Minha Velha Estante 29/04/2013 Um mundo onde não escolhemos o que comer, não escolhemos o que vestir, não escolhemos para onde ir e nem escolhemos com quem se relacionar, é o cenário da história desse livro.
Cassia sempre viveu obedecendo a regras de um mundo futurístico, sem a opção de questionar. Mas as coisas começam a mudar quando ela é apresentada à pessoa que será o seu Par para o resto da vida, que durará exatos 80 anos.
A história começa no dia do Baile do Par, é uma cerimônia que ocorre aos 17 anos, quando cada um conhecerá o seu par. Na hora do anúncio do par da Cássia, algo inusitado acontece, a tela fica preta e depois de silêncio e expectativa, aparece a foto do Xander, seu vizinho e melhor amigo há anos. Ao chegar em casa e verificar as informações do seu par, que lhe foram entregues em um chip, Cássia se depara com a foto de uma outra pessoa, Ky. Só que Ky nunca se destacou em nada e, antes desse incidente, ele mal era notado pela própria Cássia. Isso é o suficiente para começarmos um dilema que dará um bom livro.
Destino foi um livro que comecei a ler sem pretensões. Havia ganhado Travessia, que é a sua sequência e não podia lê-lo sem saber como tudo começou. Primeiro ponto positivo: o livro é uma distopia, gênero pelo qual me apaixonei. Primeiro ponto negativo: senti que lá vinha mais um triângulo amoroso... será que as personagens não conseguem mais se apaixonar por uma outra personagem sem ter que ficar sempre dividida???
Em termos de distopia, o livro não apresenta nada de muito inovador. O que me chamou a atenção foram os grupos de cem das artes. Foram escolhidos os cem melhores de tudo: Cem Músicas, Cem Livros, Cem Poemas, Cem Quadros que podem ser apreciados, todo o resto foi destruído. Será mesmo? Você vai ter uma doce descoberta ao longo do livro a esse respeito.
''- Cassia - ele diz mais uma vez, suavemente, tão perto que os lábios dele se encontram com os meus, finalmente. Finalmente.
Acho que talvez ele quisesse dizer mais alguma coisa, mas quando nossos lábios se encontram não há mais necessidade, uma vez na vida, de qualquer palavra.'' Pág. 206
Juro que torço pelo Xander, mas a história do amor que vai se desenrolando aos poucos entre Cassia e Ky é fantástica. Sabe aquele amor doce, despretensioso, que vai nascendo à medida em que conhecemos a pessoa? Será que tem um dedo do Nicholas Sparks ai?
''Nosso tempo juntos parece uma tempestade, parece o vento selvagem e a chuva, parece algo grande demais para ser controlado, mas poderoso demais para escapar. Sopra à minha volta e desarruma meu cabelo, molha meu rosto, me faz saber que eu estou viva, viva, viva. Há momentos de calma e de pausa, como em todas as tempestades, e momentos em que nossas palavras provocam relâmpagos, pelo menos um para o outro'' Pág. 176
Acredito que o livro possa ser classificado como um distopia para adolescentes, graças ao fato de não apresentar muitas passagens de rebeldia, desejo de liberdade, na verdade, tudo parece muito certinho com essa vida controlada; e pelo lindo romance. Não quero dizer que o livro é ruim, eu, particularmente, amei tanto que já estou quase no fim de Travessia. Não é isso, o livro é muito bom, te prende sim, mas muito mais pelo romance do que pela distopia. Ah, sem falar do final inusitado que não vou contar, não é?