Liz 04/11/2011"[...] estava triste porque pessoas como Bee e Kostos, que tinham perdido tudo, ainda se viam abertas para o amor, enquanto ela, que nada perdera, fechava-se."
Bee, Lena, Carmen e Tibby são muito diferentes umas das outras, mas a amizade entre elas é forte e verdadeira. Quando, num verão, percebem que não passarão as férias juntas, elas decidem compartilhar um par de calças que consideram mágicas para dar sorte em suas aventuras e continuarem unidas mesmo separadas. Acompanhamos todas as quatro durante esse tempo, vendo como cada uma lida com os problemas que surgem.
Eu já tinha lido esse livro há um tempão, por ter gostado do filme. Naquela época era quase uma criança e só havia lido por pura diversão mesmo; desta vez, li com um pouco mais de atenção. Não gostei tanto como tinha antes, mas nem por isso foi uma leitura desperdiçada. Brashares é uma ótima escritora, e acho que tem um enorme potencial para gêneros mais maduros.
Todas as protagonistas possuem desenvolvimentos muito bem construídos e, com exceção de Lena, são muito carismáticas.às vezes os problemas pelos quais elas passam não são, digamos, graves, mas o drama feito em torno deles sempre me parecia bem exagerado. Isso me irritou um pouco, mas acho que seja um ponto positivo, pois uma vez que são adolescente, devem se comportar como tais - quantas vezes já não fizemos um alvoroço por um problema que depois se mostraria ser tão idiota?
De todos os personagens, foi de Lena quem eu menos gostei, mas também foi a que realmente me fez parar para pensar. Desde o começo achei-a uma pessoa bem irritante e enjoada, além de ter no livro uma história muito arrastada. Mas eu acabei percebendo que (tirando a beleza) eu sou quase uma encarnação da garota, eu me pareço muito com ela. Passei a pensar mais nos meus atos, em como ajo com as pessoas. Bom, nem por isso passei a gostar dela.
A história de Tibby foi a que mais me emocionou e a minha favorita, tanto na 1ª leitura quando nessa. Ela foi a personagem que mais e melhor evoluiu. Também gostei bastante do arco de Bee, mais pela personagem do que pela história em si. Acho que, das quatro, é a minha favorita. Simpatizei-me muito com ela, incrível como alguém consegue ser tão alegre mas tão triste ao mesmo tempo. Já de Carmen não gostei muito, não sei o porquê. Talvez seja - como ela mesma comenta no começo - porque ela não tem uma personalidade própria como as suas amigas. O arco dela também é legal, mas acho que deve ser mais interessante para quem já tenha passado por uma situação parecida com a dela.
Enfim, A Irmandade das Calças Viajantes é um ótimo livro infanto-juvenil. Achei-o realista e até profundo, e recomendo para qualquer um que não tenha repulsa por um melodrama.