spoiler visualizarfairy2 02/06/2024
Palavra favorita
Meia-boca.
O livro conta a história em dois tempos: eles adolescentes, que eu achei bem legal, até engraçado várias vezes. Eles são exagerados, dramáticos, mas extremamente unidos e o amor adolescente deles é bem construído e corresponde às emoções e hormônios da idade.
Daí eles crescem e dá vontade de morrer. Ok, menos, mas é bem inferior.
Temos uma médica (que é o que me fez querer ler o livro) e eu não lembro a profissão do cara, mas ele está escrevendo um livro. Eles não se veem há anos, cortaram relações abruptamente e vêm sofrendo um pelo outro desde os 17/18 anos. Não sei se isso me convence muito, mas comprei o que a história me vendeu ? o que não significa que eu tenha gostado.
A Macy adulta é muito estranha. Ela é médica e deveria ser a primeira a ir atrás de terapia e de lidar com seus traumas, ou pelo menos de entender que é como é porque passou por dois lutos extremamente jovem, o do pai de maneira completamente caótica e inesperada. Ela se envolve com um cara porque é confortável, porque eles trocam migalhas e ninguém reclama. Inclusive, o cara tem um passado triste também, mas tem na filha um motivo para continuar. Ele é um personagem interessante, que é mais um melhor amigo/terapeuta/P.A. para a Macy que qualquer coisa.
Enquanto o atual/ex dela é assim, as mulheres com quem o Elliot se envolveu são todas ou extremamente sensíveis (e com razão né, Rachel? Que ideia estúpida a dele) ou capazes de qualquer coisa ? oi, Emma. Isso me incomodou muito. Até a maneira que a mulher Macy é apresentada me incomoda, chamando todas as mulheres que olhem pro Elliott das palavras com V.
O Elliott não mudou quase nada da adolescência para cá, exceto fisicamente. Ele é um protagonista masculino escrito por mulher, mas na adolescência não é inverossímil de maneira nenhuma.
Se eles tivessem sentado e conversado ? nem que fosse pra brigar ? nas primeiras páginas, a história seria mais interessante. Mas não é assim, eles enrolam duzentas páginas pra esclarecer um mal-entendido adolescente.
Aí está uma das problemáticas pra mim: um menino bêbado é tocado por uma estranha, ele pensa que é a namorada e acaba cedendo, mas está bêbado demais até para tirar as roupas. Isso não é um abuso?
Essa discussão simplesmente não existe na história. E não bastasse isso, essa suposta traição (suposta porque fica no ar se foi realmente assim) é o que faz eles brigarem. Qualquer menina ou mulher adulta enlouqueceria com a cena que a Macy encontrou, isso faz sentido. Mas aí, mil anos depois dela falando que ele a machucou não sei o quê, eles transam e ela, de repente, não liga mais para o passado? Até depois que ele conta, ela não acredita 100%, mas opta por ignorar. POR QUE ENTÃO ELA COZINHOU O ELLIOT O LIVRO TODO????? Não faz sentido.
A questão do que ela acha que fez me fez chorar desesperadamente. Apesar de o Duncan ser esquecido para facilitar a historinha dos mocinhos, eu gostei dele.
Honestamente, saí minha decepcionada dessa leitura depois de anos sem ler Christina Lauren. ?Irresistível? era mil vezes melhor.