Marina516 02/11/2011
Uma beleza de livro
Todas as vezes que alguém me pergunta de qual princesa da Disney eu gosto mais, sempre respondo, sem pestanejar: Bela. Não pela aparência, nem pela cor do vestido — embora o amarelo seja lindíssimo (rs). Gosto dela simplesmente porque sou apaixonada pela história "A Bela e a Fera". Entre todos os contos de fadas que existem, é esse o que mais me encanta e que me faz assistir ao filme por vezes sem fim.
Tá, eu sei que não foi o Walt Disney quem criou o conto. Mas é por causa dele que a história do príncipe castigado e da camponesa de bom coração me arrebatou, desde a infância.
Então, quando eu descobri que a editora Galera Record estava lançando uma versão bem moderna de "A Bela e a Fera", através do livro "A Fera", da autora Alex Flinn, corri para comprar o meu. E em apenas um dia "devorei" as páginas (desculpe o trocadilho) e agora estou aqui, com uma sensação de nostalgia misturada com a confirmação do meu amor pela obra.
Nessa mais nova versão, a Fera é um garoto que começa a história com quinze anos. Kyle Kingsbury não é só o menino mais bonito da escola onde estuda, em Nova Iorque, como também é rico (por ser filho de um dos âncoras de telejornais mais famosos dos Estados Unidos) e muito, mas muito mesmo, arrogante. Embora tenha uma namorada (tão exuberante quanto ele), não sente nada verdadeiro por ela. Ele só enxerga o próprio umbigo e tem aversão à feiura.
Nessa escola, todo mundo o idolatra e até os professores fazem vista grossa quando ele apronta uma das suas. No entanto, um dia, uma garota muito esquisita (gótica, gorda, meio suja) resolve bater de frente com Kyle. Para mostrar que ele não é tão superficial quanto ela o acusa, o garoto a convida para ser seu par no baile de primavera. Mas tudo não passa de uma armação do mauricinho para "sacanear" a coitada. E ele acaba a humilhando na frente dos colegas.
Bom, se eu contar detalhes daqui para frente, vou revelar demais. Só posso mencionar o que é óbvio: Kyle é transformado em um monstro, cheio de pelos, garras e dentes afiados. O pai acha melhor morar longe dele e o instala num casarão no Brooklyn, aos cuidados de uma empregada mexicana (eu acho) e de um professor particular.
A bruxa que excutou o feitiço avisou que Kyle teria dois anos para desfazer o encanto. Como? Apaixonando-se verdadeiramente e sendo amado por essa pessoa. Fácil? Não para alguém tão bizarro quanto ele.
Foi incrível participar da jornada de Kyle, da restauração do seu caráter, do processo de conquista da garota que o deixou apaixonado, a Lindy. Mais uma vez, a máxima de que a aparência não é tudo foi explorada, mas de uma forma tão linda que não tem como não torcer pela Fera.
Por mais que a história da Alex Flinn tenha passagens originais, é muito interessante ver como ela traçou sua obra no contexto do conto de Walt Disney. Os detalhes vão se esbarrando, até que as semelhanças fiquem bem visíveis. Mas de forma alguma as passagens do livro são óbvias, pois o leitor sempre fica esperando para ver como a autora recriará as cenas (pelo menos eu fiquei).
Eu gostei demais do livro. Fiquei com gostinho de "quero mais". Ainda bem que já existe um filme baseado nessa última versão (só que eu ainda não assisti).