Contos de Meigan

Contos de Meigan Roberta Spindler
Oriana Comesanha




Resenhas - Contos de Meigan


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Marcelo 07/06/2014

Relato dinâmico e atraente
Curti pacas Contos de Meigan. Relato dinâmico e trama atraente, mesmo para quem não possui costume de ler fantasias. Autora possui habilidade para relatar batalhas e escolher nomes para personagens. Vou me juntar ao clube daqueles que estão aguardando parte II.
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Carpe Libri 31/05/2014

Maya Muskaf está voltando para Meigan após um longo período de ausência. Há um tempo ela e sua mãe não se falam, ambas magoadas por brigas do passado. Agora, ela está de volta, ansiosa para ver Katur, capital de Meigan, e sua mãe Liza mais uma vez. Mas a viagem de volta não acontece como ela esperava: a caravana da qual faz parte encontra um dos portões no Solo Sagrado destruído e corpos por todo o lado. Um dos mortos Maya reconhece muito bem e percebe que a situação é grave: os cártagos conseguiram invadir Katur, mesmo com os guardiões lutando para impedir. No meio da luta, a garota é salva por um deles e ambos correm para a cidade, mas acabam chegando tarde demais. Com a morte de sua mãe, Maya deve assumir o cargo de Shyrat, mas não se sente preparada para isso. Na verdade, seu maior desejo é se vingar pelo assassinato da mãe, Embarcando em uma viagem louca, ela conhece Keyth e descobre mais do que gostaria sobre o guardião que a protege. Quando finalmente se sente preparada para assumir o cargo de sua mãe, um acontecimento inesperado faz com que seu mundo vire de cabeça para baixo. Será que Maya conseguirá derrotar os cártagos e assumir seu lugar como Shyrat? E o que será dos guardiões e Seth?

“Nem mesmo os Sábios podem alcançar os mistérios do Princípio.”

Só por esse início, já dá para perceber que o livro de Roberta Spindler e Oriana Comesanha não é somente mais uma publicação no ramo da literatura fantástica.

Um dos melhores títulos que a Editora Dracaena já publicou. O livro contém todos os elementos que uma excelente fantasia deve ter: lugares sagrados, poderes sobrenaturais que regem o mundo, personagens enigmáticos e cativantes, dimensões paralelas, um romance proibido… Roberta Spindler e Oriana Comesanha são duas escritoras paraenses (minhas conterrâneas, quanto orgulho!) que se aventuraram com sucesso no mundo da literatura fantástica. E o resultado é uma história que prende a atenção desde o início e deixa um gosto de quero mais, tornando esse livro uma excelente leitura para os apaixonados por fantasia.

site: http://carpelibri.com.br/?p=278
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Juliana 23/01/2014

Belíssimo exemplar da literatura fantástica brasileira!
A princípio, julgando apenas pela capa e sinopse, pareceu apenas mais um livro de fantasia, divertido, agradável, mas sem nada especial ou diferente em relação aos demais livros do gênero. Porém, essa ideia logo foi desfeita ao começar a leitura.

O livro começa com um prólogo inteligentemente elaborado como uma carta de um sábio do passado, relatando os acontecimentos por ele estudados e vivenciados. A partir deste prólogo, o leitor já começa a entender melhor o mundo - um tanto complexo, mas bastante interessante - idealizado pelas autoras. A seguir o livro introduz a protagonista Maya, uma personagem, na minha opinião, bastante cativante. Que começa sua história, como todo jovem-adulto: sentindo-se temerosa, e insegura de sua capacidade de enfrentar os desafios que a vida lhe impõe, ainda mais quando esses desafios envolvem comandar um povo. Além disso, a personagem se mostra bastante ativa, do tipo que não aceita os acontecimentos passivamente, e busca resolver os problemas pessoalmente, mesmo que, às vezes, seja impulsiva demais na busca desses objetivos, desconsiderando suas limitações, o que a leva, muitas vezes, a fazer algumas “burradas”, porém, ao longo da história, Maya vai evoluindo, e se tornando um pouco mais sábia a cada erro cometido. A partir daí, a história segue de maneira bastante rápida, entremeando a trama principal, envolvendo a protagonista, com tramas de outros personagens, ajudando a criar um clima de suspense e mistério na história, numa velocidade de tirar o fôlego de qualquer leitor. Impossível parar de ler. (nem sei mais quantos pontos de ônibus perdi, imersa na leitura. Preciso parar com isso de ler no ônibus).

Outro fato interessante sobre o livro é incerteza da identidade do verdadeiro vilão, claro que os cártagos, mencionados no título, cumprem esse papel, mas parecem apenas peças no tabuleiro de um jogador desconhecido. Umas pinceladas bem de leve de romance aqui e ali, ajudam a tornar a leitura ainda mais agradável, na medida em que essas, somadas às tiradas engraçadas (mas nem tanto) do personagem Keith, aliviam a tensão constante da narrativa, ajudando a dissipar a sensação de ódio causado pelas manipulações do vilão invisível.

Excelente livro, um dos melhores livros brasileiros do gênero que já li, melhor até do que muito livro de fantasia estrangeiro. Vale muito a pena ler essa obra maravilhosa. Estou aguardando ansiosa pela continuação que, aparentemente, está prevista para 2014...

site: http://fantasticosmundosdepapel.blogspot.com.br/
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Vinícius 27/11/2013

O incrível mundo de Meigan
Quando o livro chegou aqui em casa eu já estava esperando demais dele. Não só a capa como a sinopse e algumas resenhas pela rede me encantaram e deixaram super curioso. Posso dizer que não me decepcionei em nenhum momento, e que a capa, sinopse e todo o mistério ao redor do livro fizeram jus ao trabalho que Oriana e Roberta tiveram em criar esse mundo novo. Venha embarcar nessa viagem a Meigan e suas tikz.

O livro começa com um prólogo bem explicativo em primeira pessoa. Contado por um Sábido. Nele somos apresentados a um novo vocabulário, típico de toda fantasia que usa novos termos para explicar sua história. Descobrimos nessas páginas que Meigan a muitos anos atrás teve uma guerra contra os humanos, os mesmos descobriram um método de entrar nas fronteiras do mundo mágico. Como os seres humanos tem esse espírito de dominador e de "eu quero tudo o que é seu" eles ancivão por dominar toda Meigan

Nesse prólogo são revelados dois termos essenciais para o entendimento da história. São eles: magis e mantares. Os magis são seres exatamente como nós, mas eles tem uma afinidade com os mantares. Os mantares são elementos da natureza, não só o ar, água, fogo e terra, mas existem muitos outros, como as sombras, o tempo e até mesmo o controle sobre o próprio corpo. O que achei super interessante a forma como os magis são, seus costumes e o modo como controlam os seus manteres... percebi também que de primeira, em suas lutas, eles não usam os manteres e sim suas técnicas de luta corporal. Ao longo da luta é que eles usam os elementos.
O prólogo te deixa bem apar da situação, e ao mesmo tempo te revela quem são os cártagos. Os magis traidores de seu povo foram banidos para os três Infernos: O Inferno de Pedra (Ethaduhni), o Inferno de Gelo (Pyatermai), e o Inferno de Água (Mafaj).

A história inicia-se com o retorno de Maya Muskaf da Terra. Maya passou um tempo no mundo humano para curar uma doença que a assolava quando criança. Agora ela pretende voltar para Meigan, afim de rever sua mãe, a Shyrat Liza Musfak. Shyrat é o maior cargo político de Meigan, se assemelha a um Presidente.

Maya pega uma caravana com outros magis e, é teletransportada para Meigan por um dos diversos portais existentes no mundo humano. Lá ela encontra seus amigos soldados, os quais a escoltam até Katur, capital de Meigan onde ela poderá encontrar sua mãe. Aqui as autoras são bem explicativas e chegam até mesmo a ser engraçadas - o que elas são ao longo do livro todo! -, mas... nem tudo são rosas.

A garota Muskaf acompanha a caravana que segue até Katur, mas ao chegarem no portão - são sete portões de proteção para chegar até cidade -, não encontram o guardião - o guardião é um ser que guarda os portões, cada portão tem o seu guardião, o mesmo usa uma mascara onde somente os olhos podem ser vistos, assim escondendo sua identidade - e sim um cártago morto ao lado do portão destruído. Espantados, eles retornam fazendo um pequeno acampamento a fim de discutirem o que devem fazer.

Os guerreiros decidem seguir em frente e lutar contra o que esta por vir. Maya se oferece de prontidão para lutar ao lado deles, mas alguns acham errado, a missão deles era levar ela em segurança. Mas fica claro que a vontade dela deve ser seguida. Maya então acompanha os guerreiros em sua busca.

Ao chegarem aos demais portões eles encontram caos e destruição, muitos deles ficam surpreendidos com aquilo. Parece que a paz acabou em Meigan. Até que são surpreendidos por cártagos e um banho de sangue se inicia. Neste ponto a descrição é o ponto forte. As autoras conseguiram descrever a luta sem serem detalhistas demais, o que é bom! Não é chato quando você esta lendo e tudo já esta "mastigado"? O leitor deve imaginar a cena da sua maneira, o autor só precisa dar a base para tal.

Maya luta bravamente com sua agada (essa adaga dá muito o que falar lá pro meio-fim do livro), mas ao matar um cártago é atingida por uma dor súbita e cai em batalha. Ela espera pelo morte, mas então vê um apoc - corpulenta criatura alada com mais de dois metros de altura que acompanha os guardiões - e nele montado um guardião (do sétimo portão, já que eles estão lutando para proteger o último portão remanescente) que desce de seu apoc para lutar contra os cártagos e auxiliar a garota, e ir com ela até Katur para checar se a Shyrat esta em segurança.

Acompanhada pelo guardião, Maya se surpreende com o que vê. Katur está completamente destruída, os cártagos lutam contra o exercito e ao mesmo tempo saqueiam casas e matam famílias. Maya corre até o prédio do Conselho a fim de encontrar sua mãe... mas descobre que era tarde demais.

Novamente o narrador consegue descrever o sofrimento de Maya e o peso de sua decisão. É incrível como os sentimentos da personagem são bem descritos, você toma as dores de Maya.

Esse começo é só a ponta do iceberg, enquanto você vai lendo, segredos são revelados e novas dúvidas surgem. Me lembro de ficar com ódio profundo de certos personagens e a ponto de me revirar de raiva durante a leitura. Lembro também de chegar ao ponto de quase chorar pelo sofrimento de uns, e adorar as aventuras vividas por todos. As 617 páginas vão passando quase rapidamente, dando lugar a aventuras inimagináveis. Fugas, intrigas politicas, tribos, uma busca por um artefato, a guerra, os cártagos e um traidor responsável pelo caos... Tudo isso em um só livro, o qual é o primeiro de uma trilogia.

Meigan me encantou, me rir - tem um personagem em especial, o Sábio Keyth que aparece logo nos primeiros capítulos, que é UMA FIGURA! Vocês vão morrer de rir com ele - ter raiva, tristeza e esperança. O final me fez arrancar os cabelos e ir gritar com a autora via chat - com direito a caps lock e tudo. Contos de Meigan vale toda a sua atenção. E é com glória que dou 5 ESTRELAS :)


site: http://momentoliterario1.blogspot.com.br/2013/07/resenha-41-contos-de-meigan-roberta.html
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Vitor Emmanuell 04/07/2013

“Sete guardiões para os sete portões que dividem o mundo humano do mundo Meigan. Sete máscaras para cobrir seus rostos dos olhos de qualquer um. Suas vozes só são ouvidas quando a morte se aproxima(...)”.

Roberta Spindler e Oriana Comesanha são duas escritoras com um talento maravilhoso! Com um ritmo incrível elas conseguem manter a história eletrizante. São 618 páginas que não deixam a desejar em nenhum momento. É tão maravilhoso ficar preso a um livro que te deixa eufórico a cada página! E eu ainda digo que estas duas autoras vão dar o que falar! Nós ganhamos um presente na Literatura Fantástica!

Ainda não sei ao certo como começar essa Resenha, não sei se começo falando da protagonista Maya, que eu tive vontade de espancar em algumas partes de do livro, mas em outras, eu tive vontade de abraçá-la e dizer que tudo iria ficar bem. Infelizmente isso não foi possível. Mas eu também queria começar falando do guardião Seth, e de como eu fiquei apaixonado pelo seu apoc.
Passei alguns dias sem tocar no livro por conta das provas (Ah, aquelas malditas provas!). E quando retornei ao livro, até reli alguns trechos e continuei a história. Gente, fiquei tão preso que terminei o livro em apenas um dia! Com direito a 5 estrelas, o livro se tornou um dos meus favoritos e ainda falo dele pra todo mundo!

Bom, vamos lá! Meigan é um mundo totalmente diferente do nosso, um mundo onde vivem seres que são chamados de magis. Aparentemente são pessoas comuns, porém com dons extraordinários. Dons que poucos conseguem controlar.
Há 3 anos atrás, Maya – a nossa linda, maravilhosa protagonista – saiu do mundo Meigan e veio viver conosco, os humanos. – cara, juro que eu queria ter conhecido Maya! – ela não queria assumir suas responsabilidades. E como eu disse, ela se adequou muito bem aos humanos e aqui ficou.

Porém, como todo filho tem que retornar um dia para seu lar, Maya precisa retornar a Meigan.
Quando ela retorna a Meigan, algo terrível está acontecendo. Os Cártagos estão atacando Meigan e aparentemente, estão ganhando a batalha.

Os Cártagos eram magis que traíram seu povo e foram banidos de Meigan. Mas o que ninguém sabe:

Como eles conseguiram acesso ao Solo Sagrado?

O Solo Sagrado é guardado por sete portões, sete guardiões que protegem cada um. Eles são guardiões extremamente poderosos e temidos.

“Enquanto era analisado com curiosidade, o guardião desfez a técnica que prendia as pernas da garota e a ajudou a levantar.”

Mas não demora muito para todos perceberem que existem traidores dentro de Meigan que ajudaram os Cártagos. Muita informação ainda é revelada, em meio a traições, segredos, Maya passará por muito até descobrir coisas perturbadoras.

São tantas batalhas emocionantes, eu sou louco não liguem, mas eu ficava falando alto, indignado com as batalhas, com o temperamento de Maya. Ficava torcendo em voz alta, gente é muita emoção! Ah e o Sábio? O livro já acabou e estou com saudades daquelas piadas sem graça! E aí Roberta? Queremos o livro de piadas!

Ah, encontrei algumas ilustrações - tudo indica que as ilustrações sejam de João Silveira (Ilustração) e André Ciderfao (Cores). - na fan page do livro, e eu tinha que mostrar pra vocês! Esta primeira, é uma ilustração dos sete guardiões, preciso dizer que o meu favorito, é o sétimo portão?!

E como eu disse à Roberta no Twitter: Eu queria um apoc pra chamar de meu!
PS: Apoc é uma criatura muito interessante que é digamos, o fiel escudeiro de um guardião. Eles são grandes, com garras e possuem asas. E quando eu penso em um apoc, me lembro de Kaos, o apoc de Seth. E não sei o motivo, mas por mais agressivos que sejam – só me vem à cabeça como criaturas fofas. Querem uma ilustração de Seth e seu apoc?

Como eu não posso revelar mais nada sobre o enredo, vou deixar alguns trechos maravilhosos que eu catei ao longo do livro!

“O guarda-costas seguiu a ordem do sábio e afastou o capuz. Maya sentiu seu coração acelerar ao ver que se tratava mesmo de Seth, sua máscara de chamas não deixava margem para dúvidas.”

“Sem tempo para chorar as dores de suas feridas, logo se puseram de pé, ágeis como felinos, e correram para a floresta que cercava a cidade-prisão. Enquanto avançavam, uma chuva de flechas voou sobre suas cabeças.”

“Após o desaparecimento dos fugitivos e dos guardiões, o clima de medo e suspeita tomou conta das ruas de Katur.”

(Ei Roberta, um dos meus sonhos secretos é ganhar uma Caneca de Contos de Meigan tá?)

Título: Contos de Meigan – A Fúria dos Cártagos
Autoras: Roberta Spindler & Oriana Comesanha
Editora: Dracaena
Páginas: 618

site: http://paposobrelivros.blogspot.com.br/2013/07/resenha-contos-de-meigan-furia-dos.html#.UdWdVfm1HwI
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PorEssasPáginas 03/06/2013

Resenha Contos de Meigan - Por Essas Páginas
Resenha original no blog Por Essas Páginas: http://poressaspaginas.com/a-cuca-recomenda-contos-de-meigan-a-furia-dos-cartagos

Fala aí, pessoal! Faz um tempinho que eu não apareço por aqui com a minha fantasia de Cuca, não é? Bem, acontece que a Cuca foi pega (na verdade, completamente abduzida) por essa obra fantástica brasuca da Roberta Spindler e da Oriana Comesanha. Já falei um pouquinho de Contos de Meigan aqui nesse post de expectativas. Conheci a querida da Roberta através dos meus contatos literários como autora e ela resolveu me mandar o livro quando descobriu que eu postava aqui no Por Essas Páginas. Que sorte a minha, porque esse livro é um achado. Em uma única palavra: épico! ‘Bora lá saber se A Cuca Recomenda?

Meigan é um mundo completamente novo e original criado pelas autoras. E quando você lê esse livro realmente tem a sensação de que Meigan existe. Aplaudo de pé escritores que conseguem criar todo um mundo, um universo em suas histórias, de maneira tão verossímil e detalhista. A leitura traz a impressão de que cada cantinho desse enorme mundo foi cuidadosamente planejado; Meigan tem sua história, suas regras, seus costumes, seus habitantes e seus lugares muito bem descritos. Você percebe todo o cuidado das autoras com o mundo delas e, para quem lê, Meigan é muito real. Temos claramente a sensação de que vamos transpor uma barreira e chegar lá de alguma maneira. E isso é incrível! Não deve em nada a grandes mundos criados pela fantasia como o mundo da magia de Rowling, a Terra Média de Tolkien, o Mundo Médio de King ou Westeros do Martin. Todo esse cuidado e esse universo criado pelas autoras é um ponto incrivelmente forte do livro. Meigan também tem sua própria e complexa política e é disso que se trata em grande parte Contos de Meigan, em minha opinião: política.

Por esse motivo, por ser um livro extremamente político e cheio de intrigas e conspirações, Contos de Meigan é também um livro muito denso. Ele é gostoso de ler, mas é daqueles livros que você algumas vezes tem que parar e arejar a cabeça para não saturar a mente. Ainda não li Guerra dos Tronos, mas quando comentei com meu marido que já leu que tive essa sensação ele disse que é a mesma que ele tem ao ler a série de Martin. Então o fato de ele ser denso e de eu ter demorado um pouco para lê-lo não foi um problema, pelo contrário, é outro ponto forte. Apenas foi uma leitura diferente do que estou acostumada (eu costumo devorar os livros loucamente que nem chocolate, confesso!).

A história começa com Maya, uma jovem impulsiva e corajosa, muitas vezes imprudente, que teve uma infância e uma convivência perturbada com a mãe e, por esse motivo, refugiou-se por anos na Terra dos humanos. Sua mãe é a Shyrat de Meigan (uma espécie de líder maior daquele mundo) e, por isso, Maya sempre se viu à sombra das responsabilidades da mãe. Sentindo-se sozinha e relegada a segundo plano, ela decide se exilar na Terra. Porém, um dia resolve voltar e tentar se acertar finalmente com a mãe, só que o seu timing foi meio ruim: quando Maya retorna Meigan está sendo atacada pelos cártagos, que são os magis (leiam a sinopse que lá explica um pouco sobre os magis) que foram exilados da sociedade de Meigan (em uma explicação bastante resumida) e se tornaram seus inimigos.

Então vocês já perceberam que o livro começa frenético, não? O começo realmente é bastante agitado, para depois desacelerar e, como eu disse, se tornar bem mais denso e político. O início do livro conta com essa batalha entre os magis, os guardiões (já vou falar um pouco deles) e os cártagos. Somos apresentados ao mundo de Meigan e a alguns personagens no meio dessa guerra, o que é um método bastante interessante e até mesmo ousado de começar um livro.

Durante essa batalha, Maya conhece um guardião que salva sua vida e ele ainda vai ser muito importante na história. Guardiões são criaturas, de aspecto humano à primeira vista, mas que utilizam sempre uma máscara que cobre seu rosto (agora entenderam a capa do livro?). Ninguém sabe se por trás daquela máscara há um rosto ou algo horrível. Os guardiões protegem os sete portões que guardam a capital de Meigan. Eles têm poderes incríveis e são praticamente uma lenda nesse mundo.

Após esse conflito inicial, Maya se vê em uma encruzilhada, uma situação terrível na qual precisa tomar uma decisão: assumir suas responsabilidades como Shyrat ou continuar fugindo? Inicialmente, ela escolhe fugir e é devido a esse ato pouco responsável, impulsivo e até negligente que Maya começa a crescer como personagem, conhece melhor o sétimo guardião, Seth, e também um dos personagens mais carismáticos e importantes da trama, o Sábio Keyth. Aliás, uma das coisas mais incríveis é como Maya evolui; confesso que não tinha muita paciência com ela no começo, porém, aos poucos, ela vai se tornando uma pessoa melhor e mais madura, e o leitor acompanha essa mudança e vai se envolvendo com a personagem mais e mais.

Seth também é um personagem interessantíssimo; aos poucos vamos conhecendo-o melhor também e ele passa por sua própria mudança durante o livro. Porém não vou falar muito sobre ele, caso contrário posso soltar spoilers. Só digo que ele é o tipo de personagem que as pessoas costumam se apaixonar. Misterioso, interessante, corajoso, teimoso, duro e ao mesmo tempo com um bom coração: esses são alguns adjetivos que consigo usar para descrevê-lo.

Mas, ah, o Keyth! Vou abrir meu coração aqui e confessar: ele é o meu queridinho! Se ele não fosse tão velhote, eu casava com ele. Aliás, se tivesse um sidestory ou algo assim sobre ele, principalmente se fosse com ele jovem, juro que eu pegava! As autoras conseguiram construir um carisma incrível para com esse personagem. Keyth é leve, engraçado e delicioso de ler, porém, mesmo com essa aparência suave, ele também é uma figura importantíssima para a trama, com seus segredos obscuros, sua carga emocional altíssima e seus momentos de seriedade. Grande parte do livro se passa com a dinâmica entre ele, Maya e Seth e, posso afirmar que essa dinâmica é muito bacana, mas ela é ainda mais fantástica devido ao personagem de Keyth.

Só falando sobre esses três personagens principais já temos uma ideia de que as autoras são extremamente habilidosas ao criar personagens, não? E realmente elas são. Todos os personagens são bem construídos, reais e com um background que nos faz acreditar e torcer/vibrar/odiar/nos surpreender com eles. É de admirar quando um autor consegue, mesmo em um livro e um mundo tão grandes como Meigan, criar personagens memoráveis, daqueles que você não consegue esquecer. Apesar de seres vários os personagens do livro, quando eles aparecem é uma experiência única e você sabe muito bem de quem se trata. Eu detesto quando há confusão de personagens em um livro, sabem? Quando você lê o nome de uma pessoa e fica pensando meia hora para descobrir quem raios é aquele cidadão. Isso acontece bastante em livros com muitos personagens, porém em Contos de Meigan isso definitivamente não ocorre. É uma habilidade genial de um autor gerir tantos personagens e ainda assim dar uma identidade única a todos eles; uma qualidade que encontrei em poucos, como J.K. Rowling, para citar um exemplo.

Ah, se eu fosse falar de todos os personagens interessantes desse livro… Allan, Isabel, Joen, os mestres de Anahat, Sebastian… (se abana aqui porque esse é quente). Mesmo os personagens que foram adicionados no final do livro são intensos e atraentes, e logo você se completamente envolvidos por eles. É de tirar o chapéu mesmo.

Em certo momento também conhecemos e vivemos um pouco junto a Maya do aprendizado em Meigan. Maya frequenta uma academia onde aprende a melhorar suas habilidades de combate e habilidades com os mantares. Essa foi uma parte muito interessante do livro, é quando a gente tem vontade de se mudar para Meigan e aprender tudo aquilo, participar dos treinamentos… É também aqui que conhecemos outros personagens que vão se integrar à trama e onde muitas das conspirações do livro são reveladas. Como eu disse, Contos de Meigan é um livro extremamente político.

E é essa política e todas as conspirações que nos conduzem por toda uma história complexa, na escrita cuidadosa dessas autoras brilhantes. Por causa disso sim, o livro é denso e algumas vezes lento, porém as partes das aventuras compensam e o leitor passa de momentos pesados para situações alucinantes de tirar o fôlego. Só acho que em alguns momentos havia muitas descrições e algumas cenas que não eram assim tão necessárias, o que contribuiu para o livro ser enorme como é. Mas isso tá mais para uma cisma minha com fantasia do que para outra coisa, porque eu também teimo em reclamar disso em vários outros livros de fantasia, principalmente em Senhor dos Anéis, como já falei em alguns posts por aqui no blog.



Agora, vocês reparam como eu citei sagas fantásticas super conhecidas e aclamadas nessa resenha? Bem, eu fiz isso porque Contos de Meigan não deve em nada a nenhuma delas. Dá um enorme orgulho ler uma saga tão complexa, bem escrita e épica como essa e, de brinde, saber que ela é produto nosso, nacional. Um livro como esse só demonstra como os nossos autores estão crescendo e se destacando, e como existem várias obras de qualidade despontando aí no mercado. Portanto, se você aí tem algo contra livros nacionais, pode ir se despindo desse preconceito sem fundamento: leia esse livro e descubra como existe gente muito boa escrevendo aqui na nossa terra. Contos de Meigan é uma das leituras nacionais mais ricas e é altamente indicado para todos, mas principalmente para aqueles que curtem fantasia e histórias épicas.

O livro também conta com algumas referências nerds deliciosas – e referências feitas do jeito certo, sem aquele negócio de jogar uma citação entre aspas a todo momento, mas sim inseridas no contexto da história, do jeito que tem que ser. Abri um sorrisão quando vi que a moeda de Meigan se chamava rupi, uma clara referência ao game The Legend of Zelda, no qual as moedas se chamam rupees. Comentei com a Roberta e ela confirmou e disse que eu fui a primeira a encontrar essa referência! Ela também disse que há referência ao game Final Fantasy, mas essa eu deixo para o meu marido achar, que ele gosta mais desse jogo. Será que vocês conseguem encontrar todas as referências?

Minha única e exclusiva ressalva para o com o livro é essa: é uma série e eu não tinha a mínima ideia disso quando comecei a ler o livro. Quando vi esse livro enorme pensei: “para ter esse tamanho só pode ser um livro único”. E nas vezes que esbarrei com comentários sobre o livro não encontrei nada falando sobre ser uma série. Só que eu fui lendo e percebendo que alguns conflitos não se resolviam, apesar de estar muito próxima do final. Eis então que vi a Roberta falando no twitter dela que estava revisando Contos de Meigan 2. Fiquei em choque, falei com ela e ela me confirmou. Aí eu abri os dados catalográficos do livro, virei e revirei capa, contracapa e orelhas e não encontrei nada que indicasse que esse é o livro 1 de uma série. Não fiquei decepcionada com o livro: quando o terminei tive uma vontade absurda de botar as minhas mãos na continuação. E também acho extremamente corajoso e louvável construir uma saga – uma trilogia, como a autora me disse – aqui no Brasil. Quer dizer, mesmo que você tenha um texto incrível nas mãos, sabemos muito bem que publicar no Brasil ainda é um fato heroico, quanto mais publicar uma série?! É de se admirar. De fato, eu fiquei foi bastante decepcionada com a Editora Dracaena, que deveria ter deixado um pouco mais claro no livro e nos dados dele que se tratava de uma série. Um livro fantástico desses a editora tem a obrigação de assumir o compromisso de apoiar a publicação dos demais livros da série, não ficar com receio de publicar o restante, mas a gente também sabe que o mercado funciona desse jeito: só importa se o negócio vende. Posso até estar errada, mas foi isso que senti. Apesar de que essa atitude não é novidade: também me senti assim lendo A Pousada Rose Harbor, só para citar outro livro que descobri só no final que se tratava de uma série. Sério, gente, isso deveria ser avisado logo de cara. Então fica aqui uma sugestão para as editoras: avisem seus leitores, sejam honestos com eles. Se o livro for bom, nós vamos ler o livro 1, 2, 3, 10, 15, 20… Se não, não adianta que não rola, gente. Mas fiquem tranquilos, o livro em questão aqui vale muito a pena ser lido, bem como suas sequências que espero de coração que as autoras já tenham se acertado para publicar, porque quero muito ler!

E então, A Cuca Recomenda? A resposta é com certeza! Contos de Meigan é um livro recomendadíssimo. Roberta Spindler e Oriana Comesanha: fiquem de olho nessas duas autoras, pessoal. Elas são talentosíssimas. E Contos de Meigan – A Fúria dos Cártagos é um livro grandioso e brilhante que deve ser lido e apreciado. Uma grande obra caprichosa e muitíssimo bem escrita que vale a pena ser lida.
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João 30/05/2013

Resenha originalmente postada no blog Lá na Minha Estante
Fantasia de Classe alta.

Maya sempre teve seu destino traçado, filha da Shyrat ( governante mais importante) de Meigan, ela já sabia o que o futuro lhe reservava; Assumir o posto de sua mãe e passar a governar Meigan, mesmo que não seja o que queira para sua vida.

Com medo das responsabilidades, fugiu para a terra, onde pôde se concentrar um pouco em sua própria vida, porém, os sintomas de uma antiga doença que a atingiu durante a infância começam a lhe tirar o sono. Com medo de que as coisas fujam de seu controle, decide voltar para casa - Meigan-.

Depois de pegar carona com uma das caravanas que viajam de Meigan para a Terra e vice-versa, algo estranho é avistado, um Cártago morto. É impossível, já que tal raça foi banida muitos anos atrás para uma outra dimensão. O Que é pior, há grandes e poderosos Guardiões que guardam os portões dessa terra, como Meigan foi Invadida?

Com o andar da caravana, Maya percebe que a situação está pior do que poderia imaginar, uma guerra se alastra e a força dos inimigos é surpreendente. Em meio ao susto e a surpresa, a necessidade de ver sua mãe, ter certeza de sua segurança se torna presente.

Tudo em "Contos de Meigan" é grandioso, desde sua premissa, passando por seu tamanho até a forma como é narrado. Em uma época em que livros são feitos para serem vendidos e só, é admirável uma obra primorosamente escrita como essa ter sido composta por autoras estreantes.

Em 617 páginas o ritmo é mantido, em parte alguma o livro se torna entediante.O que não quer dizer que seja narrado de forma rápida. As coisas acontecem na hora certa, quando são necessárias, de modo que informações de suma importância são mescladas com uma leveza impressionante, impossibilitando a quebra de ritmo, que é algo que por mais que não pareça, atrapalha demais durante a leitura.

Leia o restante aqui: http://laanaminhaestante.blogspot.com.br/2013/05/contos-de-meigan-furia-dos-cartagos.html
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Joe de Lima 08/03/2013

Uma coisa que me deixa intrigado é ver dois nomes na capa de um livro. Talvez porque eu nunca tenha tentado uma parceria assim, fico curioso em imaginar como funciona o processo de escrever um livro em dupla. Em Mundos Fantásticos: Caçadores de Poder a divisão é bem clara, cada um dos autores é responsável por um parte específica. Mas aqui temos uma obra mais tradicional, com seus capítulos integrados, escrito por duas autoras: Roberta Spindler e Oriana Comesanha.

Deixando isso de lado, Contos de Meigan: A Fúria dos Cártagos é o primeiro volume de uma nova série de literatura fantástica publicada pela editora Dracaena.

Ao contrário do que o título possa sugerir, não se trata de um livro de contos, mas sim de um romance de aventura. No primeiro contato, Contos de Meigan impressiona pelo tamanho, são mais de 600 páginas! A cor amarelada das páginas combina com o estilo e trazem um certo alívio para os olhos durante a leitura. O material é resistente. A diagramação é limpa e bem organizada. Que eu me lembre, não há erros de português, algo que (infelizmente) é relativamente comum nas publicações nacionais.

A história começa com a jovem Maya Muskaf, filha da principal líder de Meigan (um mundo paralelo ao nosso) retornando à sua terra natal após passar 3 anos na Terra. Esse retorno coincide com um ataque em grande escala dos Cártagos, inimigos de seu povo. E assim, em meio a um cenário de batalha somos introduzidos à esse novo mundo de forma caótica e emocionante. Como se trata de um livro robusto, muita coisa acontece e a trama pode ser dividida em três arcos. A perseguição de Maya contra seus inimigos na floresta, com a ajuda de seus dois maiores aliados: o forte e misterioso Guardião do Sétimo Portal (que ilustra a capa) e Keith, o Sábio, que conhece muitos segredos e também serve de alívio cômico; o treinamento de Maya; e a nova investida dos inimigos da heroína.

O livro tem uma linguagem ágil e direta, sem termos rebuscados (o que o torna mais acessível). Há uma boa quantidade de termos próprios, no entanto, você logo se acostuma com eles. É notável como as autoras conseguiram criar um mundo complexo e cheio de conteúdo, sem se perder em longas descrições. A magia desempenha um papel importante na vida dos personagens. Nos combates, é comum o uso de bolas de fogo, lanças de gelo e outros efeitos alegóricos, lembrando o estilo dos games e animes. Porém, mesmo com um cenário colorido, temos uma história sombria, que fala sobre temas como perda, traição e perseverança. As lutas são violentas e, por vezes, a história chega a ser cruel com alguns personagens.

Maya tem uma personalidade muito bem definida, porém é uma personagem difícil de se simpatizar: mimada, egoísta e prepotente. Além de que sua importância é um pouco exagerada. Como se trata da protagonista, é natural que tudo passe por ela de alguma forma, mas em certos momentos parece que o mundo inteiro gira ao seu redor.

Nada que desmereça essa excelente obra, que merece figurar ao lado dos grandes destaques da literatura fantástica. A viagem até Meigan é divertida e empolgante. Mais do que recomendado!

http://joedelima.blogspot.com.br/2013/03/resenha-contos-de-meigan-furia-dos.html
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Rapha 03/02/2013

Leiam, leiam, leiam!
Como vocês devem ter percebido através da sinopse, Contos de Meigan é um livro de literatura fantástica, então comecei a ler com bastante receio de não gostar da leitura, afinal não sou muito fã do gênero, mas um livro com a qualidade que Contos de Meigan tem, faz qualquer um se tornar fã do que quer que seja, e eu tive que me entregar a essa incrível leitura!

No prólogo, através de um relato de um representante dos Sábios, nos é feita uma breve introdução ao mundo Meigan: sua história, o surgimento de seu povo e sua antigas lendas. É muito importante ler com atenção, pois muitas coisas no decorrer do livro surgem daí.

Depois, a estória já se inicia com a chegada de Maya à uma Meigan quase totalmente destruída após a invasição dos cártagos no Solo Sagrado, local em que eles sequer poderiam pisar.

A partir daí o livro começa a pegar fogo, com muitos fatos surpreendentes acontecendo. Novas invasões, guerras, vingança, traições. Você lê, lê, lê e quer mais, quer as respostas para todas as dúvidas que surgem no decorrer da leitura.

Pode parecer exagero (ou até puxa-saquismo), mas tudo no livro me agradou
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Ednelson 16/01/2013

Autoras: Roberta Spindler, Oriana Comesanha
Editora: Dracaena
Origem: Brasileira
Ano: 2011
Edição: 1ª
Número de páginas: 618
Skoob
Sinopse: Meigan é um mundo diferente do nosso, morada de seres especiais e poderosos que se denominam magis. Na aparência são exatamente como nós, mas as diferenças não podem ser ignoradas por muito tempo. Os magis tem uma relação especial com a natureza e seus elementos, moldando-os a sua vontade e apoderando-se de sua força. Esses elementos, chamados mantares, não se limitam apenas aos conhecidos fogo, terra, ar e água. Existem muitos outros, como as sombras, o tempo e até mesmo o controle sobre o próprio corpo. Ter a capacidade de decifrar, entender e interagir com a natureza é um dos principais requisitos para a evolução de um magi. Para tanto, deve-se, primeiramente, entender que tudo faz parte da mesma manifestação natural e que toda matéria e energia estão inseridas em um processo dinâmico e universal. Contos de Meigan – A Fúria dos Cártagos começa com Maya Muskaf preparando-se para voltar para casa. Depois de três anos vivendo na Terra, o momento de retornar a Meigan finalmente havia chegado. Estava preocupada, pois algo afetava seu controle sobre os mantares, talvez algum resquício da misteriosa doença que a debilitou durante a infância. Com medo de estar novamente doente e para conseguir respostas, decidiu deixar de lado as diferenças com sua mãe, a principal governante do mundo magi. Voltaria a Katur, capital de Meigan, e pediria perdão por todas as brigas passadas. Assim, abandonou sua vida terrena e entrou na primeira caravana que encontrou. Entretanto, seus planos acabaram tomando um rumo muito diferente daquele que imaginara. No caminho de volta, os soldados que a escoltavam acabaram encontrando destroços e um corpo no chão. Logo que avistou o homem morto, com os cabelos tão brancos quanto sua pele e os olhos inteiramente negros, Maya soube que se tratava de um dos cártagos – antigos magis que traíram seu povo e por isso foram banidos para uma dimensão paralela. As implicações para tal presença em território magi eram gravíssimas e não demorou muito para que a garota e seus companheiros descobrissem que os magis traidores estavam tomando o Solo Sagrado e derrubado seus portões de defesa. Agora, em meio ao caos de uma violenta batalha, Maya vai precisar lutar para sobreviver e conseguir responder as perguntas que tanto lhe afligem. Como os cártagos conseguiram acesso ao Solo Sagrado? Onde estavam os guardiões dos portões, os mais poderosos guerreiros de Meigan? E, a mais importante de todas, conseguiria chegar a Katur a tempo de encontrar sua mãe?
Onde comprar? Editora Dracaena, Diretamente com a Roberta Spindler (Envie um e-mail para contosdemeigan@gmail.com e faça o pedido)

Análise:

"Não há solução. Não há fuga. Ele simplesmente virá e ceifará toda a vida. É a natureza de todas as coisas. Tudo deve morrer para que a nova vida comece."
—Pág. 20.

Saudações, caros leitores! Esta será a minha primeira resenha do ano e espero começar com o pé direito. A obra é uma fantasia, escrita por duas brasileiras. Sendo uma delas a Roberta Spindler, publicitária, que já se aventurou em diversas antologias, e a outra Oriana Comesanha, formada em psicologia e com contos ainda não publicados. Ambas são fãs do que poderíamos chamar de cultura nerd (HQs, videogames, cinema, RPG e seriados muito elogiados - Arquivo-X etc). Estou fazendo essa introdução porque ao longo da obra percebemos como cada parte de suas formações acadêmicas e culturais foram fundamentais para o resultado excelente do qual pude desfrutar.

Uma das coisas que mais me marcou foi o texto moldado a partir da Jornada do Herói, com cada etapa claramente definida, permitindo que qualquer leitor se familiarize com a questão. Criar algo completamente original, atualmente, é praticamente impossível, visto a abundância de material que já foi produzido. Contudo, o que cria o destaque para algumas obras é a dosagem de criatividade que se conseguem injetar nos trabalhos. Algo como dar a sua voz para as palavras, conseguem me compreender? O trabalha a quatro mãos rendeu um fruto deliciosamente suculento (618 páginas de um sonho compartilhado).

“Contos de Meigan: AFúria dos Cártagos”, dentro do cenário literário brasileiro, faz enxergar ainda mais as pérolas que temos em nossa nação. Sinceramente, posso apontar sem hesitação o grande motivo para as obras de fantasia não venderem muito: falta de incentivo das grandes editoras e veículos de comunicação como rádio e televisão (mais acompanhados pela população brasileira). Considerando esse contexto, posso classificar a Dracaena, assim como outras editoras que apostam as fichas no Brasil, como verdadeiras guerreiras. Os devidos tesouros serão obtidos, pois vocês fazem um trabalho extraordinário, indo na contramão de um culto cego a tudo que é estrangeiro. Infelizmente, como um país colonizado e não colonizador, parece que ficou enraizada essa tendência de sempre recorrer a coisas de outras origens. Ainda bem que possuímos alguns focos de resistência.

Observo bastante as estratégias de um livro para me fazer avançar na leitura e Contos de Meigan foi direto em meu “Calcanhar de Aquiles Literário”: o suspense. A obra começa estabelecendo uma atmosfera de fatalidade, o que por si só já gera apreensão no leitor, e depois dá uma drástica acalmada. Entretanto, somos tomados de assalto por uma sequência de ação. Aliás, quero salientar que as descrições de batalhas ficaram excelentes. Como cheguei aos livros por meio dos filmes e também jogo RPG, acabei criando o hábito de ser muito exigente com os escritores na parte de me fazerem enxergar através de suas mentes. Outro aspecto que auxilia a tornar os eventos narrados ainda mais visuais é a divisão da obra em capítulos com nomes, como em um seriado.

A personagem Maya Muskaf, apesar da sua importância em momentos cruciais, não é a única que temos a oportunidade de conhecer mais intimamente. O foco narrativo varia entre diversos personagens, dando uma leve noção do cenário que esta saga (serão três livros) irá formar. Apesar do mundo de Meigan ser uma realidade que transborda magia, tanto que qualquer habitante pode manipular os mantares (elementos), a principal preocupação é com o estabelecimento e desenvolvimento das relações de poder entre as pessoas. Há batalhas impressionantes, porém os sentimentos e intenções que as orientam são mais importantes que o espetáculo de sangue sendo derramado. Os personagens não saem incólumes de suas experiências, seja no sentido físico, espiritual ou ambos (o que é maioria).

Acredito ser indispensável um trabalho extremamente rigoroso com sagas, pois um pequeno erro pode acabar comprometendo os volumes subsequentes. Seja desestimulando o leitor a continuar neste caminho ou não obtendo êxito em tornar “sólida” a sua ficção, ou seja, fazer com que vejamos e sintamos outro mundo ao mergulhar na aventura. Todavia, não basta transmitir esses sentimentos pungentes, tem que se criar uma plausibilidade no fantástico. Algo como Tolkien fez ao criar a Terra-Média com o seu próprio sistema econômico, línguas, panteão etc. É uma tarefa árdua, mas, quando bem executada, resulta em algo belo como o livro da Roberta e da Oriana. Quase me esqueci de dizer, o livro usa neologismos e, em alguns instantes, conhecemos mais da história, cosmogonia, política etc deste lugar exótico. Fascinante.

Como é necessário, para manter o leitor preso à história, alguns mistérios não são explicados. Mas, podem ficar tranquilos, nada é por um acaso, percebe-se apuro na seleção das informações que nos são entregues e coisas que vocês vão ler podem acabar fazendo sentido dezenas de páginas depois. Obviamente não vou lhes mostrar o mapa do tesouro (soltar spoilers). O desfecho do primeiro livro foi espetacular, deixou-me aflito. A única observação que tenho a fazer é quanto a pequenos erros de revisão, mas eles são tão poucos que ficam ofuscados pela qualidade do romance e sequer chegam a atrapalhar. A minha nota são cinco selos cabulosos! Aguardem, em breve publicarei uma entrevista com a autora. Se você quer ler uma excelente fantasia em janeiro, aqui está uma dica!

Escrevo no: http://leitorcabuloso.com.br/
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Leitor Cabuloso 15/01/2013

http://leitorcabuloso.com.br/2013/01/resenha-contos-de-meigan-uma-jornada-classica-mas-com-bastante-criatividade/
Saudações, caros leitores! Esta será a minha primeira resenha do ano e espero começar com o pé direito. A obra é uma fantasia, escrita por duas brasileiras. Sendo uma delas a Roberta Spindler, publicitária, que já se aventurou em diversas antologias, e a outra Oriana Comesanha, formada em psicologia e com contos ainda não publicados. Ambas são fãs do que poderíamos chamar de cultura nerd (HQs, videogames, cinema, RPG e seriados muito elogiados – Arquivo-X etc). Estou fazendo essa introdução porque ao longo da obra percebemos como cada parte de suas formações acadêmicas e culturais foram fundamentais para o resultado excelente do qual pude desfrutar.

Uma das coisas que mais me marcou foi o texto moldado a partir da Jornada do Herói, com cada etapa claramente definida, permitindo que qualquer leitor se familiarize com a questão. Criar algo completamente original, atualmente, é praticamente impossível, visto a abundância de material que já foi produzido. Contudo, o que cria o destaque para algumas obras é a dosagem de criatividade que se conseguem injetar nos trabalhos. Algo como dar a sua voz para as palavras, conseguem me compreender? O trabalha a quatro mãos rendeu um fruto deliciosamente suculento (618 páginas de um sonho compartilhado).

“Contos de Meigan: A Fúria dos Cártagos”, dentro do cenário literário brasileiro, faz enxergar ainda mais as pérolas que temos em nossa nação. Sinceramente, posso apontar sem hesitação o grande motivo para as obras de fantasia não venderem muito: falta de incentivo das grandes editoras e veículos de comunicação como rádio e televisão (mais acompanhados pela população brasileira). Considerando esse contexto, posso classificar a Dracaena, assim como outras editoras que apostam as fichas no Brasil, como verdadeiras guerreiras. Os devidos tesouros serão obtidos, pois vocês fazem um trabalho extraordinário, indo na contramão de um culto cego a tudo que é estrangeiro. Infelizmente, como um país colonizado e não colonizador, parece que ficou enraizada essa tendência de sempre recorrer a coisas de outras origens. Ainda bem que possuímos alguns focos de resistência.

Observo bastante as estratégias de um livro para me fazer avançar na leitura e Contos de Meigan foi direto em meu “Calcanhar de Aquiles Literário”: o suspense. A obra começa estabelecendo uma atmosfera de fatalidade, o que por si só já gera apreensão no leitor, e depois dá uma drástica acalmada. Entretanto, somos tomados de assalto por uma sequência de ação. Aliás, quero salientar que as descrições de batalhas ficaram excelentes. Como cheguei aos livros por meio dos filmes e também jogo RPG, acabei criando o hábito de ser muito exigente com os escritores na parte de me fazerem enxergar através de suas mentes. Outro aspecto que auxilia a tornar os eventos narrados ainda mais visuais é a divisão da obra em capítulos com nomes, como em um seriado.

A personagem Maya Muskaf, apesar da sua importância em momentos cruciais, não é a única que temos a oportunidade de conhecer mais intimamente. O foco narrativo varia entre diversos personagens, dando uma leve noção do cenário que esta saga (serão três livros) irá formar. Apesar do mundo de Meigan ser uma realidade que transborda magia, tanto que qualquer habitante pode manipular os mantares (elementos), a principal preocupação é com o estabelecimento e desenvolvimento das relações de poder entre as pessoas. Há batalhas impressionantes, porém os sentimentos e intenções que as orientam são mais importantes que o espetáculo de sangue sendo derramado. Os personagens não saem incólumes de suas experiências, seja no sentido físico, espiritual ou ambos (o que é maioria).

Acredito ser indispensável um trabalho extremamente rigoroso com sagas, pois um pequeno erro pode acabar comprometendo os volumes subsequentes. Seja desestimulando o leitor a continuar neste caminho ou não obtendo êxito em tornar “sólida” a sua ficção, ou seja, fazer com que vejamos e sintamos outro mundo ao mergulhar na aventura. Todavia, não basta transmitir esses sentimentos pungentes, tem que se criar uma plausibilidade no fantástico. Algo como Tolkien fez ao criar a Terra-Média com o seu próprio sistema econômico, línguas, panteão etc. É uma tarefa árdua, mas, quando bem executada, resulta em algo belo como o livro da Roberta e da Oriana. Quase me esqueci de dizer, o livro usa neologismos e, em alguns instantes, conhecemos mais da história, cosmogonia, política etc deste lugar exótico. Fascinante.

Como é necessário, para manter o leitor preso à história, alguns mistérios não são explicados. Mas, podem ficar tranquilos, nada é por um acaso, percebe-se apuro na seleção das informações que nos são entregues e coisas que vocês vão ler podem acabar fazendo sentido dezenas de páginas depois. Obviamente não vou lhes mostrar o mapa do tesouro (soltar spoilers). O desfecho do primeiro livro foi espetacular, deixou-me aflito. A única observação que tenho a fazer é quanto a pequenos erros de revisão, mas eles são tão poucos que ficam ofuscados pela qualidade do romance e sequer chegam a atrapalhar. A minha nota são cinco selos cabulosos! Aguardem, em breve publicarei uma entrevista com a autora. Se você quer ler uma excelente fantasia em janeiro, aqui está uma dica!
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Leitora Viciada 27/12/2012

Primeiramente: Apesar do nome, Contos de Meigan não é um livro de contos. Ele possui este título porque é parte de uma saga maior. Juntos todos os volumes serão chamados de Contos de Meigan. No caso deste primeiro, o nome é Contos de Meigan - A Fúria dos Cártagos. Simples de ser compreendido, porém achei melhor esclarecer.

Conforme um fã de Fantasia lê a sinopse, a curiosidade e empolgação o domina.
Apesar de o Brasil possuir excelentes livros do gênero, o país ainda dá seus primeiros passos fantásticos, comparando à importância e ao prestígio que livros e autores de Fantasia possuem em muitos países ao redor do mundo.
Contos de Meigan - A Fúria dos Cártagos, o primeiro livro das autoras Roberta Spindler e Oriana Comesanha que apresenta o mundo e mitologia de Meigan ajuda o Brasil a dar um grande salto no gênero da Fantasia.
É um livro com mais de 600 páginas e excelente de uma forma geral que não deixa nada a desejar comparando-o aos livros internacionais do estilo. Comparando-os até aos mais famosos livros épicos e de Fantasia do mundo! E que orgulho de ver que esta obra-prima fantástica é nacional e ainda por cima escrita por mulheres.
Além de mostrar como os autores brasileiros estão preparados para competirem ao mesmo nível de autores internacionais de Fantasia, comprova que as mulheres não apenas se interessam pelo gênero como sabem fazê-lo tão bem quanto os homens; um cenário bem distinto do de anos atrás.

Não são todos os autores iniciantes que conseguem compor um primeiro livro (que será seguido por outros) tão grosso e com tanta qualidade. Por serem novatos, sempre existe aquela dúvida: "Será que uma saga longa e complexa pode mesmo já nascer de autores que estão sendo publicados pela primeira vez?" - muitos devem pensar isso ao se deparam com Contos de Meigan - A Fúria dos Cártagos, por exemplo.
Então eu não apenas recomendo o livro, porém também garanto: leiam sem medo ou preconceitos. Sim, é um grosso livro e o primeiro de uma série; sim, foi escrito por duas pessoas; e sim, são autoras nacionais e mulheres. E o resultado excepcional!

Não existem páginas perdidas, para enrolarem o leitor. Todas são importantes e é notável que houve a preocupação por parte das autoras de criarem Meigan como um mundo completo e planejado antes de escreverem o livro. Não foi algo feito por impulso e sem estrutura. Não foi escrito: "Conforme o rumo da história nós inventaremos as coisas." Pelo contrário, aposto que existiu a preocupação de criarem esboços, uma base, glossário, mapas e um guia de uma forma geral. Portanto, essas autoras possuem mentes criativas, organizadas e magníficas.
Aposto que a mitologia, geografia, história, personagens, hierarquia, fauna, flora, poderes, e tudo mais que compõem Meigan e esse episódio intitulado A Fúria dos Cártagos foi esboçado, planejado e moldado.
Percebi isso porque não encontrei falhas na criação de Meigan, de detalhes como ervas medicinais, passando por animais e locais até os poderes e personagens. Não encontrei furos no roteiro e desenvolvimento do enredo.

Meigan parece tão real ao leitor que é fácil imaginá-lo e desejar viver uma aventura lá, mesmo correndo os imensos perigos existentes. É uma criação tão grandiosa que garanto aos fãs de Fantasia, mundos diferentes e imaginários: vocês não se decepcionarão com Meigan. Uma dimensão paralela à Terra tão realista!

O que mais me impressionou durante a leitura, além de sentir que Meigan parece tão palpável e concreto, é que não é um livro formado por um apanhado de itens e mitologias pré-existentes. Não é uma história de Fantasia clichê, baseada em várias outras histórias já escritas. Percebi influências de típicas histórias do gênero, afinal existe um padrão. Porém não encontrei cópias. Muitos de baseiam em raças e animais já criados por outros autores, mas isso não acontece aqui, onde tudo é original!
Enxerguei um estilo de narrativa que podemos encontrar em quadrinhos, mangás e séries animadas e animês, principalmente em relação às cenas de ação, de magia e superpoderes. Adorei esse detalhe, fez do livro uma Fantasia moderna e muito dinâmica.

O fato dos poderes fazerem parte de Meigan, de ser uma ligação entre mundo e seres é maravilhoso. Mais que o controle dos elementos essenciais como fogo, água, vento e terra, os mantares, existe muito mais magia presente e misturada à Meigan. Poderes ocultos, elementos mistos e exóticos como a sombra e as vozes. Partículas manipuladas, ambiente e magis entrelaçados numa teia de física e mágica surpreendente.

As cenas de batalhas são incrivelmente bem escritas. Algumas são tão perfeitas que é fácil imaginar cada movimentação, seja de golpes, armas ou poderes. As batalhas e lutas parecem sair diretamente das páginas, saltando com vida na mente do leitor. Percebi influência de livros épicos e históricos em várias composições de batalhas, pois existe um certo nível de violência e realidade, mesmo que exista magia entre manipulação de diversas armas e golpes variados.

A capa do livro possui uma ilustração de um ser mascarado em chamas e logo no começo da leitura já compreendemos bem essa representação. Em seus olhos estão refletidos seres que misturam expressões de ira e pavor.
O livro possui um prólogo, sessenta e dois capítulos e um epílogo. Alguns capítulos são longos, outros são bem curtos. Não existiu preocupação em manter um padrão e sim em construir capítulos de acordo com os acontecimentos, o que considerei um acerto no livro.
Os capítulos mais longos prendem a atenção do leitor e quando necessário existem pausas para podermos respirar; os capítulos mais curtos servem como uma sacudida a mais no leitor para fazê-lo agarrar o livro e continuar a leitura mesmo que precise parar para fazer outras coisas. Você pausa a leitura e sente falta das personagens e fica imaginando o que virá a seguir nas próximas páginas.

Maya é uma protagonista tão real quanto todo o livro, pois embora seja a herdeira governante do mundo magi, ela retorna ao seu mundo como uma forasteira, uma fugitiva que volta ao lar. Ela ainda possui muitas dúvidas e receios sobre seus mantares e sobre a misteriosa doença que a abalara durante a infância.
Uma protagonista feminina complexa. Não é por ser mulher e nobre que ela recebe tratamento diferenciado em sua educação (atrasada, devido ao tempo em que permaneceu na Terra) e em seu treinamento magi (nenhum professor ou colega de turma tem pena de atacá-la nas aulas práticas ou deixá-la exausta fisicamente e psicologicamente). E quando o perigo realmente a alcança, ela será obrigada a passar por provações, superar a si própria e a seus mantares.
Maya deverá ser a futura Shyrat, comandante do Conselho de Meigan, no entanto, possui tantas dúvidas sobre si, seu passado e seu futuro. Não quer aceitar essa poderosa responsabilidade.
Ela claramente evolui de menina teimosa, perdida, vingativa e esquentada a uma mulher mais ponderada, fria e cheia de liderança. Ah, ela continua muito teimosa, mas aprende que sem planejamento e estratégia não será capaz de enfrentar os cártagos.
E o que mais admirei nela: como cresce sua força em vários sentidos e como sua coragem não a abandona, mesmo nos piores e mais dolorosos momentos. Uma heroína que possui seus defeitos um pouco irritantes, mas mostra suas qualidades únicas e impactantes.

Se não bastasse Maya fazendo o leitor torcer por ela, as demais personagens de destaque são (sem nenhuma exceção) igualmente carismáticas e viciantes. Talvez até mais que Maya, isso varia de leitor para leitor.

Seth, o Guardião tão misterioso e guerreiro com sua máscara está presente como uma incógnita. Nunca se sabe quais são suas reais intenções e sentimentos. Ele representa tradições e cultura milenares sobre os Guardiões e profundos segredos. Sob os mais diversos pontos de vista ele é julgado, temido, odiado ou adorado. Porém existe uma pessoa por detrás da máscara, isolada e perdida e que durante a leitura, surge e comove.
Seu apoc Kaos é seu fiel parceiro e escudeiro. Uma representação de um animal igualmente poderoso ao dono. A ligação entre eles vai muito além e é um dos pontos fortes da história.
Seth não é o único Guardião. São sete guardiões para cada um dos sete Portões que guardam, protegem e preservam Meigan.
Mas toda essa proteção parece duvidosa após a invasão dos cártagos, que foram banidos para os Três Infernos. Será realmente necessária a força dos Guardiões?

Keyth, o Sábio é quem traz bastante humor à trama. Sua mistura de genialidade e loucura na verdade esconde pontos muito mais estranhos, secretos e importantes.

Ele é uma das personagens mais decisivas da história de Meigan e eu adorei seu jeito maluco de tentar animar os outros ao redor com suas piadas sem graça. Uma fachada que esconde seu sofrimento e o peso de seus atos.
Seu livro de piadas deve ser hilário e sua sabedoria essencial à história, embora seja um pouco exótico, é mais forte e poderoso que aparenta.

Sebastian, líder magi do fogo ou dos manarcus-na-farris da Tribo do Meio me impressionou não apenas por sua bravura, mas por ser um misto de bárbaro selvagem e homem civilizado, mas também por possuir o controle de seu mantar numa forma nua, crua, incrível e impressionante. Simpatizei com ele e seu povo.
Com certeza um de meus preferidos no livro. Acho que ele merece ter mais destaque.

Allan é mais um que surpreende o leitor. O rumo dado ao menino indefeso foi um fato que me pegou totalmente desprevenida e me deixou imaginando encontros e reencontros no decorrer dos acontecimentos.
Junto a ele tantas outras dúvidas e personagens que ainda terão grande importância na saga.

Tuomas, Serenity, Anya, Artur, Joen, Isabel. Brigit, Iash, Ayka, Avatar - tantas personagens misturadas em diversas cenas de ação, se envolvendo em conspirações, intercalando emoções e deixando o leitor cada vez mais admirado com a história e desejando chegar ao clímax e desfecho.

Gostei da participação da Gelo, porém espero mais dela e de todos os Guardiões na continuação. Causam impacto e muita curiosidade sobre quem eles verdadeiramente são (e foram).

A geografia de Meigan é peculiar. Katur, a Floresta Negra e o Solo Sagrado são locais únicos!
A Praia dos Mortos, Anahat, Feight e as Docas são partes de Katur que me chamaram a atenção e possuem destaque.
A história também é nos apresentada no Prólogo e no decorrer do livro.
Os Portões e seus Guardiões são o grande ponto forte do livro, e já imagino uma coleção de bonecos de todos estes mascarados.

A cultura e as diferentes camadas nos são apresentadas de forma natural. Conhecemos o Conselho magi, os nobres, os Guardiões, os soldados, os estudantes, magis professores, políticos, líderes tribais, pessoas mais humildes e trabalhadoras da sociedade, civilizações afastadas e até mesmo o lado mais sombrio, desde bandidos, mendigos e prostitutas até os poderosos traidores que auxiliam os cártagos.
Artefatos mágicos, armas poderosas, mantares em diferentes níveis e figuras diferentes, desde os violentos cártagos, passando pela Legião dos Escorpiões até os lendários manarcus-na-farris. Os apocs são meus preferidos, mas me arrepiei com os Durfeins!

Não se preocupem com os nomes, locais e toda a mitologia de Meigan. As autoras souberam como apresentar tudo aos poucos e sem complicações. No decorrer das páginas o leitor fica por dentro de tudo que é importante em Meigan, como as nomenclaturas, cargos, mantares - de forma natural e espontânea.

As últimas 100 páginas são muito empolgantes, eu não queria deixar o livro de lado para tratar de meus afazeres cotidianos. Os últimos capítulos são frenéticos, imprevisíveis e o final deixa o leitor satisfeito de ter lido uma obra de Fantasia legítima, criativa, original, empolgante e tão bem estruturada e ao mesmo tempo, impossível não tentar imaginar as diversas possibilidades de como será a continuação. Estou pensando nisso até agora e desejo com todas as minhas forças que seja publicada muito em breve!
Estou ansiosamente aguardando pela graphic novel e pela continuação. Este é o melhor livro de Fantasia épica nacional lido por mim!

+ resenhas em www.leitoraviciada.com
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André 25/12/2012

Meigan, um mundo mágico e oculto. Conheça-o.
Escrito por duas autoras paraenses, Contos de Meigan é o primeiro livro de uma trilogia que vem revolucionar o cenário da fantasia nacional. São muitos os pontos positivos da obra e poucos os defeitos.

Misteriosos guardiões mascarados, fantásticas criaturas aladas e grandiosos portões mágicos são os principais responsáveis por manter protegida a passagem entre o mundo de Meigan e o nosso mundo. Meigan é um local oculto e mágico, protegida por razões magnificamente explicadas no Prólogo - Uma carta de cunho histórico escrita por um representante da Ordem dos Sábios.

Logo após o prólogo, temos o desenvolvimento da história principal. Maya Muskaf passou um longo período na Terra e agora está voltando para Meigan. É exatamente no momento em que ela está ultrapassando os portais de segurança que encontra toda a proteção de sua terra natal abalada. Um violento ataque de cartágos - traidores banidos de Meigan - está acontecendo.

O ritmo intenso já no início deixou-me com uma fome incontrolável pelas páginas seguintes. E ao longo do restante do livro, a boa combinação de aventura, ação e mistério o tornaram uma leitura instigante e prazerosa. As autoras tem seu ápice de poder criativo no Prólogo e Epílogo, ambos me deixaram com os olhos marejando expectativa.

A construção do enrendo do livro é ótima, é nítido que as autoras arquitetaram toda a história antes de começar a escrevê-la, todos os pontos são bem encaixados e nada é supérfluo. Mesmo informações que a primeira vista parecem pouco importantes, mostram sua relevância ao longo do desenvolvimento da trama.

O troca-troca de perspectiva entre os personagens, a alternância de capítulos curtos e longos, e a simpatia de alguns personagens deixaram a trama interessante e empolgante. Difícil não rir das piadas do Keyth ou conter a curiosidade sobre o mistérios dos guardiões dos portões.

Uma das poucas coisas que não me agradaram foram detalhes de algumas batalhas que ocorrem ao longo do livro, principalmente no final. Mas, apesar disso, as batalhas ainda mantem-se elegantes e bem construídas.

Logo após o fim do livro temos a confirmação de que há muito guardado para os próximos dois livros. A sensação que fica é de A Fúria dos Cartágos é apenas um livro que vem para preparar os leitores a algo muito maior. Estou apostando fortemente em que os próximos livros vão superar este primeiro.

Apenas achei injusto a Maya ter passado tanto tempo na Terra enquanto eu passei apenas alguns dias em Meigan. Aguardando ansiosamente o próximo livro: Contos de Meigan - Entre dois Mundos.
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Lina DC 03/12/2012

Eu não sei muito bem como vou começar a falar desse livro. Escrevi e apaguei a resenha algumas vezes, sem saber realmente como transmitir para o papel as sensações que eu tive ao ler “Contos de Meigan”. A própria sinopse deixa bem claro a história do livro e fico muito preocupada em escrever mais do que deveria para explicar algo e acabar contando algo essencial sobre o livro, então vou começar falando das impressões que eu tive durante a leitura. Acredito que um simples “uau” não vai ser o suficiente para vocês leitores. Teve momentos durante a leitura em que eu ri, depois chorei, fiquei p. da vida com a Maya, depois fiquei me sentindo mal por ela. O fato de um único livro ser capaz de evocar sentimentos opostos ainda me deixa pasma. Quando recebi o livro, e vi o tamanho dele (são mais de 600 páginas), tive que admitir que não poderia ficar andando com ele pra lá e pra cá durante o dia, e que a minha alternativa seria realizar a leitura apenas a noite. Estava feliz com a minha decisão, até começar a leitura: eu não conseguia aguentar a expectativa de chegar em casa correndo para continuar a leitura de onde eu havia parado. É sério, sabe quando você fica o tempo todo tentando imaginar o que vai acontecer logo em seguida? Foi assim que eu passei os meus dias de leitura de “Contos de Meigan”. Durante a leitura eu tive a sensação de estar lendo um livro de antigas lendas, de tão bem escrito que ele é. É fácil se envolver na trama, do prólogo ao fim do livro. A descrição do mundo é clara, direta, concisa, sem aquele ar maçante que existem em alguns livros de novos mundos. E o fato de duas pessoas terem escrito o livro? Nossa parceria perfeita, pois em momento algum a leitura vacila ou quebra o ritmo emocionante da história. O livro é repleto de cenas de ação muito bem descritas, fazendo com que eu entrasse no meio das batalhas. Os personagens possuem diversas facetas, alguns são mais sutis outros nem tanto. Se eu tive um personagem favorito? Eu gostei muito do Seth, ele tem um ar triste, solitário, que de alguma forma atraí o leitor para ele.
Há muito tempo, houve uma tentativa dos humanos de invadirem Meigan para dominá-la. Alguns magis traíram o seu povo em troca da busca pelo poder. Em um ato de emergência, os grandes sábios precisaram acordar uma força muito antiga para expulsar a todos, Inarion. Os traidores ficaram conhecidos como cártagos e os homens esqueceram-se da existência de Meigan. Existem 7 portões que cercam Meigan e os guardiões (seres mitológicos que usam máscaras) são os responsáveis por sua segurança. Maya é filha da regente de Meigan, e vive infiltrada no mundo dos humanos até que é chamada de volta. E se depara com muita confusão – os Cártagos invadem a fronteira e Maya presencia terríveis atos de violência (eu realmente chorei aqui). E é nesse momento que começa a jornada de Maya, seu amadurecimento, seu autoconhecimento, suas burradas (ninguém está livre disso rs).
O final? Simplesmente me deixou com gostinho de quero mais. Pelo que eu vi (mas não tenho certeza), parece que o livro terá uma continuação e eu não vejo a hora de finalizar essa grande jornada!
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Potterish 30/11/2012

O mundo paralelo de Meigan
Uma história de aventura situada numa cidade fictícia que está sendo invadida pelos por habitantes de Cartago. Em meio a mortes e perdas, a jovem Maya Muskaf fica com a responsabilidade de comandar seu povo.

Não se trata de uma ficção escrita nos EUA ou na Europa, mas sim aqui no Brasil. Leia a a resenha de Natallie Alcantara sobre o livro de Roberta Spindler e Oriana Comesanha e deixe seu comentário.



“Contos de Meigan: a fúria dos cártagos”, de Roberta Spindler e Oriana Comesanha

Um mundo onde guardiões poderosos protegem os habitantes dos traidores cártagos, de repente, vira de cabeça para baixo. E a futura governante precisa aprender muito para desempenhar seu papel da forma certa. No meio disso tudo, romance, guerras, traições, muito sofrimento e um aprendizado intenso. Um mundo paralelo, repleto de magia, criaturas fantásticas, leis próprias, romances proibidos… Isso pode soar familiar, e talvez até seja, mas o mundo de Meigan não é como nada que já se tenha conhecido. Para conhecer, é só ler.


Maya Muskaf está voltando para Meigan após um longo período de ausência. Há um tempo ela e sua mãe não se falam, ambas magoadas por brigas do passado. Agora, ela está de volta, ansiosa para ver Katur, capital de Meigan, e sua mãe Liza mais uma vez. No entanto, durante a viagem, a caravana da qual faz parte encontra um dos portões no Solo Sagrado destruído e corpos por todo o lado.

Um dos mortos Maya reconhece muito bem e percebe que a situação é grave: os cártagos conseguiram invadir Katur, mesmo com os guardiões lutando para impedir. No meio da luta, a garota é salva por um deles e ambos correm para a cidade, mas acabam chegando tarde demais. Com a morte de sua mãe, Maya deve assumir o cargo de Shyrat, mas não se sente preparada para isso.

Na verdade, o que ela mais queria era se vingar pelo assassinato da mãe, Embarcando em uma viagem louca, ela conhece Keyth e descobre mais do que gostaria sobre o guardião que a protege. Quando finalmente se sente preparada para assumir o cargo de sua mãe, um acontecimento inesperado faz com que seu mundo vire de cabeça para baixo. Será que Maya conseguirá derrotar os cártagos e assumir seu lugar como Shyrat? E o que será dos guardiões e Seth?

Um dos melhores títulos que a Dracaena já publicou. O livro contém todos os elementos que uma excelente fantasia deve ter: lugares sagrados, poderes sobrenaturais que regem o mundo, personagens enigmáticos e cativantes, dimensões paralelas, um romance proibido… Roberta Spindler e Oriana Comesanha são duas escritoras paraenses que se aventuraram com sucesso no mundo da literatura fantástica. E o resultado é uma história que prende a atenção desde o início e deixa um gosto de quero mais, tornando esse livro uma excelente leitura para os apaixonados por fantasia.

Resenhado por Natallie Alcantara

*617 páginas, Editora Dracaena, publicado em 2011.


ACESSE: WWW.POTTERISH.COM/RESENHAS
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