Barbara Sant 16/06/2012Terça Sobrenatural #27 - Roberta Spindler e Oriana Comesanha - Contos de Meigan: A Fúria dos CártagosOie Gente,
Bom, eu confesso que eu não sabia como começar essa resenha.
Pensei, pensei e nada do que eu escrevia parecia estar a altura da aventura que foi ler o primeiro livro da trilogia "Contos de Meigan" e nem representavam uma mínima parte do que foi a ansiedade de lê-lo.
Primeiro fiquei ansiosa porque o livro era enorme e eu não queria ler aos pedaços, o que atrapalharia a leitura. Levei uns dois meses para conseguir uma folga e ler ele com tranquilidade.
O outro grande motivo da ansiedade é conhecer a autora. E é um conhecer do tipo todo sábado/domingo estamos papeando na Saraiva. rs
Admito, vai... deu aquele medinho básico antes de começar a ler e aqueles fantasmas pairando na cabeça: "ih meu pai, e se eu não gostar?" "E se achar ruim?" E se isso... e se aquilo...
Vocês sabem como é, né?
Então quando surgiu aquela folguinha, respirei fundo e fui ler.
E, gente, foi uma viagem maravilhosa!
Ao contrário do que o título sugere, Contos de Meigan não é um livro de contos e nem Meigan é uma pessoa.
Meigan é um lugar, uma dimensão paralela à Terra, onde a magia é a regra e guerras terríveis definiram a sociedade atual.
É bem complicado explicar o início do livro, já que são muitos detalhes e seria preciso uma resenha inteirinha só para explicar as o que e como é Meigan.
Mas aqui você consegue ler o prólogo, que explica muito bem tudo isso.
Eu já resenhei fantasia infanto-juvenil de todo tipo aqui no blog, mas esse é o primeiro livro de fantasia adulta, que não é um romance, que eu resenho.
Então perdoem a resenha enorme, mas desde Senhor dos Anéis esse tipo de fantasia não me empolgava tanto.
Acho que todo mundo aqui viu ou ler Senhor dos Anéis e sabem o quanto a estória é diferente de tudo o que veio antes dela. Explicar Meigan seria como explicar SDA para alguém que nunca ouviu falar de hobites: um trabalhão. E com Meigan é a mesma coisa.
Apesar das pessoas parecerem com humanos os poderes que cada uma tem e as particularidades de cada poder e da estrutura política de Meigan são tão diferentes que é impossível dizer que se parece com qualquer outra coisa.
Vou tentar só dar as indicações básicas dos acontecimentos, para vocês entenderem mais ou menos o que vou comentar.
"A Fúria dos Cártagos", primeiro livro da trilogia "Contos de Meigan" começa com o retorno da Maya para Meigan no exato momento do início de outra guerra contra os Cártagos.
Ela é filha da Shyrat, que é a governante de Meigan, e fugiu para a Terra depois de muitas brigas com a mãe.
No início do livro eu realmente detestei a Maya.
Ela é cabeça-dura, teimosa e orgulhosa demais pro próprio bem, caracterizando muito bem uma pessoa que resolve fugir de casa só porque não consegue se entender com a mãe.
Achei que fosse entrar para o time das que detestam ela, mas no decorrer do livro você percebe que ela vai mudando, que deixa de ser tão egoísta e que começa a entender que nem tudo gira do redor dela.
Quando ela chega em Meigan, ainda em um estilo aborrecente de ser, se depara com seu mundo de pernas pro ar, uma guerra que nenhum magi tem esperança de ganhar sozinho e muitas, muitas dificuldades.
Além da Maya, a estória do primeiro livro nos apresenta os misteriosos e temíveis Guardiões. Todos em Meigan tem pavor deles e ninguém sabe explicar exatamente porque.
E isso tinha tudo para continuar exatamente assim, não fosse o encontro da Maya com o Guardião do 7º Portão. eu quero um pra mim, eu quero um pra mim!
Aí quando ela aparece na vida dele tudo, tudinho mesmo, vira de pernas pro ar.
Vocês não tem ideia de como está sendo difícil não falar de todos os personagens, mas isso faria dessa resenha um livro e aí ia estragar a graça, né? [risos]
Só vou dizer mais uma coisa sobre eles: vão fazer você sofrer. Muito.
Você vai adorar alguns, ficar torcendo por eles e, de repente, você percebe que eles não são nada do que você imaginava. Ou, pior ainda, vemos aquele personagem que adoramos serem arrebatados pelo outro lado e... errr... melhor parar, né? rs
Quando eu comecei a leitura e vi que não tinha um glossário pensei seriamente em ficar desesperada. Fiquei me imaginando no meio do livro totalmente perdida, tentando a todo custo gravar todos os termos, nomes e palavras diferentes que são apresentados pelas autoras.
Só que quando eu cheguei lá pelo sexto capítulo eu percebi que não ia precisar.
Elas foram reforçando cada um desses termos ao longo do texto, explicando um pouco mais sobre cada um e permitindo que você criasse sua própria definição.
Também tinha medo de ficar entediada nas partes explicativas do livro como eu fiquei em Senhor dos Anéis só que isso não aconteceu, já que depois do prólogo, todas as explicações sobre o mundo são entremeadas com cenas de ação e sangue. Muito sangue.
Acontecem tantas coisas no livro que é difícil falar sobre o que eu mais gostei.
E o mais incrível é que, mesmo com tanta coisa acontecendo, eu não me vi perdida no meio dos fatos.
Outra coisa bem legal é que o lado malvado do livro não é malvado só por ser.
Eles tem motivos relativamente justos para começarem a guerra (ao menos na teoria), já que Meigan é sua terra natal e tudo o que eles querem é voltar para lá.
O problema, é claro, são os políticos! Eta racinha terrível, minha gente! Até na fantasia eles conseguem desvirtuar as coisas e, na surdina, vão fazendo as coisas acabarem em vantagem para eles.
A trilogia é totalmente sequencial, então o final é de arrasar e deixar você insano.
O livro é muito bom, seja para quem gosta de fantasia , para quem curte uma boa aventura ou gosta de livros cheios de conspirações.
É muito difícil colocar no papel tudo o que senti enquanto lia, porque qualquer migalha de informação vai messsmoo estragar algumas surpresas.
Então só posso dizer que é cheio de mistério, magia e reviravoltas incríveis!
R-E-C-O-M-E-N-D-O!