Ella73 08/06/2024
Terminei a leitura de madrugada, comecei e terminei no mesmo dia. Em meu ponto de vista o livro tem algumas problemáticas. Não acompanho tanto o trabalho da autora, esse é o segundo livro dela que leio (o primeiro foi É assim que acaba). Porém não gosto tanto da maneira como a história foi se desenvolvendo, tive a impressão que existiam outros jeitos melhores de abordar o tema do livro. Irei dar a minha opinião em partes, começando com as personagens e por último o livro em geral.
Começando pela Tate:
Não gosto da maneira como ela vai se desenvolvendo, ou melhor, a quase inexistente evolução dela. Nos primeiros capítulos, eu estava esperando uma protagonista que saiba o que quer e defenda suas ideias e objetivos. Mas ao invés disso vi uma garota com algumas falas problemáticas que me lembram muito uma dependência emocional, como por exemplo:
"Quando estou perto de Miles, sou ou um líquido, e líquidos não sabem ser firmes e se defender";
"Porque ele é sólido e eu líquido, e agora eu sou apenas o rastro dele.";
"Sou apenas líquido. Me adaptando. Fazendo o que pede, fazendo o que manda, fazendo o que quiser que eu faça."
Além do fato de ela se submeter à situações horríveis, saber que acabaria se machucando e ainda sim escolher ficar, para mim, não tem nada que grite mais "dependência emocional" do que isso. Também não gosto da cena em que Miles a chama pelo nome da ex e ela ainda sim pede para ele continuar, mesmo com os dois chorando.
Sobre o Miles:
Gosto da maneira maneira como ele vai se desenvolvendo. Consigo ver alguma evolução, embora eu acredite que teria como se aprofundar mais nesse assunto. Na minha visão ocorreu muito rápido, pois desde o início vemos apenas o ponto de vista da Tate sobre o tempo presente, e o dele a todo momento voltando para o que aconteceu seis anos antes. Logo, não temos muitos indícios sobre o que ele realmente pensava sobre a situação toda e apenas dois capítulos narrados no presente não são o suficientes. Gostaria de ver um pouco mais de profundidade.
Sobre o seu passado, quando a revelação é feita, não trás tanto choque porque meio que já se esperava algo nesse sentido. Gosto da sinceridade dele e novamente, sua evolução.
"? Você a ama?
? Não.
? Mas pelo menos pretende amá-la?
? Não. "
"Se eu pudesse amar alguém, esse alguém seria você."
Rachel:
Gosto que a Collen tenha feito um capítulo no ponto de vista dela. Gosto da interação entre ela e Miles, até porque foi um ponto crucial para que ele seguisse em frente.
Para mim, o capítulo deles conversando depois de quase sete anos, se resolvendo e seguindo suas vidas foi o que salvou a história.
"Rachel. Você deu uma irmã a ele."
"O sofrimento não vai embora nunca, Miles. Jamais. Mas, se você se permitir amá-la, é algo que só vai sentir às vezes, mas não vai consumir toda a sua vida."
"Estava com medo de que, quando eu chegasse aqui, você estivesse igual a mim. Estou tão contente por você não estar assim. Sinto-me bem vendo que está feliz."
"Também estou orgulhosa de você, Miles."
Cap:
Senhorzinho fofo, sábio e adorável. Eu adorei ele.
"Algumas pessoas ficam mais sábias quando envelhecem. Infelizmente, a maioria apenas envelhece."
Sobre o livro em geral, acho desnecessária as INÚMERAS cenas de sexo, dando muitas vezes a impressão para mim do romance entre Miles e Tate se tratar de uma relação entre um cara traumatizado e sua "ninfomaníaca" particular. Creio que existiam inúmeros jeitos melhores de abordar o desenvolvimento dos dois. Entendo que a relação deles no início era voltada para isso, porém são tantas cenas que chega a ser desgastante. Parece mais uma literatura erótica.
Gosto da leitura fluída, não parece que você está lendo. Algumas frases são lindas, cruéis, feias e reais. Gosto da ideia do livro. No geral, não odeiei, mas poderia ser melhor.