Angústia

Angústia Graciliano Ramos




Resenhas - Angústia


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Fabio Shiva 01/09/2021

Profético e... angustiante!
Todo livro tem a sua hora e vez de ser lido. Às vezes uma leitura não nos agrada ou, pior ainda, não nos diz nada. Mas a culpa não necessariamente é do livro, nem nossa: simplesmente não era o momento certo e propício de ler aquele texto específico.

Pensei muito nisso ao finalmente engrenar na leitura dessa impressionante “Angústia” de Graciliano Ramos, que terminei com a consciência de estar diante de uma das obras-primas de nossa Literatura. Contudo tentei ler o livro pela primeira vez em 2017, e a leitura se arrastou até estagnar na página 38. Dessa vez, no entanto, li quase que prendendo a respiração, de tanto suspense, e tive que me conter para não grifar todas as páginas. O que me trouxe uma inevitável pergunta: uma vez que o livro continuava o mesmo, o que mudou em mim e no mundo entre uma leitura e outra?

É certo que nesse período relativamente curto de 4 anos mudou muita coisa. Em 2017, por exemplo, Jair Bolsonaro era apenas mais um dos “malucos” que infestam a política brasileira, potencialmente perigoso, sim, mas acima de tudo inexpressivo... Quadro bem diferente é o que tenho diante de mim nesse 2021, quando infelizmente já me acostumei a ver tantos parentes e pessoas que eu admirava defendendo as ideias abomináveis e absurdas desse mesmo “maluco”, hoje alçado à presidência do Brasil e promovendo tamanho despropósito de malefícios que as gerações futuras terão dificuldade em calcular...

Pois imaginem o meu espanto e surpresa ao encontrar nesse romance de 1936 a figura de Julião Tavares, que bem poderia ser descrito como o maior bolsominion da Literatura Brasileira:

“Julião Tavares não tinha nenhuma das qualidades que lhe atribuíam. Era um sujeito gordo, vermelho, risonho, patriota, falador e escrevedor.”

“Esse Julião, literato e bacharel, filho de um deles, tinha os dentes miúdos, afiados, e devia ser um rato, como o pai. Reacionário e católico.
– Por disciplina, entende? Considero a religião um sustentáculo da ordem, uma necessidade social.
– Se o senhor permite...
E divergi dele, porque o achei horrivelmente antipático.”

“O que não achava certo era ouvir Julião Tavares todos os dias afirmar, em linguagem pulha, que o Brasil é um mundo, os poetas alagoanos uns poetas enormes e Tavares pai, chefe da firma Tavares & Cia., um talento notável, porque juntou dinheiro. Essas coisas a gente diz no jornal, e nenhuma pessoa medianamente sensata liga importância a elas. Mas na sala de jantar, fumando, de perna trançada, é falta de vergonha. Francamente, é falta de vergonha.”

“E um cachorro daquele fazia versos, era poeta.”

Ler sobre o cinismo cheio de empáfia de Julião Tavares me ajudou a compreender atitudes até então inexplicáveis de tantos parentes e ex-amigos. E principalmente, me ajudou a perceber como Bolsonaro é apenas o catalisador dessas sombras e imundícies psicológicas que atendem pelo nome de “bolsonarismo” e que, é forçoso reconhecer, estão entranhadas como piche em nossa identidade nacional. Tomar consciência disso é renovar a confiança no processo de cura que vem a reboque do próprio bolsonarismo: só podemos curar aquilo que somos capazes de reconhecer como doença. E por isso, dentre tantos outros motivos, dou graças à Literatura!

Para não deixar dúvida de que os atuais problemas do Brasil (e do mundo) já estavam ativos há muito tempo, vejam que impressionante descrição Graciliano Ramos nos traz do fenômeno das Fake News, décadas antes da Internet e antes até mesmo da televisão:

“Até ali, àquela hora, surgia o nome do vizinho. O que mais me aborrecia era não saber se as pessoas que falavam dele acreditavam na história suja. Enchia-me de raiva por não conseguir me livrar dos fuxicos. Desprezava involuntariamente o desgraçado Lobisomem. Se aquilo fosse verdade? Não tinha verossimilhança, era aleive, disparate. Mas tanta gente repetindo as mesmas palavras.... E casos iguais já se tinham visto.”

Como um toque de ironia involuntária, até o terraplanismo é sugerido no texto de Graciliano:

“As aparências mentem. A terra não é redonda?”

Preciso dizer que esse assunto todo é nota de rodapé em “Angústia”, que trata de questões muito outras e mais amplas. Preciso mencionar, sobre a estrutura geral da trama e dos personagens, um recurso que achei genial para expressar a opressiva sensação de apequenamento, que acompanha toda a narrativa. O avô do protagonista-narrador chamava-se Trajano Pereira de Aquino Cavalcante e Silva, era realizador de façanhas boas e más. Já com o pai do protagonista começa o reducionismo:

“E meu pai, reduzido a Camilo Pereira da Silva, ficava dias inteiros manzanzando numa rede.”

À redução na extensão do nome acompanha uma diminuição na própria dignidade humana do personagem. E daí calcule-se o efeito quando descobrimos que o narrador da história chama-se simplesmente Luís da Silva! É especialmente relevante o arqui-inimigo de Luís ser o já mencionado Julião Tavares, que como ele só tem dois nomes, mas traz um aumentativo em seu nome de batismo que o torna psicologicamente maior que Luís.

Se eu fosse falar tudo o que esse livro me fez pensar, teria que escrever outro livro. Por isso me limito a destacar ainda as pérolas ásperas que a leitura de Graciliano proporciona para aqueles que amam ler e escrever:

“Passo diante de uma livraria, olho com desgosto as vitrinas, tenho a impressão de que se acham ali pessoas, exibindo títulos e preços nos rostos, vendendo-se. É uma espécie de prostituição.”

“Distraía-me com leituras inúteis. Quando me caía nas mãos uma obra ordinária, ficava contentíssimo:
– Ora, muito bem. Isto é tão ruim que eu, com trabalho, poderia fazer coisa igual.
Os livros idiotas animam a gente. Se não fossem eles, nem sei quem se atreveria a começar.”

“– Fulano é bom escritor, Luís?
Quando não conheço Fulano, respondo sempre:
– É uma besta.
E os rapazes acreditam.”

“A linguagem escrita é uma safadeza que vocês inventaram para enganar a humanidade, em negócios ou como mentiras.”

“Esforçava-me por me dedicar às minhas ocupações cacetes: (...) ler romances e arranjar uma opinião sobre eles. Não há maçada pior. A princípio a gente lê por gosto. Mas quando aquilo se torna obrigação e é preciso o sujeito dizer se a coisa é boa ou não, não há livro que não seja um estrupício.”

“O que eu precisava era ler um romance fantástico, um romance besta, em que os homens e as mulheres fossem criações absurdas, não andassem magoando-se, traindo-se. Histórias fáceis, sem almas complicadas. Infelizmente essas leituras já não me comovem.”

Ainda nesse tema da literatura, é incrivelmente profética essa passagem em que Luís fica obcecado pela ideia de ser preso e escrever um livro na cadeia:

“Faria um livro na prisão. Amarelo, papudo, faria um grande livro, que seria traduzido e circularia em muitos países. Escrevê-lo-ia a lápis, em papel de embrulho, nas margens de jornais velhos.”

“A ideia do livro aparecia com regularidade. Tentei afastá-la, porque realmente era absurdo escrever um livro numa rede, numa esteira, nas pedras cobertas de lama, pus, escarro e sangue. (...) O livro só poderia ser escrito na prisão.”

Esses trechos são duplamente impressionantes, quando sabemos que “Angústia” foi publicado quando Graciliano Ramos de fato havia sido preso pelo governo de Getúlio Vargas, pouco antes da implantação a Ditadura do Estado Novo, e que essa experiência na prisão acabou gerando talvez a maior obra de Graciliano Ramos, “Memórias do Cárcere” (https://youtu.be/Qz2iZs7cea4).

Encerro essa longa resenha com mais algumas citações poderosas da pena desse grande autor brasileiro, com gratidão e orgulho por ter nascido no mesmo país que ele:

“Esta vida monótona, agarrada à banca das nove horas ao meio-dia e das duas às cinco, é estúpida. Vida de sururu.”

“Quando a realidade me entra pelos olhos, o meu pequeno mundo desaba.”

“Para que um homem discutir, se não é obrigado a isso?”

“Como certos acontecimentos insignificantes tomam vulto, perturbam a gente! Vamos andando sem nada ver. O mundo é empastado e nevoento. Súbito uma coisa entre mil nos desperta a atenção e nos acompanha. Não sei se com os outros se dá o mesmo. Comigo é assim.”

“Movemo-nos como peças de um relógio cansado. As nossas rodas velhas, de dentes gastos, entrosam-se mal a outras rodas velhas, de dentes gastos.”

E viva Graciliano Ramos!

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2021/09/angustia-graciliano-ramos.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
Mau Correia 28/03/2022minha estante
A melhor resenha que li sobre o livro.


Fabio Shiva 09/04/2022minha estante
Gratidão por sua Luz somando!


Andréia Barbosa 07/08/2022minha estante
Resenha maravilhosa!


Fabio Shiva 06/10/2022minha estante
Gratidão, Andréia!


kimberlly 27/11/2022minha estante
A melhor resenha que já li, parabéns!.


Fabio Shiva 28/11/2022minha estante
Valeu por essa energia boa, Kimberly! Viva Graciliano!


Nic â 29/11/2022minha estante
Que resenha incrível!


Ghafa 07/02/2023minha estante
resenha maravilhosa!! e viva graciliano!


Fabio Shiva 24/06/2023minha estante
Valeu pelos comentários e por essa energia boa! Viva Graciliano!


robertallaura 07/07/2023minha estante
Senti vontade de ler o livro novamente, após rever esta resenha. Que abordagem magnífica!


Fabio Shiva 22/07/2023minha estante
OI, Roberta! Gratidão pelo comentário e por essa energia boa! Depois de reler comente o que achou dessa segunda leitura, ok?


Gabriel2709 29/07/2023minha estante
Cara é que nem você disse, as vezes não é uma leitura que agrada, ou não faz sentido pra maioria que lê ou simplesmente vê de fora.
É muito do momento mesmo.
E esse livro em específico eu estava naquelas fases de amor não correspondido da vida, e esse fato me fez se atirar esse título "angústia" que ninguém tinha me falado antes, e bom quando comecei não csg parar de ler, o livro fala muito sobre perdas, e é algo se você não estiver na vibe, não vai entender legal, vai achar que Luiz era um louco, mas quem é sempre sóbrio de espírito nesse mundo? Momentos quando ele escuta Marina chorar no banheiro pela sua parede fumando um cigarro deitado no chão de seu banheiro. Me faz pensar que era simplesmente a escassa compaixão que tiveram por ele. Tanto na infância, pela perda de seu pai Camilo quando adulto.
E Julião aparecer e ele fazer o que fez, mesmo com a hesitação que teve momentos antes de seu ato, é algo que ele tenta lidar com a melhor maneira possível, mas devido às circunstâncias em que a realidade o coloca, ele não nem um menor amparo e conselhos pra tomar decisões. É ele por ele mesmo.
"Quando me deparo com a realidade, meu pequeno mundo desaba."
E essa solidão, angústia existêncial, pra mim é algo que graciliano passa na obra, como uma crítica a esse desamparo de um ser indigente, na sociedade brasileira.
O mau presságio o perseguindo do começo ao fim da obra.
E esse livro ainda me faz pensar muito sobre o Luís, e o medo de ser ele.
Abandonado, rejeitado, ofuscado por aqueles que o cercam.


Victor 10/08/2023minha estante
Que resenha magnífica!!!


Henrique736 29/08/2023minha estante
Admirado com a sua sinopse ??????????


Fabio Shiva 30/08/2023minha estante
Gratidão pelos comentários e por essa energia boa, amigos!


Bia 06/02/2024minha estante
Uaaau! Que resenha!




Gonçalez_ 02/06/2021

Surpreendeu
Minhas expectativas estavam baixíssimas até porque é o famoso livro obrigação e depois de Terra Sonâmbula eu estava traumatizada. No começo é meio difícil entrar na história e entender oq tá acontecendo, mas depois é bem rápido pra ler, o final tipo os 10% finais é bem chatinho. Mas no geral, o livro é mt bomm! Recomendo!
Josiastds 03/06/2021minha estante
Eu rir alto aqui hahaha Surpreendeu, nota 4? hahaha


Gonçalez_ 03/06/2021minha estante
KKKKKK SIM? surpreendeu mas n amei, achei que seria sla 1 estrela


Josiastds 03/06/2021minha estante
Vou começar a ler um Best Seller, amanhã agaurde??


Gonçalez_ 03/06/2021minha estante
Uuuu qual será??




spoiler visualizar
Alec.Ferreira 01/08/2023minha estante
Simmm!! Eu acho que era exatamente isso ansiedade!


Alec.Ferreira 01/08/2023minha estante
Em relação a ele senti apenas asco.


Alec.Ferreira 01/08/2023minha estante
Nunca tinha parado para refletir sobre isso! Muito interessante a sua resenha senhorita!


Luiza.Mainardi 01/08/2023minha estante
Confesso que o asco prevaleceu por muuuuito tempo




Felipe1503 20/12/2023

Literalmente angustiante
Graciliano me pegou em cheio com esse livro. Foram incontáveis as vezes em que me
Peguei ofegante e angustiado com o fluxo de memória do Luís da Silva. O cara é extremamente ansioso e maluco.
Sem dúvidas um dos melhores que li no ano.
Ansioso para as próximas leituras do autor.
Karolaine 20/12/2023minha estante
Vidas secas super recomendo é o maior de tdssss sem dúvidas


Karolaine 20/12/2023minha estante
São Bernardo magnífico tbmmm


Felipe1503 20/12/2023minha estante
Já comprei Vidas Secas. Começo em breve




osaif 23/11/2023

Talvez o maior desafio da vida seja lidarmos com nós mesmos.
Primeiramente: caso você queira ler o livro e seja sensível, toma cuidado por conta dos gatilhos e temas que o livro aborda ;)
?
li esse livro por recomendação de um professor, e estou extremamente grata porque esse é um dos melhores livros que eu já li.
?
Angústia é um romance circular que tem fim em si mesmo e definitivamente faz juz ao nome. Inclusive o fim do livro pode até mesmo soar confuso, mas cria um sentido quando você volta para o início da história. O leitor acompanha o narrador/personagem Luis da Silva, que após cometer um crime, começa a repensar sua vida e confundir a trama principal com memórias passadas que surgem sem muitas apresentações. Trancafiado na própria mente, o livro de início pode soar difícil pela sua escrita, porém nada mais é que o fluxo de pensamentos do protagonista, que como todos os humanos, acaba retornando para memórias e pensamentos soltos. Além disso, as sentenças se completam entre elas mesmas, algo que é resssaltado pelo posfácio e torna tudo ainda mais excepcional.

Durante minha leitura eu tive vários ritmos e sentimentos diante ao livro. O começo soava meio sem propósito, um romance que não ficava claro para onde ia chegar. Ao me aproximar quase que do meio, eu estava completamente frenética, queria terminar o livro, descobrir o desfecho, estava empenhada na história. Após isso, me deparei num ponto do romance em que eu sentia que tinha entrado num limbo, eu havia me envolvido com a história de uma forma surreal, porém não tão frenética. Por tocar em temas sensíveis eu não conseguia ler muitas páginas de uma vez, e tive que fazer diversas pausas para processar o que estava ocorrendo. Toda a história anterior havia se culminado em algo completamente complexo, bom e denso. Entrei em contato profundamente com os sentimentos de Luis e em certo ponto, também com os meus.

Agora, irei discorrer de um aspecto que eu amo nesse livro, a semelhança entre ele e meu livro quase favorito: crime e castigo do Dostoievski. A semelhança desde o começo é bem clara, protagonistas soberbos, egocentricos (inclua aqui diversos outros adjetivos negativos) e que idealizam a realidade; e o pior de tudo, é que em algum momento você vai se identificar com eles. Contudo, o ápice da semelhança encontra-se no momento do crime. Tal qual Ralskonikov, Luis martiriza-se, adoece e dá inicio há uma sequência de pensamentos perturbados. Sujeitos à própria mente desequilibrada, seus únicos contatos com a vida se tornam as pessoas que os visitam em seus quartos e suas memórias de quando ainda não haviam se rendido aos seus "instintos".

Igualmente vidas secas, o protagonista sonha em algo maior, em uma vida melhor, em que ele não se sinta tão oprimido pela sociedade que o cerca. Angústia apresenta uma aura de realismo pessimista, os sonhos e desejos da mente humana que ao entrarem em contato com uma vida seca, não se resumem a nada mais do que apenas ilusões. Ademais, ainda é possível extrair uma interpretação politica complexa do livro, porém não irei me estender aqui a respeito disso.

Basicamente, eu amo o graciliano Ramos! Suas obras são simplesmente impecáveis.

E por fim, essa obra magnífica nos traz as reflexões e desafios de viver em nossa própria mente complexa e as vezes, igualmente a de Luis, obssessiva, invejosa e problemática. Podemos tentar fugir da realidade mas nosso interior e pensamentos pertubadores sempre estarão lá. Para acabar com essa angústia Ralskonikov e Luis realizaram seus anseios mais violentos, que ficaram por muito tempo lá martelando na mente deles, até finalmente vir à tona. Realmente, talvez o maior desafio da vida seja lidar com o que não podemos escapar: nós mesmos.
Gerson 24/11/2023minha estante
"Crime e castigo" tem o elemento religioso bastante presente. "Angústia" idem?


osaif 24/11/2023minha estante
na minha visão, a religião não se apresenta tão presente nesse livro não


LeitorDepressivo 18/03/2024minha estante
Adorei a resenha, é Luis, nossa mente é um lugar pertubador e estranho.




Nayanne12 26/09/2022

enrolei pra terminar mas terminei
Confesso que fiquei um pouco ansiosa com a chuva de pensamentos acumulados pelo protagonista. Mas conforme a história vai passando você entende o que está se passando na cabeça do dele e percebe que um momento de decepção se transformou num gatilho que desencadeou todas as emoções que ele estava acumulando. Até que curti a história apesar de ter enrolado para terminar.
Tay Sayuri 13/10/2022minha estante
Só 3 estrelinhas nayanne??


Nayanne12 22/10/2022minha estante
eu gosteu tay, mas acho q 3 estrelinhas ta bom kkskskj


Nayanne12 22/10/2022minha estante
Eu gostei tay mas acho q 3 estrelinhas ta bom ksjksjskj




Maria 24/08/2023

Angustiante
3 estrelas, não é meu estilo de livro mas não é ruim não. É um pouco confuso no início pq você não sabe oque está acontecendo e a linha de pensamento é um pouco louca pq são as memórias dele e elas as vezes não estão em ordem cronológica de acontecimento.
Ruannita 24/08/2023minha estante
Já percebeu que o livro começa em "media res" no meio da ação? Depois de ter lidl até o fim, volte pro começo. A impressão que dá é que o livro é circular. Quando vc faz isso é que você entende melhor o início. Se voce tiver lido Crime e Castigo do Dostoievski vai indentificar semelhança no psicologismo dos protagonistas.


Ruannita 24/08/2023minha estante
Lembro que quando li o livro eu dei 5 estrelas porque fiquei angustiada com sucesso. kkkkkk


Maria 30/08/2023minha estante
Simmm, quando eu acabei eu voltei para ler o começo e realmente o começo é o final e o final é o começo. Mt louco isso e no final da todo um sentido para o livro.




Bia 25/10/2023

Me fez desistir de querer ler vidas secas
Que livro pedante, são tantas camadas de chatice que me perco por onde começo a falar mal
Angústia deveria ter esse nome porque realmente é angustiante ler isso, o personagem principal é a definição exata do que é ser um homem babaca, o jeito que ele trata a Marina da primeira vez, na minha opinião dá para considerar sim como assédio, metade do livro é ele criticando ela porque na visão torpe dele, ela é fútil sendo que ele mesmo chega a conclusão que a vingança dele foi fútil e na minha conclusão o fútil é ele e além de tudo hipócrita, crítica coisas na Marina que ele também é e coisas no Julião Tavares que no fundo ele admira
A escrita é bem demorada, do tipo que você conta os minutos para acabar logo e quando vai ver leu só 1 parágrafo
Os outros personagens são apagados, não tem um contexto ou plano de fundo interessante, para mim a única personagem que salva é a Marina que representa as mulheres que tem que aturar homens que são um porre e babacas e depois lidam bravamente com as consequências sozinhas queria que ela tivesse um final feliz
O livro tem lá suas lições mas para mim não vale a pena ser lido só por isso e se essa escrita do Graciliano for padrão eu realmente não quero ler Vidas Secas
emelz 25/10/2023minha estante
"conclusão que a vingança dele foi fútil, e na minha conclusão fútil é ele" KKKKKKKKKKKJJKKKKKKKKKKKKKKKKK gsotei


emelz 25/10/2023minha estante
da uma chance p vidas secas bea só p dizer q leu um clássico """""


Bia 28/10/2023minha estante
Em minha legítima defesa eu tinha acabado de ler essa chatice tava p da vida, mas acho que vou ler vidas secas sim só por causa do cachorrinho




nath191 08/01/2023

O tempo claramente psicológico aqui
Comecei com um pé atrás, mas foi bom porque acabou me surpreendendo.
Gosto bastante da narrativa do Graciliano Ramos em primeira pessoa. O Luís da Silva claramente num caos psicológico. 100% surtado.
Enfim, fiquei com vontade de ler ele outra vez pra poder entender os acontecimentos porque ele narra de acordo ele vai lembrando ou percebendo as coisas o que claramente não condiz uma passagem de tempo linear. E acho que seria muito bom entender tudo que acontece.
Lala 08/01/2023minha estante
A reviravoltaa, 5 estrelas!Agr fiquei curiosa pra ler, tá na minha lista faz um tempo já


nath191 08/01/2023minha estante
Kkkkk
Eu revoltei com o protagonista? Sim
Porém eu achei ele extremamente complexo, o que eu adoro




Gabi 05/11/2020

Intenso e intrigante
Pontos positivos:
? É um livro muito interessante, permitiu-me mergulhar na história, isto é, envolveu-me;
? Amo a maneira como Graciliano Ramos retrata os problemas sociais e acho que usa metáforas muito interessantes;
? O livro contém cenas que me deixaram aflita (isso é bom porque ele foi escrito exatamente com a intenção, tanto que se chama Angústia).

Pontos negativos:
? Achei o começo muito parado, a ação real demora um bom tempo para começar, mas acredito que isso seja proposital;
? O livro é cheio de rememorizações. No começo, isso deixa a história muito confusa - minha opinião!! -, mas depois melhora.

Gostei?
9/10
Laura*_* 05/11/2020minha estante
Eu não gostei, achei pouco envolvente :/


Luiza - @oluniverso 30/11/2020minha estante
Você falou sobre o começo do livro ser parado... descobri algo que ajudou muito a entendê-lo, não sei se sabe: Angústia é um livro circular, assim como Vidas Secas. Então, quando você termina de ler Angústia, precisa voltar às primeiras páginas do livro e lê-las novamente pra perceber o que aconteceu com o Luís depois do final do livro. Vai ver que faz total sentido.




Alec.Ferreira 24/06/2023

Um clássico não tão bom assim
Não se engane pelo título, se a ideia do título "Angústia" passa a ideia de dor sofrimento e intensidade não é o que você deva esperar ao abrir as páginas, é um livro sobre obsessão memórias e raiva, um romance sem romantismo apenas um olhar carnal perante ao seu objeto de desejo. Não é todo ruim a obra, você tem noção de como era a rotina e a vida por meados de 1900 em Maceió e até ri algunas vezes lendo, nada além disso, difícil se emocionar ou ficar tenso, você lê na esperança de melhorar e não melhora.
Vania.Cristina 01/08/2023minha estante
Eu gostei. Goi difícil e perturbador, mas marcante pra mim


Alec.Ferreira 01/08/2023minha estante
Jura? Eu achei que isso livro não foi para mim. O Luís me incomodava, a leitura, me incomodava tudo.




spoiler visualizar
clara 03/06/2022minha estante
Eu não gostei muito sabe, eu sou muito sensível com essas coisas, quase não consegui passar da metade, agora estou quase terminando, eu odiei muito a Marina, ela me pareceu uma garota detestável, tive muita raiva dela, e fiquei feliz quando chega na parte onde ele xinga ela a rua depois dela cometer o aborto (passei mal nessa parte também :( )

Mas quero terminar ainda pra entender o final.


bella 19/06/2022minha estante
entendi ;(
eu gostei muito da marina, acho que é uma personagem interessante, colocada como fútil na visão do Luís quando na verdade ela acaba sendo revolucionaria pra época
Me conta depois oq achou do final!!!




joaoggur 12/01/2023

Realmente? é angustiante!
[Essa resenha tem um spoiler, o mais conhecido da obra. Mas mesmo que você já saiba, ou queira ler a resenha para descobrir, eu recomendo a leitura mesmo assim.]

Graciliano Ramos, em 1936, estava preso em decorrência da sangrenta polícia de Getúlio Vargas. Da prisão trocava cartas com seu editor, e enquanto estava encarcerado, ?Angústia? foi publicado. Acho que nem mesmo o autor conseguia entender como esse livro era único.

É até difícil de resumir essa obra. Na verdade, é fácil: a história é básica e até um pouco batida, porém Graciliano consegue descrever tal situação tão bem que é impossível não ficar atônito. A trama segue a história de Luis da Silva, um homem amargurado, que se apaixona por sua fútil vizinha, Marina. Depois de certo tempo de namoro, Luis não tem dinheiro suficiente para bancar um casamento luxuoso como sua amada pedia. E, enquanto pegava dinheiro emprestado e movia mundos e fundos para realizar o sonho dela, Marina o trocara por Julião Tavares, um homem muito mais bonito, e principalmente, um homem que esbanjava riquezas. Até que, em um ataque de fúria e angústia? Luis matara o homem. E isso que é narrado em primeira pessoa no livro.

A história está repleta de flashbacks. Até a própria história é um flashback: quando o leitor inicia a leitura o crime já ocorreu, ali é uma forma do autor desabafar em primeira pessoa. Além disso, a narrativa está recheada de flashbacks em relação ao passado de Luis, de suas memórias na infância e juventude. O que mais me chamou atenção na leitura foi como o autor conseguiu desenvolver o personagem. Nos conseguimos sentir à angústia de Luis. Tudo é motivo para deixá-lo em cóleras: o passado (suas constantes memórias infantis), o presente (a iminência de ter assassinado um homem), o futuro (como Marina iria reagir?). A história não é genial, e sim como o autor descreve a mente do personagem principal - sempre angustiada. Outro fato interessante de se pensar é que evidentemente o leitor percebe a angústia de Luis por todo o livro, - porém, quando ele assassina Julião, aquele que supostamente seria o responsável por todos os seus problemas?. A Angústia ainda está lá. No final, não lhe deu conforto, não valeu a pena.

É impossível o leitor terminar a leitura sem ?um milhão de coisas na cabeça?. Não é uma leitura fácil, pois Graciliano se esbalda em desenvolver o fluxo de consciência, além de ser uma narrativa muito enigmática (demoramos a nos acostumar com o estilo de narração). Mas no final acho bem improvável não terminar pensativo. Como o próprio nome do livro diz, é angustiante, mas isso não significa que será uma experiência ruim.
Aline.Rodrigues 13/01/2023minha estante
A crueza do personagem é muito poética! Essa leitura me deixou muito pensativa.


joaoggur 13/01/2023minha estante
Muito, Aline. É uma leitura enigmática e poética do início ao fim. O título do livro ilustra muito bem o que ele representa: um personagem que muda-se por completo, mas não extingue sua própria angústia.




LetAcia 24/05/2023

Ok, esse é o segundo livro que eu li para o vestibular e realmente gostei kkk

?Angústia? é realmente angustiante ?
Por mais que tenha muitos flashbacks e não seja separado em capítulos, eu até que achei fácil de ler.
É um livro para ser lido mais de uma vez.
Maria 08/06/2023minha estante
Amiga também vou ler para o vestibular e deixa eu te perguntar. Você demorou para ler? Pq eu vejo gente falando que realmente angustiante ler isso


LetAcia 15/06/2023minha estante
Eu não achei tão difícil, mas li já ?sabendo? oq iria acontecer. Estou fazendo isso com quase todos os livros para o vestibular kkk tô achando beeem mais fácil de interpretar assim




May 24/07/2010

Típico livro cult.
Ninguem 22/10/2013minha estante
Muito faz quem não tem o que dizer calando-se.


May 22/10/2013minha estante
Tens razão, se não consegui tirar o melhor que o livro propôs. Fiz uma leitura rasa, devo ler outra vez.




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