Fabi | @ps.leitura 28/06/2022{resenha feita no blog PS Amo Leitura}Flora Mackenzie mudou-se de Mure, uma pequena ilha escocesa onde cresceu, para a cidade grande e acredita que foi a melhor escolha. Será mesmo?
Morar em uma pequena ilha era algo muito difícil para Flora, afinal, todo mundo se conhecia e ninguém a deixaria esquecer algo de seu passado.
Mesmo todo mundo achando que a conhecia, ninguém sabia da dor que carregava em seu peito. E foi por isso que ela decidiu se mudar para Londres, um lugar onde ela poderia ser anônima e ambiciosa.
Só que sua vida muda completamente quando um novo cliente no escritório de advocacia exige a sua presença em Mure. Ela é a única pessoa que conhece a pequena ilha melhor do que ninguém. Então ela se vê obrigada a conviver de novo com seus irmãos e seu pai, assim como todas as lembranças do passado.
Imagina você sair de um lugar onde as pessoas sempre estão comentando sobre você, fazendo com que isso te afete de alguma forma, e se vê obrigada a retornar porque isso pode fazer com que a enxerguem de outra maneira em sua carreira. Será que eu conseguiria agir com tanta tranquilidade, assim como Flora?
Pensei bastante sobre isso ao desenrolar da trama, afinal, quantas vezes deixamos algumas coisas para trás e não queremos mais reviver determinados momentos, mas algo acontece, nos forçando à isso. Foi nesse ponto que tive empatia pela personagem e comecei a me questionar se tudo isso fosse comigo, como eu reagiria.
Inicialmente, Jenny Colgan nos apresenta uma trama na cidade grande, onde a vida de Flora é totalmente diferente do que ela vivia em Mure. Ela tem o emprego dos sonhos e até mesmo uma paixão não correspondida. Tudo parecia realmente bem e estava gostando do livro assim, mas quando ela volta para a pequena ilha da Escócia, a história fica mais envolvente.
É quando a gente começa realmente a entender mais sobre o passado da personagem e o motivo que a fez deixar tudo para trás. É perceptível que ela tem problemas com seus irmãos e pai, assim como um boatos do passado que a apavoram até agora, só que ela faz o possível para manter o profissionalismo e não deixar que nenhuma questão a afete.
Só que essa volta às raízes vai muito além do que ela esperava. Flora descobre um amor pela culinária, algo que sua mãe tinha um dom incrível e isso faz com que ela encontre um novo sentido à sua vida, assim como percebe que ela precisa perdoar alguns erros do passado para conseguir seguir em frente.
Como sempre, esse selo romances de hoje, da Editora Arqueiro, entrega tudo! A escrita da autora também ajuda muito, principalmente na forma como conhecemos personagens que são praticamente reais, com dilemas cotidianos e faz com que o leitor crie um vínculo com tudo ali descrito.
"A pequena ilha da Escócia" é uma jornada de autoconhecimento e de romance na medida certa. Um livro que proporciona um quentinho no coração, mas que também nos faz refletir sobre a importância de encontrar nosso lugar no mundo.
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