lua 01/09/2020
perspicaz e intrigante...
O que você faria se encontrasse uma pedra mágica que possibilita tornar realidade qualquer desejo?
Kell é um mago poderoso, um Antari: o único tipo de mágico que pode viajar pelas quatro Londres existentes. São elas: Cinza - sem magia, Vermelha - onde a magia e o império prosperam lado a lado, Branca - onde a magia é objeto de possessão, assim como o povo submisso e Preta - a Londres fechada e a origem dos mistérios do livro.
Enquanto Kell desempenha seu trabalho (viajar entre as Londres intermediando as negociações governamentais) também contrabandeia clandestinamente objetos mágicos e engenhosos. Em uma dessa viagens conhecerá Lila, uma ladra meio "Robin Hood" e juntos terão de transportar um artefato mágico muito misterioso.
Com certeza o ponto de destaque desse livro é o conceito de magia criado pela autora, Shwaab consegue personificar (quase que literalmente) a Magia! Esse mundo místico é poético, intrigante e atraente. Me vi diversas vezes marcando citações. Estou fascinada com tamanho esplendor da magia de Shwaab.
"A magia era uma doença verdadeiramente bela, mas apenas quando seus hospedeiros eram fortes o suficiente. Puros o suficiente."
Um Tom Mais Escuro de Magia me deixou cativada e a leitura fluiu muito bem. V.E. Shwaab criou personagens extremamente peculiares e bem construídos. O que mais me chamou a atenção foi como ela conseguiu desenvolver personalidades concretas, já que eu estava acostumada com aquela dualidade entre o "muito bonzinho" e o "muito mal". Kell e Lila podem até ser os heróis da história, mas não são isentos de defeitos: possuem ódio, ganância, mentem e matam.
Criei uma super conexão com Kell, me identifiquei com Lila e caí nas graças de Rhy. Quero muito descobrir mais sobre o passado misterioso e o futuro incerto desses personagens. Senti as dores de cada um, sofri e me aventurei até mesmo com os personagens secundários, igualmente cativantes.
"Você acredita que a magia é uma igual. Uma companhia. Uma amiga. Mas não é. A pedra é a prova. Ou você é mestre da magia ou seu escravo"
Se você está esperando um High Fantasy super estruturado, cheio de detalhes e interligações, não encontrará neste livro. Ele é desenvolvido o suficiente para que o leitor não tenha dúvidas ou fique confuso, mas não é um Harry Potter ou um Game of Thrones. Apesar disso, é possível imergir nas cidades, entrar nas tavernas, andar nas carruagens e visitar os castelos através das páginas. A autora descreve um mundo rico de forma minuciosa e dedicada. Um ótimo livro para iniciantes no gênero de fantasia.
Como possuo uma queda por vilões, não poderia deixar de citar a sagacidade de Shwaab ao narrar as crueldades de Athos e Astrid, me senti enojada com a violência desses irmãos impiedosos. Já Holland é aquele tipo de personagem que você odeia e tem pena ao mesmo tempo!
"Nosso trono não é daqueles que se nasce para assumir. Não é assegurado pelo sangue. Alguém ceifa seu caminho até o trono (...)"
Quanto ao plot twist, já esperava, mas isso não deixou a história monótona ou desinteressante, pelo contrário, fiquei presa na trama do início ao fim e estou super curiosa para o próximo livro!