Angústia

Angústia Graciliano Ramos




Resenhas - Angústia


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Alipio 03/11/2020

Agústia
Confesso que essa obra foi um desafio. Pensei em desistir, mas venci.
Se gostei?.......Amei !

Angústia é uma obra regionalista de Graciliano Ramos e faz parte da segunda geração do modernismo, publicado em 1936. Com narrativa em primeira pessoa, a obra é centrada nas confissões do protagonista Luis da Silva que vive uma vida conturbada desde a sua infância, com perdas e traumas e as lembranças que teimam em emergir entre o passado e presente e que se misturam provocando uma angústia exacerbada.

Mesmo diante de tanto dissabores, Luís da Silva, funcionário público em Macéio, jornalista, escritor e revisor ( se vira nos trinta pra tentar sair da pindaíba ), tem o seu coração despertado para o amor. Uma nova vizinha desperta a sua atenção. Marina, uma jovem que vê no casamento a possibilidade de estabilidade financeira, conforto e bem estar. Em pleno preparativos para o casamento, recebe um "golpe mortal" : É trocado por Julião Tavares, rico e poderoso, que poderia satisfazer os desejos e caprichos de Marina.

Indignado, Luis da Silva desabafa:
" Escolher marido por dinheiro. Que miséria! não há pior espécie de prostituição "

Totalmente dilacerado e sem o controle das emoções, Luis da Silva é dominado por ciúmes e ódio. Inspirado por esse ódio decreta: " Julião Tavares devia morrer ".
Imagens fantasmagóricas, lembranças do passado e do presente se misturam e o assombra.
O ápice dessa angústia irá sufocá-lo, colocando-o em uma prisão interior logo após consumar o desejo que alimentava diuturnamente em exterminar o seu rival Julião Tavares

A estrutura narrativa é complexa, o que dificulta um pouco a leitura, mas vale a pena seguir adiante. Trata-se de um romance circular.

A obra possibilita um leque de interpretações ( e resenhas): Literária, psicológica, política e social. A minha, é apenas uma simples impressão.

@livros.historia
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Matheus656 28/10/2021

Angustiante
Lendo esse livro percebi que Graciliano Ramos não poderia ter escolhido um título melhor para a obra, o livro passa integralmente uma sensação angustiante, que afeta o leitor (pelo menos eu senti).

A narrativa da vida do Luís é bem fluída, porém há frequentemente uma sobreposição dos tempos, o autor retorna a infância do protagonista e ao presente no mesmo parágrafo, momentos confusos a priori, todavia o leitor acostuma-se.

"Não sou um rato. Não quero ser um rato"
Frases como estas, revelam a interioridade do romance que, narrado em primeira pessoa, nos mostra a conflituosa mente de Luís, um servidor público, nascido no interior e que mora em Maceió.

O romance em si aborda questões cotidianas de Luís, com um foco muito grande no psicólogico e me tocou bastante.

É uma bela leitura que induz a numerosas reflexões e vale a pena.

Recomendo, foi meu primeiro contato com o autor e pretendo ler mais obras.
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Ludmila 25/06/2022

Se eu disser que esse livro é extremamente "angustiante" vai ficar piegas? Rs... Mas é mesmo! Tem bastante reflexões e partes com fluxo de consciência. Mas esse personagem pensa muita coisa ao mesmo tempo. Sua cabeça é ligada no 220V.
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Erica 07/07/2021

É um livro estranho. Me via perdendo a paciência por algumas repetições mas, ao mesmo tempo, achei que elas eram a melhor forma de descrever a angustia do Luís, além de deixar o texto mais poético.
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Guilherme Vechiato 14/06/2023

Livro Angustiante
Eu tinha a ideia de ler Vidas Secas, mas Angustia ficou disponível no KU, então acabei pulando algumas leituras para iniciar este.

O romance de Graciliano Ramos consegue nos entreter de uma maneira impactante, pois entramos literalmente na cabeça do personagem principal, em seus pensamentos, em suas lembranças, visão do mundo e das pessoas ao seu redor.

Luis não é um personagem que você vai morrer de amores, ele possui várias camadas, e todas tem um grau de cobrança forte. No trabalho, nas amizades, no passado, tudo parece incomodá-lo e ao mesmo tempo ele está acomodado com a vida que leva. Existe uma crise existencial muito grande.

Você precisa de um tempo para se acostumar com a maneira da escrita, pode ser que essa não linearidade do tempo e dos pensamentos dificultem sua leitura.

O autor vai se utilizar da história para passar seus pensamentos sobre questões políticas, sociais, psicológicas em um momento cheio de mudanças que estava acontecendo no Brasil daquela época.

Angustia é o título perfeito para essa história. É angustiante ler a queda física e mental desse personagem principal. Ele acaba definhando por pensar demais em coisas que ele dizia não se importar, ele deixa de fazer coisas por martelar em sua cabeça situações inexistentes. Será que não somos assim também em nossas vidas? Se importar demais por situações que não vão mudar quem somos, o que fazemos?

Uma dica é ler o início de livro após o término, algumas questões que parecem ficar em aberto, vão ser sanadas. É um livro cíclico, e quando descobri isso, fiquei ainda mais impactado com essa história. Quanto mais penso nela, mais eu gosto.
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Aline 14/04/2022

As pessoas deveriam falar mais sobre esse livro
Foi um livro que me surpreendeu muito. A leitura é fluida, muito bem escrito, possui diversas críticas socias que se mantém super atuais, como aborto e suicídio.
Críticas ao período da ditadura militar, quanto a censura, a falta de expressão da opinião: "Não há opinião pública: há pedaços de opinião, contradi tórios".
Discussões sobre o poder nas mãos de poucos: "Uma pátria dominada por dr. Gouveia, Julião Tavares, o diretor da minha repartição, o amante de d. Mercedes, outros desta marca, era chinfrim"
"Tavares julgava-se superior aos outros homens porque ti nha deflorado várias meninas pobres. Pelos modos, imagi nava-se dono delas. Contrassenso. Então Marina era dele?"
"Que me importava que Marina fosse de outro? As mulheres não são de ninguém, não tem dono."
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Renato375 26/05/2023

Dentista e Psicólogo, dois hábitos que devemos adotar.
Angústia, escrito entre os anos de 1935 e 1936, foi a terceira obra publicada por Graciliano Ramos. À época, o escritor vivia em Maceió ? Alagoas, e trabalhava como diretor na Instrução Pública do Estado. Vencedor do Prêmio Lima Barreto - 1936, foi eleito um dos melhores romances brasileiros por grandes críticos e escritores, tais como Octávio de Faria, Lúcio Cardoso, Rachel de Queirós e Jorge Amado.

O título já diz muito sobre a obra. Um homem submerso em pensamentos aflitivos que tem muita dificuldade em se relacionar com as pessoas, e que por conta de uma paixão entra em estado de paranoia severa. Para além da estória de Luís da Silva, Angústia faz uma crítica seca, dura e direta sobre o Brasil; suas mazelas sociais e como a mudança dos costumes na virada de século estava refletindo na sociedade.

O início do livro é bastante confuso e pode desanimar o leitor, mas não se deixe desmotivar pois logo tudo fica mais fluido. Ao final vale voltar ao primeiro capitulo e relê-lo. A 84ª edição (2020) conta com um ótimo posfácio escrito pelo Silviano Santiago.
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Vilamarc 08/08/2021

Fluxos de consciência
O que esperar de um livro de título "Angústia" ? Eu iniciei sem perspectiva alguma, a não ser a participação numa LC. Não tinha referências nenhuma de enredo, contexto ou pretexto...
Fui do total estranhamento da narrativa, sisuda, truncada, incompreensível à alegre descoberta de um fluxo de consciência que dá conta de um momento difícil da história brasileira nos anos 1930.
Sim, Graciliano Ramos, que nos deu livros maravilhosos, explodiu sua escrita em sentimentos tortuosos que anteciparam sua prisão pela Ditadura Vargas em 1936, mesmo ano da publicação desse livro.
Angústia conta a história de Seu Luisinho (Luis da Silva e sua Marina), funcionário público, escritor e jornalista, e que talvez por isso, se encontrasse numa intercessão de sentimentos e posicionamento contraditórios.
O que nos revela, nuvens embaçadas de tristeza, abandono, revolta, desejo reprimido, inveja, ciúmes, cólera, remorsos, autopunição, irracionalidade. Tudo isso nos acontecimentos cotidianos de sua vida, amvientada em Maceió das Alagoas nos anos de instauração da República e do Coronelismo.
Angústia não é um livro fácil, não é um livro pra deleite. É um livro incômodo e de registro. Fruto de uma vivência atordoante e de um desejo de imprimir na literatura nacional algo novo e de rupturas.
Debora 08/08/2021minha estante
Excelente resenha! Estou no início mas já percebi muito do q vc relatou




Leilanecst 24/03/2021

Angústia de fato
Angústia foi a única coisa que senti com esse livro. Só li por causa do vestibular e não recomendo a ninguém
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Nai 13/10/2020

Nem sei o que pensar, estou impactada!

Primeiro livro do Graciliano que li e fiquei impressionada. As primeiras páginas são confusas e eu demorei um pouco para entender o que estava acontecendo, mas depois a narrativa me prendeu de um jeito que eu sentia como se estivesse sem fôlego, é um livro que realmente nos deixa angustiados.
Tenho certeza que uma futura releitura vai me mostrar muitas coisas que passaram batido nessa primeira vez, enfim, incrível!
Uma dica para quem for ler, quando terminarem voltem para o começo e releiam as primeiras páginas. A história termina pelo começo hahah.
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liaramoss 04/05/2022

sufocamentos
vou fazer um grande resumão pra fuvest, pra quando eu precisar revisar. então vai ter todos os spoilers aqui pq sim

Maceió, 1930. Luiz da Silva acorda de um surto após 1 mês com diversas noites conturbadas, mas só descobrimos o porquê depois, já que é uma narrativa circular onde o tempo psicológico é mais presente do que o cronológico (fluxo de consciência quebrando a narrativa linear). Ele é contratado como datilógrafo para um jornal, mas tudo que consegue escrever é a palavra Marina, que mais tarde descobrimos ser sua vizinha. Luis se sente marginalizado por viver nas dívidas em um local imundo cheio de ratos (que mais tarde é usado como referência para miséria, contaminação e xingamento referente à Julião Tavares, o homem que Luis inveja por ser bem rico.

Luis e Marina se envolvem, ele usa suas economias para investir no casamento, ela usa o dinheiro para comprar o enxoval da melhor qualidade e depois ele comprou jóias para ela. Ao chegar em casa, viu Julião Tavares conversando com Marina e sente como se ela devesse ficar com ele. Luis e Marina se distanciaram já que ela estava com Julião. Marina engravida e Julião a abandona, Luis a segue e persegue que ela foi abortar, ele percebe que seu semblante mudou para uma pessoa medrosa. Luis descobre que Julião já está com outra, o segue, e decide matá-lo com a corda que estava em seu bolso (que ele tinha ganhado antes). Porém, ele decide forjar que foi um suic1dio.

Ao voltar para casa, Luis, se sente com febre, sente vontade de rasgar todas as roupas, se deita e então acontece o encerramento do livro, onde ele alucina que todos estão lá, tem delírios, surtos, pensa nos símbolos fálicos que foram aparecendo, como cordas, canos e ratos e depois, ao voltarmos para a primeira página, percebemos o ciclo que a história forma.

Agora, minha resenha: que livro. o começo é bem diferente, até perceber que era uma história circular e contada de trás para frente, demora um pouco. É difícil perceber o que é atual e o que é passado. Mas no final tudo vale a pena.
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spoiler visualizar
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Juliana 04/07/2023

Angústia, pulgas e obsessão
Depois de meses, acho que finalmente consigo escrever uma resenha sobre esse livro. Ele é verdadeiramente angustiante! As vezes eu ando por uns becos escuros da minha cidade e só consigo lembrar da cena em que Luis persegue Julião para matá-lo. É bizarro como eu consegui me identificar com o personagem em alguns delírios que ele tinha (não que eu delire, só penso demais) e ao mesmo tempo eu consegui sentir total repúdio por ele. No fim eu não sei se gosto ou desgosto do Luis, só sei que Graciliano Ramos conseguiu escrever uma obra verdadeiramente angustiante.
Meu professor de literarura passou essa obra pois ela é uma das obrigatórias da fuvest e só eu e mais uma amiga minha leu da minha sala, mas nossos debates sobre o livro foram incríveis. Acho que é uma obra que todo mundo deveria ler um dia.
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Andressa 17/05/2022

Com certeza não haveria nome mais pertinente para essa obra do que ?angústia?. O fluxo de consciência nos faz de verdade entrar na cabeça de Luís, que deixa toda a narrativa pesada e sempre com uma sensação de sufocamento, sendo isso intensificado e levado para lugares extremos nas páginas finais. O lance de ser uma história cíclica me surpreendeu bastante, e segundo minha própria concepção, é um dos pontos que torna o livro genial. Adorei.
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