Bruna 05/11/2018Asiáticos podres de rico: ler ou não ler?Aeroporto na véspera de feriado.
Voo atrasado.
Aglomerado de pessoas bravas.
Havia terminado o livro que levei na viagem.
O que mais eu podia fazer nesse dia a não ser me enfiar em uma livraria do salão de embarque?
Foi aí que uma capa me chamou a atenção, tanto pelo laranja vibrante quanto pela foto ao estilo Audrey Hepburn.
Eis meu primeiro contato com Asiáticos Podres de Ricos e…. Bingo! Acabei comprando e comecei a ler ali mesmo.
Fosse pela espera do voo atrasado, fosse pela obra em si, eu o devorei rapidamente.
Quando estava mais ou menos na metade da leitura, enxerguei quatro qualidades e um defeito.
Dada essa proporção, considerei que sou mais favorável ao livro do que contra e, por isso, vou compartilhar essas impressões com vocês para que alinhem as expectativas e saibam o que esperar dessa trama que recentemente ganhou espaço nas telinhas do cinema brasileiro. :)
1. Riqueza nos detalhes da cultura local
Os diálogos contém grande número de palavras escritas em mandarim e outros dialetos chineses, todos com tradução nas notas de rodapé, além de explicações sobre as comidas típicas e costumes locais. Isso fez com que essa leitura me levasse a imergir no ambiente de Cingapura, Hong Kong e afins, e até me motivou a buscar fotos e vídeos do locais públicos mencionados.
Como conhecia muito pouco dos costumes dessa cultura, acabou sendo bastante enriquecedor e fez com que Cingapura entrasse na minha wishlist de viagens.
2. Ótimo para esfriar a cabeça e divertir
Sabe quando você chega cansado em casa e liga a TV no programa mais leve possível, que te entretenha sem te fazer raciocinar demais? Assim é com esse livro.
Ele veio em boa hora, em um momento de diversos compromissos e entregas de trabalhos importantes, então pega-lo ao final do dia era meu descanso intelectual e fonte de entretenimento fácil.
Percebi que o item mais importante dessa leitura é alinhar as expectativas: ele não vai mudar a sua vida, não vai te contar uma história de amor arrebatadora, mas vai te divertir, vai te dar raiva em algumas situações e te mostrar alguns gestos fofos de pessoas incríveis (Rachel, Nick, Colin, Astrid, Peik Lin etc), sendo ótimo passatempo para férias e momentos propícios para esfriar a cabeça.
3. Divisão de capítulos favorável
Por ser escrito em 3a pessoa, revezando a história dos personagem em cada capítulo, eu acabei ficando mais ávida por continuar a leitura até voltar ao capítulo dos personagens favoritos.
Isso me motivava a ir em frente e evitar as partes mais “sem graça”, tipo quando estava nos capítulos da mãe do Nick e suas fúteis amigas.
4. Personagens bastante reais
Os personagens são descritos como pessoas comuns e não como seres humanos idealizados, sabe?
Mesmo aqueles de quem não gostei muito, pude entender suas atitudes, várias vezes pautadas por questões como medo, incerteza, pressão da sociedade, sonhos e frustrações.
Além disso, os detalhes minuciosos despertaram afinidade com os personagens.
A Astrid, por exemplo, é minha personagem favorita! Sua autenticidade — na forma de se vestir e no seu estilo de vida — me atraíram de forma que eu me senti envolvida com ela e com seus dilemas. Fiquei feliz com o final direcionado a ela, que não foi perfeito, mas deu a entender que tudo se encaixou e é isso que importa. Por sinal, estou super curiosa para ver como criaram essa personagem no filme (espero que não me decepcione).
A Rachel também é uma fofa, super madura, pé no chão, me passou a ideia de ser uma pessoa leve, compreensiva, de fácil convivência. Suas características são bastante diferentes daquele padrão de protagonista de chicklit boba e atrapalhada.
Outro personagem que me chamou a atenção foi o Colin. Me identifiquei com seus problemas emocionais de depressão/pânico: foram descrições simples e bastante realistas, mostrando que mesmo uma pessoa milionária que vai ter o casamento mais incrível do país com a modelo mais famosa do continente pode ter problemas emocionais e, independente de seus recursos financeiros, o que faz a diferença em suas crises é a companhia e ajuda de um grande amigo como o Nick.
Mas nem tudo são flores…
É importante falar dos pontos negativos para não frustrar as expectativas de ninguém: o fim é bem sem graça e a minha sensação é de que faltou algo, mas não sei explicar o quê.
O desenrolar da trama, a grosso modo, até que me agrada, não gostaria que os acontecimentos fossem diferentes. O problema foi a forma como foi contada.
O ápice da trama aconteceu sem que eu percebesse que ali estava o clímax da história e, por isso, fiquei aguardando algo a mais.
Além disso, em um livro tão ostentador, esperava um fim marcante, abrangente, e não que ele acontecesse em um restaurante no estilo Skye do Unique Hotel de SP.
Fora isso, agora falta conferir o filme e checar se ele vai garantir boas risadas e diversão! :)
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