Angústia

Angústia Graciliano Ramos




Resenhas - Angústia


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Ana Paula Avila 29/04/2021

Leitura cansativa
Quase não consigo terminar a leitura. Muito cansativo, insisti até o final pra ver se em algum momento mudaria de ideia, mas continuou na mesma.
gabi retore 29/04/2021minha estante
eu acho q essa é a ideia do livro. a leitura ser tão angustiante quanto o que se passa na cabeça do luís da silva




Flávia 30/04/2020

Ler Graciliano Ramos é uma espécie de privilégio. Seu trato com a linguagem e suas técnicas literárias são inegavelmente precisos. Neste livro, Graciliano, que é conhecido por sua linguagem crua, objetiva (como ele próprio diz, "a linguagem foi feita para dizer"), muda um pouco seu estilo, trazendo uma linguagem menos crua, menos objetiva por uma questão de verossimilhança: o livro é narrado num estado de delírio. Luís da Silva, narrador desta obra, é funcionário público e noivo de Marina. Sua noiva, por sua vez, tem um caso com um rico, Julião Tavares. Luís da Silva, então, nutre um ódio profundo por Julião Tavares que vai muito além da traição - está ligado ao que Julião Tavares representa, a burguesia que surgiu depois do período colonial que Luís da Silva tanto odeia. Esse ódio culmina no estado de delírio representado neste livro e, como o próprio título já sugere, um sentimento de angústia profundo.
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Lucas1429 23/10/2023

A barganha da comiseração
Não se trata de um entretenimento exato, nem para o leitor, menos ainda para o protagonista, sofrido andarilho social. Luís da Silva é partícula dos temas caros ao autor: a opressão política e o sofrimento do sertanejo, mas menos que em seus demais romances. Troca se a sujeição da secura geográfica pela afetiva.

Obcecado por um amor corruptível e fracassado (a Marina de seus sonhos; a falsa esperança de vida), Luís demanda da pena excessiva de Graciliano, perscruta, perscruta seus tormentos e violenta as páginas de justaposições, consequentemente, cansativas. Com rememorações passadas, vão-se em conta seus 30 anos em vida até o presente, do desenlace familiar à mudança rural para a cidade, num modelo civilizatório da República Velha - ele lança a obra já subsequente a este período, às margens do primeiro governo vargas, em 1936 -, como um vivente do coronelismo na literatura. Tem-se medo do poder anti-miseráveis.

É na regressão da infância e juventude que incorrem passagens menos
repetitivas e redundantes dos valores agridoces que Luís carrega: seu sonho se desfaz na aridez da prosa graciliânica e no vexame do amor platônico malogrado ao sistema psicológico da rejeição. Também enjeitados são os filhos do escritor, criações nascidas à fatalidade. Aqui, a obsessão desata a credulidade humana.
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Caique 05/07/2021

A angústia de um declínio
Luis da Silva é um personagem quebrado, desde de sua infância até o momento que o próprio decide contar sua história. Sua família vai perdendo no tempo seus sobrenomes assim como vai perdendo a importância. Luis se sente completamente inadequado, a casa é muito apertada e tenebrosa, as roupas são muito largas, o trabalho muito opressor, os amigos como se não estivessem ali. Luis se perde dentro de si justamente depois do momento que o mesmo pensa que se encontrou. A sua angústia é um grito dentro da sua cabeça que abala todas as imagens de sua própria história fazendo tudo desmoronar. Graciliano Ramos consegue transmitir a angústia de um declínio total de uma pessoa através das repetições e imagens sobrepostas que suas palavras formam, transmitindo o sentimento de pavor da realidade e do destino para o leitor.
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felipe.demattos.94 03/03/2022

Apenas um livro ruim?
Confesso que pensei em abandonar a leitura diversas vezes, fui até o final esperando que o livro entregasse alguma coisa, qualquer coisa.
Infelizmente é mais um livro da literatura brasileira que não tem nada a dizer, e o fato de ainda ser leitura obrigatória para vestibular fala mais do vestibular, do que da própria obra.
Para quem discorda de mim, recomendo Memórias do Subsolo ou até mesmo Crime e Castigo.
Maiara.Reinert 03/03/2022minha estante
Resultado da decadência do nosso ensino. Porque nunca recomendam Dostoievski, Shakespeare, Victor Hugo... ? parece de propósito e é !!




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Rafaela1550 01/10/2023

Livro muito poético e reflexivo sobre como nossos pensamentos podem nos levar ao ápice da loucura.
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Arthur 31/10/2020

Graciliano Ramos, meu autor favorito!
Assim como em ?Vidas secas?, a habilidade e destreza do autor em narrar sao fantásticas. Expressas com mais veemência no livro ?Angústia?(sua descrição e narração) juntamente com as técnicas usadas no livro como o flashback ou ate mesmo o fato de não haverem parágrafos, tornam a leitura muito mais interessante e complicada. Talvez a característica que me chamou mais atenção e mais me deixou contente enquanto lia a obra foram os parágrafos longos e uma narrativa em circulo que levavam o leitor a um sentimento de angustia tremenda e loucura asfixiante.
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Jessica 10/04/2020

As insanidades da mente
"Angústia" é o termo perfeito para esse livro , nos podemos acompanhar onde a mente de um homem recluso aos seus próprios pensamentos pode chegar .
A leitura a princípio é bem complicada e demora o leitor acostumar com a narrativa em primeira pessoa e as diversas pessoalidade dentro da sua própria cabeça .
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Carol 27/08/2020

Livro obrigatório Fuvest 2021
Sem dúvida, o livro mais cansativo que li esse ano, pensei que não conseguiria concluir a leitura. O nome faz jus a história contada, uma história angustiante.
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juju :) 15/08/2023

"A água lava tudo, as feridas mais graves cicatrizam."
Não posso negar que é um livro um pouco mais complicado de ler, em muitos momentos me vi perdida e sem entender nada com a dinâmica da narrativa se alternando entre vários momentos da vida de Luis.

A leitura não foi fácil, principalmente pela narrativa ser sobre os pensamentos de Luis o que acarretou em uma escrita extensa e maçante.

Apesar disso, é muito interessante entender a visão angustiada e de sofrimento do personagem principal. Gostei muito da leitura e das reflexões que tive sobre a vida e o ser humano.
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osaif 23/11/2023

Talvez o maior desafio da vida seja lidarmos com nós mesmos.
Primeiramente: caso você queira ler o livro e seja sensível, toma cuidado por conta dos gatilhos e temas que o livro aborda ;)
?
li esse livro por recomendação de um professor, e estou extremamente grata porque esse é um dos melhores livros que eu já li.
?
Angústia é um romance circular que tem fim em si mesmo e definitivamente faz juz ao nome. Inclusive o fim do livro pode até mesmo soar confuso, mas cria um sentido quando você volta para o início da história. O leitor acompanha o narrador/personagem Luis da Silva, que após cometer um crime, começa a repensar sua vida e confundir a trama principal com memórias passadas que surgem sem muitas apresentações. Trancafiado na própria mente, o livro de início pode soar difícil pela sua escrita, porém nada mais é que o fluxo de pensamentos do protagonista, que como todos os humanos, acaba retornando para memórias e pensamentos soltos. Além disso, as sentenças se completam entre elas mesmas, algo que é resssaltado pelo posfácio e torna tudo ainda mais excepcional.

Durante minha leitura eu tive vários ritmos e sentimentos diante ao livro. O começo soava meio sem propósito, um romance que não ficava claro para onde ia chegar. Ao me aproximar quase que do meio, eu estava completamente frenética, queria terminar o livro, descobrir o desfecho, estava empenhada na história. Após isso, me deparei num ponto do romance em que eu sentia que tinha entrado num limbo, eu havia me envolvido com a história de uma forma surreal, porém não tão frenética. Por tocar em temas sensíveis eu não conseguia ler muitas páginas de uma vez, e tive que fazer diversas pausas para processar o que estava ocorrendo. Toda a história anterior havia se culminado em algo completamente complexo, bom e denso. Entrei em contato profundamente com os sentimentos de Luis e em certo ponto, também com os meus.

Agora, irei discorrer de um aspecto que eu amo nesse livro, a semelhança entre ele e meu livro quase favorito: crime e castigo do Dostoievski. A semelhança desde o começo é bem clara, protagonistas soberbos, egocentricos (inclua aqui diversos outros adjetivos negativos) e que idealizam a realidade; e o pior de tudo, é que em algum momento você vai se identificar com eles. Contudo, o ápice da semelhança encontra-se no momento do crime. Tal qual Ralskonikov, Luis martiriza-se, adoece e dá inicio há uma sequência de pensamentos perturbados. Sujeitos à própria mente desequilibrada, seus únicos contatos com a vida se tornam as pessoas que os visitam em seus quartos e suas memórias de quando ainda não haviam se rendido aos seus "instintos".

Igualmente vidas secas, o protagonista sonha em algo maior, em uma vida melhor, em que ele não se sinta tão oprimido pela sociedade que o cerca. Angústia apresenta uma aura de realismo pessimista, os sonhos e desejos da mente humana que ao entrarem em contato com uma vida seca, não se resumem a nada mais do que apenas ilusões. Ademais, ainda é possível extrair uma interpretação politica complexa do livro, porém não irei me estender aqui a respeito disso.

Basicamente, eu amo o graciliano Ramos! Suas obras são simplesmente impecáveis.

E por fim, essa obra magnífica nos traz as reflexões e desafios de viver em nossa própria mente complexa e as vezes, igualmente a de Luis, obssessiva, invejosa e problemática. Podemos tentar fugir da realidade mas nosso interior e pensamentos pertubadores sempre estarão lá. Para acabar com essa angústia Ralskonikov e Luis realizaram seus anseios mais violentos, que ficaram por muito tempo lá martelando na mente deles, até finalmente vir à tona. Realmente, talvez o maior desafio da vida seja lidar com o que não podemos escapar: nós mesmos.
Gerson 24/11/2023minha estante
"Crime e castigo" tem o elemento religioso bastante presente. "Angústia" idem?


osaif 24/11/2023minha estante
na minha visão, a religião não se apresenta tão presente nesse livro não


Sonic Judeu 18/03/2024minha estante
Adorei a resenha, é Luis, nossa mente é um lugar pertubador e estranho.




AYUMI 19/07/2021

Escrita impecável
Já tinha ouvido bastante sobre o autor, mas só fui entender a importância de sua obra após ler o livro
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Lauana.Figueiredo 04/07/2023

Outra vez, angústia
Angústia é escrito na década de 30 em meio à ditadura varguista do Estado Novo. A partir disso, graciliano constrói um romance que brinca com o meio objetivo e o consciente subjetivo. Nisso, existe o fluxo de consciência ( narrativa marcada pela não linearidade); a esfericidade dos personagens ( tipico de realismo) e a relação circular entre começo- fim, na qual o início só se inicia pelo que ocorreu no final.


Daí Luiz trás o passado( marcado pelo engenho estruturado no patriarcalismo) em que passa sua infância, e o presente ( na metrópole de Maceió, feita sob a estrutura da urbanização e divisora de classes).


Com isso tem se os personagens do passado ( seu avô, pai, a avó e a escrava Quitéria). A decadência dos nomes na família representa a decadência do engenho; a escrava é uma negra retinta que teve filhos "ilegítimos" com o avô através do estupro ( Gilberto freyre, vc nunca foi tão massacrado). E os do presente: Moisés ( o judeu comunista) seu ivo ( o mendigo que dá a corda) vitória ( a emprega que é submissa e sofre de transtornos de toque, semianalfabeta) marina e JULIAO TAVARES.



Luiz da Silva ( narrador- personagem) se apresenta por meio da inconstância!!! ele não tem um psicológico definido, não se encaixa no mundo, não tem uma definida posição política... recorte pra necessidade dele ( obsessão) pelo Julião justamente por ser tudo o que ele queria ser. LUIZ QUERIA SER UM RATO CAPITALISTA.


o relacionamento com mulheres é baseado na misoginia ( já que sua visão de esposa é a da avó, do século Xix) e isso se mostra legítimo, uma vez que ele não gosta de mulheres que não sejam submissas e representem um ideário " Eva". Marina( aqui não acho que ela seja a vítima, na verdade era uma interesseira) mas Luiz também não bancou o feministo de época.


A verdade é que a questão entre Luiz e Julião não se faz por meio de Marina, necessariamente, visto que o protagonista já se ressentia do "capitalista meritocrático" mesmo antes da ruiva aparecer. Ela foi na verdade o estopim pra gerar o problema ( não que ela seja o problema).


A construção é psicológica, um tanto regionalista, contém os polos políticos de época, bem como as mazelas que a compunham, reforçando uma forte crítica ao fascismo brasileiro.


graciliano consegue transpor da realidade pra ficção muitas denúncias necessárias pra epoca e tão presentes ainda hoje, no país que colhe as mazelas do fascismo bolsonarista( outra vez?)
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