Luvale 10/03/2024
O que falar desse livro nacional de romance aquileano, que tem uma capa incrível e que peguei sem saber absolutamente nada, esperando um livro fofo de romance. Porém o livro é bem mais que isso, trazendo uma leitura intensa, triste, angustiante e é quase um protesto, para fazer pensar sobre as lutas diárias da população LGBTQIAP+. Eu amei, ri e chorei com esse livro, já preciso ler tudo do autor ( e preciso que ele pague minha terapia ).
Acompanhamos Pietro e Rafael, dois jovens de realidades muito distintas na Petrópolis da década de 50. Rafael, pertencente à família mais influente e rica da cidade, vive sob o peso das expectativas e dos planos de seu pai. Prometido à filha do prefeito, sem sentir nada por ela, Rafael enfrenta uma profunda infelicidade. É então que ele conhece Pietro, um rapaz simples, filho de um marceneiro que tem muitos problemas com a família de Rafael, cheio agressividade e ressentimento. Pietro, por sua vez, compartilha das sombras das frustrações dos pais e encontra seu único refúgio nos braços de Rafael. Diante de uma sociedade preconceituosa e repleta de pessoas perversas e egoístas, os dois jovens enfrentarão uma batalha por seu amor.
O livro é muito bem ambientado e trás uma realidade próxima, mesmo que se passe em 1950, muitas coisas infelizmente não mudaram. Os personagens são bem construídos, capazes de transmitir sensações muito intensas, de amor e ódio. Tem muitas cenas lindas, de descoberta e amor, ao mesmo tempo em que paira uma aura de "tudo vai dar errado" o tempo todo. O livro é frenético, não deixa um momento pra respirar, com acontecimentos felizes intercalados por situações tensas e angustiantes.
Li muito rápido e precisei de um tempo para digerir algumas coisas, principalmente o final, onde o autor conseguiu escrever uma cena cheia de reviravoltas, devastadora e que ao mesmo tempo era inevitável, considerando todo o contexto. Uma leitura triste, mas que fala sobre ser livre e autêntico, trazendo uma montanha russa de emoções que vai marcar todo mundo, principalmente quem é LGBTQIAP+. Perfeito