Amanda 03/05/2019
Melhor do que o esperado.
Eu adoro ler resenhas de outras pessoas antes de começar um livro. Alguns acham que isso pode interferir na opinião pessoal, mas eu acho que ajuda a me preparar para o que está por vir. Gostei de ter feito isso com Gimmerglass porque me ajudou a começar essa leitura sem muitas expectativas.
Eu definitivamente não esperava gostar do livro, mas durante a leitura me vi presa e totalmente interessada em quais rumos a história tomaria.
Poderia ser melhor? Sim, em muitos aspectos, e tenho certeza que se tivesse lido na época que foi lançado, eu teria gostado bem mais. Hoje eu sou um pouco mais chata em relação a esses livros e consigo apontar facilmente diversas coisas que me desagradam.
Meu primeiro ponto negativo vai para o desenrolar da trama. O livro começa com diversas coisas acontecendo rápido demais e sem muitas explicações, me deixando sem tempo para poder digerir melhor.
Os autores de fantasia precisam parar de escrever livros tão curtos e corridos. Nós leitores assíduos desse gênero, gostamos de explicações e diálogos bem construídos para ajudar a entender melhor tudo o que esta acontecendo, principalmente em um livro que mistura o mundo humano com o mundo das fadas.
Fiquei um pouco animada ao saber que o livro traria essa mitologia, e gostei bastante da autora ter permanecido fiel aos elementos da cultura celta, porém esse mundo e criaturas ficaram totalmente limitadas a visão da protagonista, me deixando com vontade de saber mais sobre ele fora da bolha dela.
Vi muitos comentários falando sobre a história focar em politica e esquecer a magia, algo que não concordei. Para mim os dois estão igualmente presentes, porém muito pouco. É aí que entra novamente o que apontei ali em cima sobre livros de fantasia curtos demais.
Os personagens são bem 'ok'. A Dana é tipica adolescente que se acha adulta demais, mas que ao enfrentar problemas realmente sérios, mostra o quão inexperiente e imatura realmente é. Não desgostei dela, mas também não me apeguei tanto.
Sinto que poderia gostar muito mais dos irmãos Ethan e Kimber, mas as suas personalidades ficaram completamente apagadas depois de um certo acontecimento do livro.
Os outros personagens eu simplesmente não liguei ou confiei o bastante para gostar.
O confronto final durou menos de 20 paginas sem absolutamente nada demais acontecendo, com exceção de uma revelação que provavelmente vai ter grande importância nos próximos livros. O confronto em si teve o mesmo nível de emoção de outros que aconteceram anteriormente, acho até que alguns deles foram mais descritivos e violentos.
Eu achei que ia ver mais sobre a magia mencionada anteriormente, mas essas 20 páginas foram preenchidas com diálogos rasos, caminhadas desnecessárias e criaturas mal exploradas.
O motivo da minha nota?
Me surpreendi ao perceber que mesmo decepcionada com o final, eu gostei do livro e pretendo ler as continuações. Todas as coisas negativas que apontei não me incomodaram tanto ao ponto de odiar a história, e ele realmente me prendeu, tanto que li as ultimas 200 paginas em pouquíssimas horas sentada na varanda da minha casa.
Eu comecei sem esperar magias mirabolantes, lutas violentas e aquela sensação do coração saindo pela boca. Eu queria algo para me entreter um pouco, aquela história bobinha e clichê que amamos na adolescência.
Ele foi bom para passar o tempo e dar uma pausa nas fantasias muito complexas e descritivas. Geralmente eu faço isso lendo algum romance, mas dessa vez arrisquei com um gênero que gosto muito, o que acabou proporcionando uma leitura leve, rápida e até divertida em alguns momentos.
Eu nem sempre espero tirar grandes lições de um livro, ou ficar tão impressionada ao ponto de pensar nele por dias. Para mim. Glimmerglass realmente me proporcionou essa pausa de grandes emoções e me deixou renovada para uma nova leitura com grandes chances de impacto.
Provavelmente esse vai ser um livro que não vou sair recomendando, até por esse motivo deixei claro os aspectos que eu considerei negativos.
Se você quer uma fantasia somente para passar o tempo, vá em frente, mas não espere algo que aborde o mundo das fadas no mesmo nível que livros como: The Cruel Prince, Corte de Espinhos e Rosas, The Falconer, ou até mesmo os livros da Cassandra Clare.