um defeito de cor

um defeito de cor Ana Maria Gonçalves




Resenhas - Um Defeito de Cor


551 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Mahuucp 27/05/2024

Eu ganhei esse livro de presente de natal do meu tio. Segundo ele, esse é o melhor livro do mundo. Minha prima, filha dele, disse que esse é o livro da vida dela. Ver gente falando com tanta paixão sobre um livro, certamente, desperta curiosidade. Afinal não é qualquer obra que tem o poder de deixar as pessoas completamente apaixonadas.

Com isso em mente, embarquei na jornada para ler “Um defeito de cor”. Eu não posso dizer que é o melhor livro do mundo ou que é o livro da minha vida, pois esse posto pertence a “Cem anos de solidão”, porém a obra merece ser chamada de melhor livro do mundo e merece ser o livro da vida de muitas e muitas pessoas. Aqui em casa, minha família só chama “um defeito de cor” o melhor livro do mundo por causa da paixão que o meu tio falou do livro deixou uma marca em todos nós. Virou uma espécie de brincadeira entre a gente, mas é uma brincadeira que concede para “um defeito de cor” a alcunha de melhor livro do mundo de novo e de novo, o que é bem merecido.

O livro conta a longa e bela jornada de Kehinde. Começando quando ela era uma menininha, vivendo com a família na África. Eu confesso que tive que parar a leitura por uns dias, pois a narração da travessia do atlântico me deixou mal de verdade. Foi uma tristeza profunda, um desconforto e uma incapacidade de agir diante de tanta dor e injustiça É incrível o talento e a força que a autora tem para transmitir tamanho sentimento com suas palavras. Reconheço. Não é qualquer um que tem o poder de me fazer fechar o livro e pensar “preciso dar um tempo ou vou passar mal”.

Kehinde chega no Brasil sozinha, sendo apenas uma criança, mas ela sobrevive. Ela sobreviveu aos horrores de um Brasil escravocrata, violento e colonial. Kehinde vê na educação, na alfabetização, uma chance de conseguir um mínimo de liberdade. Ela aprende a ler, aprende a falar portugês e inglês e tem um verdadeiro amor por aprendizado. Ela adora conversar e ficar perto de pessoas inteligentes, como padres portugueses e muçulmanos escravizados.

É lindo ver como a educação deu uma chance a Kehinde de conquistar a liberdade dela, e também dos amigos que ela fez e do filho que ela teve. Assim como é bonito ver a força da fé nos orixás, voduns e ancestrais. A fé foi uma grande aliada para Kehinde e eu acredito que os orixás, voduns ajudaram muito ela nessa longa jornada pela vida.

Apesar dos horrores, Kehinde é capaz de encontrar família, casa, sustento e amor. É uma comunidade forte e unida, em que todos se ajudam. É fascinante ver parte da história do Brasil pelos olhos da Kehinde. Como os africanos foram um povo de muita resistência e luta. Lutaram em rebeliões, fugas, ou mesmo se unindo e juntando dinheiro para comprar a liberdade de amigos e familiares. Toda liberdade e todos os direitos foram conquistas do povo negro. E isso jamais pode ser esquecido.

Eu não consigo culpar a Kehinde pelas escolhas dela. Seja por se apaixonar por homens que a machucaram e a traíram, ou por participar de revoltas que fracassaram. Ou por perder os filhos; um deles para a morte e outro para a escravatura. Ela fez de tudo o possível para reencontrar o filho. Gastou dinheiro, viajou (SOZINHA!) pelo Brasil de ponta a ponta, encontrou várias pessoas atrás de alguma pista. E isso foi tudo o que ela conseguiu, pistas. É triste, mas infelizmente é o que aconteceu.

Nessas viagens vimos a Bahia, o Maranhão, o Rio de Janeiro e um pouco de São Paulo. São lugares diferentes, mas que deixaram uma marca na vida da Kehinde, especialmente o Rio e Salvador. Kehinde consegue encontrar amores e amigos no Rio e na Bahia. É um retrato fiel de um Brasil complexo ainda escravocrata, mas que busca uma identidade própria em meio a injustiça e resistência. Pensar nisso, nesse livro meio biográfico e meio ficcional me desperta uma vontade de saber mais sobre a história do Brasil, sobre os quilombos e terreiros e toda a resistência contra a escravatura que houve por aqui. Também quais partes são reais, quais são ficção. É legal ficar pensando, será que ela conheceu mesmo o Joaquim Manuel de Macedo? E mais legal ainda pensar, espero que sim!

Kehinde, por fim, volta a suas origens, para a África. Lá também ela consegue encontrar amigos e família e ter uma vida confortável. Eu fiquei feliz lendo ela se dando bem e ganhando muito dinheiro, mas ao mesmo tempo tudo parece deslocado para ela. A África que ela conheceu quando criança não existe mais, os hábitos e costumes que ela adquiriu no Brasil são quase que incompatíveis com a sociedade africana. Kehinde é africana, mas também é brasileira, contudo ela (e outros retornados), não pertence a nenhum desses povos. É como se ela vivesse em um não lugar; muito brasileira para ser africana e muito africana para ser brasileira.

Esse é um livro que a gente vai se preparando para um final triste, mas ainda é doloroso pensar que ela nunca pode rever o filho, que as memórias dela não foram lidas por Luiz da Gama, que ele nunca soube de todos os esforços que a mãe fez por ele e de como ela o amou profundamente.

Apesar disso, de toda a tristeza, esse é um livro lindo. Um livro que merece ser adaptado para um samba enredo em escola de samba, ser adaptado para televisão, cinema, rádio, teatro e tudo o que for possível. Sem sombra de dúvida um dos maiores e melhores livros da literatura brasileira e mundial.
comentários(0)comente



Taly 27/05/2024

Uma obra impecável
Que linvro SENSACIONAL!!!! O livro já me deu uma surra nas primeiras páginas... que escrita incrível, essa obra é um aprendizado da história do nosso país!
comentários(0)comente



Tânia Alquimin 23/05/2024

Um defeito de cor
Vamos lá.. esse livro é difícil avaliação pois é baseado em fatos reais então como você vai criticar. Mais assim achei o livro muito extenso, acho que 400 páginas no máximo era suficiente, não sei se realmente precisaria de tantos detalhes.. ele mais parece um livro de história do que um livro para leitura. Vamos sobre a protagonista pra mim uma mulher que viveu de oportunidades e se agarrava em qualquer uma pra poder crescer não importando com nada e nem com ninguém, não tinha amor a nenhum filho e não criou nenhum, mais pra manter boa aparência para os outros, ajudava mais quem era de fora do que o próprio sangue.. sobre o filho perdido só acho que era peso na consciência não por amor.. na verdade não senti um pingo de amor em qualquer atitude dela desse o início do livro.. me decepcionei com ela várias vezes.. mais como todo mundo fala que o Brasil começou errado então acho que ela tava no lugar certo porque ela participou de tudo. Triste pensar que uma negra fez tudo o que fez com outros negros também.. mais isso também não importa porque também vários brancos fazem coisas ruins para outros branco e ninguém julga como preconceito ou racismo. Mais não gostei da Kehinde não falaria que ela era batalhadora e sim oportunista, mais é meu ponto de visão.. várias pessoas amaram esse livro e não consigo entender como se apegaram a uma pessoa como ela será que elas leram as mesmas coisas que eu? Será que não viram sobre tráficos, desrespeito a religião, abandono de menor.. ou será que só viram uma mulher que foi violentada, que perdeu a família.. será que pelas dores ela não deveria ser diferente? Atitudes diferentes..
comentários(0)comente



Ju 23/05/2024

Aula de história
O livro é uma verdadeira aula de história. O início tem o ritmo mais envolvente, que retorna no final. Achei muito estranho a personagem chamar os africanos de selvagens e mudar a sua percepção sobre a África no fim do livro.
comentários(0)comente



Roseli33 20/05/2024

Verdadeira aula de história
O livro realmente casou um grande efeito em mim, sempre quis entender as causas do absurdo da escravidão ter acontecido e por tanto tempo. Foram incríveis descrições de como era a época, os costumes, a política, as religiões, o povo. Em muitos momentos pude sentir e ver claramente as aflições, as revoltas, as injustiças. Só tenho a agradecer por ter tido a oportunidade de ler este livro incrível.
comentários(0)comente



Flávia 19/05/2024

E após um ano...
Enfim concluo essa obra prima clássica brasileira. Confesso que demorei devido a densidade da história e por saber que as partes duras e pesadas fazem parte da história do Brasil. Dessa forma, a leitura não foi fluida, mas pesada. Apesar disso, a autora conseguir mesclar os fatos reais com os ficcionais de maneira excepcional. Sobre o final, acredito que a autora tenha deixado a margem da nossa imaginação. Assim, prefiro acreditar que o reencontro aconteceu, e a que a protanista conseguiu, enfim, ter uma morte tranquila.
comentários(0)comente



Andressa 19/05/2024

Um defeito de cor
É rico, precioso e incomparável. Eu nunca li nada igual à história de Kehinde.
Um defeito de cor é uma viagem na história para conhecer a força de uma mulher negra e o potencial de suas crenças e cultura.
Com dor no coração e com os olhos cheios de lágrimas termino essa leitura.
Lindo sem igual.
comentários(0)comente



imslost 19/05/2024

Serendipidade
?Quando não souberes para onde ir, olha para trás e saiba pelo menos de onde vens.? Provérbio Africano

Acredito que não existam palavras o suficiente, ou talvez eu ainda não tenha aprendido a usá-las, para descrever a importância desse livro.

Acompanhar a história de Kehinde, sua família escolhida e consanguínea foi uma honra. Digo ?honra? por saber que nem todos tem conhecimento dessa obra preciosa feita pela Ana Maria Gonçalves que, além de uma escritora excelente, é também uma pesquisadora incrível.

A escravização deixou marcas físicas, psicológicas e sociais que sofrem ainda hoje grande invalidação e tentativa de apagamento. ?Um defeito de cor? nos faz lembrar da imensa dívida resultante desse longo histórico de violência que se perpetua de inúmeras formas na nossa sociedade.

Para além de uma reflexão profunda, é um convite para que não deixemos que histórias como as contadas ao longos dessas páginas sejam esquecidas.

Essa leitura me tocou de muitas formas e, por isso, assim como esse livro, ela é fruto da serendipidade.
comentários(0)comente



Bárbara 16/05/2024

Leitura obrigatória
Um livro fascinante que mostra um mundo amplo pela visão de uma mulher incrível com uma trajetória cheia de todo tipo de emoções e experiências. Faltam até palavras pra explicar, mas foi uma ótima leitura, com certeza recomendo!
comentários(0)comente



Paula 14/05/2024

Um defeito de cor
Um dos melhores livros que já li. Como historiadora, achei bastante rica a pesquisa para a elaboração do enredo, que versa sobre diferentes culturas, tempos e regiões. Um livro que, sem dúvidas, pode auxiliar no ensino sobre a história do Brasil, a partir de uma perspectiva cultural, além do estudo sobre raça, gênero e religiosidade, bastante elaboradas ao longo da trama. Apesar da quantidade de informação, a leitura é bem fluída, muito embora a extrema violência e opressão retratadas no livro (que se passa no decorrer do século XIX) podem fazer com que essa fluidez mereça algum intervalo.
comentários(0)comente



Fernanda.Ogura 13/05/2024

Avassalador
"?Acho que para você, ser branco não era ter a pele clara, mas ter a alma má."
O tamanho dele engana bastante.Dá a impressão de ser uma leitura lenta e difícil. Mas que nada... passa rápido e quando acaba dá aquele vazio no peito.
A obra é uma fantasia histórica riquíssima de detalhes. Ninguém sabe se a protagonista realmente existiu,mas sabemos que muitas mulheres negras passaram pelo o que ela passou.
É forte e avassalador em alguns momentos, em outros uma leitura calma e tranquila.
Recomendo!
comentários(0)comente



Jess 13/05/2024

"Quando não souberes para onde ir, olha para trás e saiba pelo menos de onde vens."
Provérbio africano


Kehinde foi trazida da África para o Brasil para ser escrava ainda na infância, sendo essa mais uma tragédia a marcar a sua infância que já tinha sido maculada por uma situação bastante triste e traumática.

Ao chegar aqui, ela não fazia ideia do que encontraria, de quanto tempo passaria aqui e, nem de longe, imaginava tudo o que viveria nessas terras estranhas.

A escravidão é uma mancha na nossa história que jamais deve ser esquecida, perdoada ou romantizada, mas conhecer um pouco mais desse período através das palavras de uma mulher que sentiu na pele todas as dores de ser uma escrava, de não ter o poder para controlar a própria vida, e que lutou bravamente para mudar a sua condição foi uma experiência que excedeu qualquer expectativa que eu tinha colocado sobre essa leitura.

Apesar de ser um calhamaço, em nenhum momento me senti entediada pelos relatos da Kehinde/Luísa, e a sua sinceridade crua me conquistou ao contar sobre as suas virtudes e defeitos, acertos e erros.

Não é uma leitura fácil, mas é muito necessária. Mais acurada que qualquer aula de história que eu já tenha tido na vida. Recomendo muito!
comentários(0)comente



Gois 13/05/2024

Um épico brasileiro
Um épico brasileiro. Longo mas importante. Essencial para entender o Brasil de antigamente e de hoje. Conta a historia de vida de Kehinde, uma menina negra, no século 19, capturada, transformada em escrava na África e traficada pro Brasil. Com isso, o livro faz um panorama do Brasil nesse século, a comida, as festas, a religião (em seus vários formatos), as relações familiares, as relações com outros países e claro, o que significava a escravidão e negritude ( em suas várias facetas). Emocionante e necessário. Informação e entretenimento. Duro mas poético. Eventualmente, um pouco prolixo e didático demais, mas a história é tão incrível que vale demais. Recomendo fortemente. Fortemente!!
comentários(0)comente



Janete75 10/05/2024


Que livro! muita tristeza, sofrimento, angustia, confusão, conquistas, felicidade, superação, fé. Assim, defino este livro. A luta de uma mulher para mostrar que é muito mais do que ?um defeito de cor?
comentários(0)comente



Gaia 09/05/2024

A história não contada
Comecei o livro após a repercussão do tema no Carnaval de 2024, sem nem ter noção da quantidade de páginas (coisas típicas das minhas leituras no kindle), mas isso não impactou em nada na decisão de continuar a ler.

Toda a vivência da personagem Kehinde, uma mulher escravizada ainda criança, que foi retirada da região de seu país, sua família, sua cultura e crenças e trazida ao Brasil, onde grande parte da história se passa, é impressionante, porém, baseada em acontecimentos comuns do período da colonização.

Cada lugar por onde ela anda é rico em detalhes históricos, fazendo com que consigamos imaginar nitidamente as ruas de Salvador/Bahia, assim como as de outras cidades que a personagem passa.

Li sem ter lido nenhuma sinopse, comentário ou resenha, tudo porque ao começar o livro já foi suficientemente estimulante para que eu continuasse, mas se você ainda tem dúvidas ou está assustado pelo tamanho, apenas vá em frente, ele realmente é uma grande parte da verdadeira história do nosso Brasil.
comentários(0)comente



551 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR