Max e os felinos

Max e os felinos Moacyr Scliar




Resenhas - Max e os Felinos


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Sofia 29/12/2022

Não é ruim, mas também não é bom
Para ser sincera eu não gostei muito do livro. Não é ruim, e reconheço que Moacyr Scliar é um autor famoso e premiado, mas não achei bom também não. A leitura, apesar de fácil, não flui tão bem; e esse tipo de escrita não me agradou muito.
É legal que tem um pouco de contexto histórico e tal, mas recomendo somente pra quem é muito fã dele ou quis se familiarizar com o autor.
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Denis 30/12/2013

Texto dinâmico e sem enrolações
O texto conta a história de Max, num período pré e pós guerra. Um jovem alemão que teve de abandonar a família e amigos para sobreviver. O rapaz vem ao Brasil, mas durante sua viagem sofre um naufrágio e acaba num scaler junto de um jaguar.

A história que foi usada de inspiração por Ian Martell para escrever Life of Pi (pelo menos em parte com relação ao naufrágio) é extremamente dinâmica e rápida. Conta como Max se envolveu com os Nazistas e como chegou ao Brasil e encontrou tantos perigos quanto os que tinha na Alemanha.

Vale a pena ler para conhecer um outro perfil de história. O livro foi escrito em 1981 e teve diversas publicações pelo mundo.

A história não tem nada a ver com o livro de Martell, que segue uma linha bem diferente e o protagonista nada tem a ver com o personagem de Scliar...
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Danielle 12/12/2014

Interessante
Desde que vi o filme As aventuras de PI e fiquei sabendo que era um possível plágio do livro Max e os felinos de um autor brasileiro fiquei com muita vontade de ler esse livro e fazer a comparação, e quando surgiu à oportunidade de ler um livro para um desafio de um autor nacional já falecido optei por ele.

O livro é bem pequeno e li rapidamente, tem uma narrativa fluída e em terceira pessoa, conta a estória de Max, um jovem que sempre teve medo de um tigre empalhado que ficava em cima de seu armário. O início da trama se desenvolve em Berlim, Max acaba se envolvendo amorosamente com a esposa de um militar nazista e para escapar da morte ela consegue uma fuga para ele em um navio que está indo para o Brasil.

O navio que também levava animais acaba naufragando e Max se vê em um bote com um jaguar e terá que passar a enfrentar seus medos para sobreviver.

Gostei da estória, mas achei-a muito pequena, gostaria que tivesse mais páginas e fosse mais explorada, não cheguei a ler o livro A vida de Pi, somente vi o filme, mas pretendo ler em breve, mas é muito claro que Moacyr Scliar inspirou Yann Martel, porém cada livro tem uma mensagem e profundidade, para mim é apenas uma inspiração e não um plágio.

Recomendo a leitura a todos.


site: www.facebook.com/minhasresenhasdp
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Arca Literária 03/01/2015

Resenha disponivel no link http://www.arcaliteraria.com.br/moacyr-scliar-max-e-os-felinos/

site: http://www.arcaliteraria.com.br/moacyr-scliar-max-e-os-felinos/
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Jefferson Pessôa 08/01/2015

O livro foi escrito pelo escritor gaúcho Moacyr Scliar e está divido em três partes: O Tigre Sobre o Armário; O Jaguar no Escaler; A Onça no Morro; respectivamente. Partes essas que como os nomes sugerem, explicitam as relações de Max com os vários felinos que perpassaram sua vida, relação que por sua vez é evidenciada no título do livro — trocando em miúdos: o título faz jus ao nome.

Temos já na abertura do primeiro capítulo a célebre frase:

“Envolvido com felinos Max sempre esteve, de um modo ou de outro.” (Pag. 9)

Após o término do livro, constatamos que nunca uma afirmação foi tão bem colocada do que essa.

Filho de um peleteiro, Max cresceu entre peles dos mais diversos felinos, incluindo o próprio pai, que nem de longe era o melhor exemplo de pessoa: rude, grosseiro, Hans Schmidt era o enfadonho estereótipo do pai de família do século XX.

“Como negociante, e como pessoa, Hans Schmidt não era um tipo refinado. Atarracado como um urso, era veemente demais no exaltar da qualidade de sua mercadoria; ficava vermelho, berrava, salpicava de perdigotos a cara dos clientes; e em casa, entre uma colherada e outra da sopa ruidosamente sorvida, gabava-se à mulher e ao filho de já ter enganado muitos trouxas na vida.” (Pag. 9)

O livro escrito pelo gaúcho Moacyr Scliar é breve (meras 78 páginas), mas mesmo assim, consegue abarcar a grande aventura que foi a vida de Max Schmidt e nos ensina uma gama de conhecimento. Os primeiros felinos que atravessam o caminho de Max eram um tigre de bengala empalhado, orgulho do pai, que havia na loja do mesmo e o próprio pai, a principal figura opressora. A infância do jovem Max resume-se aos conflitos do jovem com o próprio pai, mas principalmente com o tigre. Max tinha muito medo do tigre, medo que tão logo Max conheceu os prazeres e desprazeres do amor, foi esquecido e superado. Frida era o nome da mulher. Ela trabalhava para seu pai e logo Max entrou numa aventura adolescente proibida.

E é por causa desse romance — que se estendeu por anos — que Max é obrigado a fugir da Alemanha, fugindo do marido de Frida — um nazista — e deixando para trás sua família e seu amigo Harald, um socialista que acabou por enlouquecer.

O livro corre rápido, mas mesmo assim somos impelidos a ter empatia por Max, devida a genialidade de Moacyr Scliar que em 78 páginas aborda tantos temas, eliciando reflexões tão profundas, que muitos autores precisariam de mais de 500 páginas para isso, e ainda não o fariam direito o que em tão poucas páginas Moacyr explicita com maestria.

Moacyr cita psicologia, história geral, história brasileira (ao citar os integralistas que logo que apareceram na trama causaram aversão em Max, pois esse achou tratar-se de nazistas) e mesmo os infelizes preconceitos raciais no Brasil e o antissemitismo.

No tocante à psicologia, Moacyr Scliar brinca com a teoria freudiana, através do Doutor Rudolf, homem versado em medicina e literatura, apreciador de Sigmund Freud, que através da didática ensina conceitos da bíblia, de mitologia e de psicologia aos nativos.

“Falava de Ego, jovem artesão que fabricava lindíssimos bonecos, e dos seres que o atormentavam: Id, anão fescenino e peludo (espécie de curupira); Super-Ego, autoritário e aristocrático patrão. Depois de um dia de estafante trabalho, Ego deitava-se mas não podia dormir: Id vinha do porão e punha-se a dançar em torno ao catre, fazendo caretas obscenas. Ego levantava-se e seguia o anão pelos campos, até o que parecia ser a boca de um buraco de tatu, mas era na realidade a entrada para o fabuloso palácio subterrâneo da Fada Morgana. Nos grandes salões iluminados por tochas bailavam, diante dos olhos maravilhados de Ego, moças loiras e nuas. Estendiam-lhe os braços, mas, quando o rapaz ia se atirar a elas, surgia Super-Ego, com seu fraque, sua cartola, seus lábios finos. A um sinal de sua bengala de castão de prata as bailarinas sumiam. Ele então se punha a zurzir o pobre Ego, repetindo monotonamente, não pecarás, não pecarás. O final era propositadamente otimista, com Ego livrando-se de seus algozes e casando com a Fada Morgana.” (Pág. 57)

Durante toda sua vida, Max passa por dissabores e reviravoltas, encontrando afetos e desafetos, mesmo depois de muitos anos.

No entanto, eu acho que a principal mensagem que Moacyr quer nos deixar com este livro, é que não importa quanto tempo passe, tudo aquilo que nós fazemos, resultará numa consequência para nós. Um dia iremos ter que prestar contas sobre tudo o que fizemos; mais cedo ou mais tarde. Não fugindo à regra, Max presta contas com o seu último felino (A Onça no Morro) que, ironicamente, só é seu predador por causa de suas ações no auge dos seus dezoito anos, na Alemanha. Então mesmo após muitos anos, o destino volta a bater na sua porta, cobrando o que ele havia feito.

Considerações finais…
A narrativa é sobre um tema bastante incômodo, mas bastante atual, mesmo hoje em dia. Moacyr aborda e critica temas que envolvem autoridade, ideologias políticas e opressão, pela visão de mundo do jovem Max. A vida de Max é a história de sua vida com “felinos”, que nada mais são que a representação metafórica desses poderes opressores que o rodeiam desde o seu nascimento até sua morte. Não bastassem os felinos “reais” e a figura autoritária do pai, eis que Scliar trabalha as alfinetadas em situações extremamente desconfortantes e controversas: Os estados totalitários e desumanos, a exemplo do Nazismo Alemão e do Integralismo Brasileiro. E é exatamente nesse cenário inóspito que a trama se desenrola.

Na segunda parte do livro, vemos o tão famoso episódio que Max protagoniza com um jaguar num escaler, que ficou mais conhecida após a polêmica envolvendo o livro As Aventuras de Pi. Não querendo vir em defesa de Yann Martel e não querendo entrar no mérito se se trata de um plágio ou não, o que pude perceber na verdade é que ambas as histórias são completamente diferentes. A trama de Max e os felinos não se limita ao episódio no escaler, enquanto que a trama das Aventuras de Pi, inspirada nessa cena de Max e os felinos, é apoiada exatamente nessa cena. Ora, trata-se de uma inspiração — uma notável inspiração? Sim. —. Mas ainda sim uma inspiração.
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Joana 03/02/2015

Li para entender um pouco mais sobre a polêmica Scliar (autor deste Max e os Felinos) e Yann Martel (autor de As aventuras de Pi) e acabei gostando. Até certo ponto as duas histórias têm alguns pontos em comum mas depois acabam se distinguindo. De todo modo, foi Max e os Felinos que serviu de inspiração para As Aventuras de Pi, isso é incontestável. Recomendo os dois livros. Mas leria primeiro o de Scliar.
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italob 06/04/2015

Objetividade densa
Ser objetivo é ser superficial? Não é o que demonstra Moacyr Scliar. Em "Max e os Felinos", a narrativa é bastante objetiva, rapidamente o personagem principal, Max, vai mudando, no entanto, há uma densidade psicológica muito forte. Fácil de ler, mas toda a obra é bastante subjetiva. O que comprova a densidade dessa novela pequena do Scliar.
italob 06/04/2015minha estante
A propósito, não li o livro "As Aventuras de Pi", de Yann Martel, que seria um plágio da obra de Scliar. Tampouco vi o filme.




Maria - Blog Pétalas de Liberdade 05/05/2016

Resenha dupla para os blogs Pétalas de Liberdade e As Letras da Anne
(Acesse o blog para conferir algumas fotos de duas edições do livro.)

Olá pessoal, tudo bem? A resenha de hoje será dupla, eu e a Anne, colaboradora do blog, combinamos de ler um livro que tínhamos em comum, "Max e os felinos" do Moacyr Scliar, e depois postarmos nossas impressões sobre ele. Foi bem legal poder fazer isso, pois era um livro que ganhei em um sorteio da editora L&PM (e é meu único com capa dura) e já faz tempo que estava parado na estante.

O Autor

ANNE: Quando eu estava no colégio, era obrigada a ler Moacyr Scliar - primeiro por ele ser um escritor judeu e gaúcho, depois por ser tio de uma colega de sala minha. Não lembro quais obras tive que ler, mas acho que foram três, incluindo "O exército de um homem só". Não lembro nada da leitura. Eu não gostava dos livros dele, pois apesar de serem livros curtos, era custoso para mim lê-los. Então rolava ainda um "trauminha" de Moacyr Scliar, quando peguei "Max e os Felinos” para ler, mas hoje em dia, já adulta com 30 anos, talvez eu gostasse um pouco mais do estilo dele.

MARIA: "Max e os felinos" foi meu primeiro contato com a escrita do Moacyr Scliar (Porto Alegre, 23 de março de 1937 - 27 de fevereiro de 2011), até então eu só sabia o nome de uma ou duas obras escritas por ele.

O Livro

ANNE: Além de esperar não gostar (devido ao trauma), esperava que a história do livro fosse similar ao enredo de "As aventuras de Pi", o filme. Esperava também que a história fosse sobre um protagonista judeu (como é costume do autor) e que a metáfora dos felinos fosse claramente sobre o nazismo, mas não foi o que tive. A história é rápida, um romance de formação desde a infância do Max na Alemanha até sua chegada e vida no sul do Brasil.
A edição que eu li, apesar de ter a mesma capa da edição da Maria, não era capa-dura e era em versão pocket.

MARIA: Talvez pelas minhas expectativas sobre a obra serem bem diferentes do que eu encontrei (eu esperava algo mais fantástico ou leve e menos "adulto"), talvez pelas escolhas feitas pelo protagonista, eu não tenha torcido tanto por ele nem me sentido muito conectada a ele, ou, ainda, por ser um livro curto para uma história que se passa num espaço de tempo longo (e de leitura rápida, com a narração em terceira pessoa mas bem focada no protagonista).


Os Personagens
ANNE: Max é o protagonista da trama, conhecemos ele adolescente e ele vai envelhecendo com o passar dos anos na trama. Ele não é judeu e sua infância é diferente da de Pi. Achei estranho mas nenhum personagem me cativou. Nenhum teve muito tempo para isso, além de Max e não gostei de Max desde o começo. Apesar disso, Max é um personagem bem construído e sua personalidade é bem marcada no livro.

MARIA: Aconteceu o mesmo com os demais personagens, talvez se a obra fosse mais extensa eu tivesse tido mais tempo de me afeiçoar a eles, o pai de Max foi um que inicialmente não gostei, mas depois essa minha má impressão sobre ele foi diminuindo.


A Trama
MARIA: A história é narrada em terceira pessoa e conta sobre como a vida de Max, de certa forma, sempre esteve atrelada a felinos. Quando criança, na Alemanha, o pequeno Max tinha um medo enorme de um tigre empalhado que ficava na loja do pai. Quando jovem, foi obrigado a fugir de seu país na época do nazismo, veio num navio para o Brasil, mas o navio afundou em circunstâncias suspeitas e Max ficou perdido num barquinho no meio do oceano, até que um jaguar pulou no barco com ele e o rapaz teve que aprender a conviver com o bicho. Já no Brasil, foi uma onça que entrou em seu caminho. Minha opinião sobre a obra é a seguinte: foi inferior as minhas expectativas. A leitura é fluida sim, mas ao final ainda ficam várias questões em aberto, perguntas para as quais não obtive respostas. O fato de eu estar um pouco cansada no momento de livros que falem sobre o nazismo, talvez também tenha pesado.

ANNE: O motivo pelo qual Max teve de fugir da Alemanha, ao meu ver, foi muito fraco. Não me convenceu e assim como esse ponto, o motivo do naufrágio do navio que o levava para a América foram muito fracos. Essa foram minhas maiores decepções durante todo o livro.
A história na verdade é considerada pelo próprio autor uma novela, não um romance. eu queria que as partes acima tivesse sido mais desenvolvidas, mas numa novela e/ou em contos, as histórias são diretas assim mesmo.
Uma questão forte no livro Max e os felinos é a chegada de Max no Brasil e como ele se aclimata no Rio Grande do Sul, primeiro na capital e depois na Serra. Conhecendo bem a história do meu estado, a vida de Max nesse momento muito se parece com o estilo de vida que os imigrantes tiveram no início até meados dos século XX nos estados do sul do Brasil, que ajudaram a formar. Muitos italianos e alemães vieram para no Rio Grande do Sul e principalmente em Santa Catarina.
O livro menciona questões históricas brasileiras como um desfile do movimento integralista em Porto Alegre e também cita vários pontos reais da cidade de Porto Alegre: bairros, ruas e pontos turísticos, sem explicar muito sobre nenhum deles, somente destacados pelos olhos de quem os conhece.


Comparação com "As Aventuras de Pi"
ANNE: Achei interessante que o livro trazia uma introdução e uma "explicação" do próprio autor sobre a questão de o livro ter sido plagiado pelo autor de "A vida de pi", livro que originou o filme "As Aventuras de Pi". Compreendi que Scliar não parece ter se incomodado muito com o tal plágio, pois deu visibilidade ao seu livro. O que ele diz - e eu concordo - é que o autor do Pi poderia ter entrado em contato com ele e informado que utilizaria sua ideia em Max e os felinos para escrever uma história com uma premissa parecida com a do seu livro, coisa que outros autores fazem e ele teria apreciado.
Comparando o filme de Yann Martel e o livro de Scliar, o que posso dizer é que eles são bem parecidos e bem diferentes em vários pontos. O fato é que não é possível separá-los completamente. O filme de Pi é bem mais vibrante e trata basicamente do que houve na infância do personagem título e durante o momento do naufrágio, e o livro de Scliar aborda rapidamente o momento do naufrágio e desenvolve bastante a vida do personagem Max na chegada ao Brasil após o desastre.
As motivações dos felinos em ambas as obras para mim também pareceram bem diferentes ainda que ligadas. Não vou entrar em muitos detalhes sobre isso, pois estragaria o final do filme para quem ainda não o viu e talvez o livro também. Os felinos do livro de Scliar, ao meu ver não são apenas os fantasmas do nazismo, porque os felinos aparecem na vida dele ainda na infância, quando ele nada sabia sobre isso, então eu relaciono os felinos de Scliar a algo mais profundo que isso, dentro de Max. Para saber o que, só lendo...
Recomendo muito o filme, com fotografia linda e uma história intrigante e divertida. O livro também é interessante, mas não foi melhor que o filme, para mim. Nesse caso, a criatura saiu melhor que o criador.

MARIA: Eu não li o livro nem vi o filme, mas nessa edição da L&PM de 2013 tem um artigo interessante do próprio Moacyr Scliar sobre a questão.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/05/resenha-dupla-livro-max-e-os-felinos.html
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Carla 26/07/2016

Para aqueles que ainda preferem o vinho Chileno e o filme Francês, toma esta! Reconheça que podemos ser e estar entre os melhores, sem que pra isso um idiota gringo tenha que atestar. A obra que literalmente "pariu" o filme "as aventuras de Pi" embora não tenha sido totalmente endossado o devido plágio! Obrigada Moacyr e tapete vermelho póstumo pra ti.
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MF (Blog Terminei de Ler) 19/02/2018

Livro que inspirou "As aventuras de Pi" é exemplo de ficção bem escrita, instigante e original
Livro "Max e os felinos" do brasileiro Moacyr Scliar. A obra conta a história de um jovem alemão que fugiu para o Brasil, escapando do nazismo. No meio da viagem, seu navio, que transportava também alguns animais de um zoológico, afunda. Max sobrevive em um pequeno escaler, na companhia de um perigoso jaguar.

Lançado originalmente no início da década de 80, mais de 20 anos depois, a obra se viu diante de uma polêmica internacional. O escritor canadense Yann Martel foi acusado de plágio, após ter copiado idéias do livro de Scliar e utilizado elas para escrever o livro "As aventuras de Pi" (Life of Pi), posteriormente adaptado para o cinema. E de fato: a ideia é a mesma. Porém, as histórias são completamente diferentes. A edição que li, feita pela sempre excelente L&PM Editores, traz uma introdução sobre essa polêmica, escrita pelo próprio Scliar. Ainda sobre o plágio, há na edição um estudo literário assinado por Zilá Bernd, que compara ambos os livros. O que chama atenção na polêmica foi a forma petulante/arrogante de Martel, quando foi acusado. Ele, na ocasião, disse ter se inspirado em uma resenha "negativa" de um livro de um "escritor menor" (ou algo nesse sentido). O jornal onde, supostamente, essa crítica tinha sido escrita, posteriormente divulgou uma nota desmentindo Martel, afirmando que jamais tinha feito alguma resenha negativa de Scliar. A questão do plágio foi discutida na imprensa do mundo todo, principalmente no Canadá e no Brasil. A arrogância de Martel foi duramente criticada na época. Moacyr Scliar foi um de nossos maiores escritores, tendo sido o autor de mais de 80 livros.

Enfim, o livro é pequeno mas muito bem escrito. A história é ótima e vale a pena dar uma conferida!

Abaixo, um link sobre o livro e a polêmica (não recomendado para quem pretende ler o livro de Scliar).

http://poressaspaginas.com/resenha-max-e-os-felinos

site: https://mftermineideler.wordpress.com/2014/02/27/max-e-os-felinos-moacyr-scliar/
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jonathanrausch 08/06/2019

História boa, como um todo
O autor me pareceu que não soube como dar fim à obra. Achei muito sem pé e nem cabeça a trama final, mas a escrita e a história, como um todo, vale a leitura.
Alê | @alexandrejjr 10/06/2022minha estante
Jonathan, te lembras por que achasse "muito sem pé e nem cabeça" o final? Pois eu achei que o Scliar retoma tão bem os signos da primeira parte (o perigo nazista, o medo do autoritarismo, as descobertas da vida adulta) e da segunda parte (o medo animal do jaguar, a inserção da dúvida entre o real e o imaginário, a luta pela sobrevivência) no capítulo final.


jonathanrausch 10/06/2022minha estante
Não me recordo não. Infelizmente foi uma das resenhas que não me aprofundei, se tivesse colocado mais informações para auxiliar na rememoração




Daubian 25/07/2019

Amigo da onça
Tive contato com este livro na polêmica envolvendo a Vida de Pi. Fui ver qual era do texto original. Primeiro que de não for plágio é no mínimo um grande material de referência. Mas as abordagens finais são tão diferentes quanto listras são de manchas.
O mais interessante de diferente entre as obras é justamente o fato do livro tratar o que aconteceu com o protagonista após a chegada na América. A história como um todo é crível, mas fantástica e não é leve e animadora, pelo contrário, vai nas feridas, cruel como a onça. Porto Alegre dos anos 40 está bem longe de ser o paraíso pintado pelo Canadá de Pi. Por isso a história ganha camadas e plot twists muito mais humanos e interessantes. Algumas conveniencias absurdas? Talvez. Mas duvidar da sua história não fará a onça desaparecer. A paz aqui é alcançada depois de muito desenvolvimento pessoal, de uma história cruel e difícil, sendo que você vê os felinos (do tigre aos angorás) como pontos chave na vida de um homem. Acho particularmente engraçado que o homem dos felinos matou 5 cães. Tudo é espirituso e informativo mostrando que nós temos muitos felinos pra dar em conta. Pi pode ser um número irracional, mas Max e os Felinos é racional até demais. Leitura excelente
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