A Mulher de Preto

A Mulher de Preto Susan Hill




Resenhas - A Mulher de Preto


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Tiago Toy 05/04/2012

Enquanto você lê, ela te observa...
Quando comprei A Mulher de Preto, de Susan Hill, fui atraído pela propaganda na contracapa “Uma história para quem gosta de sentir calafrios”. Confesso que ainda não tive a oportunidade de assistir ao longa estrelado pelo Daniel Radcliffe, não pelas opiniões e críticas que circulam pela rede – nada positivas -, mas por não gostar de cinema e estar esperando a versão Bluray. Nada melhor do que assistir no conforto do lar.

Vale uma ressalva. O livro foi publicado em 1983, em um tempo onde o terror que funcionava era outro. O original daquela época hoje se tornou clichê desgastado. A porta que estava fechada e que você sabe que estará aberta quando olhar novamente; os caipiras misteriosos que escondem um terrível segredo; o espírito vingativo. Está tudo presente em A Mulher de Preto.

Se você espera uma estória de terror, sentir medo ou mesmo os prometidos calafrios, se decepcionará. No entanto, se está aberto a conhecer uma experiência angustiante, vá fundo e se deixe levar pelos questionamentos entre fé e razão, realidade e além. Não senti calafrios tampouco medo, porém a sensação não foi boa. As palmas das mãos esquentaram enquanto folheava ávido. O estilo de Susan é típico da época. Descrições detalhadas até do que não precisa ser descrito com tanta minúcia. A atmosfera pesada faz o leitor sentir como se estivesse na Casa do Brejo da Enguia. Embora não seja uma leitura fluída, o livro é curto (pouco mais de 200 páginas) e envolvente. Pode ser lido em uma noite. Portanto, puxe o edredom, ilumine apenas o necessário e mergulhe no relato do jovem advogado Arthur Kipps, último recurso para exorcizar o fantasma que habitou seus pesadelos por longos anos.

Tudo começa em uma reunião familiar em véspera de Natal, reunidos na sala e contando histórias de terror. Arthur já é um senhor idoso e se limita a ouvir os mais jovens em suas tentativas de assustar. Quando é quase obrigado a contar uma também, foge da sala como o diabo fugindo da cruz. Arthur não conhece histórias de fantasmas arrastando correntes por castelos assombrados, tampouco monstros reclusos no pântano prestes a sequestrar viajantes perdidos. A estória que Arthur conhece é bem mais simples e real do que isso. Mais assustadora. Em longas páginas de conversa com si mesmo, Arthur decide aproveitar as festas e, tão logo as visitas tenham ido embora, colocará tudo no papel, em uma forma de se livrar do fardo, sentir-se mais leve.

No capítulo seguinte somos transportados há vários anos antes, quando Arthur, ainda um jovem advogado, é indicado para um trabalho importante. Recolher documentos de uma recém-falecida cliente em Crythin Gifford, Alice Drablow. Parece uma tarefa demasiado simples, não fossem os mistérios que cercam a Casa do Brejo da Enguia. Chegando à cidadela, Arthur interage com poucos personagens, e todos demonstram algo semelhante a medo à menção do nome da falecida ou de sua propriedade. Arrogante por sua condição de homem da cidade grande, Arthur decide que não passam de caipiras supersticiosos e se prepara para o trabalho.

No funeral, Arthur tem seu primeiro contato com a mulher de preto. Não assusta, pois o mais lerdo dos leitores perceberá que aquela estranha mulher com aparência doente não é uma pessoa, e sim um fantasma. No entanto, Arthur acredita em tudo, exceto a verdade, mesmo diante dos personagens quase morrendo do coração só de ouvir falar o nome da bendita. Está escrito na testa deles e ele não vê. O personagem parece lutar contra a tentação de aceitar algo que não lhe foi ensinado. Conduzido por um silencioso cocheiro, Arthur chega à casa dos Drablow. De início, parece um ótimo lugar para se viver. Embora localizada em um lugar inóspito, a casa exala uma aura de paz digna de “lar doce lar”. As descrições dos brejos e, inclusive, do tempo, fazem o leitor ver com facilidade a imagem em palavras. Para o leitor mais ávido, que se entrega, arrisco dizer que será possível ouvir o som da água e o uivo baixo do vento.

Porém, após algum tempo de calmaria andando pela casa, essa paz se dissolve no momento em que a mulher de preto aparece pela segunda vez. Não é a mulher que causa desconforto, mas algo em sua presença, uma sensação sufocante, um mal disparado pelo olhar. Em primeira pessoa, é fácil se sentir no lugar de Arthur e, consequentemente, sentir o mesmo mal-estar. O lugar que a pouco parecia a casa dos sonhos, se torna o último lugar na Terra que você gostaria de estar. Não há perseguições, não há sustos fáceis, não há uma sucessão de acontecimentos bizarros (como portas abrindo e fechando, ao melhor estilo Poltergeist, ou vozes gritando a plenos pulmões na escuridão). O que há é um homem que não sabe mais em que acreditar, sozinho em uma casa onde o ar começa a pesar e o sentimento de urgência em sair dali cresce descontroladamente. E funciona, desde o desenvolvimento das ideias até a execução da atmosfera. Como eu disse, é uma narrativa densa, mas gostosa de acompanhar. E, como uma excelente contadora de estórias, a autora sabe o quanto descrever, não apelando para o mau gosto de salas cobertas por teias de aranha ou espectros banhados em sangue, gemendo pateticamente e perambulando pelos corredores - sim, o trabalho de Susan Hill se baseia na criação da atmosfera, na sensação perturbadora de terror que desperta e acelera no coração de nosso narrador, lentamente, gradualmente, e sutilmente.

A construção de Arthur Kipps vai além de colocar uma cabeça falante em uma casa assombrada para contar aos leitores o que está acontecendo. É prazeroso acompanhar a evolução de um homem cético e com traços de arrogância cosmopolita a alguém assustado e indefeso diante de uma força incapaz de vencer. Mesmo após todas as péssimas experiências na Casa do Brejo da Enguia, Arthur tenta recuperar seu eu e, mais uma vez, é arrogante o bastante para pensar estar livre de algo que ninguém escapou, conduzindo ao excelente desfecho.

Em diversos livros, assim como a definição habilmente detalhada é o que faz a novela ter sucesso, A Mulher de Preto é uma história de fantasmas sobre um espírito com negócios inacabados, e Arthur é o homem que chama sua atenção. Eu não quero entregar spoilers, então vou simplesmente dizer que funciona. Simples e tradicional, a estória funciona.

Como em um bom livro, nada acontece por acaso. A mulher não se veste de preto apenas por ser uma cor típica do gênero, há uma razão por trás de suas vestes. Não há manifestações sobrenaturais em cada esquina da casa, apenas onde deve haver, em um local com resquícios de uma antiga tragédia. A trama é bem conduzida e em momento algum se torna monótona, mesmo em capítulos inteiros de conversa entre Arthur e algum dos assustados moradores de Crythin Gifford, ou outro capítulo inteiro de pensamentos de um narrador enlouquecido sobre o que é ou não é.

Embora escrito há mais de 25 anos, A Mulher de Preto é uma leitura absorvente e divertida, ótima opção para quem quer conhecer um estilo de narrativa que preza pelo bom senso e pela linearidade, que não cai em mesmices e que, ainda assim, cumpre o que promete. Não os calafrios, mas a sensação de estar sendo observado por um espírito que ainda tem contas a acertar enquanto você vira a página. Aliás, acho que tem alguém me olhando...
Alan 20/04/2012minha estante
Na minha opinião A Mulher de Preto (2011) é o melhor filme de terror deste o Nosferatu de 1979. Hammer no melhor estilo! Gostei tanto que comprei o livro para comparar e não me decepcionei. A adaptação para o cinema muda muito da história original, mas ambos são excelentes.


Gustavo 10/06/2012minha estante
Fiz uma crítica ao Filme, pretendo comprar o livro este mês depois de certas resenhas, mesmo que talvez não haja aquela emoção que alguns constaram, pretendo ler o livro igual, emfim, quem viu o filme ou quer ver, fiz uma crítica: http://zumbitv.blogspot.com.br/2012/06/critica-do-filme-mulher-de-preto-woman.html


Lincoln 13/06/2012minha estante
Quando comprei o livro, o filme tinha sido lançado no Brasil, eu prefiro ler o livro e, depois assistir o filme. Gostei de ambos. É fascinante o filme e contagiante o livro.


Dryk 15/08/2012minha estante
Assistir o filme e li o livro, algumas coisas mudaram na adaptação, mas o filme valeu alguns sustos na sala escura do cinema. Gostei bastante do livro e não me decepcionei pois prende a atenção e como é uma leitura rapida fica impossível largar antes do fim.


Andressa 20/07/2013minha estante
Adorei sua resenha! E concordo com você, quem o compra esperando sentir o tal frio na espinha de decepcionara, pois o terror de 1983 era totalmente diferente do nosso de hj.


Ani Rovere 22/12/2013minha estante
Gostei tanto da sua resenha, Tiago Toy, que resolvi - enfim - comprar o livro. Sou muito mais um suspense bem elaborado que um terror superficial e cinematográfico como muitos livros atuais.


Priscila 26/01/2015minha estante
Eu li o livro. Depois assisti ao filme, no começo fiquei brava porque o filme muda muito. Mas ambos são bons! E agora quero assisti o Mulher de Preto 2!




Saulo 12/05/2013

During afternoon tea, there’s a shift in the air.
A bone-trembling chill that tells you she’s there.
There are those who believe the whole town is cursed.
But the house in the marsh is by far the worst.
What she wants is unknown, but she always comes back.
The specter of darkness, the Woman in Black.



Se alguém olhar minha estante de livro, verá que eu li bastante livro do gênero horror/terror. Exemplo destes está nos livros de Stephen King, precisamente em O Iluminado, A Coisa e O Cemitério. Não sou de assustar-me facilmente, pois os calos que os livros (terror/horror) criaram em minha mente forçaram com que eu esperasse por qualquer coisa apavorante.
Eu estava enganado.
Não estou aqui para fazer qualquer spoiler. De maneira alguma. Estou aqui para falar sobre o que eu achei do livro. Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa.
Como eu havia dito antes, eu estava enganado ao pensar que nada mais na literatura poderia me causar uma lufado de medo que fosse. A MULHER DE PRETO, de Susan Hill, causou-me um gelo na espinha. Literalmente. Eu ainda não consigo entender como uma pessoa pôde escrever uma história tão apavorante.
Esse livro não trata-se de uma obra que dá susto. Não, definitivamente não. A MULHER DE PRETO é um livro que machuca a alma, atordoa a pessoa, faz com que ela sinta medo do começo ao fim. Em dados momentos você simplesmente não consegue ler, e ao mesmo tempo, talvez até masoquista, você tem que ler para ver o que acontece.
Analisando a estrutura do livro, vi que a Susan Hill assemelha-se bastante com as fantásticas obras de Edgar Allan Poe. Nesse livro, vi uma incrível semelhança com A QUEDA DA CASA DE USHER. O clima que permeia o livro (falo do tempo como as chuvas, neblinas, cor do céu, etc.) é incrivelmente gêmea da alma do nosso mestre Poe. Susan Hill construiu um texto fluido, MUITO BEM ESCRITO, com detalhes escritos de maneira incrivelmente perfeccionista.
Meus parabéns a essa dama inglesa. Espero em breve ler mais alguma de suas obras. Cinco estrelas para ela!
Júliah 15/05/2013minha estante
Apavorante!!! Obrigada pela indicaçao Sauleta!!!!!


Raphael Cavalcante 18/08/2013minha estante
Não achei o livro ruim, Saulo, mas acho
que faltou a autora se aprofundar mais no horror psicológico proposto. Não senti, por exemplo, o mesmo incômodo provocado por obras do gênero como "O Iluminado", citado por você, onde o desconforto do personagem principal era palpável.


Saulo 20/08/2013minha estante
ôpa, RaphaCavalcante, claro, claro, concordo.
O Iluminado é um clássico, como eu e principalmente você sabe. O livro do SK foi mais profundo, analisou as questões psicológicas do isolamento, mesclado, claro, com a abstinência ao álcool e... o terror. Como vc mesmo disse, foi palpável, a gente sentia. Não discordo. O Iluminado é de dá gelo na espinha. Mas, assim como vc, eu gostei do A MULHER DE PRETO. O que me encantou em Susan Hill, foi que ela escreveu rápido e nos apresentou um terror mais de impacto - não estou comparado aos horrores do Overlook. O que estou querendo dizer, é que A MULHER DE PRETO vc sentia aquele gostinho da chuva inglesa, do friozinho que só encontramos nos livros do Poe, do clima quase cinematográfico do A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA. Entende? E, acima de tudo, o livro tem uma melancolia única - o maior terror de todos, devo dizer - que também vemos na obra de Poe (A QUEDA DA CASA DE USHER). Mas a Susan Hill tbm falhou! Não minto. Se vc ler o início de A VLTA DO PARAFUSO, escrito por Henry James, verá do que estou falando.
Abraços, e obrigado pelo crítica construtiva!


Raphael Cavalcante 20/08/2013minha estante
Saulo, conforme eu comentei lá na minha resenha, foi pensando exatamente em "A volta do parafuso", que nivelei por baixo "A mulher de preto". O livro de James é uma das obras-primas do horror psicológico para mim, situada em dos cenários mais relacionados ao gênero: a Inglaterra vitoriana. Todos esses ingredientes que você enumerou como positivos no livro de Hills, James usou com maestria, rendendo uma densidade dramática ímpar a trama e enriquecendo a sua protagonista. Em vários momentos, já não sabemos mais se acreditamos nos supostos fantasmas ou se duvidamos da sanidade da Miss Giddens. Em "A mulher de preto", penso que Arthur Kipps poderia ser bem melhor desenvolvido, explorado, detalhado, mas a autora se preocupa muito mais com o mistério por trás da assombração do que desnudar Kipps ante seus temores. Susan Hills tem seus méritos, mas desperdiça a oportunidade de fazer uma obra realmente marcante.


Saulo 21/08/2013minha estante
Concordo em gênero, número e grau. Daí, ontem, eu me peguei pensando: imagine se o SK apanhasse essa história e escrevesse A MULHER DE PRETO em, digamos, 580 páginas?


Raphael Cavalcante 22/08/2013minha estante
Eu nem acho que o problema seja o tamanho da obra; basta lembrarmos de "A volta do parafuso", que é uma novela com 100 páginas mais ou menos. Acho que a questão é a forma que foi conduzida.


sagonTHX 11/09/2013minha estante
Respeitando o ponto de vista dos amigos, eu penso que gosto literário é como paixão por futebol ou religião, cada um tem o seu. A melhor forma de você saber se o livro é bom é lendo-o. Eu já peguei livros que estavam muito bem cotados, e mostraram-se medianos ou ruins para mim. E o contrário já aconteceu, também. Um exemplo. Eu adoro o Iluminado, do King. Considero o livro a sua obra máxima. Tenho amigos que leram o livro, por minha indicação e me mortificaram por terem achado que o livro não tinha nada de terror. Pode?
Um outro exemplo de que gosto não se discute é a quantidade de páginas dos livros. Tenho amigos que não leem livros com mais de 200 páginas. Por melhor que sejam. Eu, ao contrário, considero que um bom livro, para ser bem aproveitado, tem que ter no mínimo 250 páginas e prefiro os imensos, com mais de 500 (Guerra dos Tronos, p.exp.). No entanto, os livros de James Patterson são finíssimos e as suas histórias são legais e cativantes. Concluindo, ainda bem que há livro de todos os tipos para contentar gregos e troianos.




Heidi Gisele Borges 10/03/2021

A mulher de preto é um desses livros que envolvem e caminham lentamente, sem o exagero das histórias que querem assustar por assustar. Aliás, esse clima de suspense poucos conseguem.

O livro é narrado por Arthur Kipps, ele a escreve porque se sentiu impelido a contar tudo o que o atormenta há muito tempo. Esse segredo horrível que guarda só para si e que o consome todos os dias desde sua juventude.

Começa quando Kipps, advogado, vislumbra uma possível promoção ao ser enviado para tratar dos documentos da senhora Alice Drablow, que acabara de morrer. No entanto, quando chega à cidade e comenta o motivo de sua visita, todos parecem se sentir incomodados. E ninguém deseja falar sobre o assunto. Muito menos da mulher de preto.

Kipps se vê sozinho ali. Somente conta com ajuda para ir e voltar da Casa do Brejo da Enguia, com sua atmosfera lúgubre, o lugar que todos evitam.

O jovem então, como é comum dos mocinhos, pensa que tudo não passa de crendice popular e decide desvendar o motivo de tanto medo no povoado. No entanto, a mente humana nunca está preparada para o surreal.
"Mas devo confessar que naquela época eu tinha o senso de superioridade dos londrinos, a crença malformada de que os homens do campo, e particularmente aqueles dos cantos remotos de nossa ilha, eram mais supersticiosos, mais crédulos, mais lerdos, menos sofisticados e mais primitivos do que nós, cosmopolitas."

A mulher de preto (The woman in black, Editora Record, 208 páginas) foi um desses livros que me chamam, pois eu não tinha intenção em ler tão logo. Algo me afastava dele. Mas, um dia, procurando uma leitura um pouco mais sombria, a obra pediu para ser lida (através do programa Kindle Unlimited, da Amazon). Foi uma surpresa incrível, ainda mais por saber que é de 1983 e nunca tinha ouvido falar do livro. Provavelmente seu sucesso aqui se deve ao filme homônimo lançado em 2012, com Daniel Radcliffe - o eterno Harry Potter - como Arthur Kipps, dirigido por James Watkins.

Há uma segunda parte escrita em 2013 pelo autor Martyn Waites, que também virou filme, A mulher de preto 2 - Anjo da Morte (Woman in black: Angel of Death, Editora Record, 304 páginas). Não tenho muita vontade de ler quando uma pessoa continua a história de outra. Ainda estou em dúvida, apesar de ter lido resenhas positivas.

Bem, o único problema que encontrei durante a leitura de A mulher de preto foi "recolocou-os novamente", "pequena saleta", coisas que me incomodaram bastante.

Essas histórias, como a de A mulher de preto, são um tanto raras hoje. Muitos autores (de livros e filmes) desejam o susto imediato, o medo intenso e em tempo integral. Nada que chega devagar e se aloja sem que o espectador perceba logo, que não o faça dormir por dias, pensado em: será que vemos tudo o que está ao nosso redor? Será que conseguimos bloquear o que transcende aquilo que conhecemos como realidade? O que nos espreita quando fechamos os olhos para dormir?

Susan Hill (1942), uma apaixonada por livros de terror, conseguiu criar uma ótima história de fantasmas como as clássicas, do absurdo que povoa nossa mente, e nos faz olhar duas vezes para os lados antes de dormir e querer cobrir os pés, pois parece que tudo está ali, olhando num canto sombrio.

Lido em fevereiro/2016
Ket 11/03/2021minha estante
Sensacional esse livro!


Heidi Gisele Borges 11/03/2021minha estante
Também achei. É difícil achar livros atuais com esse clima!


Ket 11/03/2021minha estante
Muito! Tenho procurado outros livros que me assustem como esse e nada...E faz anos que li!


Heidi Gisele Borges 11/03/2021minha estante
Recomendo, pra sentir medo, "Ele tem o sopro do Diabo dos pulmões", tem no Unlimited.

Aceito dicas também haha




Laura 06/10/2022

Não estava nos meus planos ler esse livro, mas estava com vontade de ler uma história de terror! Eu gosto muito dessa vibe vitoriana que o livro passa e gosto também de como a autora descreve as partes de terror. Foi bem rápido ler esse livro mas confesso que pulei as descrições muito longas que a autora fazia muitas vezes .
Carol 06/10/2022minha estante
Nossa! Eu nem sabia que essa história tinha um livro! Adoro o filme, acho que vou colocar na minha lista pra ler tbm!


Laura 06/10/2022minha estante
Pode ler sim , é um bom livro !




Angel Duran 23/06/2012


Decepcionante. Essa é a palavra perfeita para este livro. Na minha opinião faltou concisão, já que até os ultimos capítulos absolutamente nada acontece. Mas ainda assim quando comecei a ver "ação" pensei que a estória fosse ficar boa, o que não aconteceu. Ainda espero pelo "frio na espinha" que o livro promete. Com exceção do final, que foi um pouco melhor do que eu esperava, nada me agradou.
Andressa 20/07/2013minha estante
Pense por um lado: o livro foi publicado em 1983! Acho que naquela época, esse tipo de terror dava frio na espinha sim!


Raphael Cavalcante 20/08/2013minha estante
Ah, Dessa, Henry James escreveu o clássico "A volta do parafuso" em 1898 - novela que rende muito mais frio na espinha do que "A mulher de preto".




maadelima 23/02/2012

Resenha: A mulher de preto , quem comenta ??? http://gossinp.blogspot.com/2012/02/resenha-mulher-de-preto-susan-hill.html
Igor Gabriel 18/03/2012minha estante
Se quisesse ver resenha de um blog procuraria no google.




Maria Inês 28/09/2014

Pesadelo
Comprei este livro por causa que lançaram o filme, possui poucas página e de fácil leitura, as vezes gosto de compará-los. Para quem gosta de terror e suspense é um prato cheio, gostei do livro porque o meu gênero preferido são esses, embora não levamos muitos sustos achei muito bom. O livro e o filme possuem trechos que são um pouco modificados.
Maria Inês 28/09/2014minha estante
Muito bom.




Sheila 26/04/2012

A Mulher de Preto - Susan Hill
Buscando na vasta biblioteca mental de palavras adjetivas, acredito que apenas uma é capaz de descrever perfeitamente este livro: intenso. Comecei a lê-lo às 10 da manhã de uma terça-feira cinzenta e terminei às 13:50 do mesmo dia, indo direto para a frente do computador resenhá-lo. Ainda me encontro sob o profundo efeito que a leitura me causou - e que momento melhor que este para tentar traduzir em palavras as sensações despertadas pela leitura de tal obra?

Pois bem, vamos a um pequeno resumo do que trata a estória. O livro nada mais é do que o relato escrito de Arthur Kipps, um advogado aposentado que se vê atormentado, às vésperas dos festejos natalinos, pela rememoração involuntária de fatos angustiantes que o perseguem, por mais que passem-se os anos. Os netos, ao redor da lareira, brincam à meia luz, contam estórias de fantasmas. Como explicar-lhes o indescritível pavor que lhe assoma essa brincadeira, aparentemente inocente?

Atemorizado, mas resoluto em exorcizar estes velhos fantasmas de uma vez por todas, Arthur resolve escrever sobre o que lhe acontecera à tempos idos, quando ainda era um jovem aspirante na carreira e foi mandado por seu chefe à Casa do Brejo da Enguia, para comparecer ao enterro e tratar de alguns documentos da Sra Drablow, uma antiga e importante cliente.

Já no enterro desta senhora, percebe o ar lúgubre que rodeia tanto o acontecimento em si – a morte, apesar de nunca ser bela, as vezes recobre-se de mantos sinistros quando não há quem pranteie quem se vai – quanto o lugarejo onde os trabalhos fúnebres se passam. Mais perturbador ainda, é a presença de uma estranha mulher de preto, que apenas ele parece poder ver.
- Diga-me, aquela outra mulher ... – eu disse ao alcançá-lo – Espero que consiga chegar bem e casa ... ela parecia incrivelmente doente. Quem era ela?

Ele franziu a testa (...)

- Eu não vi nenhuma jovem.

- Mas, certamente ... – E olhei para trás, para o cemitério da igreja, e lá estava ela novamente. Consegui ver de relance seu vestido preto e o contorno de sua touca.
Mas ninguém mais daquele lugar vê – ou admite ver – o mesmo que Arthur, que começa a perceber que há algo relacionado à Sra Drablow e o lugar onde residia, pois as posturas sempre se tornavam rígidas e as conversas eram abruptamente interrompidas quando o motivo de sua estada na região era evocado.

Arthur parte então para a Casa da Enguia onde se depara com névoas densas que o fazem perder-se, gritos de pessoas se afogando nos brejos traiçoeiros da estrada que leva à antiga morada da Sra Drablow, além de um melhor vislumbre da que passa a ser nomeada A mulher de Preto, visão aterradora que o faz acreditar que há mais que rumores de camponeses sem instrução rondando a velha casa.
Mas quando me virei, meu olhar percorreu mais uma vez o cemitério e então vi novamente a mulher com o rosto abatido que havia comparecido ao funeral da Sra Drablow (...) Mais cedo, quando olhei para ela, embora não tenha passado de uma rápida olhadela por vez, não havia notado nenhuma expressão específica em seu rosto arruinado, mas ficara extremamente impressionado com a aparência de sua grave doença. Nesse momento, vi que em seu rosto havia uma expressão. E era uma que só posso descrever – e as palavras parecem irremediavelmente inadequadas para exprimir o que vi – como uma maldade desesperada e nostálgica.
Apesar de a escrita ser bem estruturada e fluir com facilidade, para quem não gosta de textos muito descritivos o livro pode se tornar um pouco cansativo em alguns pontos. O princípio – até mais ou menos a página 80 – é francamente desanimador. Mas do meio para o fim, o relato vai ganhando uma cadência acentuada, a ponto de criar uma crescente expectativa pelo que estará por vir. Chega um momento em que parece-se embarcar junto com Arthur nesta luta contra os clamores da racionalidade, e ir em busca de respostas a este grande mistério. Afinal, qual a verdadeira história por trás dos gritos? Pelo que anseia tão desesperadamente a Mulher de Preto?

Recentemente adaptado para o cinema, o filme baseado no livro conta com a atuação de Daniel Radcliffe - que para quem não sabe é o ator que interpretou o famoso Harry Potter de J. K. Howlling - e vem recebendo uma boa atenção da mídia, mas ainda não o vi para conferir e comparar com a obra escrita.

A contracapa anuncia “um livro para quem gosta de sentir frio na espinha”. Não senti, nem o achei assustador. Mas, com toda certeza, trata-se de uma estória surpreendente, com um final perturbador. Correndo o risco de ser melodramática direi: aos que tiverem coragem, aventurem-se a lê-lo, pois certamente não se arrependerão.

Disponivel em: http://www.dear-book.net/2012/04/resenha-mulher-de-preto-susan-hill.html
Manu 27/04/2012minha estante
Olá Sheila
Gostei muito da sua resenha, com toda certeza irei ler esse livro tão emocionante e envolvente. Fiquei até com vontade de ver o filme também. :)




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Cris 23/08/2013minha estante
Concordo em absolutamente tudo o q vc escreveu. Tirou as palavras do meu teclado.




Leitor Oculto 19/12/2021

Quando foi enviado a remota Crythin Gifford o jovem Arthur tinha uma simples missão: separar e organizar os documentos na casa da falecida Sra. Drablow - principal cliente da empresa de advocacia na qual trabalha.

No entanto, ao chegar a cidade e mencionar a que veio, ele começa a encontrar resistência por parte dos moradores que parecem assustados com antigas lendas que rondam a isolada propriedade.

Completamente, cético as crendices ele está disposto a levar a cabo sua tarefa mesmo que, para isso, tenha que passar algumas noites sozinho na horrenda Casa do Brejo da Enguia. A propriedade, situada em uma região de pântano, fica sujeita ao movimento das marés e é inacessível durante sua alta.

Porém, suas convicções começam a mudar quando estranhos barulhos e aparições quebraram a aparente paz do local.

Mas será que isso, de fato, está ocorrendo ou tudo não passa de uma ilusão da sua mente? Afinal, será que os mortos podem exercer influência no plano dos vivos?

Questões misteriosas que ele tentará responder em uma aventura insana em busca da verdade.

CONTEXTUALIZANDO

O livro permeia entre o terror e o suspense nos levando a questionar se de fato as situações estão ocorrendo ou não passam de imaginação do protagonista.

As revelações vão surgindo em doses homeopáticas e, como leitor, me vi envolvido buscando as respostas, juntamente, com Arthur.

E para quem, assim como eu, curte uma boa história de fantasma aqui está uma excelente opção!

Confesso que assisti ao filme, após a leitura, e curti mais a dinâmica do livro do que a adaptação, apesar de reconhecer que essa se manteve fiel ao enredo.

Enfim, uma obra clássica - do início dos anos 80 - que se mantém atual e instiga o leitor a chegar a última página com uma narrativa envolvente e dinâmica.

Recomendo!
Pêdra Carla 27/07/2022minha estante
Já li esse livro! Não me marcou e passei para frente. Na época me recordo que gostei de ter explorado um estilo que não costumava ler.




Li 07/08/2012

DESAFIO LITERÁRIO 2012 - AGOSTO - TERROR *LIVRO 2*
Sinopse: Arthur Kipps, um jovem advogado, é chamado para acompanhar o funeral da Sra. Alice Drablow, a única moradora da Casa do Brejo da Enguia, localizada em uma região remota da Inglaterra.
Enquanto trabalha na isolada propriedade, Kipps descobre trágicos segredos ocultados por suas janelas fechadas.
Ao vislumbrar uma jovem e sofrida mulher vestida de preto, uma arrepiante sensação de desconforto começa a tomar conta dele, um sentimento que cresce com a relutância dos moradores locais em falar sobre a estranha figura e seu terrível propósito.

Uma das minhas irmãs ficou louca quando viu o trailler do filme. Eu fiquei louca quando soube que o filme era baseado em um livro. Ela ama filmes de terror, eu não. Eu até gosto de livros do tema, ela também... Acho que quem saiu ganhando foi ela! Rs.

Bom, o que dizer do livro?! Eu achei fraco... Talvez no filme, com os efeitos, as musiquinhas macabras e coisas assim, até fiquei assustador, mas o livro não assusta... Ou pelo menos não assustou a mim.

“(...) E então, parado em meio aos troncos de árvores frutíferas, sob o luar prateado, lembrei-me que a forma de banir um velho fantasma que continua com suas assombrações é exorcizá-lo. Bem, então o meu deveria ser exorcizado. Eu deveria contar minha história. Não em voz alta, diante da lareira. Não como diversão para ouvintes ociosos – era demasiado solene e real para isso. Mas eu deveria colocá-lo no papel, com todo o cuidado e todos os detalhes. Eu escreveria minha própria história de fantasma. Então talvez pudesse finalmente ficar livre disso pelo resto da vida que ainda tivesse para viver.”
Tem tudo para isso, você se depara com um prévia dessas e pensa “hum, talvez não seja uma perda de tempo!” mas a história não convence, acho que pelo personagem Arthur Kipps ser muito bobinho ou pelo próprio estilo da autora, não sei. Ou talvez os fatos narrados não me assustem, porque tenho muito pouco de sentimental em mim... Quando achei que o livro ia começar a meter medo, ele acabou!

No final só pensei "Hum... E?!"!


*http://desafioliterariobyrg.blogspot.com/*


Viquinha 25/08/2012minha estante
Pelo o que ouvi dizer, o filme não é bom, não...rs




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Jacqueline 26/03/2012

Publicado originalmente em www.mybooklit.blogspot.com
A mulher de preto foi publicado pela primeira vez em 1983. Já foi adaptado para teatro, radionovela, filme produzido para a televisão e atualmente chegou às grandes telas em uma produção estrelada por Daniel Radcliffe.

O jovem Arthur recebe uma importante missão no escritório de advocacia onde trabalha: Ele deverá viajar para Crythin Gifford e comparecer ao enterro de uma das mais importantes clientes da empresa - a Sra. Drablow, que residia na Casa do Brejo da Enguia. Ao chegar à cidade, o entusiasmo com a viagem logo se transforma em curiosidade a respeito da casa que todos preferem se manter afastados.

Perturbado com a visão de uma estranha mulher - vestida toda de preto - no dia do enterro, Arthur decide não dar ouvidos as superstições a respeito da casa, e segue para lá, a fim de separar e catalogar os documentos que forem importantes para o escritório. Arthur, porém, não pensava que, ao chegar à casa envolta por muita névoa e cercada por um estranho pântano, estaria vivenciando acontecimentos inexplicáveis. Sons perturbadores e visões sem explicações transformam a vida do jovem advogado para sempre.

"Estava derrotado por meus próprios medos, incapaz de raciocinar com clareza ou tomar decisões, quanto mais me mover. Mas gradualmente descobri por mim mesmo a verdade máxima que diz que um homem não consegue permanecer indefinidamente em um estado de terror efetivo." (pág.161)

Quem espera uma história de terror, com certeza, irá se decepcionar. Encaixaria A mulher de preto no gênero suspense, com uma ressalva: leitura que provoca calafrios. Não sei se foi porque eu não tinha lido nenhuma resenha antes, ou se foi porque não criei muita expectativa para a leitura, mas o enredo me surpreendeu de forma positiva.
A obra é narrada em primeira pessoa e assim temos a exata dimensão do terror e espanto vividos por Arthur. Já idoso, ele começa a narrar os eventos que mudaram sua vida, como tentativa de exorcizar os fantasmas que o atormentaram durante décadas.
Apesar de ser um livro rápido e com poucas páginas, a impressão que eu tive foi de ter lido mais de 300 páginas. Isso se deve a narrativa densa, por vezes angustiante, que transmite o tom certo de desespero e medo através da voz do protagonista.
Hill consegue sustentar o mistério da mulher de preto até o final, assim como alcançar o clímax no final de cada capítulo. O desfecho surpreende pela carga emocional que a autora transmite ao texto, e me levou às lágrimas em poucos segundos.
Com poucos personagens e uma trama que a princípio parece simplória, Susan criou uma história de suspense, que levará até o mais cético leitor a experimentar o horror vivido por Arthur.
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House of Chick 07/05/2012

“Não é uma história de terror. Também não se trata de um simples suspense. É a narrativa de um homem perturbado, cuja história permaneceu oculta sob lágrimas e pesadelos até que, com idade avançada, ele foi capaz de exorcizá-la, repousando-a em um relato que jamais deveria ser lido. Até hoje.”

Um suspense épico. Em minha opinião, simplesmente perfeito. Você é levado a sentir o mesmo (ou no meu caso, fiquei ainda em mais suspense) que Arthur, nosso personagem principal que se vê obrigado a ter como sua primeira viagem de trabalho, ir a um enterro de uma senhora que era uma das maiores contribuintes da empresa em que trabalhava, mas esta senhora morava em um lugar distante e não tinha amigos.

O lugar em que é a história acontece é descrito com uma riqueza de detalhes realmente impressionante, algumas vezes você é capaz de sentir como se estivesse naquela neblina, ouvindo os gritos.

Os personagens são realmente encantadores, Arthur é um jovem corajoso, que procura as respostas para os mistérios que encontra. Sr. Daily, um outro personagem que ajuda Arthur, e a mulher de preto é uma personagem temida por todos daquela cidade. Arthur pergunta para as pessoas, mas ninguém parece ter coragem de falar quem é aquela mulher, ou a história por trás dela, e ele vai descobrindo aos poucos.

O livro é pequeno, uma leitura bem gostosa. Eu, pessoalmente, o li em apenas 1 dia, e comparando ao filme o livro é BEM melhor (na minha opinião o livro é sempre melhor kkk'). Eu realmente fui ao cinema ver o filme só porque Daniel Radcliffe era o Arthur e eu queria vê-lo em outro personagem. A atuação foi boa, nada incrível, simplesmente boa em minha opinião.

Continuação: http://www.houseofchick.com/2012/04/mulher-de-preto-susan-hill.html
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