Claraboia

Claraboia José Saramago




Resenhas - Claraboia


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Sayuri 21/03/2021

Meu segundo do Saramago
Fazia tempo que queria ler outro livro dele depois de ter lido "ensaio sobre a cegueira". Engraçado que escolhi ler "Claraboia" sem um motivo específico, mas me encantei logo no início pelas peculiaridades de cada família daquele prédio. A escrita do Saramago tem realmente um que de mágica que é inexplicável e incrível.
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Betega 19/03/2021

Um prédio, seis apartamentos, muitos significados
Escrito no início da carreira de Saramago, publicado postumamente. E esse fator é importante pelo menos por um detalhe: a pontuação. O autor ainda não tinha começado a utilizar seu modo bastante característico de escrever, o que quer dizer que o texto de Claraboia tem pontuação absolutamente normal.
No entanto, a crítica, a ironia, o humor, tantas outras características marcantes de Saramago estão já presentes neste livro. Aliás, um alerta para quem nunca leu nenhum de seus livros: como a maioria deles, Claraboia não tem uma trama com começo meio e fim claros, não é um livro que você espera para saber no final o que vai acontecer. Nada disso. É só contação de história, é um livro para quem gosta da viagem, não para quem viaja só pela intenção de chegar no destino.
A história se passa em um edifício com seis apartamentos, todos ocupados. Ora a história está em uma família, ora em outra. Cada uma tem suas características, há famílias harmoniosas, famílias destruídas, famílias que sonham ou sonharam, e aquelas resignadas. Suas características vão sendo demonstradas através das interações dentro dos seus respectivos apartamentos, bem como nas inevitáveis interações entre vizinhos.
Conforme conhecemos cada grupo, temos a oportunidade de enxergar diversos arquétipos presentes na nossa sociedade. Isso independente do livro ser português e antigo. O que o ele mostra é muito atual, talvez "eterno" dentro do nosso modelo de sociedade. Algumas hipocrisias oriundas da mudança no nosso jeito de viver, que não veio acompanhada da mudança nos nossos mitos. Algumas dificuldades em equacionar as demandas do mundo com as demandas pessoais, dificuldades estas que levam diferentes personagens a diferentes... fracassos? Não sei se essa palavra define, cabe a cada leitor, com sua própria definição de sucesso e fracasso definir.
É interessante também a citação de outras obras, musicais e literárias. Pessoalmente, me levou a ler uma poesia de Alberto Caieiro, heterônimo do ídolo do autor, Fernando Pessoa. E a relação entre as pessoas e a arte. Até que ponto a arte acrescenta? Até que ponto ela traz uma contestação com a qual a pessoa não será capaz de lidar? Também os preconceitos contra arte, a tal perda de tempo.
No fim, é um livro que, através de coisas corriqueiras do dia a dia de um pequeno condomínio, permite diversas análises sobre o comportamento humano, inclusive podendo servir de alerta ao leitor sobre caminhos e atitudes suas que são passíveis de crítica, de acordo com sua própria mentalidade, mas os quais ele nunca parou para olhar. Padrões de comportamento que parecem dados. Naturais e inevitáveis. É possível que o leitor ganhe a chance de se confrontar com esses hábitos.
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Marcus.Vinicius 09/03/2021

O Cortiço português
Livro póstumo de Saramago, e que difere dos outros escritos por ele: este contém os diálogos identificados pelos travessões, e não no meio das frases separados apenas por vírgulas e com início em letra maiúscula. Por mais esse motivo, considero uma boa porta de entrada na obra do grande Jose. Quanto ao enredo, são várias histórias diferentes que compõem o livro: a do sapateiro Silvestre e seu hóspede Abel; da prostituta Lidia; do casal Cármem e Emilio; da família de Maria Claudia; das irmãs Adriana e Isaura, dentre outras. Todos esses personagens tem em comum o fato de viverem num modesto edifício da Lisboa do início dos anos 1950. E é assim que Saramago nos mostra um pouco da vida cotidiana desse microcosmo da sociedade portuguesa das classes mais baixas da época. Inevitável não comprar com O Cortiço de Aluisio Azevedo e Suor de Jorge Amado. No fim a conclusão é que ler Saramago, sempre é muito bom!
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Alicia Gither 09/02/2021

Reflexões e atenção
Considerado um romance póstumo, Claraboia foi escrito nos anos 50 por Saramago, mas infelizmente foi rejeitado por uma editora de Lisboa, levando o autor a tomar a decisão de não publicar mais enquanto fosse vivo. Sendo assim, a obra só veio a público um ano após a sua morte, revelando um Saramago mais jovem e, ainda, sem o seu estilo peculiar de escrita.

A estória é ambientada em um prédio de uma classe média baixa de Lisboa, trazendo à tona a vida de seis famílias que vivem nesse espaço. Saramago nos convida a acompanhar os pensamentos, as dualidades e os conflitos que permeiam essas pessoas, através de cenas alternadas sobre cada família, evidenciando temas considerados tabus para uma Lisboa dos anos 50.

Há um certo ar filosófico dentro da obra, a qual é apresentada através dos diálogos entre Silvestre e Abel, nos quais ambos apresentam suas visões de mundo e suas percepções sobre a vida. Além disso, o autor constrói ainda uma crítica social a partir dos desentendimentos existentes entre as famílias e os vizinhos, a partir do ponto em que nos coloca frente a frente das atitudes nada éticas de cada uma das personagens. Podemos observar assuntos como prostituição, incesto, casamento infeliz, entre outros, os quais vão moldando a estória da obra.

Como algumas pessoas já devem saber, a leitura do livro aconteceu nada espontâneo, pois foi uma leitura obrigatória de uma disciplina da faculdade, a qual, inclusive, vai usar o livro numa prova. Confesso que minha experiência com essa leitura me fez perceber que é possível ler algo obrigatório e mesmo assim gostar dele. Saramago constrói uma narrativa fluida, em que vai despertando curiosidade no leitor sobre o livro, muito embora sem muitos acontecimentos instigantes. 

Ainda não li outros livros do autor, mas há quem diga que para uma primeira leitura, Claraboia poderia ser considerado um bom começo, embora não seja uma das obras mais famosas de Saramago.
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pulsaodemorte 22/12/2020

É um livro bem tranquilo, meio massante as vezes mas bem poético também, algumas histórias são mais envolventes que outras porém todas tiveram um final espetacular, não tem muito o que dizer sobre mas é um livro muito bom pra passar o tempo sem ter que pensar demais.
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Diogo.Pereira 29/10/2020

Bom livro
Primeiro livro do Saramago que leio e gostei.

De maneira "serena", Saramago retrata o dia-a-dia dos moradores de um prédio, com 6 apartamentos. Cada família/morador com seu ponto de vista, com a interpretação das coisas que acontecem com o vizinho, com os pré-julgamentos...

Não atribui nota maior pois fiquei com vontade de ler mais, de ter desfecho! Saramago somente parou, como nossa vida, um dia acaba sem avisar...
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jjuniorig 24/10/2020

Cotidiano humano e caminho!
Suspeito para falar alguma coisa sobre Saramago, sem dúvida alguma o melhor escritor na minha opinião. Não diferente dos outros que já li, Claraboia é um livro a principio posso dizer exaustivo, mas talvez a proposta do autor fosse exatamente essa, colocar o leitor a par do livro: a narrativa da vida cotidiana e seus tumultuados, aparentemente familiares e problemas dentro de quatro paredes. O livro se inicia com uma frase que é a essência de todas as outras paginas: ?Em todas as almas, como em todas as casas, além da fachada há um interior escondido? uma frase de Raul Brandão, somente essa frase somada ao título Clarabóia resume o que se pode esperar do livro. Tudo segue rotina até que em algum momento como em todos os outros livros do autor ele consegue te puxar e esclarecer e trazer esse ?Skylight? para problemas intrínsecos ao humano. Recomendo a persistência na leitura e no que vemos e vivemos todos os dias: a grama do vizinho pode até ser mais verde, mas ela ainda é grama!
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Luana 26/04/2020

"Claraboia é uma abertura, geralmente coberta por uma cúpula envidraçada, situada no teto das edificações, para permitir a entrada de luz ou a passagem de ventilação."

Leremos sobre a história dos moradores de um pequeno prédio da antiga Lisboa, entraremos em seus apartamentos e conheceremos seu íntimo.

Esse livro possuí o que eu mais gosto no Saramago, histórias que aparentemente não possuem grandes dramas, fantasias e acontecimentos, apenas pessoas vivendo seu cotidiano. O especial é justamente a sua forma de escrever. Quais são os conflitos vividos por pessoas comuns? Como cada um enxerga a vida? Qual é o propósito e a felicidade que percebem? O que buscam? Quais são os seus valores? Não há forma melhor de fazer com que o leitor se conecte emocionalmente com a leitura.

Claraboia apresenta alguns dos meus diálogos favoritos. Os capítulos entre Silvestre, um sapateiro, e seu inquilino Abel, um jovem que vive buscando não criar grandes vínculos sentimentais para conseguir alcançar seus objetivos na vida, são de uma profundidade capaz de gerar reflexões filosóficas, onde questionamos nossa própria maneira de ser.
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Clio0 06/04/2020

Chamar esse livro de versão portuguesa de O Cortiço ou de Caminho Cruzados é uma injustiça com todas as obras supracitadas, mas não sei como melhor defini-lo.

Claraboia faz uma abordagem crítica da sociedade lusitana a partir da vida de um grupo de vizinhos em uma cidade qualquer. A história retrata mais os conflitos íntimos e intrapessoais do que os sociais (embora sejam abordados também).

Como um livro póstumo, o que mais impressiona aqui é o otimismo e até mesmo a ternura que se lê. É uma obra que poderia ser agressiva e pessimista, mas que no fim se revela gentil.
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Toni 06/04/2020

Frestas da vida
Claraboia no sentido denotativo diz respeito a aberturas em tetos de casa, prédios ou paredes com o propósito de trazer maior luminosidade, de preferência, a determinados compartimentos de imóveis menos favorecido pela luz natural. Saramago usou essa palavra pra dar nome a sua obra, talvez pelo sentido conotativo que essa palavra pode emprestar a sua obra.
A luz ou a falta dela que permeia os diversos personagens serve como mote para a narrativa, trazendo à superfície as facetas inerentes ao humano , como a incessante batalha entre a virtude e o vício, revelada nestes diversos contrapontos, a autossuficiência frente ao ciúme, a traição comungando com a amizade, o orgulho sufocado pela humidade até chegarmos ao diálogo fervoroso entre os personagens Abel("O amor é o pregão dos fracos , o ódio é a arma dos fortes. ") e Silvestre ("... A vida sem amor, assim como a descreveu há pouco, não é vida, é um monturo, um cano de esgoto!") sobre o que nos move nessa vida, se o amor ativo e lúcido como defende este ou a utilidade do ódio constatado por aquele.
Enfim, em Claraboia Saramago dá vida a essas diversas histórias que se interligam pelas frestas das portas e janelas como se estivesse a espreitar o cotidiano de nossas almas .
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regifreitas 12/02/2020

CLARABOIA (1953/2011), de José Saramago.

Publicado postumamente em 2011, CLARABOIA, cronologicamente, foi a segunda produção romanesca de José Saramago. Enviado a uma editora nos anos 1950, os originais ficaram esquecidos durante anos, sem que ao menos o autor tivesse um parecer sobre seu trabalho. Já um nome consagrado, Saramago recebe, dessa mesma editora, uma proposta de publicação, à qual recusa. Com o original restituído a suas mãos, deixa para seus herdeiros a iniciativa de publicar ou não a obra após sua morte.

Muito diferente do fraco TERRA DO PECADO – que é renegado até pelo próprio autor –, já vislumbramos uma clara evolução entre a primeira obra e esta. Vemos um autor mais amadurecido no domínio de sua técnica, na qual já se identificam traços incipientes do que será seu consagrado estilo, surgido nas obras publicadas a partir dos anos 1980. Ainda vemos a pontuação e paragrafação tradicionais, mas já se percebe o viés filosófico e crítico, as constantes interrogações sobre as contradições humanas. Destaque para os excelentes diálogos, principalmente aqueles entre o sapateiro Silvestre e seu inquilino, o jovem Abel.

É um trabalho que utiliza a técnica do contraponto: um narrador onisciente nos oferece uma narrativa que passeia pelo ponto de vista de diversos personagens. Estes se situam em seis núcleos, em seis modestos apartamentos de um prédio em uma rua de Lisboa. E algumas das temáticas tratadas no romance talvez indiquem o motivo da sua não publicação na época. Possivelmente fosse demais para a sociedade portuguesa dos anos 1950 ver retratados em uma obra temas como prostituição e independência feminina, lesbianismo e violência doméstica.

Não é o Saramago em sua melhor forma, mesmo assim, já é muito bom!
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Cintia F. Leite 29/01/2020

Belo E Poético Sem Deixar De Fora A Realidade
Claraboia não é o livro mais conhecido de Saramago, no entanto, se eu puder aconselhar alguém que queria conhecer a vasta obra literária desse escritor, indico Claraboia, um dos primeiros livros escritos por ele e surpreendentemente, foi um dos últimos a serem publicados. O motivo da minha indicação, se dá pelo único fato, Claraboia quando foi escrito, ainda não continha o estilo tão característico de Saramago, isto é, não possui uma narrativa com longos parágrafos e pouca pontuação. Portanto, essa leitura será mais tranquila e ideal para quem pretende assim como eu, ler mais livros desse grande autor.

José Saramago diz muito através de objetos inanimados das casas e dos fenômenos naturais que cercam todo o cenário, utilizando uma linguagem poética e bonita, é claro. Além disso, o silêncio sempre paira pelos cômodos das casas e entre os personagens, por falta de sintonia, desprezo, raiva contida ou por uma simples discordância num começo de briga que cresce dentro do silêncio para calar opiniões divergentes.

Entrou para minha lista de livros favoritos, para ler a RESENHA COMPLETA, acesse MELKBERG.COM :)
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Biblioteca Álvaro Guerra 17/01/2020

Um romance com inquestionáveis qualidades, preciso e escrito com perfeito domínio do espaço narrativo. O leitor habituado ao estilo tardio de Saramago tem a oportunidade de reconhecer nesta obra de juventude as origens de numerosos procedimentos ficcionais consolidados em outros de seus livros.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535919837
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HonorLu 29/10/2019

Literatura é processo
Aqui temos Samarago em seus primeiros passos como escritor. Ainda uma semente. O livro é bom, mas lento. Demorei para ler.
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