S. T. 30/03/2022
Apenas pelo hygge.
Ler esse livro me trouxe um conhecimento legal sobre a cultura dinamarquesa. A gastronomia legal, o estilo de vida, a decoração. O hygge! É muito interessante e uma experiência cultural enriquecedora.
No entanto, infelizmente, não credito tanto essa imersão no estilo de vida dinamarquês à autora, porque eu sentia que a ambientação era muito mecânica, exageradamente descritiva de forma fria, com muita informação sem exatamente se aprofundar tanto em nenhuma delas. Não me senti de fato na Dinamarca apenas lendo o livro, apesar de ter me despertado algum interesse em ir pesquisar sobre.
O que mais gosto em ler livros que se passam em cenários marcantes é justamente fazer essa viagem e ter uma conexão com o local. Não aconteceu, mas aconteceu com Eva, uma representante doce e fofíssima do povo dinamarquês.
No começo achei a escrita arrastada e muito clichê, apesar de algumas cenas boas. As cenas entre Kate e Ben são bem escritas, bem construídas. A autora se dedicou bastante em desenvolver o flerte, mas, na minha opinião, esse mesmo empenho não foi visto na construção da nossa narradora, a Kate.
Tive muito, muito problema com a protagonista. Faz tempo que não leio uma mocinha divertida, agradável, leve e cativante, e isso é uma pena gigante, mas Kate não só deixou a desejar como me incomodou demais. Achei o comportamento dela extremamente infantil para uma mulher adulta, com atitudes mimadas e egoístas.
Pra coroar, na reta final, o clichê da mocinha que se decepciona e foge, se escondendo do mundo, sem responder mensagem, sem diálogo, sem maturidade. Muito chatinha.
Ben é um personagem mais instigante, mas com uns arcos meio rasos, pouco desenvolvidos, como a história dele com a ex RP, a história dele no trabalho, a irmã e os sobrinhos... tudo meio corrido e mal explicado. Ainda assim, é um personagem simpático, fica mais fácil simpatizar com ele. Acredito que gostaria ainda mais dele se ele fosse o narrador e pudéssemos ter acesso aos seus pensamentos.
Ponto para Julie nos personagens secundários. Adorei o desenvolvimento da Avril, por exemplo. A forma como a construção aconteceu e foi surpreendendo o leitor. Conrad e Fiona, também muito carismáticos.
Levei muitos dias pra conseguir terminar O pequeno café de Copenhague e não encerro com a sensação de que vou lembrar dele por muito tempo, portanto não consigo avaliar exatamente como um bom livro. Porém, tem pontos positivos, e é sempre agradável ler uma história que se passe em uma ambientação que foge do óbvio.