Luan 26/08/2022
Apesar de um pouco chato, é preciso reconhecer o talento de Rowling nesta série
J. K. Rowling, aqui sob o pseudônimo de Roberth Galbraith, tem um exímio talento para a escrita. É uma ótima contadora de histórias, não dá pra negar, independente das polêmicas. Ao enveredar pelo gênero de suspense, depois de um início bom, mas sem grande destaque, agora ela de fato se encontrou e tem entregado boas histórias.
Em Sangue Revolto, o quinto livro da série Cormoran Strike, o detetive é abordado por uma mulher enquanto visitava a tia que está à beira da morte. A mulher pede ajuda para tentar descobrir o que aconteceu com a mãe dela, que desapareceu há 40 anos, e até agora o corpo de um possível assassinato, não foi localizado.
A história, por si só, não é muito convidativa se comparada às sinopses de alguns dos suspenses anteriores da autora. O quarto livro, que ainda é o melhor de todos, tem uma história muito mais atraente. Isso, somado ao exagero de páginas, fizeram de Sangue Revolto um pouco chato, perdendo o charme que poderia ter tido se fosse mais enxuto.
A ideia da autora para o tema central do quinto livro não tinha tanta consistência para compor um livro de quase mil páginas. Boa parte da investigação não evoluía – oque só veio a acontecer bem depois da metade. Os protagonistas andavam em círculos para tentar descobrir o mistério envolvendo a desaparecida.
Acrescenta-se a isso o excesso de passagens da vida pessoal de Cormoran e Strike. Neste, mais do que nos anteriores, a história dos protagonistas têm mais espaço. Mas em alguns momentos, não aprecia haver necessidade de tanto destaque. Isso só estragou a evolução do tema principal e quebrava o clima. Não que fosse chato acompanhar – mas com um mistério simplório, acabou atrapalhando.
De forma geral, não é um livro ruim. Só fiz tantas ressalvas porque o quarto volume da série entregou um nível altíssimo e esperava que ele fosse mantido. Mas ainda assim, temos uma escrita perspicaz da autora, junto com diálogos muito bem construídos. A reta final, quando as revelações começam a ocorrer, deixa o leitor sem fôlego.