Ana Luiza Silva 17/08/2013Quando aconteceu a Bienal aqui em Fortaleza, no ano passado, eu estava passando por um dos estandes e vi o "Não sou este tipo de garota" sendo exibido. Folheei um pouco e gostei do título. Meses depois, uma amiga me emprestou o livro. Infelizmente, porém, demorei mais alguns meses para lê-lo, deixando-o abandonado na estante (apesar da expressão ele estava bem guardado, antes que se pense que não). Já deixou de ler algum livro porque você não está "no momento" para o ler? Então. Acho que comigo foi assim também. Até que semana passada larguei por um instante as fantasias que lia e peguei o livro, esperando o ler rápido e satisfazer minha sede pelo romance. Bingo.
Não sou este tipo de garota mostra os conflitos internos de Natalie Sterling, o exemplo de inteligência e dedicação na Academia Ross, quando em seu primeiro dia no terceiro ano reencontra uma garota de quem fora babá anos antes e, agora colega de Natalie, chama muita atenção para si por causa de seus hábitos um tanto quanto provocantes, fazendo com que Natalie tente "ajudá-la" e acabe se envolvendo em alguns mal entendidos por causa da garota. Somado a isso, Natalie tem uma melhor amiga chamada Autumn que ainda hoje sofre bullying por causa de uma armação do ex-namorado.
Conforme ia lendo, percebi que, em certos momentos, via muito de mim na Natalie: seu pensamento a respeito da organização no ambiente escolar, sua mania de tomar a frente dos projetos da escola e a forma como ela se importa com o que os outros acham dela. Natalie intercala os relatos do cotidiano atual na Academia Ross com explicações sobre fatos acontecidos no passado o tempo todo - situando o leitor a respeito de algumas coisas (o motivo de ela não gostar de certas pessoas, por exemplo).
Como disse antes, comecei a ler o livro querendo um romance. A autora equilibra os momentos de "desespero" dos personagens com um romance "no ponto" - nem meloso, nem frio -, visto que Natalie (espero que quem ler concorde) valoriza mais sua reputação e até esconde o "namoro". E há momentos, querido leitor, que a paciência com os personagens está a ponto de se esgotar, mas recomendo que você mantenha a calma e respire até dez.
O livro passa uma mensagem que há muito não via nas minhas leituras: não importa de verdade ser exemplar por fora, ser popular, perfeito, se você não valoriza-se. Ás vezes a pessoa mais improvável te ensina isso - e alguns fracassos para te "acordar" também.
"Tinha percebido isso agora e ia continuar percebendo pelos anos que viriam: não importa se eu for a garota que fazer sexo, a garota que tem o retrato na parede da biblioteca, a garota que entra na melhor faculdade, a garota que conta tudo para os pais ou a garota adorada pelos professores. Só preciso ficar bem com todas as garotas que são como eu." - Não sou este tipo de garota
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