Mila F. @delivroemlivro_ 14/02/2020
Um surpresa enorme... e muito muito boa.
A premissa do livro em si já parecia boa, daqueles de deixar o coração bem apertadinho, pois, aqui, iremos acompanhar a história nada parecida de Juliet e Declan, que vivem suas vidas, suas dores e seus problemas da maneira que acham corretas, mas sem conseguir, realmente, se livrarem de seus fantasmas.
No meio tempo em que ambos tentam superar suas perdas e ao mesmo tempo compreender quem são e o que almejam para o futuro, eles começam a conversar por meio de cartas e e-mails, sem saberem quem é um ao outro. Calma, deixem-me explicar melhor como se deu esse "encontro".
Juliet perdeu sua mãe em um trágico acidente enquanto voltava do trabalho, a garota, que tanto admirava a mãe e a achava uma verdadeira "mulher maravilha", não está sabendo lidar com o luto e com a sessação de culpa, afinal foi ela quem pediu para a mãe voltar mais cedo para casa; numa tentativa meio bizarra de lidar a perda, Juliet, faz visitas constantes ao túmulo da mãe no cemitério e deixa cartas para ela.
Por outro lado, temos Declan que está cumprindo pena com serviço social no cemitério após um acidente de carro onde ele estava bêbado. Isso aconteceu porque o garoto tinha sentimento de culpa em relação ao acidente que matou a irmã há algum tempo atrás, pois ele se recusou a dirigir o carro do pai alcoólatra que foi o autor do acidente que matou a menina. Desde então, a culpa e a raiva o consome. É no serviço social que ele se depara com a carta de Juliet (ele não sabe que é ela) e resolve respondê-la.
Começam as trocas de cartas, confidências, desabafos e relatos de suas vidas, ambos percebem que apesar de viverem situações particulares, suas dores são pungentes e de alguma forma Juliet e Declan conseguem se entender muito bem e acaba surgindo o sentimento muito forte entre eles.
Aos Perdidos, com Amor é uma verdadeira montanha-russa de emoções e grandes revelações que são capazes de chocar o leitor, à medida que conhecemos os personagens e nos submergimos em suas vidas percebemos todos os problemas familiares, pessoais, sociais e estudantis desses jovens e vemos que ambos são jovens que estão feridos, machucados e se despedaçando, só que os problemas não são apenas o luto ou a culpa, mas surgem muitos outros e o leitor fica se questionando "Quando mais Juliet e Declan serão capazes de suportar antes de estilhaçarem?".
Passei o livro inteiro torcendo para que, de alguma forma, alguma espécie de ajuda aparecesse na vida desses dois jovens, e, de certa forma, aconteceu, só que antes foram muitas descobertas a respeito da mãe e do pai de Juliet, além de revelações a respeito do pai, mãe e padastro de Declan, de forma que a cada página e capítulo eu ficava mais e mais chocada e falando alguns palavrões necessários para expressar minhas emoções.
Definitivamente, Aos Perdidos, com Amor, foi uma verdadeira surpresa e mais: foi meu primeiro contato com a escrita de Brigid Kemmerer e fiquei com uma ótima impressão e curiosidade para ler algo mais da autora. Para vocês terem uma ideia das sensações que tive ao ler o volume, uma amiga do clube do livro expressou muito bem os sentimentos dizendo: "Esse livro poderia, muito bem, ter sido escrito pela Colleen Hoover", traduz-se como: destruidora de corações e rainha das verdades não ditas pela sociedade. Sim, Aos Perdidos, com Amor poderia ter sido escrito, além de temas fortes abordados na obra, temos todo um arsenal de drama e revelações impactantes.
Para mim, Brigid Kemmerer já ganhou um destaque especial como escritora para ficar de olho nos próximos livros, a propósito, já temos uma "continuação" de Aos Perdidos, com Amor, entre aspas porque se trata de uma história relativamente independente de um personagem muito presente nesse livro e que roubou, sim, meu coração: o Rev. O livro já está disponível nas terras tupiniquins com o título: Mais do que palavras podem dizer.
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