A Esperança

A Esperança Suzanne Collins




Resenhas - A Esperança


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Lu 10/07/2012

Nem um pouco esperançosa. Foi assim que eu me senti ao longo da leitura das 421 páginas do livro que encerra a ótima trilogia da Suzanne Collins. O tom melancólico da narrativa, o banho de sangue da história, os persongens traumatizados tornaram a leitura, não raro, angustiante. Sinceramente, eu me pergunto o que levou a editora a batizar o livro assim.

Especulações à parte, o livro é muito bom dentro de sua proposta e seu contexto. De longe, é o mais brutal dos três. Há pouquíssimos momentos de alívio aqui. Pessoalmente, eu gosto dessa trilogia porque ela faz o leitor pensar em algo além de "A mocinha vai ficar com o vampiro/anjo/fada/gnomo mágico ou o lobisomem/anjo malígno/humano?", e se questionar sobre totalitarismo, fome, miséria, sociedade e democracia, ao mesmo tempo que entretém como um thriller de ação e guerra.

O início é um tanto quanto lento, até mesmo cansativo certas horas. Da metade em diante, o livro adquire velocidade e, enquanto lia, eu me sentia num videogame. Matando Pacificadores, destruindo obstáculos e ganhando pontos ao achar comida. É assustador, real e excitante. Uma versão ainda mais medonha dos Jogos.

Isso não quer dizer que o livro não tenha falhas. Katniss estava particularmente detestável nesse volume. Não a Katniss heroína, aquela capaz de grandes gestos heróicos, a que carrega a responsabilidade de ser o Tordo. Mas a garota Katniss. Essa é, para mim, a grande falha na construção feita pela Suzanne. Nenhum de seus sentimentos por Gale ou Peeta me parecem verdadeiros. Ela sempre me passa a impressão de que os está usando com o propósito de anestesiar sua dor. É compreensível, eu acho, tendo em vista tudo o que ela passou. Mas não a torna menos falsa ou manipuladora aos meus olhos.

Não que a escolha seja tão difícil para mim. Eu não gosto do jeito revoltado e arrogante de Gale. Para ser franca, a questão romântica me pareceu deixada totalmente em segundo plano, que sua solução acabou sendo um tanto quanto fria. Talvez porque, a meu ver, tenha sido mal trabalhada pela autora desde o início.

No todo, digo que o livro é bom pela qualidade da narrativa, pela história e pela reflexão proposta e, sim, pelos personagens marcantes, ainda que imperfeitos.

Apesar das qualidades, não posso ignorar o fato de que é uma leitura que deixou um gosto desagradável e amargo no final. É por isso que a nota real é 3,5 estrelas. Confesso que esperava não mais do que aquilo que foi apresentado. Mas algo diferente. Mais esperança, talvez.

Recomendo.



Natalie 23/07/2012minha estante
é meu livro favorito !


Caroline Gurgel 21/01/2013minha estante
Senti o mesmo!! Pra mim é o mais fraco dos 3 livros (amei Em chamas). A Katniss que eu amava muda muito nesse livro, e me dá uma saudades do Peeta romântico...


Van 07/03/2013minha estante
Concordo que o nome foi infeliz e que é o mais pesado e dificil dos 3..

Mas ela me arrebata no final e me relembra o porque amei tanto essa triologia.


Fábio R. Candiá 22/12/2014minha estante
Apenas um comentário sobre o título que vc citou que não ficou bom por parte da autora. O título do livro original é Mockingjay que significa Tordo. Na tradução para o português que colocaram como A Esperança.




Stephanys27 04/12/2023

Pra mim dentre os três livros esse foi o mais corrido, muito emocionante e com bastante reviravoltas mas muito corrido parece que a autora correu tanto no livro que nos últimos 2 capítulos ela teve que pisar no freio, e acabou fazendo um suspense desnecessário pra fazer o esquadrão 451 a chegar no presidente.
Apesar de tudo, adorei o desfecho da série.
marnofimdocaminho 04/12/2023minha estante
acha q vale a pena ler mesmo ja tendo visto os filmes??


Stephanys27 04/12/2023minha estante
Com certeza, o filme te ajuda a criar o cenário e o livro te dará todos os detalhes e pensamentos. Talvez você até ache os filmes melhores depois de ler. Eu também já tinha visto os filmes e ao ler, percebi que, na época, tinha entendido bem pouco.


marnofimdocaminho 04/12/2023minha estante
então, exatamente isso que penso. vi os filmes quando lançaram e não entendi quase nada, e os livros costumam ser bem mais claros. to na busca de uma serie de livros pra ler e ando cogitando essa...


Stephanys27 04/12/2023minha estante
Eu não tinha gostado muito dos filmes na época e revi eles depois de ler os livros e foi maravilhoso. Eu achei uma série simples, sem muita regra ou ser mirabolante e acaba sendo muito fácil de ler, mas não é boba.
Depois me conta o que achou :)




Sara 27/07/2021

E que a sorte esteja sempre a seu favor!
Foi um final triste, apesar da guerra ter acabado e eles vencerem eu ainda achei o final extremamente triste mas apesar disso eu gostei muito da história. Peeta é meu personagem favorito e seguindo isso Haymitch é meu segundo favorito e claro a Katniss também. Achei que o Gale foi desnecessário, não tenho nada a acrescentar sobre ele. Os personagens me conquistaram, os que morreram me fizeram chorar muito porque eu me apeguei demais. Resumindo é mais uma história triste do que qualquer outra coisa (pelo menos no meu ponto de vista) mas é incrível a história vai prender você e a escrita da autora é excelente. Com toda e absoluta certeza entrou na minha lista de favoritos, é a minha trilogia favorita sem sombra de dúvidas.
sophiamazzini 27/07/2021minha estante
realmente é um livro muito triste, eu gosto do Gale mas o final dele não foi bom


Sara 27/07/2021minha estante
Achei o final muito raso, ainda mais pra ele que esteve na história dês do comecinho, na verdade achei o final de vários personagens bem raso.


sophiamazzini 27/07/2021minha estante
Exatamente! Não precisamos nem falar do final do finnick, na minha opinião foi o pior de todos.


Sara 27/07/2021minha estante
Meu deus SIM achei totalmente desnecessário




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eubeckyleitora 21/08/2022minha estante
essa aí tem culhão


Carolinne.Leite 21/08/2022minha estante
Falo mesmo kkkkkkk fui ler com tanta expectativa


Marcela 26/08/2022minha estante
Coloca alerta de spoiler ?


Carolinne.Leite 26/08/2022minha estante
Aaaaaaaaa, desculpaa




Luiza U 21/08/2013

Muito pesado!
Se o livro fosse uma cor, seria um cinza escuro. Achei muito pesado. E nao gostei do final. Fez-se coisas que nao havia necessidade.
Duan Baptista 21/08/2013minha estante
Senti a mesma coisa quando acabei de ler (foi a menos de 2 horas rsrs).


Alessandra 23/08/2013minha estante
Senti o mesmo, 'pesado' essa palavra define tudo!


Alessandra 23/08/2013minha estante
Senti o mesmo, 'pesado' essa palavra define tudo!


Aline Stechitti 28/08/2013minha estante
Distopias são assim mesmo




Alex 27/08/2022

Ótimo Encerramento
Achei a leitura arrastada no início, e tudo fica meio frenético do meio até o final. Li em dois dias. Burrooo, pq agora acabou a triologia e tô com uma sensação horrível de não ter aproveitado aos poucos essa obra prima

Solução: Vou reler KKK
John 27/08/2022minha estante
Vai ler a cantiga dos pássaros e das serpentes?


Alex 27/08/2022minha estante
Eu pretendo, só tenho um pouco de receio pq uma galera falou que era meio ruim, e sinceramente eu achei a teiologia muito boa pra estragar minha experiência KKKK


Alex 27/08/2022minha estante
Tu já leste? Se sim o que tu achou?


John 27/08/2022minha estante
Comecei a ler anteontem, até o momento tá interessante, não criei expectativas também e talvez isso esteja ajudando rsrs




bmndzz 16/01/2024

Se o Gale n existisse esse livro seria BEM melhor
Achei o início meio entediante, provavelmente porque explica muito do sistema da guerra e da rebelião. Mas também tem Gale demais e pouco Peeta, e eu sempre achei o Gale insuportável.
Como o início foi lento, acabei vendo os filmes antes de acabar o livro, o que deixou o livro mais entediante porque a adaptação é muito boa, tendo coisas que eu até prefiro ao livro (o destino da Effie, por exemplo, porque a Suzanne praticamente esqueceu dela até o finalzinho e eu achei que a Katniss teria muito mais apreço por ela).
O fim que mostra os efeitos da guerra na Katniss e como ela lida com isso é MUITO BOM. Bem realista, mostra quem ela é de verdade, só uma garota forçada a ser o símbolo de uma guerra que ela nunca esteve muito interessada e como isso traumatizou ela demais.
Curto o aspecto que essa série dá sobre guerra, desigualdade e autoridade.
lila 17/01/2024minha estante
vc sabia que quando eu li eu gostava do gale ?


bmndzz 17/01/2024minha estante
EW COMO Q A GENTE É AMG???


lila 17/01/2024minha estante
ERA NO PASSADO AS PESSOAS MUDAM EU MUDEI


bmndzz 17/01/2024minha estante
BOM MESMO ?




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Nathalya.Dancker 08/02/2017minha estante
Poxa, spoiler bem na caruda hein?


Duda - @mardoart 08/02/2017minha estante
desculpa,n resisti,já leu ?


Nathalya.Dancker 08/02/2017minha estante
To no primeiro ainda


Duda - @mardoart 09/02/2017minha estante
desculpas,mas pra mim,n muda nada o spoiler




bibis 20/07/2021

sobre a trilogia no geral: AMEI

Eu não tô sabendo muito bem o que achei do livro, é muito, muito bom.
No começo achei ele bem monótono, sem graça. Mas não demorou muito pra ficar melhor.
Mas, algo que eu não esperava, passei as últimas 100 páginas quase chorando KKKK
Não foi um final como eu esperava, quanta tristeza família.
mariwfreiree 20/07/2021minha estante
Aiii, to louca pra ler esse último!


bibis 20/07/2021minha estante
se prepara psicologicamente pro final KKKK


meumundinhodoslivr 20/07/2021minha estante
o final me matou, esse livro na verdade me matou KKKKKKKKK


Mari 22/07/2021minha estante
Foi a mesma coisa comigo. No começo eu tava achando um pouco chato, mas depois eu li umas 200 páginas em 1 dia de tanta emoção




Bella 27/10/2021

A esperança
Após essa releitura tenho mais convicção que não se trata de uma série infanto-juvenil por trazer reflexões muito adultase ser bem realista em relação aos temas que se propõe. Recomendo a leitura justamente por essas reflexões e pela história tb que prende, principalmente nos dois primeiros livros.
Pedro 27/10/2021minha estante
Poxa, eu fico muito chateado quando o último livro é o mais fraco.


Bella 29/10/2021minha estante
Eu achei em alguns aspectos? mas depende do ponto de vista né? Vc já leu essa série?


Pedro 29/10/2021minha estante
Não, Bella, ainda não li. Mas é que eu já li algumas trilogias com finais ruins.


Bella 31/10/2021minha estante
Eh ruim mesmo. A gente fica com expectativas né?




jay 08/06/2021

Eu não sei como um livro pode ser tão lento e ao mesmo tempo tão corrido.

Os primeiros 20% foram um desafio para mim, eu não sei qual a necessidade de qualquer coisa a Katniss parar no hospital, e isso me incomodou muito porque poderia se resolver em um capítulo só.

Depois que ela vai ao destrito 8, as coisas começam a melhorar e cheguei até em pensar dar 4 estrelas para o livro.

Eu não sei porque a autora transformou metade do livro em um triângulo amoroso.

Quando realmente as cenas de ação começaram faltavam apenas 10% para o livro acabar. (isso fez com que elas fossem extremamente corridas, houveram partes que eu tive que ler novamente pq os cenários mudavam sem parar).

Eu senti que houveram partes que a Katniss desmaiou só para o tempo passar rápido e não haver a descrição de tal coisa. (como a cena da flecha e do dos paraquedas).

Decisões, que na minha opinião, poderiam ser tomadas e faziam mais sentido com a história foram jogadas no espaço.

O epílogo salvou um pouco o livro, mas realmente foi suficiente??? Acho que não.

Talvez tenha sido erro meu ter comparado A Esperança com Em Chamas, por exemplo.
MabiJS 08/06/2021minha estante
Com certeza é um erro comparar Em Chamas com A Esperança. Perdi-me muito no desenvolver deste livro, não só por ser lento demais em certas partes, mas porque pareceu-me que a escrita estava confusa no raciocínio da protagonista. Ainda assim, achei bom.
Faz alguns anos que li esse livro, e hoje vejo que tenho um ponto de vista diferente do que tinha na época que li.
Parece que estas partes massantes da história são muito mais importantes e relevantes do que pareciam antes.


jay 08/06/2021minha estante
simmm concordo plenamente.
Eu vou ver os filmes e analisar novamente kkkkkkkkk.
Mas eu admiro o bom desfecho (n sei como vai ser A Cantiga dos Pássaros)


Gabriel 08/06/2021minha estante
Esse livro é muito ruim, para falar a verdade. As coisas são muito convenientes durante boa parte da história, a autora fica focando naquele triângulo amoroso horrível que ela tenta forçar desde o primeiro livro e SIM, em A Esperança a Katniss vive no hospital. Toda vez que ela fazia qualquer coisa ela desmaiava e ia pro departamento médico do distrito 13


Gabriel 08/06/2021minha estante
E o final é muito preguiçoso e pequeno para a personagem principal. A Katniss é uma protagonista gigante que fez coisas incríveis e no final foi reduzida a uma escolha de com quem ela ficaria. Achei A Esperança muito inferior em relação a Jogos Vorazes e, principalmente, com Em Chamas




allieee 06/01/2023

Uma trilogia realmente bombástica
"É como um jogo. Repetitivo. Até um pouco entediante após mais de vinte anos. Mas há jogos muito piores do que esse."

Vou fazer uma resenha geral sobre a triologia como um todo, mas não vou me aprofundar em detalhes porque meus surtos já fizeram isso. Bem, eu decidi reler os livros porque estava afim de assistir os filmes porém sem celular, e como a última vez que eu li Jogos Vorazes foi anos atrás eu quis relembrar a sensação que é ser abençoada com a escrita e a história da Suzanne Collins. E meu deus, esses livros nunca vão parar de ser impactantes. Existem livros bons por apego a história e existem livros verdadeiramente bons. Jogos Vorazes é verdadeiramente bom.

Mesmo sabendo a história e sabendo tudo que viria a acontecer, é impossível você largar o livro e fazer suas atividades diárias, você sempre quer ler, quer ver a Katniss conhecer personagens que ama e ver a diferença de pessoa que ela se tornou do primeiro livro ao último. Algo insuperável é como a personalidade dela foi bem trabalhada durante a história, eu vejo muita gente reclamando sobre ela parecer outra pessoa em Esperança com outros pensamentos mas é exatamente esse o ponto, é impossível ela voltar a ser a pessoa do primeiro livro e os pensamentos dela refletem a quantidade de manipulações que ela constantemente é posta sem perceber, e isso foi uma jogada genial.

Jogos vorazes é um início impecável, Em Chamas é um meio livro perfeitamente bem feito para prender o leitor e fazer ele se preparar ao que está por vir, e A Esperança é um final impecável, porque em uma guerra, em uma revolução, não existe um final feliz, existe um final pacífico. Katniss jamais vai ser 100% feliz e sabemos disso, mas ela encontrou formas de continuar sobrevivendo depois de tanto caos. As pessoas resumem o livro a ela e o Peeta mas eles são apenas um ponto dessa história, eles mantém um ao outro vivo, como o Gale disse, ela escolheu aquele que seria impossível sobreviver sem, porque Peeta é o controle das chamas dela. Katniss e Peeta são muito mais do que apenas um romance.

Meu personagem favorito é o Finnick e me dói ver o quanto ele foi desvalorizado nesse último livro, toda a história dele me da uma tristeza tão grande mas eu queria ver mais participações dele. Não só dele como da Prim, eu queria que fosse oferecido mais chances de amar a personagem porque eu não acho que muitos fãs da saga entendam o motivo pelo qual a Katniss preferiu morrer do que perder a irmã. Mas ao mesmo tempo, era tanta história que eu entendo que não sobrou espaço para desenvolver todos os personagens, até porque não existe um personagem que não mereça uma história contada em Jogos Vorazes. Até mesmo Gale, um personagem que é TÃO complexo e bem desenvolvido, e constantemente outros autores tentam criar um personagem assim nos seus livros mas isso é um talento que apenas a Suzanne tem.

Bem, eu amo esses livros com o fundo da minha alma e sempre vai ficar marcado em mim todos os aprendizados e a realidade clara dessa história. Apesar de ser famoso e todos conhecerem ou ao menos já terem ouvido falar em Jogoz Vorazes, é uma leitura obrigatória independente da sua idade, porque a mágica da Suzanne Collins é ter algo para falar para todos, e não só para um grupo de pessoas específicos.
allieee 06/01/2023minha estante
(entendam o humor no bombástico KSHSKSBSKSNAMSKAKS


giioooo 06/01/2023minha estante
A PIADINHA BOMBÁSTICA XMQNMXWMMDMQMXM


MARIE DUARTE 06/01/2023minha estante
LINDO ???


allieee 06/01/2023minha estante
COMBINOU PERFEITAMENTE KSHWKSJSKSKSKS




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Nacil 23/08/2012minha estante
(Spoilers Alert!) Muitas revoltas...rsrs


Liz 24/09/2012minha estante
Claro que sim ! Esperava muito mais do último livro.... mas mesmo assim a trilogia é boa (:


Ludy 25/07/2013minha estante
maior spoiler da minha vida, neh Liz? rsrs




Monique 17/11/2021

Talvez seja porque já li esse livro umas quatro vezes, mas não gostei muito dessa leitura. Foi pesada e chata, e ao mesmo tempo corrida e previsível. Não é ruim, gosto razoavelmente do final, mas já tô cansada desse universo. É o pior livro da saga, mas é de longe melhor do que muitos outros que já li.
Thayna229 18/11/2021minha estante
Amiga eu tô adorando ler, um dos meus preferidos da saga mas tenho que concorda que tá sendo mesmo corrido


Monique 18/11/2021minha estante
o final é tum tum tum acabou, fiquei meio decepcionada KKKKKK


Thayna229 19/11/2021minha estante
Ainda não cheguei no final mas tô bem perto




Junyander 16/01/2018

Mostre-me, Collins!
Há uma máxima da narrativa de ficção que diz o seguinte: "Mostre, não conte". Ignorando quase que completamente a premissa, Suzanne Collins consegue fazer com que o último livro da sua trilogia Jogos Vorazes seja, de longe, o pior. Superada a novidade e o subtexto político-social propostos pelo primeiro volume (“Jogos Vorazes”) e as inteligentes intrigas de uma ótima e superior sequência (“Em chamas”), resta muito pouco da criatividade da autora para preencher as páginas desse “A Esperança”. A leitura é maçante e apenas o leitor persistente se dará ao trabalho de arrastá-la até o final.

Dando prosseguimento à rebelião dos distritos de Panem contra a Capital, iniciada no volume anterior, o enredo basicamente gira em torno dos planos para tomar o controle do país. O lendário Distrito 13, que todos imaginavam inabitado e inóspito, surge como quartel-general da resistência, onde agora estão abrigados os sobreviventes do extinto 12 e cujo comando está nas mãos da presidente-rebelde Alma Coin. Enquanto o alto escalão administra à distância os movimentos de guerra, a protagonista Katniss Everdeen passa a maior parte do tempo confinada nas instalações subterrâneas do 13 sofrendo com os horrores da arena e suas consequências, como a prisão de seu companheiro nos jogos Peeta Mellark pela Capital.

Apesar da relutância inicial, Katniss aceita assumir o papel de garota-propaganda da rebelião, o seu papel de “Tordo” (na tradução preguiçosa de Alexandre D’Elia)*, a pedido da Presidente Coin. Paralelamente, do outro lado do tabuleiro, o presidente-tirano Coriolanus Snow tenta dissuadir os rebeldes em campo da continuidade da guerra, fazendo uso de seu refém Peeta para, ao mesmo tempo, desestabilizar Katniss emocionalmente, tarefa a qual desempenha com sucesso. Nesse aspecto, é preciso dar os devidos créditos à habilidade da autora em fazer com que o leitor sinta o impacto emocional que atinge a protagonista. Em determinado ponto da narrativa, é difícil avançar na leitura diante das terríveis possibilidades do destino incerto de Peeta, quem se tornou a personagem favorita de muitos ao longo dos dois livros passados. Sentimo-nos tão impotentes quanto Katniss e quase atingimos o seu estado de melancolia. Mas, infelizmente, essa habilidade de Collins não se mantém por toda a trama e logo o leitor está apenas preocupado com o momento em que o Tordo se dará conta, finalmente, de que há uma guerra lá fora e abandonará sua apatia quanto a ela. A história promete ficar interessante quando lança-se a dúvida sobre a confiabilidade dos rebeldes: será que há realmente um lado certo nessa guerra? Será que as intenções da liderança rebelde são realmente as mais justas para o bem comum de Panem? Será que os distritos estarão livres ao final? No entanto, o que poderia ser um ponto bastante instigante para a narrativa não é explorado e o enredo cai definitivamente em um marasmo com todo o drama adolescente sem-fim da protagonista, que impede o desenvolvimento da ação propriamente dita e da guerra em si.

Sim, Katniss tinha todo o direito de sofrer suas dores. Estamos em uma distopia e a Capital, muito antes da guerra, destroçara a todos. Contudo, era preciso pôr limites no tema do sofrimento (já suficientemente explorado nos livros anteriores) ou equilibrá-lo com aquilo que se passava, de fato, no campo de batalha. E aí é que está o ponto mais frágil de “A Esperança”, responsável por coroá-lo como um livro ruim: toda vez que algo importante está prestes a acontecer, Suzanne Collins tira a protagonista de cena e impede que o leitor veja, através dos olhos dela, o desenrolar da trama. Considerando a narrativa ser toda em 1ª pessoa, com uma narradora-protagonista, isso se torna um grande problema, pois tudo o que ficamos sabendo nos chega pelos olhos de terceiros, ou melhor, pela boca, já que nada é "mostrado", apenas "contado" para Katniss. É como se a autora tivesse apenas traçado o argumento geral da obra e morrido antes de ter tido a chance de narrá-lo.

Há bons pontos de ação, é verdade. Especialmente mais para o final das Partes I e III. Porém, quando essa ação, enfim, entra em cena não há tempo para que ela seja desenvolvida de modo eficiente ou para que o leitor a absorva de maneira adequada, dada a velocidade com que tudo acontece, e o livro acaba retornando a um problema que a trilogia parecia já ter superado: em vários pontos, a narração não é convincente, lembrando mais uma lista de fatos isolados do que uma progressão aceitável dos acontecimentos. A banalidade com que as necessárias baixas são apresentadas, por exemplo, é desestimulante: uma a uma, as personagens são simplesmente descartadas e suas mortes não chegam a causar o devido impacto (se nem mesmo a autora se importou com elas, por que o leitor se importaria?).

Soma-se a isso um aspecto incontornável, que ajuda a entender a dificuldade em se avançar na leitura. À medida que vamos nos aproximando da Capital para findar a guerra, as personagens mais interessantes vão sendo deixadas para trás, tornando o texto mais monótono: Johanna Mason, Haymitch, Boggs... nenhum deles têm um grande papel na trama. Também não temos o ar da graça de Effie Trinket, que faz apenas uma aparição especial. O núcleo principal de combatentes é raso e pouco cativante. Ademais, tirando a menção à figura inalcançável de Snow, os rebeldes estão lutando contra uma massa amorfa e, durante a maior parte da guerra, é difícil acreditar no desejo da Capital em manter o controle sobre Panem, dado seu esforço mínimo em combate.

Com tudo isso, era de se esperar uma heroína capaz de segurar a história e justificá-la. Lamentavelmente, somos obrigados a constatar (e aceitar), porém, que Katniss Everdeen continua sendo a mesma de sempre: sem sal. Ela se pretende (ou, antes, a autora a pretende) esperta, mas não o é. Demora para perceber as intrigas a sua volta e a reagir a elas. Tem uma visão limitada para o sofrimento alheio, embora se importe demasiadamente com o seu próprio. Se no início podemos sentir suas dores e o quão voraz foram os jogos (o que seria um feito e tanto se ela se levantasse do fundo do poço no mesmo ritmo do leitor, que percebe a necessidade da ação), chegamos ao final com a certeza de seu egoísmo – principalmente ao analisarmos suas atitudes em relação aos problemas enfrentados por Peeta. Aliás, a resolução do triangulo amoroso entre este último, a garota em chamas mais fria de toda a Física e Gale é insólita – embora minimamente agradável se você estivesse torcendo pelo casal certo. Mas a verdade é que teria sido mais convincente e melhor para todos se Peeta e Gale tivessem abandonado Katniss e acabado juntos.

Por fim, ao contrário do que ocorre com “Jogos Vorazes” e “Em chamas”, cujas adaptações cinematográficas são altamente dispensáveis, mas a leitura recomendada, no caso de “A Esperança” é possível garantir que, para os leitores menos fanáticos, assistir ao filme será mais do que suficiente, apenas para se inteirar da conclusão da trilogia, uma vez que Suzanne Collins não entrega um grande resultado na escrita e a transposição para a tela prezou pela fidelidade. O livro reserva boas reviravoltas. É amargo – a cena da cozinha na Mansão dos Vitoriosos traduz bem isso e pode até provocar lágrimas. Novamente, há um debate ético (sobre a questão do poder, da vingança) muito pertinente para o universo distópico construído até ali. Uma ou outra sequência de ação pode empolgar ou convencer. Mas, de modo geral, Collins peca por nos contar o que se passou, ao invés de nos mostrar o que se passa por meio da participação ativa da protagonista. Faltou vontade para narrar. A sensação é de estar lendo um resumo.


[COLLINS, Suzanne. A esperança. Tradução Alexandre D'Elia. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2011.]

*No original, o pássaro-símbolo da rebelião chama-se "mockingjay", nome cunhado pela autora a partir da aglutinação de dois termos: "mockingbird" (Mimus polyglottos), pássaro comum da América do Norte famoso por imitar o canto de quase todas as aves, cujo nome em português é imitador-poliglota, e "jabberjay" (pássaro fictício), um bestante com capacidade de memorizar e reproduzir conversas humanas, criado pela Capital para fins de espionagem. Na versão brasileira, o tradutor se limitou a batizar a invenção da autora com o nome de um pássaro real, o tordo. "Mockingjay" é também o título original de "A Esperança".
Phelipe Guilherme Maciel 16/01/2018minha estante
Achei sua resenha minuciosa e deliciosa de se ler. Parabéns pela qualidade da escrita e pela concatenação de ideias. Te adicionei como amigo e te segui, na esperança de ler mais resenhas como essas e menos livros como "A Esperança", se Deus quiser.


Junyander 16/01/2018minha estante
Obrigado pelo retorno, Phelipe. Já estou te seguindo de volta. Espero que 2018 seja um ano de melhores leituras e de muitas resenhas!


Rafa - @espaco_dos_livros 09/01/2019minha estante
Também achei esse final bem fraco.... Esperava bem mais da luta rebelde e esse final trágicor melancólico não me trouxe nem um pouco de esperança... Eu esperava bem mais sobre essa questão do questionamento de qual lado está certo e quais rumos serão tomadas... No fim, pra mim, soou só como um livro de reality show... A rebelião mesmo passou longe




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