naniedias 14/03/2013A Fera, de Alex FlinnA Fera, de Alex Flinn
Galera Record - 317 páginas
Um dos mais lindos e tocantes conto de fadas em uma versão juvenil contemporânea.
Título: A Fera
Título Original: Beastly
Autora: Alex Flinn
Tradutora: Ana Carolina Mesquita
Editora: Galera Record
ISBN: 978-85-01-09021-8
Ano da Edição: 2011
Ano Original de Lançamento: 2007
Nº de Páginas: 317
Série: Kendra Chronicles - Vol. 1
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Sinopse:
Kyle Kingsbury não era um cara legal. Aliás, ele é um garoto lindo, rico, filho de um importante apresentador de televisão, mas um tremendo babaca!
O menino não conseguia suportar pessoas pobres e menos ainda pessoas feias.
Quando apareceu uma garota bem esquisita na escola - que ele pensava nunca ter visto antes- ele não pensou duas vezes antes de decidir que irá humilhar a menina. Claro que ele não vê problema algum nisso - para a mente doentia do jovem, o mundo deveria ser livre de pessoas feias.
Obviamente, entretanto, a garota não pensa do mesmo jeito. O que ele não sabia é que ela era, na verdade, uma bruxa disfarçada que lançaria um terrível feitiço nele para se vingar.
Kyle é transformado em um monstro e não há médico no mundo capaz de reverter o problema, mesmo com todo o dinheiro do famoso pai do menino.
Porém, a bruxa ainda deixou para ele uma chance: Kyle tem dois anos para se apaixonar verdadeiramente por alguém e fazer com essa pessoa também se apaixone por ele - mesmo com a aparência de uma fera. Um beijo entre os dois enamorados é a única forma de reverter o poderoso feitiço.
O que eu achei do livro:
Regular.
Eu sou super fã de contos de fadas!
E amo assistir as versões que a Disney fez para alguns dos meus favoritos. O meu filme favorito (e um dos contos favoritos também) é "A Bela e A Fera".
Por esse motivo, eu estava super receosa quanto à leitura desse livro, pois temia que a autora estragasse a história. Quando ganhei o livro em um amigo oculto do qual participei achei bacana o presente - porque quem me deu realmente tinha gostado da história -, mas ao mesmo tempo fiquei com medo de pegar o livro para ler... Se não fosse o Desafio Realmente Desafiante, acho que ainda levaria alguns anos para tomar coragem (ou, talvez, nunca tomasse).
Ela não estragou a história, mas estragou os personagens dos quais gosto tanto.
Vou optar por não pensar neles como os meus queridinhos, já que ao menos têm nomes diferentes.
A escrita de Alex Flinn é bacana! A autora narra sua história em primeira pessoa, na figura do protagonista que é transformado em monstro, Kyle. O ritmo da trama é muito bom, o que torna a leitura rápida e bastante agradável.
Confesso que só achei estranho (e completamente descabidas) as partes da sala de bate-papo... ainda não entendi qual foi o propósito da autora ao inserir isso na história - porque tudo continuaria exatamente a mesma coisa se todas as menções à sala de bate-papo fossem simplesmente suprimidas do livro.
Aliás, eu gostaria bem mais se a autora tivesse feito isso.
Porque essas partes não são apenas desnecessárias, são também chatas e horríveis de ler.
A capa do meu livro é a que ilustra esse post (até onde sei, aqui no Brasil o livro não foi publicado com outra capa) e é uma propaganda do filme. Eu não gosto desse tipo de capa e não foi diferente nesse caso...
Gosto do fundo utilizado e das fontes, mas a propaganda (que está presente na forma de uma frase dizendo que o livro deu origem a um filme e também da ilustração dentro do círculo - que é exatamente com os atores do longa metragem) estragou a capa - na minha opinião.
Mas não foi a capa que realmente me incomodou nessa história... foram os personagens.
A autora tinha tudo para fazer uma bela história, mas a meu ver pecou em diversos momentos. Kyle é simplesmente insuportável... e se você acha que ele terá um grande crescimento apenas por ter se tornado um monstro, esqueça! Alex Flinn meio que força a barra para que pareça que ele mudou, mas não conseguiu me convencer - Kyle apenas entende que a beleza não é tudo, mas não consegue valorizar o que realmente importa... ao menos foi isso que senti. Eu terminei o livro sentindo que ele continuava exatamente o mesmo garoto. Nada havia de fato mudado nele.
E a Bela (vou chamá-la assim só para que você possa descobrir durante a leitura quem realmente se encaixará nesse papel) é totalmente sem sal. Uma garota sem personalidade nenhuma, sem força de vontade, sem graça de tudo. Ok, ela é uma leitora voraz, mas e daí? Isso não é o suficiente para me fazer conectar com um personagem - é preciso mais, é necessário uma personalidade (mesmo que seja uma garota insuportável... pelo menos ela seria alguma coisa)! Gosto de personagens mais profundos, mais vivos, mais cativantes - esse, infelizmente, não é o caso da Bela.
De forma geral, é até legalzinho ler a história... Embora seja um Juvenil (daquele tipo que se encaixa na tal categoria "Young Adult") e, como é comum em livros desse tipo, esteja recheado de clichês e, ainda por cima, seja totalmente previsível, é bacana conhecer a adaptação moderna desse conto de fadas feitas por Alex Flinn. A autora pegou várias características presentes nos contos de fadas dessa história (em suas várias versões espalhadas pelo mundo) e inseriu em seu livro. O pai está presente, a bruxa, a maldição, as rosas, Lumière, os livros... achei bem bacana todo o trabalho que a autora teve para criar a sua versão contemporânea do livro.
O que estraga mesmo são os personagens.
P.S.: Esse foi o livro mais votado no último "Escolha para a Nanie" e eis aqui a resenha dele.
P.P.S: Risquei mais um item do "Desafio Realmente Desafiante 2013": "Ler um livro que você ganhou, não gostou muito e ficou na prateleira".
P.P.P.S: Eu fui procurar o cadastro do livro na Biblioteca Nacional para poder ver a data de lançamento original (que não estava escrita na ficha catalográfica do mesmo) e para meu espanto eu não consegui achar!
Consultei pelo número do ISBN, pelo título e pela autora e NADA.
Eu não sabia o que isso queria dizer, mas achei bem estranho - isso nunca havia acontecido. Falei sobre isso no twitter e a Diana me mandou essa matéria que explica que os livros da editora (não sei se isso ainda é realidade, mas era naquela época) tinham ISBN, mas não eram cadastrados na instituição. Um absurdo, né?!
Para o post, eu peguei a data de lançamento em blogs que divulgaram a notícia do lançamento de A Fera no Brasil.
Nota: 5
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