Resenhas - Um Teto Todo Seu

jessica.guabiraba 27/05/2022

Ensaio
Na década de 1920, Virgínia Wolf foi convidada por duas universidades exclusivas para mulheres para dar palestras e assim surgiu esse ensaio. A ideia é que seja um ensaio ficcional (mas não tem nada de ficcional), então a narradora se apresenta como Mary Detona (ou Carmichael, ou Hamilton ou Beton), e logo começa a falar sobre a mulher na ficção, vários questionamentos são apontados acerca da falta de reconhecimento das escritoras. Ela cita várias personagens femininas que são escritas por homens e começa a indagar qual seria o impacto dessas personagens se elas fossem escritas por mulheres. Mary fala de escritoras de romance e de sua importância, inclusive ela me convence a ler Jane Austen (rsrsrs). Toda a obra vai dar ênfase ao apagamento da mulher na ficção e também da importância da liberdade que as mulheres precisam para o processo criativo.

Mari 26/05/2022

Uma leitura sem sombras de dúvidas ATEMPORAL e importantíssima.
É um livro denso e que chega a ser um pouco confuso em algumas partes, tive que ler bem devargar pra conseguir refletir. Acredito que vale o investimento de esforço e tempo.

Scarllet 25/05/2022

Um livro completamente a frente da sua época. Tive a sensação que a autora a todo momento estava conversando comigo, como se estivéssemos tomando um chá e falando sobre a mulher frente a sociedade.
Mesmo naquela época Virgínia já nos trás a perspectiva do preconceito da sociedade a mulheres que escrevem livros, coisa que não teve a menor mudança até hoje. A todo momento vemos escritoras mulheres tendo que provar a todo instante que são capazes de trazer literatura de qualidade, quando homens falando qualquer besteira fazem um sucesso estrondoso. O quanto o público masculino não precisa se privar e se sensurar nas palavras, quando as mulheres sim. O preconceito que a literatura romântica enfrenta até hoje, como se falar de amor fosse algo frívolo.
Uma leitura sensível, e de enriquecimento. A autora visionária, nos mostrando que pode passar o tempo que for, que ser mulher no meio criativo é uma montanha russa que parece que você nunca vai chegar no topo e parece que sempre tem algo te puxando para baixo ( geralmente homens ). Mas que meio a tantas barreiras impostas pela sociedade, ainda teve mulher que mesmo com poucos recursos conseguiram fazer história, dando assim um caminho, mesmo que estreito, para novos talentos.

Doca 24/05/2022

Olhar feminino.
O olhar feminino de Virgínia sobre a questão da mulher e a ficção é aguçado. Chama atenção para "detalhes" que facilmente poderiam passar despercebidos. Que mulher nunca teve a impressão de ter seu tempo e energia roubados pelas incessantes solicitação que lhe são feitas?! Ou proibição impostas?! Como produzir na condição de mulher? Virgínia levanta muitas questões, responde algumas e nos deixa um certo incômodo. Leitura fundamental.

Babs 21/05/2022

O primeiro livro livro da Virgínia que li foi Orlando, porque antes tinha lido ensaios sobre militarismo. Confesso que não foi uma boa primeira impressão, mas persisti e valeu a pena. Me apaixonei MUITO por Um teto todo seu, ela trata de assuntos que me interessam bastante, pessoalmente e academicamente, então foi uma leitura muito agregadora e importante!

Sarah 16/05/2022

Maravilhoso
1. Essa edição de um teto todo seu é perfeita. O posfácio, as partes do diário da Virgínia, tudo.
2. Esse livro superou expectativas!!!!
Quando soube que não era um romance e sim um ensaio confesso que fiquei receosa de comprar e deixar parado (pq sou mulher, leio muita ficção e só, sim Virgínia aprenderei sua palavra e lerei sobre mais coisas pra que assim possa escrever sobre infinitas coisas como artigos científicos, sociologia, biografia e etcetc), mas meu Deus, mal eu sabia o que me esperava, a tese de Virgínia é tão direta e firme: uma mulher precisa de um teto todo seu, uma renda de 500 libras por ano, uma paz de espírito pra poder escrever sua ficção.
Com minhas experiência pessoais isso me soou mais do que óbvio, e olhe que nem filhos tenho, mas são tão deveres que recaiem sobre a menina/mulher da casa, ainda mais morando com vários outros homens que estão muito ocupados com seus próprios afazeres, seja dormir seja comer, mas.... sem me estender (talvez eu escreva isso, mas Virgínia diz firmemente que a mulher precisa estar em paz para escrever bem, ela não pode estar no momento de ira, isso tira o todo de seu potencial, se é verdade eu não sei, só testando).
E todas as outras questões que ela aborda no livro, que enfim, são perfeitas, imperfeitamente claro, e no final quando ela para de narrar a história como Mary Selton ou Mary Sherman ou Maria Silva, e começa a falar como Virgínia foi tão gostoso pra mim, ver ela falando sobre sermos um pouco egoístas pra variar, e escrever não pensando em deixar uma obra de arte para o resto do mundo, e sim escrever sobre algo que nos faça bem, nos preencha.
Enfim, linda, segundo livrinho de Virgínia de alguns montes que quero ler

Tayná 12/05/2022

Mulher Genial e ansiosa
Levei 2 meses pra ler esse livro curtinho.
Ele é antigo, um clássico, mas a escrita consegue ser atual, consegue ser simples, sem palavras rebuscadas pra provar intelecto, Virgínia escreve como conversa com uma amiga, no fim do livro EU queria ter sido amiga dela.
Porém é importante expressar minha opinião sobre o "fluxo de consciência", que a mim foi Muito incômodo, senti gritante falta de um editor, mas como ela escrevia e publicava não era capaz dessa auto análise, ou até era mas falto alguém pra dizer "miga para que ta chato".
As vezes 2 páginas inteiras não tem um ponto final, são duas páginas de Virgínia em raciocínio sem fim, divagante e acelerado, pois mal tem vírgulas. Estou lendo o livro de uma pessoa ansiosa, que fala rápido, pensa rápido, escreve absolutamente em detalhes o que pensa e não edita nada, literalmente "só vai".
Pra mim o "fluxo de consciência" é só o nome bonito que deram a uma escrita desorganizada e mal revisada.

Dito isso, Virgínia é GENIAL, de uma perspicácia incrível, observa sentimentos e significados entre linhas de obras a muito lançadas, pega essas obras, o título da palestra que precisa apresentar, monta uma grade teia entrelaçando referências, existentes ou inventadas, pra construir um raciocínio impecável, mesmo para nós seres providos de QI médio (pra baixo).
Me surpreendi positivamente com a escrita, ou melhor, linguagem dela, simples e didática, acessível a todos os públicos em qualquer década.

Para ler jsso livro é bom estar ciente de dois pontos:
1- Esse fluxo de consciência ai:
2- De que você é uma mulher, e que isso tem consequências históricas.
Homem também pode ler mas não entendo como o público principal.

Manu1201 11/05/2022

11 de Maio de 2022
"Dei a vocês tudo o que me caiu nas mãos sem que eu tivesse ido procurar, e eis aqui minha advertência final ? vinda do senhor John Langdon Davies. O senhor John Langdon Davies adverte as mulheres de que ?quando as crianças não mais forem desejáveis, as mulheres deixarão de ser necessárias?. Espero que vocês tomem nota disso. Como eu poderia continuar a encorajá-las a seguir em frente na vida? Minhas jovens, eu diria, e prestem atenção porque a peroração começa aqui, vocês são, na minha opinião, vergonhosamente ignorantes. Vocês nunca fizeram uma descoberta de qualquer importância. Vocês nunca abalaram um império ou lideraram um exército para a batalha. As peças de Shakespeare não falam de vocês, e vocês nunca apresentaram as bênçãos da civilização a um bando de bárbaros. Qual é a sua desculpa? É fácil dizer, ao apontar para as ruas, os quarteirões e as florestas do mundo fervilhante de habitantes negros, brancos e cor de café, todos ocupados e atarefados no trânsito, nas empresas e no sexo: nós tínhamos outro trabalho a fazer. Sem os nossos feitos, esses mares seriam inavegáveis e essas terras férteis, um deserto. Demos à luz, criamos, banhamos e ensinamos, talvez até a idade de seis ou sete anos, um bilhão e seiscentos e vinte e três milhões de seres humanos que, de acordo com as estatísticas, existem neste momento, e isso, mesmo que tenhamos tido ajuda, leva tempo."

Gabrielle 09/05/2022

Resenha - Um teto todo seu - Virginia Woolf
Posso dizer que essa leitura não foi tão fácil como achei que seria, culpa da rotina corrida do dia-a-dia.
Mas apesar disso o livro é fluído, a escrita da autora - meu primeiro contato com Virginia Woolf - é clara e direta; é interessante colocar este ensaio como uma verdadeira conversa entre autora e leitora, ao menos, foi isso que senti.
Outro ponto interessante o que me faz cogitar que essa foi a melhor forma de conhecer a escrita da autora foi a presença da essência dela como autora, elementos - do pouco que sei sobre suas outras obras - visíveis que serão destacados em seus outros livros e isso, pra mim, é o motivo base de seguir lendo suas obras.

Vick 08/05/2022

Adorei cada página!!
Iniciei a leitura sem muita expectativa, mas, fui arrebatada de certa forma pela escrita tão simples, poética e sarcástica de Woolf que meu único desejo era ler mais uma página pra saber o desenrolar dos ensaios que são apresentados neste livro.

Recomendo essa leitura a todos e adorei essa edição que me garantiu notas de rodapé para melhor compressão dos exemplos propostos, um posfácio muito bem escrito, páginas do diário da autora e sua cronologia pessoal e literária, só tenho a agradecer por essa experiência que me agregou tanto!

Larissa 04/05/2022

Em um teto todo seu, Virgínia transcorre nas diferenças e privilégios que os homens da época possuíam.

Iris 02/05/2022

Livro extraordinário, Virgínia nos mostra a luta das mulheres sábias no século XIX, onde eram proibidas a ter acesso a literatura, ou se quer escrever um romance, ou uma ficção que fosse

Rafa 01/05/2022

Muito ainda tem a nos ensinar nos dias de hoje.
A impressão que tive foi de estar lendo uma crítica atual sobre a presença feminina na literatura feita por uma autora contemporânea e foi assustador perceber o tão pouco, arrisco até um nada, mudou.

Foi uma leitura maçante de início e admito que demorei um pouco para entender o conceito metalinguístico o qual a autora desenvolveu para explicar sua tese sobre o tema: "Mulheres e a ficção". Foi a partir do capítulo II e as referências históricas trazidas que passou a ficar claro e a leitura a fluir bem, tornando-se uma reflexão agridoce, mas significativa.

Ana Rohrer 29/04/2022

Feminismo
Excelente reflexão a respeito da condição social da mulher.
Preocupação entre produção literária e sobrevivência.

Li Petersen 28/04/2022

Livro muito bom de não ficção.
É um livro sensacional, onde é relatado a dificuldade que o sexo feminino tinha em escrever e publicar as suas obras, a dificuldade até mesmo de ler.

O fato das mulheres terem sido vistas como moeda de troca, uma mercadoria ou até mesmo um enfeite.

É um soco no estômago, saber o que realmente é ser oprimida e ver a liberdade que nós mulheres temos no ocidente. O que não é um presente, é um direito básico.

Um livro que terei que ler novamente, possui muitos autores e muitas referências que eu não peguei. Burrice a minha e não da obra.