Cia do Leitor 04/10/2012
NUNCA DIGA ADEUS
O que você faria se a razão do seu viver fosse sequestrada(o)? Como acha que ficaria o seu emocional? Como agiria diante da hipótese de maus tratos?
Foram essas perguntas que me fiz ao ler "Nunca diga Adeus" do escritor Doug Magee, livro publicado pela Editora Arqueiro.
Uma história que mexeu com meu lado materno, fiquei deveras emocionada com a aflição dos protagonistas. Como mãe, acho que eu teria uma crise histérica, choraria rios de lágrimas, sairia da razão e avançaria na equipe de TV como um animal que perdeu sua cria. Sinceramente, não sossegaria até reaver meu "bebe" sã e salva. Sei que no livro a atitude dos pais varia de acordo com cada família, eles faziam o melhor deles, mas, sou ansiosa e nervosa demais e não ficaria em paz se não desabafasse a minha angustia, até tê-la em meus braços novamente.
A Editora Arqueiro apostou no livro com um tema ora impactante, ora sensível e até mesmo reflexivo. Classifico-o como Suspense/Drama. Foram 232 páginas de adrenalina, aflição, esperança e êxito. Narrado em terceira pessoa, publicado em papal pólen com fonte de tamanho mediano e uma diagramação um tanto diferente, os capítulos começam na mesma página que termina o outro, meio espremido.
Somos apresentados a Lena, mãe de Sarah - uma doce e corajosa menina de 9 anos - que está ansiosa e agitada com as arrumações para o primeiro passeio de sua filha em um acampamento de verão. Ao mesmo tempo que Sarah estava empolgada com a viagem, também temia, pois, era a primeira vez que ela ficaria longe de seus pais. Para não desistir forçou-se a pensar que viveria um desafio e uma aventura. Bom, era isso que todos pensavam.
Por outro lado, Lena aproveitaria os 15 dias de ausência da filha pra acertar-se com David, seu marido, o casamento estava desgastado, David parecia estranho e distante, era o momento certo para uma reconciliação.
A Van do acampamento chega, é hora dos últimos acertos e da despedida, Lena averígua se nada está faltando, vai cumprimentar o jovem e simpático motorista chamado J.D., assina alguns documentos finais e é tranquilizada pelo rapaz que afirma que Sarah ficaria bem. Ainda apreensiva com a separação Lena se despede da da filha e assiste a Van se afastar até sumir.
Minutos depois, a campainha toca e ao abrir a porta Lena depara-se com uma jovem sorridente que usava o uniforme do Acampamento de Sarah, e ao ouvir da jovem "-Sarah está pronta?" Lena percebe que algo errado estava acontecendo. Os coordenadores afirmaram que não existia uma "segunda van", portanto a única e infeliz conclusão que chegaram é que Sarah havia sido sequestrada. Sarah seria a primeira das quatro crianças a seguir o mesmo destino, um lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas, longe da proteção de seus pais, onde o perigo está a espreita.
As quatro famílias entram em desespero, cada um tem um tipo de reação diante do problema, mas a esperança os fortalecia e a união era a unica arma que tinham. Tendo o apoio dos detetives e do FBI eles ficam aguardando contato dos sequestradores e prontos para o próximo passo. Em meio a tanta dor, inicia-se um jogo de intrigas, onde as máscaras caem e o segredos vem a tona. Quem de fato são os sequestradores? Tudo foi minuciosamente premeditado, cabe agora descobrir quem são os verdadeiros vilões.
Tenho o prazer de informar que, eu vibrei, xinguei, briguei, sofri, lendo este livro. A trama é bem elaborada, mexe com nossas emoções e principalmente quando nos identificamos tanto com os personagens, sou como Lena, uma mãe amorosa e coruja que isentiva a independência do filho sem demonstrar os medos, mas que fraquejaria diante de uma dificuldade e perigo como a que ela viveu. Como disse lá no inicio, se passasse a metade do que ela passou, entraria em pane.
Esta não é uma história de quatro crianças sequestradas, mas de quatro crianças amadas e valentes lutando pela sobrevivência com igualdade e união, de quatro famílias diferentes e unidas, quatro pontos de vista a ser avaliados e compreendidos. Conhecemos o amor ao próximo, o descaso, a solidariedade, a dor alheia, o perdão e até onde o ser humano vai em nome da ganancia.
Devo ressaltar que as crianças foram as estrelas do livro, gostei da luta dos pais para reaver os filhos, mas amei cada passagem que mostrava as crianças tentando entender o que estava acontecendo com elas, uma mistura de inocência e sabedoria, afinal, eram crianças de 9 e 10 anos de famílias de classe e educação diferentes.
Enfim, valeu cada página lida, a expectativa, a emoção que tive no decorrer da leitura. Sofro só de pensar que poderia ser com minha família e agradeço ao Pai por não ser.
Aconselho a todo leitor que queira vibrar com um livro cheio de aventura, emoção e suspense.
Indicadíssimo.