Henri B. Neto 29/04/2012Resenha: ''Destino'', de Ally CondieQuando eu peguei Destino para ler, confesso que tinha muitas esperanças de que ele entrasse como um dos meus favoritos. Afinal, a história tinha tudo para me conquistar: Uma premissa interessante de distopia, a promessa de um triângulo amoroso jovem-adulto bem sucedido e, também, a fácil conexão de uma leitura em 1ª pessoa. Sim, eu demorei para ler ele, mas estava contando com a vitória antes mesmo da partida começar. Só que, a minha relação com o livro não chegou nem perto do que eu achei que chegaria. Para falar a verdade, eu não estaria sendo sincero se não dissesse que a história passou longe disto.
.
Eu não vou negar que o pano de fundo seja interessante, longe de mim. Mesmo com todos os problemas que eu tive, reconheço que este universo distópico é sim instigante. Toda a ideia de um governo que controla tudo, desde do seu nascimento até o dia da sua morte, é tanto assustadora quanto fascinante. Gostei da explicação do por quê o mundo ''aceitar'' viver neste sistema opressor, e a forma como toda a Sociedade funciona é bastante verossímil e condizente com a trama. Entretanto, as minhas ressalvas quanto ao livro terminam por aqui.
.
No geral, a minha leitura de Destino foi bastante... Chata. Se eu quisesse ser um pouquinho mais eufemista aqui na resenha, eu diria que foi arrastada. Não acontece nada muito empolgante durante a narrativa, e o cotidiano ''suburbano sci-fi'' é quem dita o ritmo da história. O que, traduzindo para o bom português, eu diria que o livro é totalmente paradão, sem uma única cena de ação ou de perigo real sequer. Nenhuma cena que te faz segurar o livro com força. Nada de nada. E isto é tudo.
.
Vejam bem, eu não veria problema algum se a história fosse conduzida desse jeito, mas tivesse personagens cativantes e que me fizessem torcer por eles ao longo da trama... Só que, infelizmente, não é assim. Eu nunca tive problemas muito grandes com protagonistas de livros em primeira pessoa, mas a Cássia me irritou demais. E isto é algo muito difícil de acontecer, já que geralmente eu entendo as motivações deles. Mas o caso da srta. Reyes foi uma tremenda exceção. Eu achei a personagem completamente egoísta e fútil, escondida por detrás da imagem para lá de clichê de garota sonsa.
.
As motivações que a levam à ''contestar'' a Sociedade, o por quê dela se interessar pelo misterioso Ky, tudo para mim surgiu do nada e floresceu no raso. A garota simplesmente age por vontade própria , e só depois para pra pensar nas consequências que podem recair sobre as pessoas que ela ''supostamente'' ama. Para se ter uma noção do tamanho do meu descontentamento com o andamento da história, eu ficava feliz quando algo de ruim acontecia com ela. E torcia para acontecer mais. E, indo de encontro à toda a minha natureza de menosprezar os ''garotos aleatórios'' de triângulos amorosos YA, eu sempre me colocava no lugar do coitado do Xander durante todo o tempo, e isto só servia para me deixar com mais aversão pela Cássia.
.
Mas, como tudo nesta vida, eu consegui superara este drama... Com o final do livro, eu fiquei tão radiante por estar terminando aquele meu calvário, que corri para ler outros livros. E o mais surpreendente? Enquanto com Destino, eu levei uma semana inteira para ler um pouco mais de 230 páginas, no mesmo tempo, eu consegui ler outros dois volumes com o dobro do tamanho. E isto me deixou realmente muito triste, pois o balanço geral da minha leitura da distopia foi tremendamente decepcionante. Só pela sinopse, nós víamos que a autora tinha uma premissa bastante interessante nas mãos, mas não soube aproveitá-la como poderia - e como devia, devo acrescentar. Depois disto, não sei se vou encarar Travessia, o segundo volume da trilogia... Posso até comprar pela capa (comos vocês sabem que eu faço! =X). Mas, se eu for ler, vai demorar bem mais do que o tempo que eu levei para pegar Destino da minha estante.
.
Muiiito mais...
.
Henri B. Neto
''Na Minha Estante''