Ceci 24/08/2022
Uma das obras mais importantes de nossa sociedade?
?Qualquer mulher que tenha nascido com um grande talento no século XVI certamente teria enlouquecido, atirado em si mesma ou terminado seus dias em um chalé nos arredores da vila, meio bruxa, meio feiticeira, temida e escarnecida.?
Acho que esse foi um dos livros mais incríveis que já li em minha vida toda, mesmo que minha opinião não seja tão importante e formal, até porque só sou uma jovem com desejo do conhecimento e da liberdade, sei da tamanha importância que esse livro apresenta.
Além da Virgínia Woolf ser uma mulher a frente de seu tempo creio que ela foi uma das romancistas mais importantes de nossa realidade, não só por seu papel na literatura, mas também por levantar o assunto ? mulheres e ficção ?. Que se formos parar para pensar, igual Mary( personagem do livro a qual acompanhamos a história), acaba sendo um assunto delicado e com uma difícil resposta a se pensar.
Uma coisa muito importante nesse livro também é o fato dele se questionar da raiva dos homens, da raiva das pessoas, porque estão com raiva? Qual o motivo exato? Mesmo mascarada ela ainda existe, em tudo e todos.
Acho importante que todas a pessoas, não só mulheres, mas principalmente elas, leiam este livro porque nós ajuda a pensar, pensar em nossa existência, ver nas entrelinhas da vida e poder ter um olhar crítico maior em ralação a nossa realidade.
Com certeza um dos melhores livros que já li, e sempre irei recomendá-lo a todos.
?Ela [a mulher] permeia a poesia de capa a capa; está sempre presente na história. Domina a vida de reis e conquistadores na ficção; na vida real, era a escrava de qualquer garoto cujos pais lhe enfiassem um anel no dedo. Algumas das palavras mais inspiradoras, alguns dos pensamentos profundos da literatura vieram de seus lábios; na vida real, ela pouco consegue ler, mal conseguia soletrar e era propriedade do marido.?
?Ainda assim, gênios desse tipo hão de ter existido entre as mulheres, da mesma forma que hão de ter existido entre as classes trabalhadoras. Vez ou outra uma Emily Brontë ou um Robert Burns se inflama e comprova essa presença. Mas com certeza nunca foi colocada no papel. Quanto, porém, lemos sobre o afogamento de uma bruxa, sobre uma mulher possuída por demônios, sobre uma feiticeira que vendia ervas ou mesmo sobre um homem muito notável e sua mãe, então acho que estamos diante de uma romancista perdida, uma poeta subjugada, uma Jane Austen muda e inglória, uma Emily Brontë que esmagou o cérebro em um pântano ou que vivia vagando pelas ruas, enlouquecida pela tortura que seu dom lhe impunha. Na verdade, arrisco-me a dizer que Anônimo, que escreveu tantos poemas sem cantá-los, com frequência era uma mulher.?