento” abandonada e a peruca que o monitor usava. Sheila e John Walker são os pais de Franklin, um garotinho bem racional, ela é pastora de uma igreja e ele tem um cargo importante do Citibank, o que os tornam também suspeitos.
Do outro lado, vemos as crianças, Linda uma menina insegura e chorona, Tommy um garoto fantasioso e medroso, Franklin é o mais racional e inteligente e Sarah é esperta, independente e tem espírito de liderança.
Eu não posso dizer que o livro é perfeito – um crítico me mataria por isso -, mas chega bem perto, Doug Magee mostra os pensamentos e as reações de famílias que estão em choque por terem seus filhos sequestrados, casamentos em crises, famílias com problemas.
Eles precisam se unir, mas têm inúmeras suspeitas entre si. O detetive que assume a frente admite jamais ter trabalhado em casos de sequestro; quando o FBI entra com toda racionalidade e frieza na história, ficamos sem saber de qual lado nos posicionar.
Ficamos apavorados e inseguros junto às crianças. Sentimos o que lemos e eu não conseguia largar o livro momento nenhum. Aos poucos as coisas vão acontecendo, segredos vão sendo revelados e vamos compreendendo os motivos.
No final das contas, só posso deixar um conselho para vocês: Não acene para alguém que deseja ver novamente, alguém que vai voltar, como se estivesse espantando um mosquito. De jeito nenhum. Preste atenção. Nunca diga adeus a uma pessoa querida. Entendeu?
(pág. 62)