Ana 28/06/2016
Agatha Christie é uma das minhas autoras favoritas, mas não neste livro. Eu o detestei.
Senti-me frustrada durante a leitura de todos os casos. O que mais gosto nos livros da Agatha é o uso do que chamam de "whodunit", o mistério em volta de quem cometeu o assassinato. Nós, leitores, precisamos ter alguma chance de resolvê-lo também, junto com o detetive, mas no primeiro caso, "Santuário", isso não pode acontecer. É mais uma aventura do que outra coisa. "Uma piada incomum" é apenas Miss Marple descobrindo onde está a fortuna herdada por um jovem e ansioso casal, não há nada de interessante, nada. "O caso da fita métrica" e "A extravagância de Greenshaw" são os melhores casos da coletânea, mas são muito curtos, as coisas são jogadas, resolvidas às pressas. "O caso da zeladora" é igual, em todos os detalhes importantes, a outro livro de Agatha, "Noite sem fim", e é tão desinteressante e óbvio quanto o original. Há outros quatro casos: "O caso da criada perfeita", "Miss Marple conta uma história", "A boneca da modista" e "Através do espelho sombrio". Estas duas últimas são historinhas com um lado sobrenatural (entre várias aspas).
Eu me senti enganada. Gosto e admiro a Agatha Christie que é a "rainha do crime", e quero comprar bons livros dela, não um com uma historinha de uma boneca que se mexe. Achei a maior parte das coisas patética, pouco desenvolvida, nada empolgante. Parecia até que a autora magnífica tinha sido substituída por um ghost writer, e não duvido nada disso.
Outra coisa: Miss Marple merecia um final à sua altura.