Jéssica @paraisoliterario 31/01/2012Silêncio - Hush Hush #3Não é segredo para ninguém o quanto eu amo essa série, o quanto sou encantada pela escrita da Becca e o meu amor de quase todas as personagens. Mesmo com Crescendo tendo me decepcionado um bocado continuei fã e esperava que Silêncio fosse me surpreender, posso dizer que este livro fez mais que isso, deixou-me viciada, emocionada, confusa, furiosa... Enfim, tudo o que se espera de uma obra como esta. Se você ainda não leu o segundo livro da série Hush Hush tome cuidado, pois esta resenha pode conter spoiler do livro anterior.
Dessa vez a narrativa começa no presente, logo depois de Nora ter sido sequestrada pelo Mão Negra (se você leu Crescendo sabe de quem se trata), nesta parte Patch suspiros tenta fazer um novo acordo com ele para que a garota seja libertada imediatamente, mas o vilão só concorda em fazê-lo pouco antes do Cheshvan, o mês do calendário judaico, correspondente a outubro, onde anjos podem possuir o corpo dos nefilins que jurarem fidelidade. Depois disso, somos transportadas para o momento em que Nora reaparece no cemitério, três meses depois do seu desaparecimento e sem se lembrar do que aconteceu nos últimos cinco meses.
Ao voltar para casa a nossa querida protagonista tem que tentar se reajustar a sua nova vida, mas o buraco em sua memória a incomoda demais, além disso ela tem que se conformar com o fato de sua mãe estar namorando com o pai da detestável Marcie Millar, que aliás está tentando se aproximar de Nora usando a desculpa de que o "caso de verão" de Marcie as aproximou, o problema é que as coisas não se encaixam muito bem porque a Srta. Gray não acredita que possa mesmo ter se tornado próxima de Marcie, não depois de onze anos de humilhações sofridas.
— Hummm? — Desviei os olhos e, agitada, usei a irritação como disfarce para o desconforto. — Hummm significa o quê, exatamente? Não consegue formular frases com mais de cinco palavras? Todos esses ruídos e gemidos fazem você parecer... primitivo.
Seu sorriso se alargou.
— Primitivo.
— Você é impossível.
— Mim Jev, você Nora.
Como se não bastasse, agora Nora tem tido sonhos com a cor preta, como se ela tivesse vida, e esses sonhos tem aparecido em momentos estranhos e impróprios. Ela não se lembra de Patch, mas tem a estranha sensação de que estão faltando algumas coisas, coisas estas que nem sua melhor amiga, Vee, e muito menos sua mãe estão dispostas a contar e é então que Scott surge e começa a iluminar alguns dos acontecimentos dos últimos meses. Ele é o primeiro a tocar no nome de Patch de maneira aberta e sincera, a expor a identidade do Mão Negra e começar a ajudar a garota a recuperar a sua memória.
E se isso tudo não fosse suficiente agora um cara chamado Jev, ao qual Nora se sente estranhamente ligada, aparece do nada e salva sua vida quando anjos tentavam forçar um nefilim a jurar fidelidade. Ela não consegue explicar, mas quanto mais pensa no garoto que a salvou, mais a sensação de que havia uma espécie de ligação entre eles dois aumenta, mas por mais que tente se lembrar dele ela simplesmente não consegue. Nora vai precisar de muita ajuda para retomar sua vida, mas não vai conseguir fazê-lo sem recuperar a memória, então ela vai ter que colocar toda sua fé em pessoas das quais não se lembra e torcer para que esteja fazendo o que é certo.
Por onde começar? Quando li a sinopse, tempo atrás, e lá falava que Nora havia perdido a memória dos últimos cinco meses, duas questões me deixaram bastante curiosa, a primeira delas: como ela iria descobrir, ou lembrar, tudo o que sabia sobre o mundo que a cercava?; segunda delas: como Patch se encaixaria nessa história toda? Achei muito interessante a forma como a Becca desenvolve essas questões e, em certas partes, você se pega pensando esse é o Patch e logo em seguida que não é ele, isso aconteceu comigo durante uma boa parte da leitura.
A cada página temos mais ação e mistério, então se você não tem um coração forte, por favor tome cuidado... Essa última parte é brincadeira nem tanto, fato é que quanto mais eu lia, mais páginas eu queria ler e mistérios descobrir. O que me chamou atenção também foi o fato de que a Nora volta a ser a garota decida, forte e corajosa, o tipo de personagem feminina que faz uma obra ser melhor, porque para mim não basta ter um bad boy como protagonista para me fazer ficar apaixonada pelo livro, isso ajuda, mas a personagem feminina não pode ser uma "mosca morta".
— O nome disso é chuveiro... — comecei automaticamente, mas parei. minha memória sofreu um solavanco, tomada de assalto por um sentimento intenso e poderoso de inadequada familiaridade. — Sabão, xampu, água quente... — Acrescentei com a voz fraca.
— Nua, sei como é. [...]
A diagramação é idêntica a dos outros dois livros, coisa que me agrada bastante, já que acho que mudar a linha editorial no meio de uma série é uma furada, nenhum leitor gosta. Hush Hush tem as capas que eu mais amo, contudo a de Silêncio é a mais linda, nenhuma outra supera. Voltando à diagramação, é linda, sempre me encantou porque foi trabalhada na medida certa.
O que eu não gostei nesse livro? Isso é um problema, porque eu gostei de tudo, havia momentos em que eu pensava que Nora se colocava em perigo de propósito, mas isso é muito bom porque é o que fez com que fosse tãoo emocionante. Algumas cenas com Vee e com Patch trazem a diversão, no caso dele por causa do sarcasmo.
Por tudo o que essa série representa para mim (tenho uma história com ela), pela estória em si, pela qualidade desse livro eu não poderia dar menos de cinco estrelas para ele