Iza 26/12/2011
O livro foi escrito por Mark Twain no ano de 1869 enquanto estava tentando buscar inspiração para concluir a segunda parte de outra obra-prima (Huckleberry). O livro traz um pouco da visão crítica do autor sobre aquela época em que vivia, misturado com uma leitura simples e cativante. O Príncipe e o Mendigo conta a história de Tom Canty e Eduardo Tudor.
O primeiro é o mendigo, morador de um dos lugares mais pobres de Londres, onde divide um quartinho com seu pai, um ladrão, que o obriga a mendigar nas ruas londrinas e o maltrata diariamente com surras; a mãe, que é totalmente submissa ao marido e também sofre dos seus maus tratos; suas duas irmãs, Nan e Bethy e a avó que também o maltrata junto ao pai.
O segundo é o Príncipe de Gales, futuro rei da Inglaterra. Este cresceu rodeado dos mais protetores cuidados, e teve desde sempre as mais bobas necessidades supridas rapidamente. E assim apresentados, talvez fosse estranho achar que alguma coisa pudesse unir esses dois seres tão diferentes um do outro (ou quase diferentes). Mas, os dois meninos, por acaso do destino, nasceram no mesmo dia de outono e muito, muito parecidos, apesar de não serem irmãos. E os anos passaram, sem que nenhum dos dois conhecesse a existência do outro, mas, o destino se encarregou de cruzar os seus caminhos.
Tom, apesar de não ter conseguido frequentar a escola, recebeu mínima instrução de um bom padre que morava no mesmo bairro que ele e lhe mantinha afeição. Com ele aprendeu a ler, um pouco de latim e a gostar das histórias de príncipes e princesas. De tanto ouvir essas histórias começou a fantasiar sobre ser um príncipe nas brincadeiras com os outros colegas, e após um tempo já sabia de cor os costumes da realeza e o modo de agir de um verdadeiro príncipe. Numa noite, ao sonhar com toda a luxuosidade da realeza, Tom acorda desaminado e perdido, sai às ruas sem destino e acaba no portão do palácio real.
Quando está quase sendo espancado pelo guarda, surge um menino, com vestes reais. Era o príncipe de galés. Eduardo ordena que o guarda pare com aquilo e convida o pobre mendigo a entrar no palácio. Lá lhe dar de comer e escuta os lamentos da sua vida. Decidem então trocar as vestes para brincar. Ao se trocarem olham-se no espelho, e então percebem pela primeira vez a incrível semelhança entre ambos. O príncipe acaba percebendo uma ferida no mendigo, causada pelo guarda, então decide ir castigar o guarda por isso. Ao dar ordens ao guardas, é expulso do palácio, pois não era o príncipe de galés que estava ali (não com aquelas roupas) era o pobre mendigo.
Daí começa as auguras do príncipe e as confusões no palácio do mendigo. O rei tem que sair correndo, sem direção, para fugir do povo que ficando do lado do guarda corre atrás do menino para batê-lo. O pai do verdadeiro mendigo o encontra e como não crê que ele seja o príncipe, como o garoto afirma ser, acha que ficou louco e o arrasta até o quartinho onde morava e lhe surra junto com a mãe. O falso príncipe é então considerado doente por repentinamente afirmar não ser príncipe e ser um mendigo.
O príncipe sofre uma série de maus tratos e acontecimentos que nunca como príncipe teria passado como ser preso. É na pele de um mendigo que percebe a crueldade de uma sociedade que se diz boa e cristã, mas joga mulheres inocentes e boas na fogueira. Quanto ao verdadeiro mendigo, com o tempo vai se acostumando a vida no palácio, mas suas decisões são feitas pelo coração o que o torna um príncipe caridoso. Tudo começa a caminhar para o fim, quando o príncipe encontra um amigo, que apesar de também achá-lo louco, fica ao seu lado para protegê-lo. É uma leitura muito gostosa, e a escrita é simples. O leitor fica tão envolvido na história que não quer largar curioso para saber qual será o destino do pobre príncipe. Gostei muito da história, recomendadíssimo!!!