BuffoniGui 06/02/2024
Uma leitura um tanto maçante
Depois de assistir alguns doramas, resolvi ler um escrito por uma brasileira. Estava empolgado, ouvia falar muito bem dos livros dorameiros dessa autora, entretanto, talvez minha empolgação também tenha minado um pouco da minha experiência com essa leitura...
Acompanhamos a história entrelaçada da brasileira Ayla Horowitz, estudante de culinária na Coreia do Sul, e do sul-coreano Joon Hyuk, seu colega na Yang University. O início é confuso e, até o capítulo 6, eu senti que foi uma leitura maçante ? mas depois fluiu um pouquinho melhor, juntamente com a relação dos protagonistas. Dei 3,5 estrelas só por isso, porém, isso não significa muito. Li mais rápido não pelos melhores motivos, mas por ser um livro emprestado e para terminar logo...
A narração é bem expositiva, de uma forma negativa no sentido de falar muito sobre sensações, pensamentos e sobre o passado ao invés de mostrá-los em cena, por meio das atitudes dos personagens, deixando que o leitor captasse certas características e visse quão complexos são por suas ações e desejos. Além disso, a escrita é prolixa, ainda mais sobre a visão deficiente de Ayla, que é citada em praticamente todo capítulo (expositiva e repetidamente). Também o linguajar do narrador onisciente e prolixo se mostra cristão, mas não há muita conformidade com as atitudes e pensamentos de uma pessoa cristã, o que cabe à protagonista que não tem uma cena indo à igreja (com direito a uma desculpa no meio do livro para não ir), cantando um louvor (apenas menções, o restante são de músicas "seculares" sendo escutadas, e ainda em inglês) ou lendo a Bíblia ? só pedindo coisas em oração, na maioria das vezes. Ayla também brinca várias vezes sobre sua história romântica não ser um dorama, mesmo tendo diversos clichês, além de o coreano Joon Hyuk seguir o "padrãozinho" dos protagonistas masculinos dorameiros e Ayla ficar fazendo "piada" com isso, falando da aparência e corpo dele...
Enfim, se minha empolgação minou minha leitura, o que mencionei acima (e os itálicos não definidos no livro) acionaram os explosivos. A leitura não foi totalmente negativa, mas os problemas que li e apresentei ressaltaram demais, e meu lado leitor/escritor também pode não ter se satisfeito com a narrativa que se seguiu? Ah, e teve um crossover inesperado (pelo menos pra mim) no final. É tudo o que tenho a dizer.