Helena

Helena Machado de Assis...




Resenhas - Helena


1118 encontrados | exibindo 16 a 31
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |


MatheusPetris 06/04/2021

A morte como ponto de partida
A morte como ponto de partida. Nas decisões de um defunto, se desenrolará a urdidura da trama. Seu amigo prevê o futuro conflituoso que o testamento irá iluminar. A cova aberta, irá também escavar um passado desconhecido. Helena, a protagonista que carrega o nome do romance, é essa figura que surge através das linhas testamentárias do Conselheiro Vale. Um enigma.

Assim como em “A Mão e a Luva”, Helena é uma personagem agregada, tal como Guiomar. São acolhidas. Acolhimento este, que as veste de uma classe social distante, as possibilitam conhecer o mundo aristocrático e adentrá-lo. Ambas possuem uma personalidade muito própria, uma desenvoltura muito além das suas idades. O narrador, em ambos os romances, deixa isso muito claro do início ao fim. Suas atitudes e diálogos, tornam isso ainda mais nítido. Helena é uma menina que demonstra uma maturidade bem própria, vertiginando todos à sua volta, surpreendendo a nova família e o clero da região. Seus ares incitadores, estimulam a figura de Estácio, filho do conselheiro, que descobriu a irmã pelo testamento.

Nesse, que é o terceiro Romance de Machado de Assis, percebe-se um desenvolvimento mais esférico das personagens. Pensemos em Estácio. Este, que parece não ter uma personalidade própria, é quase sempre aludido pelo narrador através de um título de dependência: “O filho do conselheiro”, “o sobrinho de D. Ursula". Tanto que, no primeiro momento de sua inserção na história, é apenas descrito como “filho”. Estácio parece ser uma antítese de Helena, um pedaço daquilo que não possui.

Em dois momentos decisórios da narrativa, Estácio se dobra e aceita a opinião da maioria. O arguto narrador Machadiano, desenha isso de forma bem nítida, complementando os diálogos de Estácio, inferindo perguntas cujo interesse na resposta seria inteiramente dele. Sobre sua vida profissional, acata a opinião da maioria sobre a candidatura política. Sua retórica, repetidas vezes, se dissipa rapidamente. Conquanto na decisão do casamento de Helena, ela é mais persistente, mais astuta, mas ainda sim, incapaz de tomar a decisão final. Novamente, cede. Temos de concordar, parece que “até os mortos conspiravam contra ele”.


Nas perguntas inferidas pelo narrador supracitadas, aos poucos revelava-se a clareza da paixão de Estácio, que só será explicitada pelo Padre. Mas além disso, há algo de mais corrosivo na narrativa, instaurado como enigma. A casa pintada por Helena no início da narrativa. A velha habitação com uma bandeira azul hasteada, será o campo de dúvidas, mistérios e descobertas. Este suspense, paulatinamente construído, é de uma força grandiloquente, revirando a narrativa por completo. Não cabendo a este texto revela-la, mas cabendo-o assinalar a construção Machadiana, de uma ação aristotélica, onde os fragmentos farão sempre parte de um todo; além disso, essa pergunta (que será respondida) vai passando de personagem a personagem, atiçando cada vez mais o leitor.

Independente de sua resposta, a personagem que vive nesta casa, talvez seja a mais fascinante de toda a narrativa. Salvador nunca é salvo, é relegado à miséria e ao anonimato. Sua trajetória trágica, de ilusão e sofrimento, parece comprimir todo um contexto sócio histórico, todo um grupo social posto de lado, na postura subserviente. Esse contexto, essa discussão sócio-política é apontada pela crítica como um dos pontos fortes do Romance, muito mais robusto e avantajado em comparação aos predecessores do Machado, que lança as peças neste jogo social de forma ainda mais eficaz. Todavia, não foi interesse desse texto discorrer sobre o que já foi esmiuçadamente falado.

Se, na segunda edição desse romance (1905), Machado tentou suprimir trechos romanescos na narrativa, isso não impediu o desenlace de elevar essa característica ao paroxismo. Talvez, ali, nos últimos capítulos, é que se encontre a parte mais romântica do livro, que se distancia peremptoriamente do restante do livro, parecendo estar descolado de uma história (quase) sóbria. Apressado e apaixonado, o livro acaba com “respostas” que não eram desejadas, mas que poderiam gerar outras perguntas e indicar outros caminhos. Se lamentamos, não é por tirar a grandeza do livro, sua força e perícia, mas por não responder à expectativa criada.
@heloisasilva21 21/05/2021minha estante
Fiquei muito triste com o final de Helena. ?


MatheusPetris 22/05/2021minha estante
É realmente muito triste :(

e não esperava...


@heloisasilva21 23/05/2021minha estante
Eu também não esperava. ?




Kássio Meniglim 19/02/2022

HELENA - Machado de Assis
Este é o tipo de livro que vai te "absorvendo" para dentro do enredo, e quando você menos espera, você se vê lendo, sem querer parar, capítulo após capítulo.

No início achei até um pouco chata a história, confesso. Mas, conforme ocorreram os acontecimentos, e como esses pormenores se juntaram no final, tornou a história genial.

E, contando uma história genial juntamente com uma escrita genial, como a do Machado, ficou a sinfonia perfeita!

Super recomendado!
Carolina.Gomes 20/02/2022minha estante
??




ize 25/06/2020

Um romance muito bem escrito e desenvolvido, achei tão cativante que em determinado momento me emocionei. Sinto um misto de amor e ódio pelas personagens, porque simplesmente não consigo confiar em nenhum, mas faz parte.
comentários(0)comente



Renata CCS 03/08/2016

A fina elegância do ato de escrever
.
“O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.” (Eça de Queirós)


“O que eles disseram um ao outro, com os simples olhos, não se escreve no papel, não se pode repetir ao ouvido; confissão misteriosa e secreta, feita de um a outro coração, que só ao céu caba ouvir, porque não eram vozes da terra, nem para a terra as diziam eles. As mãos, de impulso próprio, uniram-se como os olhares, nenhuma vergonha, nenhum receio, nenhuma consideração deteve essa fusão de duas criaturas nascidas para formar uma existência única.” (Machado de Assis – Helena)

Ninguém melhor que Machado de Assis para descortinar as inúmeras facetas do ser humano. Ele revela a uma sociedade conservadora aquilo que as pessoas mais querem esconder, fazendo profundas reflexões sobre os mistérios da alma, sem deixar de lado uma fina ironia, uma das marcas de sua escrita.

A história de HELENA se passa no século XIX, entre 1850 e 1851, na Chácara Andaraí, Rio de Janeiro, tendo o início marcado com a morte do Conselheiro Vale e a abertura de seu testamento, quando reconhece Helena como filha, fruto de um romance extraconjugal. A família, que desconhecia a existência da moça, acolhe-a em sua casa. Helena é recebida com uma recepção calorosa do irmão, Estácio, mas com frieza por parte da tia, Dona Úrsula, irmã do Conselheiro Vale.

Dona Úrsula tenta manter-se distante da terna e da dedicada Helena, mas não consegue por muito tempo. Acaba nutrindo um amor maternal por sua sobrinha. Ao mesmo tempo, Estácio fica cada vez mais impressionado com Helena, e ela por ele. Ele passa por momentos de martírio ao dar-se conta de que o que sente por Helena vai além de uma afeição fraternal: ele se aflige por perceber que está apaixonado por sua suposta irmã, e Helena, também apaixonada, esconde algo que poderia mudar tudo, mas não está disposta a abrir mão do destino que lhe foi traçado.

Todos os personagens possuem uma face luminosa e um lado sombrio. Todos preferem a mentira à verdade, seja por razões pessoais ocultas ou por respeitar (ou temer) a sociedade da época. Ângela, a mãe de Helena, e o Conselheiro Vale, criam a menina apagando seu passado com uma mentira, e esperam que Helena perpetue essa farsa. Salvador, seu verdadeiro pai e vítima do abandono da esposa, Ângela, vive à mingua e apenas quer ver a filha com um futuro que ele jamais poderia propiciar, então aceita a condição de ver Helena como filha de Vale. A nova família, após a descoberta da verdadeira origem de Helena, decide manter a farsa, receosa com os rumores que a revelação poderia causar, mesmo sendo avessa a moral e a razão. Helena, de certa forma, foi vítima de todos, e a única saída que encontrou foi se despedir da vida de mentiras que lhe ofereceram.

Apesar de escrito na fase romântica de Machado de Assis, já se nota um toque de realismo, colocando a protagonista em constante conflito entre o que determina a razão e o que o coração anseia. Nesta obra, o autor já apresentava ao leitor temas que se tornariam marcas em outras obras: adultério, mentira, separação da sociedade em classes, casamento por conveniência. Outras características presentes no texto são a melancolia, a ironia e um grande ressalto aos traços fortes das personagens femininas, como a protagonista. Machado conduz os personagens de uma maneira excepcional e descortina a ambição, a abnegação e uma sociedade falida que prefere manter-se sobre um véu de mentiras a encarar a verdade.

Este é um dos romances mais lindos que já li! Mergulhei no universo machadiano e me apaixonei e sofri junto com os personagens. Quem se sente tocado pelo poder da narrativa do Machado de Assis vai entender que não tenho a menor intenção de ser neutra ao falar desse livro. Sem sombra de dúvida, eram as suas palavras a maior arma para criticar os costumes hipócritas da sociedade. Quanto mais eu lia, mais anestesiada me sentia. Fiquei fascinada, presa, revoltada, enciumada, triste, surpresa... Que personagens! Que narrativa! Que história! Fiquei fascinada com esse escritor desde que li Dom Casmurro há muitos anos, e continuo me encantando com seu poder literário. E mais uma vez, entendo porque as pessoas sempre exaltam Machado de Assis. Era um gênio, um mestre com as palavras.

HELENA É um romance, ao mesmo tempo, encantador e trágico. É uma batalha entre o amor e a honra, entre as vontades e aparências, entre escolhas difíceis e situações inevitáveis. Pode não estar entre os prediletos do escritor, mas, sem dúvida, está entre os meus.

Acredito que a melhor homenagem que podemos prestar aos grandes escritores da língua portuguesa é ler com devoção suas esplêndidas obras e encorajar, com rigor e paixão, que todos os brasileiros conheçam esse ilustre mestre das letras!
Ricardo Rocha 04/08/2016minha estante
não tem a ver com o livro, mas hj é aniversário do Arsenio... Nossa... O tempo...


Renata CCS 04/08/2016minha estante
O céu está em festa. Que sdds de conversar com ele!


Erica.Cinara 19/06/2017minha estante
A paixão pela maestria com que Machado de Assis trata as palavras, constrói personagens e cenários jamais fenece. Não importa o passar do tempo, a leitura das obras primorosas desse gênio das letras será sempre um presente para a alma!
Excelente resenha! Parabéns!




Renato 25/10/2023

Segredos e mais segredos
Nessa obra temos o que há de mais romântico em Machado de Assis. Um homem rico e muito bem posicionado socialmente revela algo surpreendente e chocante em seu testamento, o reconhecimento de uma filha ilegítima, Helena. Esse fio de enredo é bem típico dos grandes romances do século XIX, onde segredos são ocultados e revelados em longas tramas de famílias, com riquezas e posições sociais em jogo. Aqui o autor vai mais além. Com sutileza temas como, maquinações interesseiras, regras sociais, interferência religiosa e até tabus são abordados e criticados de forma velada. As descrições dos ambientes, pessoas, hábitos e sentimentos são longos e detalhados, bem ao gosto da época, o que pode causar certo desconforto quando lidos fora do contexto temporal, cujos valores e comportamentos estão distantes da nossa realidade. No mais é um livro gostoso de ler, com uma história bem construída que prende a atenção nas expectativas do que virá a acontecer e onde o certo e o errado, a virtude e o pecado se misturam numa névoa cinzenta.
preta velha 31/12/2023minha estante
este é o meu romance favorito do bruxo do cosme velho.




gabriel 20/06/2021

Mais uma obra-prima do mestre Machado de Assis

Talvez "obra-prima" seja exagero, é realmente um livro um tanto mais convencional (e que hoje soa um pouco antiquado), há exageros e arroubos retóricos, bem como diálogos muito pouco realistas. As pessoas falam "declamando" e a articulação da menina de 16 anos beira a inverossimilhança, mesmo para o (aparentemente, nunca vivi lá) formal século 19. Mas mesmo assim é um livro excelente!

A maneira como Machado constrói sua trama é de uma engenhosidade absurda, ao mesmo tempo com grande delicadeza e sofisticação. O mestre sabe como contar uma história de maneira a prender e a interessar o leitor, envolvendo-o durante toda a leitura. A trama é sofisticada, complexa sem ser complicada, com personagens muito bem desenvolvidos e com várias camadas sobrepostas e possibilidades de leitura. Não menos se poderia esperar do antigo morador do Cosme Velho.

Eu só não gostei muito do final, muito melodrama pra minha cabeça, e também não é indicado a diabéticos, tamanha a quantidade de açúcar que tem. Porém nunca é uma trama boba, nunca é apenas uma historinha banal, e Machado, de maneira bem esperta, sabe inserir a sua tão famosa ironia e sua desilusão frente aos sentimentos humanos. O livro tem um tom amargo bem pronunciado, como já conhecemos em outras obras do autor.

Helena é uma garota idealizada, de "dezesseis para dezessete anos" (as escolhas das idades em Machado é sempre sensacional), uma típica personagem feminina machadiana, mas aqui menos realista que as suas obras mais conhecidas (como Dom Casmurro e Memórias Póstumas, por exemplo). Ela tem aquele tom algo ardiloso que as mulheres do Machado muitas vezes tem, aqui um pouco diluído pela idealização, mas ainda assim muito presente.

Gostei do clima de mistério que tem no livro. É quase que um livro de detetive às vezes. A exposição final mata o jogo de maneira elegante, completando essa ideia também (como naqueles filmes ou livros em que o detetive dá a solução), e isso tornou a leitura muito agradável. É um livro muito instigante, e não preciso nem falar, extremamente bem escrito, acho que falar "escrever bem" e colocar Machado na mesma frase, chega a ser um pleonasmo.

As páginas voam e a única coisa que segura a leitura é o prazer dela, pois você não quer acabar o livro logo (ainda mais não se tratando de um livro muito longo). Gosto da concisão e objetividade do livro, Machado tem uma noção de ritmo equivalente a de um maestro, acelera quando tem que acelerar, não enrola, desenvolve quando tem que desenvolver... dificilmente é uma leitura que cansa.

O livro poderia muito bem se estender por mais umas duzentas páginas, explorando certas implicações e o final de alguns personagens, mas ele prefere terminar o livro com um "silêncio ensurdecedor", que tornou ele ainda melhor. A gente só imagina o que acontece com eles, o que deixa um certo tom irônico, pois na verdade o que Machado parece dizer é que os demais personagens pouco importam.

Há um certo tom de denúncia social no livro também, explorando questões de machismo (à la século dezenove, é claro), convenções sociais, bem como pobreza e uma classe média que vive de aparências. A escravidão aparece mais como um pano de fundo, também com um tom de denúncia, porém de maneira muito mais indireta e sutil. Machado retrata mais os costumes da classe média brasileira mesmo, preferindo a tática de "implodi-la por dentro" na sua mediocridade.

Camargo é provavelmente o personagem mais nojento do livro, um interesseiro clássico da literatura machadiana, a parte em que Helena olha para os seus "dedos magros e peludos" é de dar aversão mesmo. Talvez eu esteja viajando, mas achei que ele tinha desejos incestuosos pela filha. Aliás, o incesto é todo um subtema do livro, como logo vai ficar óbvio nas primeiras páginas. Estácio é talvez um dos maiores bunda-moles da literatura machadiana, um personagem apagado, meio bobo, que não faz nada na vida a não ser ficar babando ao lado da irmã (que ele recém conheceu).

Outro personagem interessante é o do Padre Melchior, que lembra um pouco o padre do livro "As Pupilas do Senhor Reitor" (de Júlio Diniz), porém sem o caráter bonachão deste último. Aqui, ele é quase que um personagem sinistro, tem vezes em que ele até parece comemorar a desgraça alheia. Mesmo assim ambos tem semelhanças, por serem personagens que assumem uma espécie de liderança ao longo da trama.

Eugênia é outra personagem digna de nota, típica "beldade machadiana" que encanta com sua beleza física (porém sem muito conteúdo). A beleza feminina também é um tema muito presente, com exceção da cinquentona Dona Úrsula, praticamente todas elas são lindíssimas na imaginação de Machado, simbolizando atributos morais diversos ou mesmo opostos (dignidade, no caso de Helena; ou futilidade, no caso de Eugênia).

O enredo em si é bastante surpreendente, lá pelo meio o negócio tem um monte de reviravolta, mas nunca fica confuso ou maçante, tampouco gratuito. Machado sabe inserir essas surpresas e reviravoltas sem que isso perturbe a leitura. Tudo é conduzido de maneira muito natural e sempre prendendo a atenção do leitor.

Um livro excelente, com muitas camadas de leitura, e apesar de mais carregado de sentimentalismo que as obras mais conhecidas do Machado, ainda assim é inteligente o suficiente para prender a leitura. O final não me agradou tanto, pensei até em tirar uma estrela da avaliação por conta disso, mas o livro no geral é tão bem feito que não tive coragem. Retiro as "seis estrelas imaginárias" que eu tinha dado, pois quando me empolgo muito, tenho vontade de dar mais estrelas que o permitido. Então ficam "só" cinco estrelas mesmo.
comentários(0)comente



JAlia372 31/01/2024

Me surpreendi com o final mesmo sendo releitura
Li há alguns anos e me esqueci kkk reiniciei esse ano e identifiquei a história, mas continuei lendo porque não me lembrava do final?passei o livro inteiro torcendo pela protagonista, Helena, mulher forte, talentosa e de bom coração e ainda me surpreendi com o final! Como quase todo livro machadiano, é um clássico que vale a pena ser lido! Mais uma vez temos uma mulher, que apesar de todas as suas virtudes vai tendo o controle do seu futuro passado de homem pra homem. Indico! :)
comentários(0)comente



Sarita Helena 14/04/2021

Goste da leitura. Não foi o que esperava, me surpreendi positivamente. Entendi o final, mas gostaria que fosse diferente, mais feliz.
comentários(0)comente



Andre 28/03/2024

Helena, Romantismo, Audiolivros e o Machado
Helena foi um romance saboroso e mostrou, penso, os prelúdios do que viria a ser o Bruxo do Cosme Velho. O romance prende, e o fnal me deixou surpreso. Eu mesmo sempre me ative à fase mais realista do autor (Memórias Póstumas, Dom Casmurro, Quincas Borba etc.). Para mim, e creio que para muitos, é o maior escritor brasileiro que alguma vez já existiu. Do que li depois, o que mais perto me causou espanto na escrita foi Fogo Morto de José Lins do Rêgo. Vou aproveitar com efeito para comentar a forma como degustei a obra: ouvi-a como audiolivro, algo que demorei para adotar da mesma maneira que demorei para adotar o e-book, pois como alguém que passou dos 40, fui um leitor "de papel". Primeiramente, o audiolivro, goste-se dele ou não, é uma tecnologia que veio para ficar. Hoje vejo como algo salutar para mim pelos motivos a seguir: 1) Permite-me gêneros literários ou autores que certamente eu jamais leria por vontade própria, pois sou apreciador de clássicos; 2) acredito ser uma forma produtiva de passar o tempo (ouvir um bom livro no carro em vez de notícias por exemplo); 3) Permite-se trabalhar a atenção ativamente, claro que não mais ativamente do que a própria leitura, mas o escutar a leitura do livro obriga à atenção (e não era o que se fazia em séculos passados quando se sentava à sala para se ler um romance aos presentes?); 4) permitiu-me rever livros que já tinham sido lidos por mim; 5) pode-se usar o audiolivro sem atrapalhar a leitura dos livros que se está lendo; 6) foi útil na época em que fiz o mestrado porque algumas leitura que tive de fazer foram por audiolivros, o que me aumentou a produtividade. Em suma, Helena é um livro muito bom e o audiolivro também.
comentários(0)comente



Leila de Carvalho e Gonçalves 10/07/2018

Ser Ou Não Ser
Quando foi aberto o testamento do Conselheiro Vale, uma noticia caiu feito uma bomba. Além de Estácio, ele possuía uma filha, Helena, fruto de um relacionamento extra conjugal. Enfim, era chegado o momento dela assumir um lugar na família e o falecido esperava que fosse bem recebida.

Apesar da resistência inicial, a jovem acabou conquistando os parentes e tudo parecia correr a mil maravilhas, se não fossem dois problemas. O primeiro, é que ela não era filha do Conselheiro, uma mentira movida e mantida pela ambição. O segundo, ela e Estácio estavam apaixonados, um sacrilégio aos olhos do jovem e de toda sociedade.

Como diria Hamlet: ?Ser ou não ser, eis a questão." Aliás, se para Édipo, sua desgraça foi desconhecer suas origens, para Helena foi justamente o contrário... Dividida entre o amor e o interesse, ela tem uma decisão difícil que poderá mudar completamente sua vida.

Ambientado no Rio de Janeiro, em meados do século XIX, o romance apresenta um narrador onisciente intruso bem ao gosto do escritor, além de um enredo fechado que começa e acaba com uma morte. De acordo com estudiosos, dentre seus livros, esse é o "mais folhetinesco e menos irônico" como também "o mais romântico e menos machadiano". Inclusive, é criticada a ausência de sutileza psicológica e filosófica, uma característica do seu estilo.

Publicado em folhetins no jornal ?O Globo?, em 1876, a despeito de Helena não estar entre os melhores livros do Bruxo do Cosme Velho, trata-se de uma leitura recomendado, em especial, pelos seus problemas. Na verdade, Machado é inigualável, mesmo que não esteja em plena forma.
comentários(0)comente



Mikael_13 03/08/2023

Me surpreendi positivamente com o livro. Amei demais a história, a personagem que nomeia o livro, Helena, é encantadora e causa logo uma relação empática com o leitor.
Isa Gomes 03/08/2023minha estante
Helena é um dos meus livros favoritos de Machado de Assis.


Mikael_13 03/08/2023minha estante
Se tornou o meu favorito do autor.


Beatriz 04/08/2023minha estante
Interessante




Beto | @beto_anderson 28/07/2020

Projeto Lendo Machado de Assis - Livro 3
O livro, apesar da época, tem uma narrativa tranquila. A história é simples e tem uma virada até esperada, mas os eventos consequentes são bem diferentes do que imaginei.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Cynthia 09/05/2021

Se nao me engano este é o último romance da fase romântica de Machado. O próximo já é da fase realista.
Eu tenho amado fazer esta leitura em ordem cronológica, a descrição perfeita da personalidade dos personagens, o retrato da corte no Rio de Janeiro, convenções sociais. Tudo muitíssimo bem escrito. Impossível não se deliciar com a leitura.
comentários(0)comente



1118 encontrados | exibindo 16 a 31
2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR