Resenhas - O Morro Dos Ventos Uivantes

Pam 21/01/2021

Um estudo de solidão, vingança, e consequências.
Esse livro é aquele que, definitivamente, não é para todos. Praticamente todos os personagens são detestáveis, porém, a todo momento, o livro te explica porquê. Cabe ao leitor tirar suas conclusões.
A leitura estabelece um clima sombrio, o que já deixa claro qual será o rumo do livro. O mais impressionante, ao meu ver, foi ver como Brontë conseguiu criar dinâmicas tão complexas com um número tão pequeno de personagens. Vemos esse pequeno núcleo de habitantes do Morro dos Ventos Uivantes e seus arredores criando entre si diversos relacionamentos e intrigas, mas vemos que quase todos, ainda assim, vivem vidas solitárias e infelizes: constantemente se magoando e magoando todos ao redor. O questionamento que fica é o que fazer com isso? O quão nossos comportamentos negativos podem arruinar não somente a nossa vida, mas a de todos ao nosso redor?
Além do mais, o livro aborda a linha tênue entre amor e obsessão e como isso, também, acaba arruinando vidas.
Achei o personagem principal, Heathcliff, totalmente detestável e um dos personagens mais vis e cruéis que eu já li, mas ainda assim não consegui largar o livro. Acredito que essa seja a inteligência da escrita para mim: o leitor fica o tempo todo esperando que a situação melhore, que haja justiça, porém somos constantemente frustrados durante toda a história, mas a esperança sempre prevalece e é o que me prendeu à trama, é o que nos leva até o fim: o desejo de que, em algum momento, os moradores locais possam viver em paz, sem o peso do medo e vingança em suas vidas.
"Morro dos Ventos Uivantes" é um livro que engole o leitor: você não consegue largar o livro, além de ser consumido pela intensidade cortante da narrativa.

Carine 15/11/2020

Leitura de O morro do ventos Uivantes
Melhor livro de 2020? Um dos melhores livros da minha vida? Facilmente os dois.
Um misto de amo e ódio.
Mais tarde retorno com uma resenha a altura, precisarei de tempo para organizar meus pensamentos.

Vanessa.Castilhos 04/03/2023

Um verdadeiro clássico
"Um livro clássico é um livro considerado exemplar, ou seja, uma obra a servir de inspiração para outras futuras obras literárias. Ao mesmo tempo em que ela reflete os valores de seu tempo, ultrapassa a época em que foi escrita, e por isso, é sempre atual em sua universalidade."

Foi exatamente isto que esta obra me entregou!

Inglaterra, século XIX, Morro dos Ventos Uivantes, um lugar lindo, mas habitado por almas imperfeitas.

Onde o amor se confunde com ódio, posse e desejos de vingança. Amores doentes, mas muito reais.

A forma que a autora descreve cada detalhe e as personalidades... é única!

Apesar de ter alguns momentos pesados, valeu cada página lida!

Emily Brontë, 1818 - 1848.

Victoria.Dallapria 22/03/2022

Amor e ódio
Esse livro me deixou capítulos de pura angústia e nervosismo. O tanto que o Heatchliff é uma pessoa HORRÍVEL(prefiro nem entrar em detalhes sobre ele, me dá nos nervos) Catherine uma menina confusa e vivendo uma batalha de ideais dentro dela. Eu não sei se eu concordo com o ponto de vista de que se ela não tivesse se casado com o Edgar, as coisas com Heatchliff e os surtos dela, não aconteceria. EU acredito que não, afinal ela sempre foi muito temperamental, e ele sempre foi invejoso e rancoroso, uma personalidade extremamente odiosa. Acho que se eles tivessem ficado juntos, provável que teriam se matado.
Outro ponto foi Edgar, meu cristalzinho! Esse homem não merecia tudo que passou. Ele amava Catherine, compreendia a personalidade e a acalmava suas crises, e não imagino como deve ter sido difícil ver que sua mulher amava a outro homem, sempre amou... uma coisa legal, é que ele era uma pessoa tão maravilhosa e sua filha Cath o amava mais que qualquer outra coisa no mundo, então finalmente ele foi correspondido em um amor verdadeiro.

Rafaela1002 23/05/2024

O Morro dos ventos Uivantes
História com personagens complexos e recheado de confusões. Acho que a intensão é trazer a tona a complexidade do amor dos dois personagens que foram separados. Não é um livro que eu estou acostumada por isso estranhei bastante, até por que os personagens são bem cruéis e difíceis de gostar.

William LGZ 30/06/2022

Uma das minhas melhores leituras deste ano
Uma obra densa, cheia de personagens abomináveis como pessoas mas que são explorados de forma primorosa para o estudo do principal tema do livro: obsessão. Conseguiu me prender do início ao fim mesmo com o passar das gerações.

Adorei como todos os indivíduos não são simplesmente preto no branco, todos tem suas falhas e pontos onde foram bons de alguma forma, e até mesmo o exagerado antagonista teve sua construção para ficar do jeito que ficou.

É um livro que sugiro absurdamente para qualquer um, mas ressalto que é do gênero gótico e talvez diversas frases e cenas podem soar um pouco hostis ou desmedidas demais. É necessário embarcar na "aventura" e imergir com seu universo para se ter uma boa experiência.

Ale6374 19/03/2021

Não sei o que dizer...
Essa é a primeira vez que me encontro sem palavras para falar sobre determinado livro. O Morro dos Ventos Uivantes me deixou diversas vezes irritada e estupefata com a atitude e grosseria dos personagens, mas ainda assim não sei bem o que dizer do livro. Mas de uma coisa eu sei, o livro não me ganhou, e sinceramente não sei se eu recomendaria a alguém, mas ainda assim, leitor, vale a pena a se arriscar a ler esta obra...quem sabe você goste mais do que eu.

Luísa Toresan 31/01/2021

O livro não me agradou desde o início. A estória não foi cativante pra mim, não me importava com personagem algum, mas não era aquela coisa de tipo "A autora me fez odiar esse personagem". Eles simplesmente não me atraíam nem me geravam desgosto.

Foi uma leitura bem cansativa pra mim.

Giulipédia 30/10/2020

O que um lar sem empatia pode fazer ao ser humano?
A história começa com a chegada do Sr. Lockwood, novo inquilino que irá morar na Granja da Cruz do Tordo. Esse senhor agradável logo se depara com seu senhorio, Sr. Heathcliff, um homem grosso e de temperamento duvidoso que deixa intrigado o homem, por ter tal comportamento e atitudes rudes perante certas situações, a curiosidade de Sr. Lockwood é ainda mais atiçada quando se depara com a morada do Sr. Heathcliff, onde moradores são tão intragáveis como seu senhor. Graças a uma empregada da família que vive na Granja, Ellen Dean, Lockwood recebe em primeira mão o relato da história de amor, ódio, discórdia e extremo egoísmo dos moradores do Morro dos Ventos Uivantes.

Como eu posso descrever o que essa releitura causou em mim?
Nessa segunda releitura, senti como se visse esse livro odioso com outros olhos, e hoje posso afirmar que eu não mais o odeio, mas o amo, amo demais, pois finalmente o compreendo.

Morro dos ventos uivantes é uma história difícil e odiosa, seus personagens são desprezíveis, egoístas, orgulhosos, falsos, mentirosos e acima de tudo, desesperados. Por que desesperados? Por que são todos desesperados em conseguir serem amados, mas não sabem como amar, mas eles desejam, e como desejam! Ardentemente! Cruelmente! Desesperadamente eles desejam o amor!! Mas são cegos, tão cegos que a única coisa que sinto no final, por Heathcliff e Catherine é pena e compaixão, pois o amor estava estampado na cara de ambos, óbvio para todos, menos para os dois, e essa foi a grande ruína deles! Mas longe de dizer que não tinham sentimentos um pelo outro, tinham e tinham demais, uma enorme paixão capaz de destruir a todos ao redor e a ambos! Mas não sabiam o que fazer com essa paixão, pois ambos não sabiam amar...

Esse livro mostra muito sobre o que um lar sem empatia e amor pode fazer com as pessoas. Nenhuma pessoa nasce boa ou má, mas temos inclinações que podem nos puxar para ambos os lados, e há circunstâncias que também podem favorecer um desses lados, porém depois de humanos feitos e cientes que temos uma escolha, podemos escolher. Aqui eu falo que entendo, todos esses personagens desprezíveis e egoístas, entendo por escolherem o que escolheram, mas não os perdôo, pois a escolha infeliz que fizeram não destruiu apenas a vida destes, oh não! Eles não seriam tão detestáveis senão tivesse colocado almas inocentes que não tinham culpa de nada em constante perturbação e sofrimento a chegar ao ponto de quase total corrompimento destes!

Emily Brontë nos mostra dois lados de uma mesma moeda, duas faces do ser humano, duas escolhas diferentes a serem feitas e o resultado de ambas! Aqui eu deixo uma reflexão para os que leram e os que vão ler, qual a diferença entre amor e paixão? E quais personagens ali aprenderam a amar? O que estes tiveram, que os beneficiaram a aprender, daquele que não conseguiram?

Não posso e não consigo mais odiar esse livro, apesar de toda dor que me causou, todo estresse e lágrimas que essa releitura me trouxe, é inegável o sentimento de gratidão e de grandiosidade ao finalmente entender e contemplar essa obra como ela merece ser contemplada. Me pergunto muito agora que personalidade nossa querida autora deveria ter tido, que espírito intrépido ela deve ter sido para escrever uma obra que nos faz sentir sentimentos tão extremos como esse livro nos faz sentir, ame ou o odeie, mas saiba que aquilo que sentir por esse livro será tão extremo como sua história!! Recomendo a todos!

Nath 18/05/2019

"Eles não tem medo de nada. Juntos, enfrentariam Satanás e todas as suas legiões."
Nunca julgue um livro pela "fama" que circula sobre ele, pois a "fama" pode ser bem equivocada! A primeira vez que eu ouvi falar do Morro, eu lembro bem.. Era uma adolescente e já ouvia as pessoas suspirando por causa das adaptações cinematográficas, como se a história da doce e destemida Cathy e do infame Heathcliff, fosse uma linda e trágica história de amor. Grande engano!

Pela primeira vez na minha vida de leitora, eu AMEI estar enganada e amei a surpresa dessa leitura, que chegou ao fim como um tsunami!

Esse livro aborda com maestria a degradação do caráter humano. Pessoas boas que ao serem expostas as injustiças e ao sofrimento infligido pela maldade alheia, tornam- se com o tempo, tão degradantes quanto os seus próprios inquisidores. Todos os personagens aqui retratados são tão humanos em seus piores dilemas que nos despertam os piores sentimentos, pois a natureza do ser humano não é totalmente boa nem totalmente má, e sim tem múltiplas camadas e sentimentos contraditórios.

Passamos toda a narrativa incomodados com tanto ódio e ressentimento, dor e injustiças. Chegando ao ponto do incómodo virar martírio! Mas o desfecho.. Emily Brontë mostra que a redenção é possível sim até mesmo para as almas mais atormentadas, basta deixar abertas as portas do coração e a tempestade dos nossos sentimentos tornam-se mais brandos nas colinas da vida.
Como a Zahar bem pontuou na contra capa dessa edição incrível:

"Você está prestes a adentrar o inferno. Mas não hesite: a viagem valerá cada segundo."

Clio0 28/10/2023

O Morro dos Ventos Uivantes compete com Romeu e Julieta como a maior história de amor de todos os tempos... e devido à algumas espertas jogadas de Marketing, muitos acreditam que se trata de uma história romântica açucarada, típica da escrita regencial. Ledo engano, Brontë era adepta do Gótico Romântico e sua história traz a máxima de tal escola: o horror.

Heathcliff e Cathy são arquétipos do amor impossível e, portanto, idealizado. O entrave de seus sonhos acarreta uma série de decisões rancorosas e vingativas que levam a um desenvolvimento dramático e, em alguns momentos, fúnebres.

Normalmente, menciona-se apenas o personagem principal como detentor de um amor possessivo, mas Cathy é sua igual. Ambos são incapazes de aceitar os revezes de suas vidas, e mantém um ao outro em uma rede de ciúmes e gestos tresloucados que vão da ruína ao suicídio.

É possível sentir o desespero aos chamados de "Cathy! Cathy!" e a depressão em "lânguidos" e "pálidos". São atos por atos mostrando como o amor deixa de ser algo edificante para se tornar o algoz da história.

Quanto ao leitor, esse permanece preso as páginas como alguém incapaz de desviar os olhos de uma cena de desastre.

Recomendo.

Gustavo Kamenach 31/08/2023

É muito ódio envolvido!
Olá. Meu nome é Gustavo e estou há 12 horas com Wuthering Heights da Kate Bush no repeat.

Ler O Morro dos Ventos Uivantes foi uma das experiências literárias mais surpreendentes e imersivas que tive nos últimos anos. Comecei por se tratar de um clássico tão famoso e comentado, porém imaginava que seria enfadonho, romântico ao extremo, já que se fala muito no "casal principal" e suas falas de declaração amorosas isoladas dá a entender que a história será melo dramática. Ledo engano! Aqui encontrei muita vingança, maldade, fofocas e pessoas extremamente desprezíveis. Sim, há amor, mas um amor doentio, que gera muita violência e vingança. Não há vilões e mocinhos, são personagens sim odiosos em sua maioria, mas são reais e muito bem construídos.

Apesar do clima opressor e sombrio contrastando com ambiente bucólico das charnecas aliado ao caráter de vários personagens, a história me prendeu absurdamente. Foi uma leitura contraditoriamente prazerosa. A narrativa primorosa em várias vozes e em flashback instiga e te faz duvidar do que realmente aconteceu e ainda dá muita vontade de saber o destino final das personagens.

Afora o amor perverso, ainda encontra-se no texto críticas como o falso moralismo de "bons cristãos", a questão sucessória daquela época, o preconceito de cunho social e racial.

Então você que vem adiando a leitura pelos motivos que eu vinha adiando, esqueça e comece a ler esse romance gótico, maravilhoso e marcante o quanto antes.

Rafa569 29/08/2020

Chocante.
Chocante. Essa é a primeira palavra que consigo pensar quando me perguntam sobre O Morro dos Ventos Uivantes. Demorei para ler, confesso. É um livro muito descritivo, mas peço a todos para não desistirem. Emily Brontë escrevia de uma forma muito fluída, por mais que suas descrições fossem longas.

Em muitas vezes, me senti como se estivesse com
todos os personagens, que por sinal, odiei a maioria. Mas, creio que essa tenha sido a intenção de Emily.

A história é sombria e trágica, não é um romance, muito menos clichê, também não é terror ou suspense. Emily criou um ambiente no qual não sabemos como descrever. Ele dá medo, mas também faz você olhar todos os lados da história. Te faz analisar: em que lado estou? Em qual personagem me identifico? Qual deles está errado? Qual deles está certo?

Esse livro divide opiniões diversas, mas a minha será sempre a mesma: impressionante, chocante, indescritível, incrível, maravilhoso!

Leiam e duvido muito que terão opiniões diferentes das minhas.

bia_mota 06/04/2021

To meio obcecada
como diz a minha prima. morro is not a phase, it?s a lifestyle

e realmente é!! todo mundo deveria ler esse livro pra construção de caráter jskjdjdjsjaks sério. tenho nem palavras pra descrever o que esse livro me fez sentir.

Evy 08/02/2013

O primeiro livro que realmente abriu caminho ao meu coração...
Há uma linda citação de Zafón em seu igualmente lindo livro A Sombra do Vento que diz que "poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho ao seu coração". E eis então o que me ocorreu com O Morro dos Ventos Uivantes e sua história de amor controversa. Desde a primeira vez que peguei a primeira edição com tradução de Rachel de Queiroz nas mãos, aos 19 anos, já li o livro quatro vezes. Em todas elas me emociono de derramar lágrimas e não me canso de venerar a brilhante e sensível escrita de Emily Brönte, magnífica escritora que morreu aos 30 anos sem sequer saber que seu livro seria consagrado como um dos romances mais importantes da literatura inglesa e mundial.

Aliás, é muito triste saber que Emily se foi com a rejeição de seu livro pela sociedade inglesa que não apreciara a mistura de romantismo, realismo cru e trama complexa e nem sequer acreditava que tivesse realmente sido escrito por uma mulher. Curioso lembrar que, para poder publicar em 1847, Emily utilizou um pseudônimo masculino. Mais um motivo para minha profunda admiração.

Não consigo precisar do que mais gosto neste romance. Se é o drama que se sente em cada palavra, por mais simples que seja, se a forma quase impossível como tudo se encaixa tão perfeitamente, ou se o fato de fugir daquele tipo de romance comum e meloso onde no fim tudo sempre dá certo. Algo, inexplicável se deu quando li esse livro e o encanto persiste até hoje. Por mais que eu leia, sempre acabo retornando ao Morro dos Ventos Uivantes, suas citações grandiosas e seus personagens tão bem trabalhados.

Heathcliff é, sem sombra de dúvidas, meu personagem favorito não só deste livro, mas de todos que já li até então. Seu caráter e sua história foram tão magistralmente trabalhados que mesmo com suas atitudes mais cruéis e revoltadas, se torna impossível sentir raiva dele. É daqueles tipos de personagens que não se esquece jamais. Cuja força e grandeza os tornam memoráveis. Catherine, ainda que tão grandiosa quanto Heathcliff, nos inspira um ódio quase colossal por culpa de sua forte, mas indecisa personalidade. O clima mórbido da casa localizada num morro eternamente açoitado por ventos uivantes é o ingrediente que faltava para completar as terríveis e apaixonantes cenas desse romance tórrido e obsessivo.

Emily quebra muitos clichês românticos da época com esse livro e deixa embasbacados os ingleses acostumados com o formato esquematizado do romantismo piegas. Acho que também por isso, esse livro tornou-se de imediato, meu favorito hoje e sempre. Não sei se algum dia será possível superar toda essa magnitude do romance de Brönte. E eu poderia ficar aqui citando dezenas de lindíssimas passagens. São tantos os momentos passíveis de serem julgados como emocionantes, mas de todos, a mim fica a frase utilizada em dois diferentes momentos do drama, uma vez por Catherine e outra por Heathcliff:

"Como posso viver sem minha vida? Como posso viver sem minha alma?".

Resta a mim dizer, que O Morro dos Ventos Uivantes é inesquecível, e já li o livro e assisti ao filme tantas vezes que a história me parece real. E quem poderá dizer que não o foi?