Leandro 26/03/2024
Decaiu ein?
Acompanho esse universo desde 2013, li City of Bones na hype do filme e desde então sigo acompanhando (quase) tudo que a Cassandra vem lançando. Gostei bastante de Chain of Gold, foi um ótimo início pra trilogia, introduziu e desenvolveu bem os personagens, aquela fórmula da Cassandra que deu certo na maior parte dos livros. Já em Chain of Iron, achei o desenvolvimento mais lento pra um final muito apressado, com aquele triângulo amoroso terrível no final, que eu já imaginava que ia chegar em nada, e foi isso mesmo que aconteceu.
O que foi perdido desenvolvendo essa história do triângulo amoroso, (e quando digo isso, quero dizer metade do livro basicamente, METADE de um livro de 800 páginas), poderia ter sido melhor aproveitado pra resolver o que acontece na segunda metade. Falando da primeira metade, senti que aconteceu o mesmo que em Chain of Iron, muito drama e pouca história, o que é um pouco normal nos livros da Cassandra já que o desenvolvimento se baseia nos personagens. Mas nada desenvolvia, e quando algo aconteceu, continuou no mesmo lugar que Chain of Iron tinha parado, só que 300+ páginas depois. A história ainda era um pano de fundo pro triângulo amoroso, o que salvou foi o desenvolvimento dos outros personagens, principalmente Kit, Grace e Alastair.
Chegando na segunda metade (ou quase nas últimas 300 páginas) a Cassandra se lembrou que era o último livro e decidiu começar a resolver as coisas. O aperto de Belial sobre os Shadowhunters e o envolvimento da Tatiana com ele ficou mais forte e realmente deu pra sentir que os personagens estavam em risco. Gostei do modo como foi tratado a relação da Cordelia como paladin da Lilith, das loucuras da Tatiana e até onde ela iria pra se vingar, independente do que precisasse. Comecei a gostar mais do livro, até pensei que não era tão ruim quanto as resenhas falavam sobre. Até acontecer aquela morte e o que seguiu depois dela.
Daqui pra frente tem alguns spoilers.
Se for pra matar um personagem e usar isso de plot twist, que seja melhor desenvolvido depois. Mas isso foi tratado de qualquer forma, em poucas páginas, nem mesmo aquela Intermissão me convenceu. Tudo começou a acontecer rápido, com resoluções fáceis. Os problemas da Clave com a Tessa e o Jesse são jogados de qualquer jeito, a resolução nem é mostrada, é apresentada em um diálogo e fica por isso, ninguém toca mais no assunto depois. A Clave descobre sobre a ressureição do Jesse, o envolvimento da Lucie com necromancia e deixa por isso. Em que livro isso aconteceria até então?
Tudo foi resolvido em no máximo dois capítulos, o que aconteceu com o James e a solução daquilo foi ruim, previsível e fácil. Digo o mesmo pro modo como termina a história da Cordelia como paladin. Tudo que acontece nesse último capítulo parece ter sido a forma mais preguiçosa de terminar uma trilogia. Sim, eu tive que me lembrar várias vezes que era o fim de uma trilogia e muita coisa ainda tinha ficado de fora, faltando apenas um epílogo pra finalizar de vez (e por sinal, que epílogo fraco). A sensação de vazio e que poderia ser melhor continua até agora, tanto que precisei desabafar aqui o quanto esse livro me decepcionou. É o quinto final de trilogia da Cassandra e eu sei que ela sabe com concluir bem, mas não sei o que rolou aqui. Alguns finais eu gostei, como o do Thomas com o Alastair, do Matthew, da Anna e a Ari. Mas aquela morte sendo totalmente ignorada com tudo se resolvendo fácil demais foi o que mais me incomodou.