A Mulher de Preto

A Mulher de Preto Susan Hill




Resenhas - A Mulher de Preto


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Tiago Toy 05/04/2012

Enquanto você lê, ela te observa...
Quando comprei A Mulher de Preto, de Susan Hill, fui atraído pela propaganda na contracapa “Uma história para quem gosta de sentir calafrios”. Confesso que ainda não tive a oportunidade de assistir ao longa estrelado pelo Daniel Radcliffe, não pelas opiniões e críticas que circulam pela rede – nada positivas -, mas por não gostar de cinema e estar esperando a versão Bluray. Nada melhor do que assistir no conforto do lar.

Vale uma ressalva. O livro foi publicado em 1983, em um tempo onde o terror que funcionava era outro. O original daquela época hoje se tornou clichê desgastado. A porta que estava fechada e que você sabe que estará aberta quando olhar novamente; os caipiras misteriosos que escondem um terrível segredo; o espírito vingativo. Está tudo presente em A Mulher de Preto.

Se você espera uma estória de terror, sentir medo ou mesmo os prometidos calafrios, se decepcionará. No entanto, se está aberto a conhecer uma experiência angustiante, vá fundo e se deixe levar pelos questionamentos entre fé e razão, realidade e além. Não senti calafrios tampouco medo, porém a sensação não foi boa. As palmas das mãos esquentaram enquanto folheava ávido. O estilo de Susan é típico da época. Descrições detalhadas até do que não precisa ser descrito com tanta minúcia. A atmosfera pesada faz o leitor sentir como se estivesse na Casa do Brejo da Enguia. Embora não seja uma leitura fluída, o livro é curto (pouco mais de 200 páginas) e envolvente. Pode ser lido em uma noite. Portanto, puxe o edredom, ilumine apenas o necessário e mergulhe no relato do jovem advogado Arthur Kipps, último recurso para exorcizar o fantasma que habitou seus pesadelos por longos anos.

Tudo começa em uma reunião familiar em véspera de Natal, reunidos na sala e contando histórias de terror. Arthur já é um senhor idoso e se limita a ouvir os mais jovens em suas tentativas de assustar. Quando é quase obrigado a contar uma também, foge da sala como o diabo fugindo da cruz. Arthur não conhece histórias de fantasmas arrastando correntes por castelos assombrados, tampouco monstros reclusos no pântano prestes a sequestrar viajantes perdidos. A estória que Arthur conhece é bem mais simples e real do que isso. Mais assustadora. Em longas páginas de conversa com si mesmo, Arthur decide aproveitar as festas e, tão logo as visitas tenham ido embora, colocará tudo no papel, em uma forma de se livrar do fardo, sentir-se mais leve.

No capítulo seguinte somos transportados há vários anos antes, quando Arthur, ainda um jovem advogado, é indicado para um trabalho importante. Recolher documentos de uma recém-falecida cliente em Crythin Gifford, Alice Drablow. Parece uma tarefa demasiado simples, não fossem os mistérios que cercam a Casa do Brejo da Enguia. Chegando à cidadela, Arthur interage com poucos personagens, e todos demonstram algo semelhante a medo à menção do nome da falecida ou de sua propriedade. Arrogante por sua condição de homem da cidade grande, Arthur decide que não passam de caipiras supersticiosos e se prepara para o trabalho.

No funeral, Arthur tem seu primeiro contato com a mulher de preto. Não assusta, pois o mais lerdo dos leitores perceberá que aquela estranha mulher com aparência doente não é uma pessoa, e sim um fantasma. No entanto, Arthur acredita em tudo, exceto a verdade, mesmo diante dos personagens quase morrendo do coração só de ouvir falar o nome da bendita. Está escrito na testa deles e ele não vê. O personagem parece lutar contra a tentação de aceitar algo que não lhe foi ensinado. Conduzido por um silencioso cocheiro, Arthur chega à casa dos Drablow. De início, parece um ótimo lugar para se viver. Embora localizada em um lugar inóspito, a casa exala uma aura de paz digna de “lar doce lar”. As descrições dos brejos e, inclusive, do tempo, fazem o leitor ver com facilidade a imagem em palavras. Para o leitor mais ávido, que se entrega, arrisco dizer que será possível ouvir o som da água e o uivo baixo do vento.

Porém, após algum tempo de calmaria andando pela casa, essa paz se dissolve no momento em que a mulher de preto aparece pela segunda vez. Não é a mulher que causa desconforto, mas algo em sua presença, uma sensação sufocante, um mal disparado pelo olhar. Em primeira pessoa, é fácil se sentir no lugar de Arthur e, consequentemente, sentir o mesmo mal-estar. O lugar que a pouco parecia a casa dos sonhos, se torna o último lugar na Terra que você gostaria de estar. Não há perseguições, não há sustos fáceis, não há uma sucessão de acontecimentos bizarros (como portas abrindo e fechando, ao melhor estilo Poltergeist, ou vozes gritando a plenos pulmões na escuridão). O que há é um homem que não sabe mais em que acreditar, sozinho em uma casa onde o ar começa a pesar e o sentimento de urgência em sair dali cresce descontroladamente. E funciona, desde o desenvolvimento das ideias até a execução da atmosfera. Como eu disse, é uma narrativa densa, mas gostosa de acompanhar. E, como uma excelente contadora de estórias, a autora sabe o quanto descrever, não apelando para o mau gosto de salas cobertas por teias de aranha ou espectros banhados em sangue, gemendo pateticamente e perambulando pelos corredores - sim, o trabalho de Susan Hill se baseia na criação da atmosfera, na sensação perturbadora de terror que desperta e acelera no coração de nosso narrador, lentamente, gradualmente, e sutilmente.

A construção de Arthur Kipps vai além de colocar uma cabeça falante em uma casa assombrada para contar aos leitores o que está acontecendo. É prazeroso acompanhar a evolução de um homem cético e com traços de arrogância cosmopolita a alguém assustado e indefeso diante de uma força incapaz de vencer. Mesmo após todas as péssimas experiências na Casa do Brejo da Enguia, Arthur tenta recuperar seu eu e, mais uma vez, é arrogante o bastante para pensar estar livre de algo que ninguém escapou, conduzindo ao excelente desfecho.

Em diversos livros, assim como a definição habilmente detalhada é o que faz a novela ter sucesso, A Mulher de Preto é uma história de fantasmas sobre um espírito com negócios inacabados, e Arthur é o homem que chama sua atenção. Eu não quero entregar spoilers, então vou simplesmente dizer que funciona. Simples e tradicional, a estória funciona.

Como em um bom livro, nada acontece por acaso. A mulher não se veste de preto apenas por ser uma cor típica do gênero, há uma razão por trás de suas vestes. Não há manifestações sobrenaturais em cada esquina da casa, apenas onde deve haver, em um local com resquícios de uma antiga tragédia. A trama é bem conduzida e em momento algum se torna monótona, mesmo em capítulos inteiros de conversa entre Arthur e algum dos assustados moradores de Crythin Gifford, ou outro capítulo inteiro de pensamentos de um narrador enlouquecido sobre o que é ou não é.

Embora escrito há mais de 25 anos, A Mulher de Preto é uma leitura absorvente e divertida, ótima opção para quem quer conhecer um estilo de narrativa que preza pelo bom senso e pela linearidade, que não cai em mesmices e que, ainda assim, cumpre o que promete. Não os calafrios, mas a sensação de estar sendo observado por um espírito que ainda tem contas a acertar enquanto você vira a página. Aliás, acho que tem alguém me olhando...
Alan 20/04/2012minha estante
Na minha opinião A Mulher de Preto (2011) é o melhor filme de terror deste o Nosferatu de 1979. Hammer no melhor estilo! Gostei tanto que comprei o livro para comparar e não me decepcionei. A adaptação para o cinema muda muito da história original, mas ambos são excelentes.


Gustavo 10/06/2012minha estante
Fiz uma crítica ao Filme, pretendo comprar o livro este mês depois de certas resenhas, mesmo que talvez não haja aquela emoção que alguns constaram, pretendo ler o livro igual, emfim, quem viu o filme ou quer ver, fiz uma crítica: http://zumbitv.blogspot.com.br/2012/06/critica-do-filme-mulher-de-preto-woman.html


Lincoln 13/06/2012minha estante
Quando comprei o livro, o filme tinha sido lançado no Brasil, eu prefiro ler o livro e, depois assistir o filme. Gostei de ambos. É fascinante o filme e contagiante o livro.


Dryk 15/08/2012minha estante
Assistir o filme e li o livro, algumas coisas mudaram na adaptação, mas o filme valeu alguns sustos na sala escura do cinema. Gostei bastante do livro e não me decepcionei pois prende a atenção e como é uma leitura rapida fica impossível largar antes do fim.


Andressa 20/07/2013minha estante
Adorei sua resenha! E concordo com você, quem o compra esperando sentir o tal frio na espinha de decepcionara, pois o terror de 1983 era totalmente diferente do nosso de hj.


Ani Rovere 22/12/2013minha estante
Gostei tanto da sua resenha, Tiago Toy, que resolvi - enfim - comprar o livro. Sou muito mais um suspense bem elaborado que um terror superficial e cinematográfico como muitos livros atuais.


Priscila 26/01/2015minha estante
Eu li o livro. Depois assisti ao filme, no começo fiquei brava porque o filme muda muito. Mas ambos são bons! E agora quero assisti o Mulher de Preto 2!




Cinara... 21/10/2021

"É verdade que os sons medonhos que escutei durante a neblina havia me perturbado, mas muito pior era o que emanava dessas coisas e as cercava, e que por sua vez acabou por me desestabilizar, um clima, uma força - não sei muito bem do que chamar - de mal e impureza, de terror e sofrimento, de maldade ressentimento. Sentia-me um tanto perturbado em ter de lidar com qualquer uma dessas coisas."

Escrito em 1983 já já se torna um clássico do terror, mas a máxima de que nada se cria tudo se copia existe aqui, as primeiras páginas a sensação era de estar lendo Drácula, advogado jovem indo sozinho pra um lugar tenebroso para mexer em papéis, todos os habitantes do lugar sendo hostis ao ouvir falar do local da visita, isso sem dúvidas é Drácula!
Quase chega a dar medo... quase.
A continuação não foi escrita pela mesma autora. Então acabo por aqui mesmo.

Sobre a edição nem preciso falar que odeio atores ou pessoas nas capas dos livros, já já tenho uma prateleira só com capas do Daniel Radcliffe. ? E deve ser por isso que as pessoas quase não lêem esse livro.
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Mauricio 21/10/2022

E LÁ ESTAVA ELA, OLHANDO PRA MIM
Sabe aquele gostinho de quero mais, foi o que eu senti lendo este livro. Eu curto muito terror/suspense e a Susan Hill soube captar estes momentos e colocar no papel de maneira bem tenebrosa.

O advogado Arthur Kipps relata o que vivenciou na remota Crythin Gifford quando foi mandado a trabalho para encontrar e organizar documentos da falecida Sra. Drablow, uma idosa viúva que vivia sozinha na afastada e solitária Casa do Brejo de Enguia.

Chegando à cidade, Kipps nota certa estranheza dos moradores em relação aos Drablow, lendas e superstições apavoram aquele lugar. Seu ceticismo vai ser colocado a prova quando coisas estranhas começam acontecer diante de seus olhos ao ponto de sucumbir sua sanidade. E ainda assim ele se vê determinado a terminar o serviço.

A atmosfera sombria, vasta e úmida descrita pela autora nos transportar para Casa do Brejo junto ao protagonista e a cadela, sua única companheira naquele lugar e pelo qual também nós temos maior apreço, principalmente quando ambos estão em apuros.

RECOMENDO MUITO!
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Myrandha 31/03/2021

Assombroso
Um otimaa estoria de fantasma, nao lia uma tao boa desde A Estrada da Noite do Joe Hill. A apreensão, a sensação de alguem te observando enquanto vc lê. Adorei o livro. Poreem, como nem tudo é perfeito, tudo é um tanto quanto dedutível, e a parte de explicar qm é a mulher de preto, é um tanto quanto inexplorada. Senti falta de uma intriga a mais. Mas mesmo assim, ele é muito bom.
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Thales 28/01/2021

Perturbador...
Assim que terminei a leitura, fui ver o filme. Ambos são excelentes! O filme tem algumas mudanças e isso faz dele, na minha opinião, ainda melhor que o livro (um daqueles casos raros de filme melhor que o livro).
Mas o livro é ótimo, me vi em algumas cenas todo arrepiado, perturbado, amedrontado e com curiosidade diante dos fatos.
Eu não esperava que fosse tão bom... ?
Amo suspenses e esse se tornou um dos meus preferidos.
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Nadia 24/10/2023

Ela estava lá!
Mesmo com um bom trabalho de ambientação envolvendo casa abandonada em local sinistro e nebuloso, achei o terror em si bem leve, esparava mais.
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Laura 06/10/2022

Não estava nos meus planos ler esse livro, mas estava com vontade de ler uma história de terror! Eu gosto muito dessa vibe vitoriana que o livro passa e gosto também de como a autora descreve as partes de terror. Foi bem rápido ler esse livro mas confesso que pulei as descrições muito longas que a autora fazia muitas vezes .
Carol 06/10/2022minha estante
Nossa! Eu nem sabia que essa história tinha um livro! Adoro o filme, acho que vou colocar na minha lista pra ler tbm!


Laura 06/10/2022minha estante
Pode ler sim , é um bom livro !




Marcia Lopes 02/05/2012

Um conto triste
Na véspera de Natal reunido com sua família a beira da lareira, ouvindo eles contarem histórias de terror, se divertindo e discutindo pra ver quem conta a história mais aterrorizante, quando um de seus enteados lhe passa a vez, isso lhe causa novamente a sensação aterrorizante que nunca lhe abandonou, desde o acontecido há muito tempo atrás, então sem dizer nada se levanta e sai para o ar gelado fora da casa.
Arthur Kipps pensa, não!Ele não iria contar ali num clima de brincadeira a sua história, ele nunca havia contado a ninguém, nem mesmo à sua segunda e atual esposa Esmé, a primeira havia morrido num acidente trágico há muito anos.Sentiu que precisava de alguma forma colocar pra fora o seu tormento, então resolveu escrever e quando alguém estiver lendo saberia que ele não vive mais.
Recém-formado em direito e funcionário de uma grande empresa de advocacia,Sr Grythin Gyfford lhe incube de cuidar do funeral e documentos da sra Alice Drablow,numa cidade onde seus habitantes lhe parecem confusos e misteriosos , se sente fascinado pela casa envolta de névoa e inacessível a noite por causa da maré.
Tem encontros misteriosos com a mulher de preto que nunca lhe fala,mas lhe passa grande sofrimento , ao mesmo tempo que sente algo de maligno naquele semblante belo e doentio.
Na casa é envolvido por alucinações auditivas de uma carruagem em disparada, sem controle e um grito aterrorizante de uma criança, que só se desfaz depois que é tragada pelas águas do Pantano, no quarto da criança que fora tragicamente afogada ,cadeira de balanço, roupas e brinquedos, dispostas ali como se fossem ser usadas a qualquer momento, lhe causam saudades de quando ele próprio era criança. E através das cartas encontradas a meio de documentos da falecida , consegue desvendar os infortúnios que fora passado ali, essa sua aventura quase lhe causaram a morte e insanidade.
Havia muito sofrimento em tudo aquilo , o que ele não tinha como saber, que o maior sofrimento seria o dele e a crueldade que pairava sob aquele espírito sofredor , mais tarde iria atingi-lo sem piedade.
Achei esse livro muito prazeroso de ler, ele não é um livro de terror mas um relato aterrorizante , você sente todas as sensações do personagem como se fossem as suas , medo , compaixão, ternura, tristeza e resignação.
E até mesmo pra quem gosta de história mais macabras e empolgantes, não vão ficar decepcionados, com esse lúgubre e melancólico conto.
Eu recomendo sem receio.
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Michelly.Rosendo 21/09/2022

Eu adorei a história o final e um pouco traumatizante mas, eu recomendo! Virou uns dos meus livros favoritos ?
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Erick 21/03/2020

Livro bom, estória boa e com um final triste. Peca um pouco pelo excessão de descrição da autora. Mas uma ótima leitura.
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Elton Jhon 03/09/2021

Achei que fosse ser uma leitura bem arrastada igual A mulher de preto 2, mas esse com certeza é um livro bem melhor. Gostei da escrita, e de como as coisas vão acontecendo? Não teve tanta enrolação igual o livro 2 teve.
Apesar dos dois livros serem estórias independentes uma da outra, se eu tivesse lido esse primeiro, teria feito vários links no momento da leitura do livro dois (ambientação do local, personagens, etc?) e talvez teria até curtido melhor, mas ainda assim acho que esse livro é bem melhor que o livro dois.
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Susi Chagas 29/06/2020

Livro bem fácil de ler. A história é interessante e me manteve curiosa por todo o tempo.
Infelizmente o desfecho foi fraco e previsível, mas é possível que eu tenha criado expectativas demais em relação a história.
Não causa calafrios, mas vale a pena a leitura.
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Milena 10/10/2020

"Mas o que era real?"
O livro é bem curto e tem um ritmo bastante agradável. Eu havia assistido o filme primeiro, mas a experiência da leitura não foi comprometida, uma vez que obra e adaptação seguem caminhos diferentes.

A atmosfera criada pela autora é muito interessante e, o fato de o protagonista não notar logo de cara que a Mulher de Preto que ele vê é na verdade um fantasma, deu um ar mais crível à narrativa.

Apesar disso, sinto que o livro poderia ter sido melhor desenvolvido em alguns pontos, como na relação entre a Mulher e as crianças e a reação dos moradores locais com a chegada do jovem advogado, algo que foi melhor abordado no filme.

Ainda assim, é uma leitura que vale a pena para aqueles que se interessaram pela história após o filme e também para quem deseja uma leitura rápida, mas intrigante.
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Luciana (*_*") 13/05/2020

Angustiante e envolvente...
Fui completamente envolvida pelo mistério que paira em Crythin Gifford e só parei de ler quando cheguei à última página. Recomendo até pra quem assistiu ao filme pois o final é diferente e da mesma forma impactante Ps: não leiam a noite, rsrs.
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